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DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO
DA BACIA DO ITAPECURU
BOLETIM Nº 11/2022
27 DE ABRIL DE 2022
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APRESENTAÇÃO
O Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Itapecuru (SAH Itapecuru) apresenta o Boletim
Semanal de Monitoramento de Hidrológico do Rio Itapecuru. Os dados das estações de
monitoramento utilizados estão disponíveis em www.cprm.gov.br/sace/itapecuru, assim como
todos os boletins emitidos. As estações fluviométricas utilizadas no monitoramento são
apresentadas na Figura 1 e detalhada na Tabela 1.
Tabela 1. Estações que compõe o Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do rio Itapecuru.
Área da Bacia
Nome Código Rio Município
(km²)
MONTEVIDÉU 33530000 ITAPECURU GOV. EUGÊNIO BARROS/MA 27.280
CAXIAS 33550000 ITAPECURU CAXIAS/MA 32.648
CODÓ 33590000 ITAPECURU CODÓ/MA 37.140
COROATÁ 33630000 ITAPECURU COROATÁ/MA 43.739
CANTANHEDE 33680000 ITAPECURU CANTANHEDE/MA 49.834
ITAPECURU-MIRIM 33690100 ITAPECURU ITAPECURU-MIRIM 51.129
As cidades beneficiadas pelo SAH Itapecuru com a realização de previsões são as sedes dos
municípios maranhenses de Caxias, Codó, Coroatá, Cantanhede e Itapecuru-Mirim. Para a operação
do sistema tem-se a definição de cotas de referência mantidas pelo rio em cada seção de interesse,
o que permite avaliar o risco da ocorrência de eventos de inundação no curto prazo e condicionam
as ações decorrentes como a emissão de boletins de alerta e avisos às Defesas Civis e à sociedade
em geral. Tais cotas são classificadas por cor e tem as definições e ações decorrentes listadas na
Tabela 2. Já a Tabela 3 traz as cotas de referência para as cinco cidades beneficiadas pelo
SAH/Itapecuru.
Tabela 2. Definições das cotas de referência e ações decorrentes.
Cor Nome Descrição Ação Decorrente
Não há risco da ocorrência de
Verde Cota Normal Apenas monitoramento.
inundação.
Aumento da frequência de
Possibilidade moderada de monitoramento. Inicia a observação
Amarelo Cota de Atenção
ocorrência de inundação. das previsões climáticas de curto
prazo.
Operação em regime de plantão.
Emissão de boletins de alerta com as
Possibilidade elevada de
Laranja Cota de Alerta previsões de comportamento
ocorrência de inundação.
futuro. Contato com as Defesas
Civis.
Segue a operação em regime de
plantão e a emissão de boletins de
Cota em que o primeiro dano é
Vermelho Cota de Inundação alerta com as previsões, permitindo
observado no município.
avaliar se o quadro deve melhorar
ou piorar no curto prazo.
SÍNTESE DO BOLETIM
Nestes últimos sete dias, desde a emissão do Boletim Semanal N° 10, foram observadas chuvas
acima da média em praticamente toda a bacia. Nas cidades onde o registro pluviométrico ficou
abaixo do esperado (Mirador/MA e Colinas/MA) a diferença foi pequena, de tal forma que as
precipitações no ano de 2022 continuam sendo consideradas dentro da média para todos os pontos
monitorados.
Como boa parte das chuvas registradas na última semana se deram nas proximidades do dia 23 de
abril, foi observada a ascensão do rio Itapecuru em todas as cidades beneficiadas pelo Sistema de
Alerta no entorno desse dia, sendo o caso mais grave observado em Codó, onde os quase 100 mm
precipitados em 24 h levaram o rio a suplantar a cota de inundação no final do dia 23, fato que
perdurou até a noite do dia 25 de abril. Com a redução das chuvas a partir do último dia 24, o rio
iniciou recessão progressivamente de montante para jusante da bacia, do dia 24 até o dia 26 deste
mês. No momento o rio se encontra em recessão em todos os pontos monitorados.
Neste período foram observadas as maiores cotas do ano de 2022 nas cidades de Codó, 7,82 m em
24 de abril, e em Coroatá, 9,22 m em 25 de abril.
Na estação Montevidéu, o nível observado às 11:45 do dia de hoje, 27 de abril, foi de 3,09 m, 6 cm
abaixo da cota observada 24h atrás. O rio está dentro da faixa de valores mais frequentes (entre 25
e 75% de persistência), de 2,39 m a 3,75 m.
Em Caxias/MA, a cota observada às 11:45 h do dia de hoje foi de 3,07 m, com o nível do rio
regredindo 1,09 m nas últimas 24 h. Historicamente, os valores mais frequentes de cota neste
período ficam entre 2,36 m e 4,56 m, com valor médio de 3,46 m. Atualmente o rio se encontra
dentro da faixa de valores frequentes e 93 cm abaixo da cota de atenção (4,00 m). A folga atual em
relação à cota de inundação, 6,00 m, é de 2,93 m.
Na cidade de Codó/MA, a cota mantida pelo rio Itapecuru às 11:45 h desta quarta-feira foi de 5,00
m, 1,24 m abaixo do valor observado há 24 h. A cota atual está dentro da faixa dos valores mais
frequentes para o período (entre 2,53 m e 5,24 m, com média de 3,88 m), e 20 cm acima da cota de
atenção (4,80 m). Nesta cidade, a diferença entre o nível atual e a cota de inundação, definida em
6,80 m, é de 1,80 m.
Em Coroatá/MA, a cota atual é de 7,65 m, estando acima da faixa de valores frequentes (entre 3,70
m e 6,65 m, com média de 5,18 m). A situação atual é de atenção, com a folga para que seja atingida
a cota de inundação, 10,00 m, igual a 2,35 m. Nas últimas 24h a variação de nível foi negativa em 73
cm.
Em Cantanhede/MA, a cota observada atualmente, 11,68 m, encontra-se acima do limite superior
da faixa de valores frequentes, entre 6,20 m e 10,12 m e média de 8,16 m. Nesta estação o rio vem
apresentando recessão nas últimas 24 h, com o nível regredindo 38 cm. A situação atual é de
atenção, com a folga para a cota de inundação, 13,60 m, sendo igual a 1,92 m.
Já em Itapecuru-Mirim/MA a cota observada foi de 12,29 m, com o nível do rio tendo diminuído 27
cm nas últimas 24 h, estando acima da cota de atenção (11,50 m). Infelizmente não se tem dados
históricos para comparação, mas, por semelhança hidrológica, a situação não deve ser muito
distinta da de Cantanhede/MA. A folga atual em relação à cota de inundação, 14,60 m, é de 2,31 m.
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As previsões de chuva do modelo global GEFS apontam chuvas praticamente na média para os
próximos sete dias, bem como volumes precipitados no intervalo de 7 a 15 dias seguintes bem
superiores à média histórica. Como o mês de maio marca o final do período chuvoso na região,
apresentando índices pluviométricos médios bem abaixo dos meses de janeiro e abril, é provável
que o rio apresente cada vez mais cotas dentro da faixa de valores mais frequentes, bem como o
registro de níveis abaixo da cota de atenção deve ser cada vez mais comum no período.
PREVISÃO DE CHUVAS
A previsão de chuva para a bacia do rio Itapecuru realizada pelo National Center for Environmental
Prediction (NCEP) da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), denominado de
Sistema de Previsão Global (GEFS na sigla em inglês), pode ser observada na Figura 9. À esquerda é
apresenta a previsão para os próximos 7 dias e à direita a previsão estendida de 7 a 15 dias. Já o
gráfico, na parte inferior, traz os valores de precipitação previstos dia a dia para a totalidade da
bacia.
Como se pode perceber, é previsto que no período de meio-dia de 27 de abril a meio-dia de 04 de
maio a precipitação acumulada em toda a área da bacia atinja valores da ordem de 39,9 mm, sendo
esperadas chuvas em todos os dias. Para efeito de comparação, considerando os dados históricos,
a chuva esperada para a bacia em tal intervalo de tempo é da ordem de 38,9 mm. Portanto, a chuva
prevista é cerca de 3% maior do que a esperada nestes próximos 7 dias. Segundo o modelo, a
distribuição espacial esperada aponta volumes maiores a partir de Caxias/MA e, em especial, a
jusante de Coroatá/MA (tons de azul mais escuros na imagem localizada na parte de cima e à
esquerda da Figura 9). Em relação aos maiores acumulados em 24 h, nesta primeira semana o valor
mais significativo é esperado entre 03 e 04 de maio, sendo da ordem de 11,9 mm.
Para os oito dias seguintes, entre 04 e 12 de maio, a tendência de momento é de que as chuvas
fiquem bem acima da média histórica. É previsto um total corresponde a 50,1 mm, valor 86% acima
do esperado para o período, 26,9 mm. A distribuição espacial das precipitações é bastante parecida
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com a da primeira semana, com as regiões potencialmente mais chuvosas no centro-norte da bacia,
a partir de Caxias/MA e, em especial, a jusante da Coroatá/MA. Ainda segundo a Figura 09, os
volumes diários previstos deverão ser mais uniformes, com o maior valor diário esperado para 05 a
06 de maio, 8,2 mm.
Figura 9. Previsão de chuva utilizando o modelo GEFS. Acima, à esquerda, a distribuição espacial
da chuva prevista para os próximos 7 dias, e à direita para os próximos 7-15 dias. Abaixo, o total
médio a ser precipitado em toda a bacia do rio Itapecuru nos próximos 15 dias.
A Tabela 5 apresenta os valores médios esperados para as diversas sub-bacias correspondentes aos
postos de monitoramento. Como pode ser observado, em ambos os períodos o total esperado
cresce de sul para norte, com os menores valores previstos para a sub-bacia da estação Montevidéu
(33530000), com 31,6 mm esperados na primeira semana e 42,8 mm nos oito dias seguintes, e os
maiores para a sub-bacia da estação da cidade de Itapecuru-Mirim/MA, com 39,9 mm previstos para
os próximos sete dias e 50,1 mm para a semana seguinte.
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PROGNÓSTICO FLUVIOMÉTRICO
Considerando as condições atuais observadas no rio Itapecuru e a previsão pluviométrica para os
próximos sete dias, tem-se a tendência de que o curso d’água apresente predomínio de níveis
dentro da faixa de valores mais frequentes no período. Espera-se também que aumente a
frequência de cotas abaixo do nível de atenção nas cidades monitoradas. Chuvas intensas mais
localizadas nas proximidades das cidades de Caxias/MA e Codó/MA podem levar à elevações
bruscas do rio Itapecuru, sendo mais provável que isso aconteça temporalmente próximo do
intervalo entre 03 e 04 de maio, dada a previsão atual.
As previsões gerais para todo o período chuvoso seguem apontando para a ocorrência de chuvas
dentro ou acima da média na bacia devido, principalmente, à ocorrência de La Niña. Contundo, com
a aproximação do final da quadra chuvosa, a probabilidade de ocorrência de cotas mais significativas
são cada vez menores.
Tendo em vista a resposta rápida do rio em Caxias/MA e Codó/MA, é importante que as previsões
diárias sejam acompanhadas, especialmente os alertas emitidos pelo INMET e pelo CEMADEN.
O SGB/CPRM permanecerá acompanhando o comportamento do rio Itapecuru nos seis pontos de
monitoramento (Montevidéu, Caxias, Codó, Coroatá, Cantanhede e Itapecuru-Mirim), emitindo
boletins de alerta com previsões de curto prazo do comportamento futuro do rio caso o mesmo
suplante o nível de Alerta em alguma das cidades beneficiadas, de forma a ajudar os órgãos de
salvaguarda em suas medidas de prevenção e remediação, bem como publicará boletins semanais
de monitoramento semelhantes a este até a conclusão do período chuvoso.
OBSERVAÇÕES GERAIS
Os dados hidrológicos utilizados nos boletins são provenientes da Rede Hidrometeorológica
Nacional (RHN) de responsabilidade da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA),
operada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).
Os dados de monitoramento de chuvas também têm origem na rede de monitoramento
pluviométrico mantida pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
(CEMADEN).
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Os dados de previsão de chuva apresentados são do modelo GEFS, gerados pela NOAA (National
Oceanic and Atmospheric Administration), disponíveis em
http://origin.cpc.ncep.noaa.gov/products/people/mchen/CFSv2FCST/weekly/. Os dados de
monitoramento e previsão foram baixados, organizados e interpretados pelo SGB/CPRM.
As previsões apresentadas nos Boletins de Alerta do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do
Itapecuru são baseadas em modelos hidrológicos e estão sujeitas às incertezas inerentes aos
mesmos. Além disso, as previsões feitas utilizam-se de previsões meteorológicas de outros órgãos,
também sujeitas a erros, que acabam sendo incorporados às previsões aqui apresentadas. Esses
erros são permanentemente avaliados pela equipe do SGB/CPRM que opera o SAH Itapecuru.
Agradecemos à Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico pela parceria no contexto da RHN,
ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) pelo fornecimento dos dados de precipitação do
MERGE/GPM, à USGS pelos dados de evapotranspiração utilizados no modelo hidrológico e à NOAA
pelas previsões meteorológicas do modelo GEFS.
É importante ressaltar que nossas estações de monitoramento, disponibilizadas no site e utilizadas
na elaboração dos boletins, são em grande parte equipamentos automáticos, que transmitem
informações através de satélites. Portanto, embora nossa equipe esteja sempre atenta, é possível
que ocorram falhas, inclusive em momentos de cheias dos rios. Nossa responsabilidade é sempre a
de fazer as reparações no menor tempo possível, mas não podemos evitar que as falhas
eventualmente ocorram devido a condições ambientais.
Salientamos que os dados das estações de monitoramento e previsões de níveis operadas pelo
SGB/CPRM estão disponíveis no site: http://sace.cprm.gov.br/itapecuru/.
PARCERIA:
Roberto José Amorim Rufino Fernandes
Artur José Soares Matos
Pesquisadores em Geociências