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CURSO DE HOMILÉTICA

DEFINIÇÕES:
I. O QUE É SERMÃO?
o A palavra sermão deriva do latim, sermo, que significa conversação.
o É também conhecido como Homília, o sermão é um discurso falado tecnicamente elaborado com
finalidades religiosas.
1 Co 2:4 – “E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas
de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder”.
II. ESTRUTURA DE UM SERMÃO:
Tudo precisa ter início, meio e fim. Com o sermão não é diferente.
1. TEMA:
É o assunto que vai ser esboçado e defendido durante toda a mensagem.
Não precisar ser anunciado no início do sermão.
Pode ser exposto no desenrolar da pregação. Portanto, as vezes, é necessária uma boa
introdução para a exposição do tema.
2. INTRODUÇÃO:
Deve despertar a atenção e simpatia dos ouvintes, mostrando a relação entre o texto e suas
próprias vidas.
Deve responder à pergunta que estará na mente dos ouvintes:
O que este texto tem a ver com a minha vida, para que eu preste atenção nesta mensagem?
2.1. Importância da introdução:
a) Desperta a atenção.
b) Ganha a simpatia.
2.2. Características de uma boa introdução:
a) É interessante.
b) É clara e simples.
c) É breve e direta.
d) Conduz à "proposição".
2.3. Erros a se evitar na introdução:
a) Nunca comece se desculpando.
b) Não prometa uma grande mensagem.
c) Não tente ganhar a simpatia com piadas.
e) Não sobrecarregue com muitas informações.
f) Não antecipe algum ponto que será dito mais tarde, no desenvolvimento.
g) Procure não alongar-se.
3. PROPOSIÇÃO (Tese, Ideia Central):
Em sua elaboração deve responder à esta pergunta: Qual a finalidade desta mensagem?
A resposta é a proposição, que deve caber numa única frase. Deve gerar uma “AÇÃO”.
A proposição pode ser:
o Uma necessidade que será satisfeita.
o Um problema que será solucionado.
o Uma verdade que será provada.
o Um questionamento que será respondido.
4. DESENVOLVIMENTO (Divisões, Corpo):
Visa comprovar a tese apresentada na proposição.
É organizado em pontos, também chamados de divisões.
Deve responder à pergunta que estará na mente dos ouvintes:
Onde a Bíblia comprova ou soluciona a proposição apresentada?

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4.1. Importância do desenvolvimento:
a) Visa solucionar a proposição.
b) Cria uma sequência lógica para assimilação da verdade.
4.2. Características de um bom desenvolvimento:
a) É organizado em pontos (Geralmente com algarismos romanos: I, II, III).
b) Todos os pontos originam-se da proposição.
c) Os pontos podem dividir-se em subpontos (Geralmente numerados assim: 1.1, 1.2).
d) Todos os pontos e subpontos baseiam-se na Bíblia.
e) Cada ponto deve ser uma frase curta e clara.
f) Se houver pontos positivos e negativos, os negativos devem vir primeiro.
g) Os pontos mais fracos vêm antes dos mais fortes.
5. CONCLUSÃO:
Visa principalmente convencer os ouvintes a tomar uma decisão favorável à mensagem.
Deve responder à pergunta que estará na mente dos ouvintes: Por que eu mudaria a minha
forma de pensar ou agir?
5.1. Importância da conclusão:
a) Mostra que a mensagem atingiu seu objetivo.
b) Leva os ouvintes à tomar uma atitude
5.2. Características de uma boa conclusão:
a) Encerra o assunto.
b) Reforça a aplicação da mensagem.
c) Enfatiza o positivo e não o negativo, as bênçãos e não as maldições.
d) Incentiva o ouvinte a tomar a decisão certa.
e) Fala de forma direta e pessoal.
f) É simples e objetiva.
g) É, geralmente, breve.
h) Procura alcançar todos os grupos presentes.
5.3. Erros a se evitar na conclusão:
a) Explicar os pontos novamente (eles podem ser relembrados, e não explicados de novo).
b) Incluir novas ideias.
c) Prometer bênçãos irreais.
d) Concluir friamente.
e) Terminar abruptamente.
f) Dizer algo engraçado (isto pode ser útil no desenvolvimento, jamais na conclusão).
g) Alongar-se.
5.4. Elementos que podem ser usados na conclusão:
a) Recapitulação resumida dos pontos.
b) Uma breve ilustração.
“Com a introdução atraímos a atenção do ouvinte, na proposição apresentamos uma verdade bíblica,
no desenvolvimento esmiuçamos esta verdade e na conclusão incentivamos o ouvinte a tomar a
atitude certa”.
III. TIPOS DE SERMÃO:
1. SERMÃO TEMÁTICO:
É aquele cujas divisões principais derivam de um tema, independente do texto bíblico.
Não quer dizer que o tema não seja bíblico, mas sim que o sermão gira em torno do tema e
não de uma passagem específica. Porém para que o sermão temático seja bíblico, o tema deve ser
extraído da Bíblia.
Um tema, por exemplo, poderia ser a FÉ.

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O sermão, então não se basearia em apenas um texto bíblico, mas em diversos versículos da
Bíblia, pois a palavra fé se prolifera por toda a Escritura.
O sermão baseado neste tema poderia expor: A fé dos patriarcas; dos mártires, dos apóstolos
e assim por diante.
1.1. EXEMPLO DO SERMÃO TEMÁTICO:
TEMA: O PODER DE DEUS (Hb 7:25, Jd 24, Hb 2:18, Ef 3:20)
o Deus é ser poderoso.
o A capacidade de Deus não tem limites.
o Deus pode fazer tudo o que deseja por que para Ele nada é impossível.
DESENVOLVIMENTO:
Quais são as obras poderosas que Deus pode fazer?
Vamos examinar 04 dessas obras:
1.1. DEUS PODE SALVAR (Hb 7:25):
a) Porque Jesus é o Fiador.
b) Porque Jesus é Sacerdote Eterno.
Qual a segunda obra poderosa que Deus pode fazer?
1.2. DEUS PODE GUARDAR (Jd 24):
a) Porque Deus é Poderoso.
b) Porque Deus é Salvador.
Qual a terceira obra poderosa?
1.3. DEUS PODE SOCORRER (Hb 2:18)
a) Porque Jesus também sofreu.
b) Porque Jesus também é Poderoso.
Qual a quarta obra poderosa?
1.4. DEUS PODE FAZER ALÉM DO QUE PEDIMOS (Ef 3:20):
a) Porque Deus é infinitamente Poderoso.
b) Porque o seu poder opera em nós.
CONCLUSÃO:
1. Para salvar.
2. Guardar o salvo eternamente.
3. Socorrê-lo em suas necessidades.
4. Operar em seu favor com muita graça.
2. SERMÃO TEXTUAL:
É aquele cujas divisões principais derivam de um texto bíblico, constituído de uma porção mais
ou menos breve das Escrituras.
O tema é extraído do próprio texto, e por isso o esboço das divisões deve manter-se
estritamente dentro dos limites do texto.
2.1. CARACTERÍSTICAS DO SERMÃO TEXTUAL:
Deve girar em torno de uma única ideia principal da passagem, e as divisões principais devem
desenvolver essa ideia.
As divisões podem consistir em verdades sugeridas pelo texto.
As divisões devem, preferencialmente e quando possível, vir em sequência lógica e
cronológica.
As próprias palavras do texto podem formar as divisões principais do sermão desde que elas
se refiram à ideia principal.
2.2. EXEMPLO DO SERMÃO TEXTUAL:
TEXTO-BASE: Jo 14:6
INTRODUÇÃO:

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1. Dizem que há muitos caminhos para Deus.
2. A Bíblia diz que há caminhos que são caminhos de morte.
o Só há um caminho que conduz a Deus.
o Qual é o único Caminho para Deus?
o A Bíblia enfoca com clareza qual é o Caminho
DESENVOLVIMENTO:
1. JESUS É O CAMINHO:
1.1. Jesus não é “um” caminho.
1.2. Jesus é “o Caminho”.
A Bíblia também enfoca quem é a Verdade.
2. JESUS É A VERDADE:
2.1. Se Ele é a Verdade, podemos confiar.
2.2. Há muitas mentiras, mas uma Única Verdade.
A Bíblia também informa quem é a Vida verdade.
3. JESUS É A VIDA:
3.1. Jesus pode nos dar a vida eterna.
3.2. Jesus é o Autor da vida (At 3:15).
Só Jesus pode nos levar a Deus. Não há outro Caminho.
CONCLUSÃO:
1. Jesus é o Caminho.
2. Jesus é a Verdade.
3. Jesus é a Vida.
3. SERMÃO EXPOSITIVO:
É aquele cujas divisões principais se derivam do texto, e consistem em ideais progressivas que
giram em torno de uma ideia principal.
O sermão expositivo, assim como o sermão temático e o textual, gira em torno de um tema,
mas na mensagem expositiva o tema é extraído de vários versículos em vez de um único.
Por isso mesmo os vários versículos de uma das passagens que dão origem ao tema Único do
sermão devem ser uma unidade expositiva.
O sermão expositivo se baseia em uma porção extensa das Escrituras. Podem ser alguns
versículos ou um capítulo inteiro, até mesmo um livro.
3.1. DIFERENÇAS ENTRE O SERMÃO EXPOSITIVO E O TEXTUAL:
No sermão textual as divisões principais oriundas do texto são usadas como uma linha de
sugestão, isto é, indicam a tendência do pensamento a ser seguido no sermão, permitindo ao pregador
extrair as subdivisões ou ideais de qualquer parte das Escrituras.
Já no sermão expositivo o pregador é forçado a extrair todas as subdivisões e, é claro as
divisões principais da própria passagem que pretende explicar ou expor.
3.2. EXEMPLO DE SERMÃO EXPOSITIVO:
TEXTO-BASE: Mateus 14:14-21
1. O caráter humano de Jesus.
2. Sua conduta perante os homens.
o Todo crente deve procurar possuir o caráter Jesus Cristo em sua conduta
o Quais aspectos revelam o caráter de Jesus?
03 aspectos do caráter de Jesus:
a) A COMPAIXÃO DE JESUS:
o Demonstrada em seu interesse pela multidão (Vs. 14).
o Demonstrada em seu serviço à multidão (Vs. 14).
b) A TERNURA DE JESUS:

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o Demonstrada em sua resposta graciosa aos discípulos (v.15.16).
o Demonstrada em seu trato paciente com os discípulos (v.17, 1.8).
c) O PODER DE JESUS:
o Manifesto na alimentação da multidão (Vs. 19-21)
Devemos alimentar os famintos com a pão da Palavra de Deus.
o Exercido mediante o serviço dos discípulos (Vs. 14-21).
CONCLUSÃO:
o Devemos possuir o caráter de Jesus:
o Como Jesus, devemos ser compassivos em nosso caráter.
o Como Jesus, devemos ser ternos em nosso caráter.
o Devemos usar o poder que o Pai nos deu para levar a sua palavra aos perdidos.
IMPORTANTE:
O sermão expositivo é considerado, pelos pregadores mais proeminentes o melhor tipo de
sermão.
Ele possui uma série de vantagens sobre os outros tipos.
Uma dessas vantagens é que, justamente por se basear em uma porção extensa das
Escrituras, é possível obter diversas aplicações de um mesmo texto.
O QUE É APELO?
É o processo de requerer do auditório uma resposta positiva acerca do que foi explanado.
É uma invocação feita aos ouvintes para que recebam os ensinamentos expostos na pregação.
Deve ser enfatizado que a própria pregação já em si um apelo. O verdadeiro apelo é feito pelo
Espírito Santo.
Ele chama e invoca os homens para que ouçam a sua Palavra, e quando estes se voltam para
ela, demonstram sua fé nas palavras que ouviram.
As Escrituras afirmam que a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus (Rm 10:17), portanto a
exposição da palavra é o apelo que o Espírito Santo dirige aos homens para que ouçam, creiam e a
recebam a palavra em seu coração.
Isto não impede, entretanto que se façam apelos à plateia de forma visual, por meio de um
levantar de braço ou solicitando ao ouvinte que vá à frente da congregação.
Deve-se, no entanto, entender que esses fatos não se constituem na concretização do apelo,
e, portanto, deve este tipo de apelo ser usado com moderação.

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