Texto: 1 Jo 1.

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A religião é o campo que mais produz histórias verdadeiras por meio de
fantasias! Não existe área do conhecimento humano que possua tantas histórias
fantasiosas tidas como verdades históricas do que a religião! Todas as religiões
tem suas histórias e todas alegam que elas são verdadeiras! Todas alegam ter o
poder de fazer o que é peculiar da religião: religar o homem com Deus!

Os muçulmanos alegam ter comunhão com Deus (que é Alá). Os judeus

alegam ter comunhão com Deus (que é Javé). Os mórmons alegam ter
comunhão com Deus. As testemunhas de Jeová alegam ter comunhão com
Deus. Os católicos alegam ter comunhão com Deus. Os proto-gnósticos da
época do apóstolo João alegavam ter comunhão com Deus! Todas as religiões
que acreditam em alguma divindade alegam ser o meio pelo qual o homem
pode ter acesso a essa divindade.

E nessas muitas de vozes alegando serem a verdade a respeito sobre

Deus a pergunta que sempre é feita é a seguinte: quem está dizendo a verdade?
Ou: Será que existe uma verdade sobre isso? Quem sabe há várias verdades?
Quem sabe todas as religiões, no fim das contas, levam o homem a Deus? Ou
quem sabe nenhuma delas levam o homem a coisa alguma e a religião, na
verdade, é um produto da mente humana? Várias pessoas já tomaram vários
caminhos diante dessa dúvida! E muitos perderam suas almas! Perderam suas
almas porque ou se entregaram a uma falsa religião ou se tornaram agnósticas
ou mesmo ateias!

Bem, diante disso, talvez alguém poderia argumentar: “Mas você como
cristão, deveria saber que a Bíblia também está cheia de fantasias que são
tomadas como fatos históricos.” A minha resposta a isso seria: “Bem, e você
deveria saber que você é bem ignorante nesse assunto, não! Isso porque, não
há religião no mundo que contenha mais evidencias históricas confiáveis do que
a religião cristã! Definitivamente não há!”

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 Irmãos, o meu sermão não vai lidar com todas as evidências que
apontam para a confiabilidade do cristianismo bíblico, mas com uma evidência
apenas: o testemunho ocular daqueles que viveram com Jesus de Nazaré! E nós
trataremos do testemunho de um homem apenas: O apóstolo João!

Como nós dissemos na pregação passada, nesta primeira carta, João

está alertando igrejas que estavam sendo influenciadas por um tipo inicial de
gnosticismo que misturado com a fé cristã, anunciava um outro Jesus e,
consequentemente, ensinava uma prática cristã totalmente estranha ao
ensinamento de Cristo e seus apóstolos. E sem qualquer saudação, sem
qualquer apresentação, João parte para sua argumentação, baseando,
primeiramente, no seu testemunho ocular! Vejam como o seu relato está
repleto do uso dos sentidos: João, assim como os outros apóstolos, ouviu, viu,
contemplou e até mesmo tocou a Palavra de Vida (v.1). O objetivo destas
palavras é trazer confiança, veracidade, confiabilidade!

Nós sabemos que o testemunho de uma pessoa que viu e ouviu alguma
coisa é algo importante, não é? Por exemplo, quando um crime acontece, o
testemunho daqueles que viram e ouviram alguma coisa é muito importante!

O próprio João, juntamente com Pedro, justificou diante das

autoridades judaicas que ele continuaria a pregar o evangelho mesmo sob
ameaça de prisão dando esse testemunho: “pois nós não podemos deixar de
falar das coisas que vimos e ouvimos”(At4.20). Ou seja, eles testemunharam
palavras e atos de Jesus que eles não podiam deixar de falar! E esse testemunho
era autêntico!

Agora, João não se contenta em mencionar apenas o fato que ele viu e
ouviu (o que já era suficiente!), mas ele diz que ele tocou! E isso faz do seu
testemunho algo indestrutível! Ele viu, ouviu e tocou aquele que os gnósticos
diziam que não tinha corpo humano! João tocou naquele que os gnósticos
diziam que veio apenas “em aparência” humana, mas não em carne humana!

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 Falando dessa forma, João desmascara esses homens dizendo que ele e
muitos outros tocaram aquele que é o Verbo da Vida e que, como o próprio
nome diz, existia antes de haver qualquer vida fora deles! Jesus é o Verbo da
Vida porque toda vida vem dele! E ele é antes de toda vida que existe fora dele!

Agora, como João e os outros conseguiram ver, ouvir e tocar no Verbo

da Vida? Será que eles foram arrebatados ao céu e lá tiveram a oportunidade de
testemunharem estas coisas? Talvez não ao céu, mas quem sabe eles foram
levados a algum lugar especial e tiveram essa oportunidade? Não!

O Verbo da vida não levou os seus apóstolos ao céu, se apresentou

diante deles, falou palavras diante deles e depois lhes disse: “Agora desçam e
contem o que viram e ouviram!” Não, não foi assim! É verdade que, se fosse
assim, já teria seria algo espetacular. Mas algo muito mais inacreditável
aconteceu! O Verbo da vida, o doador de toda a vida, o Ser que transcende o
tempo e espaço, desceu dos céus, entrou no tempo e no espaço e se
manifestou aos seus! (v.2)

Esse verso 2 nos traz a memória o verso 14 do capítulo 1 do Evangelho

do autor dessa carta que diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio
de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.

Eu preciso alertar vocês de algo nesta carta antes que vocês concluam
algo errado. Enquanto vocês estiverem lendo a carta, vocês terão a impressão
que João fica repetindo vez após vez o seu argumento e talvez isso possa
parecer cansativo e você possa até achar desnecessário. Mas, vejam, todas as
suas repetições possuem uma progressão! Ou seja, João não apenas repete, ele
repete e avança o seu argumento! É por isso que muitos dizem que o
argumento do apóstolo é como uma espiral.

O que é uma espiral? Uma espiral é um círculo que quando você pensa
que ele vai atingir o mesmo lugar de origem ele avança aquele lugar, não é?
Essa é a forma que João escreve sua carta!
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 Por exemplo, como esse avanço acontece aqui? Vejam, no verso 1, ele
diz que os apóstolos ouviram, viram e tocaram o Verbo da Vida. Agora, no verso
2, ele repete dizendo que eles viram e ele avança o argumento dizendo que eles
dão testemunho e anunciam o que lhes foi manifestado! Percebem isso?

João não apenas repetiu no verso 2 que ele viu e ouviu! Ele viu, ouviu e
agora avança o seu argumento dizendo que ele testemunha e anuncia as coisas
que viu e ouviu!

Essa era a missão dos apóstolos: testemunhar tudo o que eles viram e
ouviram! O próprio Jesus disse a eles: “mas recebereis poder ao descer sobre
vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...” (At1.8). No final do
Evangelho de Lucas, Jesus diz aos seus discípulos: “Assim está escrito que o
Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em
seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as
nações, começando de Jerusalém. Vóis sois testemunhas destas coisas!”
(Lc24.46-48).

Irmãos, os apóstolos são as testemunhas autorizadas de Jesus Cristo

para testemunhar a vinda do Messias prometido ao mundo, a vida perfeita que
Ele viveu, a morte horrenda que Ele sofreu e a ressurreição gloriosa que Ele
demonstrou! E a mensagem apostólica é exatamente esse testemunho ocular,
pessoal, de todas essas coisas! Eles, que foram testemunhas disso, que viram
pessoalmente essas coisas, deveriam testemunhar delas perante outras
pessoas, levando-as a arrepender-se dos seus pecados e a crerem no Messias,
fazendo isso começando por Jerusalém, mas se espalhando por todo o resto do
mundo!

É esse testemunho que faz do cristianismo bíblico a única religião

verdadeira dentre todas as outras religiões! A nossa fé não está fundamentada
em uma história presenciada por uma meia dúzia de pessoas!

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 Só no evento da ressurreição, Paulo diz que mais de 500 irmãos
testemunharam pessoalmente Jesus ressuscitado! A nossa fé tem como firme
fundamento o testemunho verdadeiro daqueles que viram, ouviram e tocaram
a vida eterna manifestada entre eles: o nosso Senhor Jesus Cristo!

Vejam a forma como Pedro fala da superioridade da fé cristã por causa

desse testemunho ocular. Vamos a 2Pe1.16-18.

Pedro diz que o conhecimento da vinda e do poder de Cristo não se deu

por meio de fantasias! A história de Jesus não foi inventada por eles! A história
de Jesus foi testemunhada por eles! Eles foram testemunhas oculares da
majestade de Jesus! Pedro presenciou a transfiguração de Jesus no monte (que
ele aqui chama de “santo”) onde o rosto do Senhor resplandecia como o Sol e
as suas vestes se tornaram brancas com a luz. E ele testemunhou o
aparecimento de Moisés e Elias naquele evento! Irmãos, isso não foi invenção
de Pedro! Ele viu e ouviu tudo isso! Ele foi testemunha ocular destas coisas!

O cristianismo não está fundamentado nos Pais da Igreja, nem nos

Reformadores, nem nos Puritanos, nem na Igreja Católica, nem no Papa, nem
em qualquer outra coisa que não seja o testemunho apostólico daqueles que
presenciaram a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo! O testemunho
apostólico é o fundamento da Igreja de Cristo! E esse fundamento está somente
nas Sagradas Escrituras!

Agora, voltando-nos a 1 João, o apóstolo diz que esse testemunho e

anúncio é da vida eterna (v.2). Ou seja, o testemunho daquilo que eles viram e
ouviram era o anúncio da vida eterna! De forma que, se alguém cresse no
testemunho deles, ele teria a vida eterna, e se não cressem, teriam a
condenação eterna!

Vejam a veracidade destas palavras no Evangelho de Mateus 10.14-15.

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 Irmãos, rejeitar o testemunho apostólico é rejeitar a vida eterna! E isso
traz uma condenação pior do que aquela que está reservada para Sodoma e
Gomorra, porque eles não tiveram essa oportunidade! Os que tiveram essa
oportunidade e rejeitaram, trouxeram sobre suas cabeças uma terrível
condenação! Rejeitaram o testemunho apostólico da vida eterna, de Jesus
Cristo!

No entanto, receber o testemunho apostólico é receber a vida eterna!

Esta pessoa ouviu o testemunho da vida eterna, creu no testemunho da vida
eterna e recebeu a vida eterna! Mas não somente isso: essa pessoa agora tem
comunhão com Deus. Nesse mesmo capítulo do livro de Mateus, Jesus diz assim
aos seus discípulos: “Quem vos recebe a mim me recebe, e quem me recebe,
recebe aquele que me enviou” (Mt10.40)

Ou seja, quem recebe o testemunho apostólico, recebe Jesus Cristo. E

receber Jesus Cristo é receber o Pai. E esse é o próximo assunto de João na sua
carta (v.3).

João quer que aquelas igrejas abandonem as ideias destes grupos pré-
gnósticos e creiam no testemunho daqueles que viram e ouviram Jesus Cristo
para que, desta forma, eles tenham comunhão com os apóstolos!

E antes que alguém pense que ter comunhão com os apóstolos é algo
de pouca importância, João diz que a comunhão deles é com o Pai e com o
Filho, Jesus. E, é óbvio que o ponto aqui é o seguinte: se vocês não receberem o
nosso testemunho, vocês não têm comunhão conosco e, desta forma, vocês não
tem comunhão com o Pai e com Jesus Cristo! Esse é o argumento de João aqui!

Irmãos, vocês conseguem perceber como o testemunho apostólico é

essencial para a fé cristã? Não pode haver comunhão com Deus sem crer nesse
testemunho! E isso nos apresenta o primeiro teste da carta de João: Se você crê
naquilo que os apóstolos viram e ouviram, você tem comunhão com Deus. Mas
se você não crê nesse testemunho, você não tem essa comunhão.
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 Esse teste nos leva a outras aplicações:

Se é o testemunho dos apóstolos registrado nas Escrituras que nos

conduz à comunhão com Deus, nós temos que aprender a rejeitar com
veemência qualquer ensino fantasioso que se apresenta como fato histórico e
como verdade divina! E eu não estou me referindo apenas a religiões não
cristãs! Nós temos ramos dentro do próprio cristianismo que ensinam fábulas
com o peso de um relato histórico e com aprovação divina!

Se vocês lerem a história das placas de ouro que supostamente deram

origem ao Livro de Mórmon, vocês verão como aquilo é uma tremenda fantasia!
A história (eu poderia chamar de ‘estória’) se encaixa perfeitamente nas
palavras de Pedro: é uma fábula engenhosamente inventada!

Vejam como a Igreja Católica é repleta de histórias fantasiosas ligadas

aos seus santos! A história da Senhora Aparecida já foi confirmada ser uma
completa fábula! Uma história inventada! E assim é com a grande maioria dos
milagres que a Igreja Católica alega ter acontecido por intermédio dos seus
santos! Muitos foram milagres ilusórios e porque não dizer: falsos!

Irmãos, essas e outras histórias devem ser rejeitadas com força por
todos nós porque elas afastam as pessoas do único testemunho digno de total
confiança e que conduz à vida eterna: o testemunho apostólico presente nas
Escrituras sobre Jesus Cristo! Esse é o testemunho da vida eterna que conduz à
vida eterna!

Outra coisa que devemos nos opor é a todo aquele que nos obriga a
crer que ele viu a Jesus, que viu o inferno, que viu o céu, que tocou Jesus, que
conversou com o Espírito Santo, etc, etc, etc... Há pessoas que não se
contentam apenas em contar as suas experiências espirituais. Eles contam
esperando que você creia cegamente no que elas dizem! E ai de você se
apresentar uma dúvida sequer sobre o relato delas! Você pode ser tachado de
incrédulo se fazer isso!
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 Irmãos, isso é simplesmente absurdo da parte destas pessoas! Elas
querem se colocar no lugar dos apóstolos! Nós, cristãos que creem na Bíblia
como a única regra de fé e prática, não somos obrigados a crer em nenhuma
experiência que não seja aquela ligada ao testemunho apostólico! Eu sou
obrigado a crer em um único tipo de testemunho: o testemunho ligado àqueles
que viram e ouviram pessoalmente a Jesus Cristo! A minha vida eterna depende
é desse testemunho e não das experiencias pessoais de quem quer que seja!
Portanto, rejeite qualquer pessoa que lhe obriga a crer nas suas supostas
experiências espirituais!

Outra aplicação importante é que a doutrina apostólica é a base para a

verdadeira comunhão! Meus irmãos, infelizmente nós ainda ouvimos pessoas
insistirem com a ideia que doutrina e teologia levam à divisão dos crentes! E
pessoas que pensam assim tem buscado a união dos vários ramos do
cristianismo sem se importarem em como eles recebem o testemunho
apostólico! João diz que se alguém não crê no testemunho dos apóstolos esse
tal não tem a vida eterna, não tem comunhão com Deus, não tem comunhão
com o Filho e, portanto, não deveria ter comunhão com a Igreja de Cristo! A
comunhão a todo custo, sacrificando as verdades históricas do Evangelho, é
algo mortífero para a fé cristã!

Mas o testemunho apostólico não é a base apenas da verdadeira

comunhão. Ele é a base para a verdadeira alegria! (v.4) Irmãos, se vocês creem
naquilo que os apóstolos viram e ouviram, vocês têm comunhão com Deus e
vocês possuem a verdadeira alegria! Alegria que vence as maiores tribulações e
desgraças! E além de vocês obterem a alegria, vocês se tornam a alegria de
outros! A sua comunhão com Deus é a alegria de outros que também tem
comunhão com Deus! Essa é a alegria completa: Os irmãos, unidos e alegres,
louvando ao Senhor na Igreja de Cristo! Que possamos permanecer firmes no
testemunho apostólico e que a nossa alegria esteja na comunhão com Deus e
com os nossos irmãos!
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