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BOLETIM SEMANAL

DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO
DA BACIA DO ITAPECURU
BOLETIM Nº 04/2021
08 DE MARÇO DE 2021
APRESENTAÇÃO
O Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Itapecuru (SAH Itapecuru) apresenta o
Boletim Semanal de Monitoramento de Hidrológico do Rio Itapecuru. Os dados das estações
de monitoramento apresentados estão disponíveis em www.cprm.gov.br/sace/itapecuru,
assim como todos os boletins emitidos. As estações fluviométricas utilizadas no
monitoramento são apresentadas na Figura 1 e detalhada na Tabela 1.

Figura 1. Mapa das estações que compõe o SAH/Itapecuru.


Tabela 1. Estações que compõe o Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do rio Itapecuru.
Área da bacia
Nome Código Rio Município
(km²)
GOV. EUGÊNIO
MONTEVIDÉU 33530000 ITAPECURU 27.280
BARROS/MA
CAXIAS 33550000 ITAPECURU CAXIAS/MA 32.648
CODÓ 33590000 ITAPECURU CODÓ/MA 37.140
COROATÁ 33630000 ITAPECURU COROATÁ/MA 43.739
CANTANHEDE 33680000 ITAPECURU CANTANHEDE/MA 49.834
ITAPECURU-MIRIM 33690100 ITAPECURU ITAPECURU-MIRIM 51.129

SÍNTESE DO BOLETIM
A redução do déficit entre o total esperado e o total precipitado na porção mais ao sul da bacia
provocou um aumento do nível do rio Itapecuru na estação Montevidéu, localizada no município
Gov. Eugênio Barros, que agora se encontra mais próximo da média histórica de 2,76m. A cota
registrada às 13:00 h de hoje foi de 2,53m.
A redução das chuvas nos últimos dias na porção centro-norte da bacia, por outro lado, levou a
uma redução dos níveis do rio Itapecuru nos demais pontos monitorados.
Em Caxias/MA, a cota observada às 13:00 h do dia 08 de março de 2021 foi de 1,91m.
Historicamente, os valores mais frequentes de cota neste período ficam entre 2,32m e 3,83m,
com valor médio de 3,07m. Portanto, a situação atual é de seca, com valores abaixo da faixa de
normalidade. Em relação à cota de inundação, definida em 6,00m, a situação é muito
confortável (folga de 4,09m), não se vislumbrando nenhum risco de inundação no curto prazo.
Na cidade de Codó/MA, a cota mantida pelo rio Itapecuru às 13:00 h do dia de hoje foi de
1,94m, também abaixo dos valores mais frequentes para o período (entre 2,19m e 4,08m, com
média de 3,14m). Nesta cidade também é muito significativa a diferença para a cota de
inundação, definida em 6,80m (folga de 4,86 m), também sem risco de inundação no curto
prazo.
Para a cidade de Coroatá/MA, a diferença entre a cota de inundação, 8,60m, e o valor registrado
às 13:00 h do dia de hoje, 3,34m, também é expressiva, chegando a 5,26m. Neste ponto de
monitoramento os valores se encontram no limite inferior da faixa de normalidade (valores mais
frequentes entre 3,23m e 5,45m, com média de 4,34m), não sendo aguardados problemas de
inundações ribeirinhas nos próximos dias.
Em Cantanhede/MA, mesmo com a redução dos últimos dias tem-se que a cota observada
atualmente, 8,36m, encontra-se no limite superior dos valores frequentes, entre 5,34m e 8,46m
e média de 6,90m, muito em função dos totais precipitados se encontrarem acima do esperado
na porção mais ao norte da bacia.
Já em Itapecuru-Mirim, a cota observada foi de 9,66m, também em decréscimo nos últimos dias,
entretanto não se tem dados históricos para comparação.
SITUAÇÃO PLUVIOMÉTICA ATUAL
A Figura 2 apresenta a comparação entre a precipitação acumulada até o dia 08/03/2021 em vários
pontos de monitoramento da bacia e o total esperado historicamente. Para a análise foram
considerados os dados históricos disponibilizados pela Agência Nacional de Águas – ANA, e os
dados registrados pelas estações automáticas operadas pela CPRM e pelo CEMADEN. Conforme
pode ser observado, a regiões central e sul da bacia vêm apresentando precipitações abaixo da
média histórica, ainda que a defasagem, de forma geral, tenha se reduzido um pouco na última
semana, especialmente em Colinas, enquanto a porção mais ao norte, a partir de Cantanhede/MA,
se encontra acima do esperado. Os maiores desvios negativos foram observados na porção central,
mais especificamente em Montevidéu (314,6mm acumulados, desvio de -32,5%), Caxias (430,7mm,
-26,5%) e Codó (421,5mm, -23,2%). Em relação à semana anterior, os déficits aumentaram apenas
em Montevidéu e em Coroatá. Já em Itapecuru-Mirim, o total acumulado no ano, 879,3mm, é
34,3% maior que a média histórica no período.

Figura 2. Precipitação acumulada até 08/03/2201 x média histórica.


MONITORAMENTO DOS NÍVEIS DOS RIOS
Os níveis atuais dos rios, assim como as cotas de referência de cada estação e a faixa de
valores esperados (frequência entre 25% e 75% - em verde), encontram-se apresentados
nas Figuras de 3 a 8.

Figura 3. Variação do nível do rio Itapecuru em Montevidéu.


*Obs.: Cotas de referência (Atenção, Alerta e Inundação) não definidas para a estação.
Figura 4. Variação do nível do rio Itapecuru em Caxias.

Figura 5. Variação do nível do rio Itapecuru em Codó.


Figura 6. Variação do nível do rio Itapecuru em Coroatá.

Figura 7. Variação do nível do rio Itapecuru em Cantanhede.


*Obs.: Cotas de referência (Atenção, Alerta e Inundação) não definidas para a estação.
.
Figura 8. Variação do nível do rio Itapecuru em Itapecuru-Mirim.
*Obs.: Cotas de referência (Atenção, Alerta e Inundação) não definidas para a estação.
**Obs.: Estação sem dados históricos.
.

PREVISÃO DE CHUVAS
A previsão de chuva para a bacia do rio Itapecuru realizada pelo National Center for
Environmental Prediction (NCEP) da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration),
denominado de Sistema de Previsão Global (GFS na sigla em inglês), pode ser observada na
Figura 9. À esquerda é apresenta a previsão para os próximos 7 dias e à direita a previsão
estendida de 7 a 15 dias. Já o gráfico traz os valores de precipitação previstos dia a dia para a
totalidade da bacia.
Como se pode perceber, a tendência atual é de redução dos totais precipitados quando
comparados com os valores observados no mês de fevereiro. Para os próximos sete dias é
previsto que o total acumulado na bacia fique em torno de 53,0mm, sendo esperados valores
maiores nos extremos sul e norte (tons de azul mais escuros nas imagens localizadas na parte
mais de cima da Figura 9), enquanto os valores precipitados devem ser menores na porção
central, especialmente no entrono de Caxias/MA. Já na semana de 17 a 23 de março a
precipitação deve ser bem parecida em termos médios, sendo esperados valores acumulados
da ordem de 52,8mm na bacia como um todo, mas com uma distribuição espacial mais
uniforme. Entre os dias 11 e 12 de março são esperados os maiores volumes precipitados em
24 h.
Chuva Prevista Acumulada de 53.0 mm para 7 dias Chuva Prevista Acumulada de 52.8 mm para 7-15 dias
−46.0 −44.0 −42.0 −46.0 −44.0 −42.0
São Luís São Luís
Pinheiro São Jos é de Ribamar Pinheiro São José de Ribamar

Itapecuru-Mirim Itapecuru-Mirim
Santa Inês Santa Inês
Chapadinha Chapadinha
Cantanhede Cantanhede

−4.0 Buriticupu
Santa Luzia
Bacabal
Coroatá
Buriticupu
Santa Luzia
Bacabal
Coroatá
−4.0
Codó Codó

Caxias Caxias
Teresina Teresina
Montevidéu Montevidéu
Barra do Corda Barra do Corda

−6.0 −6.0
Floriano Floriano

mm

0.0 15.0 30.0 45.0 60.0 75.0


Chuva prevista média na AD (mm)

Chuva prevista GEFS (NCEPNOAA) para os próximos 15 dias para


a bacia do Itapecuru
85.0
68.0
51.0
34.0
17.0
0.0
08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
MAR

Figura 9. Previsão de chuva utilizando o modelo GFS. Acima, à esquerda, a distribuição


espacial da chuva prevista para os próximos 7 dias, e à direita para os próximos 7-15 dias.
Abaixo, o total médio a ser precipitado em toda a sub-bacia da estação Itapecuru-Mirim nos
próximos 15 dias.
PROGNÓSTICO FLUVIOMÉTRICO
Considerando as condições atuais observadas no rio Itapecuru e a previsão pluviométrica
tem-se a tendência de manutenção dos níveis dentro da faixa de normalidade ou um pouco
abaixo dos valores mais frequentes.
Entretanto, as previsões gerais para todo o período chuvoso seguem apontando para a
ocorrência de chuvas acima da média na bacia. Assim, ainda é possível que o rio atinja cotas
mais significativas durante a quadra chuvosa, provavelmente dentro do período histórico da
ocorrência de cheias do Itapecuru, de meados de março a meados de maio, com maior
predominância no mês de abril.
A CPRM permanecerá acompanhando o comportamento do rio Itapecuru nos seis pontos de
monitoramento (Montevidéu, Caxias, Codó, Coroatá, Cantanhede e Itapecuru-Mirim),
emitindo boletins com previsões de curto prazo do comportamento futuro do rio caso o
mesmo suplante o nível de Alerta em alguma das cidades beneficiadas, de forma a ajudar os
órgãos de salvaguarda com suas medidas de prevenção e remediação, bem como publicará
boletins semanais de monitoramento semelhantes a este até a conclusão do período
chuvoso.

OBSERVAÇÕES GERAIS
Os dados hidrológicos utilizados nos boletins são provenientes da Rede Hidrometeorológica
Nacional (RHN) de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), operada pelo
Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Os dados de monitoramento de chuvas também têm origem na rede de monitoramento
pluviométrico mantida pelo CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais.
Os dados de previsão de chuva apresentados são do modelo GFS, gerados pelo NOAA
(National Oceanic and Atmospheric Administration), disponíveis em
http://origin.cpc.ncep.noaa.gov/products/people/mchen/CFSv2FCST/weekly/. Os dados de
monitoramento e previsão foram baixados, organizados e interpretados pela CPRM.
As previsões apresentadas nos Boletins do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do
Itapecuru são baseadas em modelos hidrológicos e estão sujeitas às incertezas inerentes aos
mesmos. Além disso, as previsões feitas utilizam-se de previsões meteorológicas de outros
órgãos, também sujeitas a erros, que acabam sendo incorporados às previsões aqui
apresentadas. Esses erros são permanentemente avaliados pela equipe da CPRM que opera o
SAH Itapecuru.
Agradecemos à Agência Nacional das Águas pela parceria no contexto da RHN, ao INPE pelo
fornecimento dos dados de precipitação do MERGE/GPM, à USGS pelos dados de
evapotranspiração utilizados no modelo hidrológico e à NOAA pelas previsões meteorológicas
do modelo CFS.
É importante ressaltar que nossas estações de monitoramento, disponibilizadas no site e
utilizadas na elaboração dos boletins, são em grande parte equipamentos automáticos, que
transmitem informações através de satélites. Portanto, embora nossa equipe esteja sempre
atenta, é possível que ocorram falhas, inclusive em momentos de cheias dos rios. Nossa
responsabilidade é sempre a de fazer as reparações no menor tempo possível, mas não
podemos evitar que as falhas eventualmente ocorram devido a condições ambientais.

Salientamos que os dados das estações de monitoramento e previsões de níveis operadas pela
CPRM estão disponíveis no site: http://sace.cprm.gov.br/itapecuru/.

PARCERIA
Roberto José Amorim Rufino Fernandes
Pesquisadores em Geociências

SISTEMA DE ALERTA HIDROLÓGICO


DA BACIA DO RIO ITAPECURU

12 DE JANEIRO DE 2021

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