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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

INSTITUTO DE CULTURA E ARTE


LICENCIATURA EM MÚSICA
DISCIPLINA: MÚSICA CONTEMPORÂNEA
PROFESSORA: ANA CLÉRIA

Docente: Francisca Amanda Bezerra Felix


Matrícula: 389629

Século XX: Sociedade e Cultura

A crescente onda de evolução tecnológica que deu origem ao telefone de Graham Bell em
1876 e à lâmpada elétrica de Thomas Edison em 1879 se alastrou pela Europa e pelos Estados
Unidos durante e após a entrada do século XX. Essa sede por progresso influenciou a ciência, a
política, as artes e a sociedade da época como um todo. Sigmund Freud lançou em 1900 sua mais
famosa obra A Interpretação dos Sonhos que apresentou ao mundo o inconsciente humano, Albert
Einsten anunciou sua teoria da relatividade em 1905, o cinematógrafo dos irmãos Lumière deu
origem ao cinema se populariza cada vez mais, a Art Nouveau marcava a estética da moda, da
arquitetura e das artes plásticas e os jornais de circulação em massa ganhavam cada vez mais força
política.
Esse espiríto de crescimento marcou a Belle Époque ou Bela Época, em português. As
grandes potências econômicas do período – França, Rússia, Inglaterra e Alemanha – marcavam
ainda mais seu nacionalismo através da corrida tecnológica e armamentista, tomadas por tensões
que vinham desde o século XIX e que tomaram novas proporções após o assassinato do arquiduque
austríaco Francisco Ferdinando em Sarajevo por um membro de um movimento nacionalista
bósnio. Esse foi o estopim que marcou o início da Primeira Guerra Mundial em 1914 e que
culminou na morte de cerca de dez milhões de pessoas ao redor do mundo. Segundo Hobsbawm
(1995, p. 25):
“Paz” significava “antes de 1914”: depois disso veio algo que não mais merecia esse nome.
Era compreensível. Em 1914 não havia grande guerra fazia um século, quer dizer, uma
guerra que envolvesse todas as grandes potências, ou mesmo a maioria delas, sendo que os
grandes participantes do jogo internacional da época eram as seis “grandes potências”
européias.
A Primeira Guerra Mundial marcou o fim do otimismo causado pelas grandes invenções
que a humanidade a pouco passavam a conhecer, marcando assim o fim da Era Romântica idealista
do século XIX. Na arte essas novas mudanças foram percebidas rapidamente com a origem de
diversas correntes modernas. Nas Artes Plásticas surgiu o cubismo, o dadaísmo, o expressionismo,
etc. Na arquitetura a escola Bauhaus tirou do design e das formas das construções os excessivos
adornos prezando por linhas retas, vidros e espelhos, desenhos funcionais. Na música nasciam e
cresciam correntes que dilatavam a tonalidade e até a abandonavam como o atonalismo, o
dodecafonismo. O jazz se popularizava cada vez mais.
O respiro vindo do fim da Grande Guerra entretanto foi curto. A perdedora Alemanha
manifestando ainda profundo ressentimento com os resultados da última guerra começaram a
manifestar uma crescente ideologia nacionalista que deu origem ao nazismo encabeçado por Adolf
Hitler. Buscando o expansionismo territorial, eles invadiram a Polônia em 1939 dando início à
Segunda Guerra Mundial, ainda mais sangrenta do que a primeira, resultando na morte de cerca de
sessenta milhões de pessoas. Uma das maiores marcas dessa guerra foi o surgimento da bomba
atômica que de uma única vez matou cerca de 150 mil pessoas em Hiroshima e Nagasaki em 1945 e
mais outras milhares ao longo dos anos vítimas de doenças causadas pela radiação, como câncer. A
soltura da bomba feita pelos Estados Unidos fez o Japão, aliado da Alemanha, se render e poucos
dias após a Alemanha também enfraquecida se rendeu dando fim à guerra.
O fim da Segunda Guerra marcou entretanto uma tensão política, social e econômica entre
a extinta União Soviética (comunismo) e os Estados Unidos (capitalismo). Essa tensão foi chamada
de Guerra Fria e foi vista através da corrida armamentista nuclear – bombas atômicas cada vez mais
poderosas eram construídas – e da corrida espacial e tecnológica. No Brasil, ela foi sentida
principalmente através da ditadura militar de 1964. Essa guerra teve fim em 1991 com a queda da
União Soviética. Nesse período o mundo já estava totalmente diferente daquele visto antes de 1914.
As casas estavam sintonizadas na televisão, o telefone móvel e o computador começavam a
timidamente aparecer antes da explosão de compras que aconteceria no século XXI, a música pop e
o hip hop estavam extremamente populares, a música eletrônica alcançando novos patamares, o
capitalismo em auge.
O século XX foi marcado por grandes guerras armadas e ideológicas, um crescimento
tecnológico e científico nunca antes vistos e mudanças culturais profundas nas artes, na música, nas
roupas e nas relações sociais. O mundo conheceu pela primeira vez o feminismo e o discurso
marcante de Martin Luther King contra a segregação racial em 1963 marcou a história da luta do
movimento negro que se estende ainda hoje em dia.

Referências:

MAGNOLI, Demétrio (org.). História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2013, p. 332.
HASTINGS, Max. Catástrofe: 1914 - a Europa vai à guerra. Trad. Berilo Vargas. Rio de Janeiro:
Intrínseca, 2014. p. 40.

HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos – O Breve Século XX (1914-1991). São. Paulo:
Companhia das Letras, 1995, p. 25.

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