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RESUMO

O projeto “Escola 100% Reciclável” visa o desenvolvimento, em primeiro momento, em uma


determinada escola da rede municipal de Pinhais, de um programa de gerenciamento de
resíduos no qual, todo o lixo produzido na escola tenha um destino adequado. O projeto propõe
trabalhar com ações de educação ambiental procurando conscientizar alunos e funcionários
sobre a importância dos 5R’s da Educação Ambiental: Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e
Reciclar. O projeto chama os alunos e demais servidores à conscientização e ações práticas de
reciclagem que possibilitem a redução do impacto do lixo sobre os aterros sanitários. E para
tanto, é imprescindível que eles saibam o significado dos 5 R’s , ou seja, passem a repensar
hábitos de consumo e descarte, reduzir o consumo de produtos, rejeitar ou evitar o consumo de
produtos que prejudiquem a saúde e o meio ambiente, reutilizar produtos aumentando a vida útil
deste e, ao mesmo tempo evitando a extração de matéria prima para produção de novos
produtos e encaminhando à reciclagem o que restar. O objetivo principal é despertar o interesse
dos alunos, do corpo docente e demais servidores sobre a importância da reciclagem de
resíduos sólidos para o meio ambiente e, gradativamente nas famílias dos alunos, o interesse
pela preservação do meio ambiente a fim de que estas se sintam incluídas e também
responsáveis neste sentido.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos; Reciclagem; Meio Ambiente

1 INTRODUÇÃO
A economia mundial até o século XVII era baseada na agricultura, a partir de então, com o
surgimento da Revolução Industrial no século XVII, na Inglaterra, novas tecnologias foram
empregadas e, alterações na natureza por meio de ações antrópicas se tornaram frequentes.
Desde então, a vida no planeta vem sofrendo com poluições do ar, da água e da terra, pois o
sistema de produção e consumo oferece oportunidade, num primeiro momento, de bem estar
pelo fato de podermos adquirir os bens diversos produzidos pela indústria, em sua imensa
maioria, de curta vida útil. Desta forma, estes produtos são rapidamente descartados e lançados
nos lixões ou então nos aterros sanitários provocando grande desconforto à população além de
atrair animais de todas as espécies quando depositados em lixões a céu aberto.
Mesmo quando depositados em aterros sanitários, mas sem que tenham passado por uma
pré-seleção, causam prejuízos à vida útil destes aterros. Os avanços tecnológicos possibilitam o
acesso de indivíduos de diversas classes sociais a bens de consumo, mas ao mesmo tempo, a
degradação ambiental acelera. Em decorrência da produção e do consumo, a necessidade de
mitigar os impactos ambientais se fez necessária ocasionando surgimento de organizações,
movimentos e grupos no mundo inteiro com o objetivo de preservar a vida útil do planeta. A
sustentabilidade fundamenta os assuntos e questões ambientais discutidas atualmente nas
conferencias e tratados internamente e externamente por significativo número de países
gerando inúmeros tratados neste sentido; porém sem avanços importantes em relação a
conscientização sobre a exploração dos recursos “disponíveis” na natureza.
Diversos projetos de preservação da natureza são disponibilizados, ou por Organizações não
Governamentais (ONGs), ou por Associações de Moradores, ou por entidades religiosas, ou
mesmo por grupos voluntários em comunidades e em escolas.
Neste trabalho, será comentado sobre o projeto “Escola 100% Reciclável”, de autoria e
coordenação do professor e biólogo Valdo Melo que visa desenvolver, neste primeiro momento,
em uma escola da rede municipal de Pinhais, um programa de gerenciamento de resíduos, no
qual, todo lixo produzido na escola tenha um destino adequado. O projeto propõe trabalhar com
ações de educação ambiental procurando conscientizar alunos e funcionários sobre a
importância dos 5R’s da Educação Ambiental: Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
Dentro desse contexto, o objetivo principal da implantação do “Projeto Piloto” é a correta
separação do lixo e a reciclagem, colaborando na promoção de atividades de Educação
Ambiental. Em segundo plano, a implantação de áreas de compostagem para aproveitamento
dos resíduos orgânicos gerados nas escolas municipais de Pinhais visando a criação de hortas
nas próprias escolas para utilização na alimentação dos alunos e, consequentemente, promover
o treinamento de servidores para a ampliação do processo em quantidades e tipos de resíduos
e capacitação dos professores e demais servidores para a manutenção e continuidade do
projeto de reciclagem e compostagem;
2 SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A ideia de desenvolvimento e o agravamento ou a percepção do agravamento dos problemas


ambientais ganhou força e expressão principalmente após a Segunda Guerra Mundial. Mas foi
entre 1969 e 1972, com a proliferação de retóricas apocalípticas sobre os desastres ecológicos
mundiais e a possibilidade de destruição do planeta, que essas manifestações tornaram-se
importantes, pois incluíram a questão ambiental no debate global sobre o desenvolvimento
social e econômico. Essa discussão tornou-se um desafio ao qual os pensadores sociais e
políticos e economistas teriam que reagir nas décadas seguintes (RONCAGLIO; JANKE, 2007).
Esse panorama preparou o terreno fértil para que em 1987, com a intensificação da
preocupação mundial sobre as questões ambientais, o conceito de desenvolvimento sustentável
ganhasse contornos mais definidos. O Relatório Nosso Futuro Comum, elaborado nesse ano
pela Comissão Mundial de Meio Ambiente da ONU, define o desenvolvimento sustentável como
“aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as
gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”. Assim, um desenvolvimento de
fato sustentável pressupõe a adoção de um modelo de produção e consumo que cause menos
devastação, de forma que seja mantido um estoque de recursos para as gerações futuras
mesmo se usufruído por todos os habitantes atuais do planeta (RONCAGLIO; JANKE, 2007).
Antes mesmo dessa definição, alguns autores já descreviam essa necessidade de satisfação
aos 3 pilares: econômico, social e ambiental. Segundo, Sachs (1986), para as sociedades
alcançarem o desenvolvimento de modo ecologicamente satisfatório é necessário levar em
consideração seis aspectos: a satisfação das necessidades básicas das pessoas; a
solidariedade com as gerações futuras; a participação da população envolvida nas decisões; a
preservação dos recursos naturais e do meio ambiente; a elaboração de um sistema social que
garanta emprego, segurança social e respeito à diversidade cultural; o estabelecimento de
programas de educação.
Conforme elencado nesses seis aspectos, programas de educação devem ser desenvolvidos,
pensando em estratégias que contribuam para um futuro em que toda a sociedade ainda possa
usufruir dos recursos naturais não renováveis, e reaproveitar embalagens de produtos de
material reciclável, daí a importância em desenvolver programas que possam sensibilizar os
alunos desde as séries iniciais. Segundo Nicolescu (1999, p. 162), “uma educação autêntica não
pode privilegiar a abstração no conhecimento. Ela deve ensinar a contextualizar, concretizar e
globalizar. A educação transdisciplinar reavalia o papel da intuição, do imaginário, da
sensibilidade e do corpo na transmissão dos conhecimentos”.
2.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

Segundo a Política Nacional de Educação Ambiental, artigo 1º, entende-se por Educação
Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para o meio ambiente,
bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
A Educação Ambiental (EA) vem firmando seu importante papel na formação do indivíduo,
contribuindo para o exercício de sua cidadania. No entanto, Roncaglio e Janke (2007) colocam
que Educação Ambiental e Educação representam, epistemologicamente, a mesma ação:
educar. Em suma, corresponde:
Aos processos de transmissão/assimilação de conhecimento, valores, condutas e práticas
produzidos historicamente, necessários à compreensão das estruturas individuais e coletivas,
sem as quais o ser humano jamais se produziria como tal. Educar é possibilitar a apreensão
fundamental para a construção histórica humana em cada indivíduo. (RONCAGLIO; JANKE,
2007, p. 38)
Por isso, coloca Segura (2001), a educação ambiental representa um instrumento fundamental
para uma possível alteração do modelo de degradação ambiental vigente. As práticas
educativas relacionadas à questão podem assumir função transformadora, o que faz os
indivíduos, depois de conscientizados, se tornarem em objetos essenciais para a promoção do
desenvolvimento sustentável.
A preservação da natureza é de fundamental importância para a melhoria da qualidade de vida
e saúde dos indivíduos e preservação dos “recursos” naturais existentes no planeta. Segundo
Segura (2001, p.165): “Quando falamos em preservação, também falamos em educação
ambiental o que nos faz refletir sobre o meio ambiente, ou seja, que além do meio ambiente
físico (ar, a terra, a água, o solo) é também o ambiente em que vivemos (nossa casa, bairro,
escola, cidade)”. A conscientização sobre nossos direitos e obrigações em relação ao meio
ambiente, adquirimos através da educação ambiental e assim aprendemos a respeitar o
ambiente. Os professores repassam conhecimento e conscientização aos alunos sobre a
necessidade de preservar a natureza para uma melhor qualidade de vida a nós e a nossos
descentes. A sustentabilidade é a palavra chave. É preciso trabalhar e aprofundar cada vez
mais este tema no cotidiano escolar de forma transdisciplinar a fim de despertar o interesse e a
responsabilidade a todos os alunos a preocupação quanto à preservação do meio ambiente,
pois as crianças fomentam aos seus familiares e amigos o que aprendem.
Desta forma, fica evidente a importância de se conscientizar os cidadãos para que atuem de
maneira responsável e mantenham o ambiente saudável no presente, para que no futuro saibam
exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a sua comunidade, o que modificará suas
relações com o ambiente tanto interiormente, como pessoa quanto como ser coletivo (REIS;
SÊMEDO; GOMES, 2012).
Assim, parte-se do pressuposto que a EA não pode ser concebida apenas como um conteúdo
escolar, pois implica uma tomada de consciência de uma complexa rede de fatores políticos,
econômicos, culturais e científicos (CASTRO; BAETA, 2011).
Considerando toda essa importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no
tempo e no espaço, sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na implementação
de atividades que propiciem essa reflexão, pois isso necessita de atividades em sala de aula e
atividades de campo, com ações orientadas em projetos e em processos de participação que
levem à autoconfiança, a atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção
ambiental implementados de modo interdisciplinar (BARROS, 2009).
Penteado (2007) afirma que a escola é um dos locais mais indicados para promover a
conscientização ambiental a partir da conjugação das questões ambientais com as questões
socioculturais. As disciplinas são os recursos didáticos através dos quais os conhecimentos
científicos de que a sociedade já dispõe são colocados ao alcance dos alunos através da
interdisciplinaridade. Sua aplicação tem a extensão de auxiliar na formação dos alunos,
desenvolvendo hábitos e atitudes sadias de conservação e respeito ambiental,
transformando-os em cidadãos conscientes, de maneira que rompe com o ensino tradicional,
pela sua abrangência e incrementa a participação de todos: professores, alunos e a comunidade
(HAMMES; RACHWAL, 2012).
Dias (1992), acredita que Educação Ambiental seja um processo onde as pessoas apreendam
como funciona o ambiente, como dependemos dele, como o afetamos e como promovemos a
sua sustentabilidade. Meirelles e Santos (2005) ainda complementam que a implantação de
projetos de EA dentro das escolas traz um desafio ainda maior que é o de incentivar as pessoas
a se reconhecerem capazes de tomar atitudes ambientalmente corretas, para melhoria da
qualidade de vida e eliminação do consumismo desenfreado.
Segundo Souza et al. (2015) existe atualmente uma preocupação global relacionada com as
consequências da má disposição do lixo e, a cada dia, aumenta a procura de soluções
alternativas e criativas para diminuir o volume de lixo produzido. Será que realmente temos
necessidade de produzir tanto lixo? E quanto ao descarte do mesmo, estamos dando ao lixo que
produzimos uma destinação correta?
Dentro deste contexto, a temática se encaixa perfeitamente dentro de projetos a serem
trabalhados nas escolas. Segundo Reis, Sêmedo e Gomes (2012), a escola é um espaço
privilegiado à formação de cidadãos e ao desenvolvimento de
valores que influenciem na aquisição de atitudes adequadas quanto ao consumo e descarte de
resíduos.
No entanto, segundo A3P (2009) a gestão adequada dos resíduos passa pela adoção da política
dos 5R´s: Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar. Dessa forma deve-se
primeiramente pensar em reduzir o consumo e combater o desperdício para só então destinar o
resíduo gerado corretamente.
A situação do manejo de resíduos sólidos no país é um assunto que tem recebido cada vez
mais atenção por parte das instituições públicas, em
todos os níveis de governo. Os governos federal e estaduais têm aplicado mais recursos e
criado programas e linhas de crédito específicas voltadas
para a gestão adequada dos resíduos (A3P, 2009).
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000), são coletados,
diariamente, cerca de 228.413 toneladas de resíduos sólidos, sendo mais de 50% referente aos
resíduos domiciliares. No que diz respeito à destinação dos resíduos no Brasil, nos últimos
anos, também houve uma significativa melhoria da situação, mas ainda há muito a ser feito.
Nesse sentido, é muito importante adotar mecanismos para destinação adequada dos resíduos
gerados, aproveitando para promover a internalização do conceito dos 5Rs (Repensar, Recusar,
Reduzir, Reutilizar e Reciclar – Tabela 01) nos mais diversos órgãos e instituições, dentre elas
as escolas.
TABELA 1 – OS 5R’s DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
5 R’s

Repensar a necessidade de consumo e os padrões de produção e


Repensar
descarte adotados.

Recusar possibilidades de consumo desnecessário e produtos que


Recusar
gerem impactos ambientais significativos.

Reduzir significa evitar os desperdícios, consumir menos produtos,


Reduzir preferindo aqueles que ofereçam menor potencial de geração de
resíduos e tenham maior durabilidade.

Reutilizar é uma forma de evitar que vá para o lixo aquilo que não é lixo
Reutilizar reaproveitando tudo o que estiver em bom estado. É ser criativo,
inovador usando um produto de diferentes maneiras.

Reciclar significa transformar materiais usados em matérias-primas


Reciclar
para outros produtos por meio de processos industriais ou artesanais.

FONTE: A3P (2009)


Fatá (2007) coloca que existe uma gama de ações que se pode fazer para diminuir a quantidade
de lixo produzida. Algumas ações são bem simples e dependem exclusivamente de cada um de
nós; outras são mais complexas, pois além de nos levar a ter conhecimentos científicos e
jurídicos, obriga-nos a uma organização em grupos/equipes/associações de cidadãos. O uso do
consumo sustentável depende da participação de todos.
O mesmo autor ainda ressalta que devemos avançar dentro dessa metodologia dos 5 R’s,
alcançando os 7R’s e um patamar ainda maior que ele chama de desejado, ou seja,
REINVENTAR uma nova maneira de viver (Tabela 2).

TABELA 1 – EVOLUÇÃO DOS R’s

1º MOMENTO 2º MOMENTO 3º MOMENTO


OBSERVAÇÃO
(ONTEM) (HOJE) (AMANHÃ)
3 R’s 5 R’s 7 R’s DESEJADO

O mais importante de tudo:


REINVENTAR uma nova
1- Reduzir
maneira de:
1- Reduzir 2- Reutilizar
1- Reduzir viver,
2- Reutilizar 3- Reaproveitar
2- Reutilizar ou consumir,
3- Reaproveitar 4- Reciclar
Reaproveitar produzir,
4- Reciclar 5- Repensar
3- Reciclar transportar,
5- Repensar 6- Recusar
armazenar
7- Recuperar
e até prestar serviços
financeiros.
FONTE: Fatá (2007)

3 METODOLOGIA
Para a construção do presente artigo foi inicialmente realizada uma revisão de literatura, ou
seja, uma pesquisa bibliográfica. De acordo com Gil (1991, p. 16) “a pesquisa bibliográfica é
elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de
periódicos e atualmente com material disponibilizado na internet”. Essa técnica de pesquisa é
importante, uma vez que segundo Marconi e Lakatos (2009, p. 185): “A pesquisa bibliográfica,
ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de
estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias,
teses (…)”.
Desse modo, a partir das leituras procedidas em diversas obras já publicadas sobre o tema, foi
construído o presente trabalho abordando a importância do desenvolvimento sustentável e da
educação ambiental no âmbito escolar. Essa pesquisa documental serviu para orientar as
diretrizes que serão tomadas na capacitação dos professores e demais servidores para a
manutenção e continuidade do projeto aqui apresentado.
Ainda para o ano de 2015 este projeto, que faz parte de um projeto maior desenvolvido dentro
da Secretaria Municipal de Meio Ambiente será desenvolvido em uma Escola Municipal do
município, utilizando o método analítico descritivo, de natureza quali-quantitativa.
De acordo com Blog do Instituto PHD (2015), a pesquisa qualitativa está mais relacionada em
levantar dados sobre as motivações de um grupo, em compreender e interpretar determinados
comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma população. É exploratória e
pode indicar nuances imprevisíveis sobre uma questão-problema. Já a pesquisa qualitativa
prioriza apontar a frequência e a intensidade dos comportamentos dos indivíduos de um
determinado grupo, ou população. Estas medidas são precisas e podem ser úteis para
decisões mais acertadas. Os meios de coleta de dados são estruturados, e entre eles estão à
entrevista individual e os questionários.
O projeto será desenvolvido em 3 etapas:
1) Estudos Preliminares e Caracterização dos Resíduos
Nessa etapa, o Projeto realizará os estudos necessários e os levantamentos para conhecer os
tipos de resíduos gerados na escola, a quantidade e destinação final de cada tipo de resíduo.
Essa caracterização é imprescindível para poder direcionar o trabalho educativo e verificar quais
as metodologias que devem ser aplicadas nas outras etapas.
Ainda, será observado e mapeado o quantitativo de lixeiras disponíveis, suas localizações e
acessibilidades à elas.
Nesse levantamento, verificar-se-á se a Escola já possui algumas iniciativas ambientais, como
separação de lixo orgânico e reciclável, separação do óleo de cozinha, hortas, compostagem,
entre outras ações.
2) Palestras Educativas e Aplicação de Questionários
A partir do levantamento realizado na primeira etapa, o projeto, seus objetivos e viabilidade
serão apresentados aos diferentes grupos da escola: servidores responsáveis pela preparação
da alimentação dos alunos, aos professores e aos alunos. Visando entender o que é viável e
aplicável para a escola, também será previsto a abertura de espaços para discussões e
sugestões sobre a didática do projeto.
Um questionário será aplicado para coletar informações iniciais sobre o conhecimento da
população alvo sobre o assunto e investigar possíveis ações já realizadas que possam apontar
futuras ações que possam vir a ser implantadas no projeto apresentado.
Será ministrada uma palestra educativa para servidores da escola a fim de expor o plano gestor
de resíduos sólidos que deverá ser construído em parceria auxiliando a escola na sua
implantação.
A seguir, será aplicado um segundo questionário com o objetivo de identificar possíveis
reavaliações e complementações necessárias.
O Projeto será aplicado para capacitação de alunos de 4ª e 5ª séries, abordando ações de
educação ambiental procurando conscientizar alunos e funcionários sobre a importância dos
5R’s da Educação Ambiental: Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar e suas
definições.
3) Implantação do Projeto – Separação Adequada e Destinação dos Resíduos
O resultado esperado com a implantação do Plano de Gestão de Resíduos na escola foca para
que a destinação do lixo seja realizada de forma gradativa e adequada a ponto de alcançar a
excelência na separação do lixo orgânico para compostagem e lixo seco para reciclagem e que
somente os rejeitos sejam destinados ao Aterro Sanitário, o que gera uma economia para o
Município além de colaborar para o equilíbrio ambiental e aumentar a vida útil do aterro
sanitário.
Nas escolas participantes do projeto serão construídas composteiras cercadas com tijolos e piso
de cimento com pequenas aberturas em sua base para descarte do chorume, nas dimensões:
6m comprimento x 2m de largura, 80cm altura.
Os resíduos orgânicos separados corretamente serão destinados a essa composteira para
posterior utilização como adubo orgânico.
4 RESULTADOS ESPERADOS
Desta forma, esse trabalho de educação ambiental deve gerar a conscientização de funcionários
e alunos quanto aos seus valores, atitudes, compromissos e capacidades necessárias para
proteger e melhorar o meio ambiente.
A sensibilização dos profissionais da educação e demais servidores públicos envolvidos no
projeto é de fundamental importância para alcançar o objetivo que é a separação e reciclagem
do lixo gerado na escola, pois uma vez assimilada pelos servidores as características e
quantidades dos resíduos, mais fácil será entender a destinação a ser dada a cada tipo de
resíduo. Pois um dos problemas enfrentados pela população em relação ao descarte de
resíduos, de um modo geral, é o desconhecimento das características do lixo produzido gerando
mistura de lixo orgânico (restos de alimentos) com lixo reciclável, papelão, plásticos,
embalagens de leite, óleo de cozinha. Esta condição não permite ao individuo separar e destinar
de forma adequada o lixo que produz e as consequências deste desconhecimento traz prejuízos
aos aterros sanitários diminuindo sensivelmente o tempo de vida útil destes.
Valdo Melo (2015) toma como base para justificar seu projeto o “Relatório Nosso Futuro
Comum”, elaborado em 1987 pela comissão Mundial de Meio Ambiente da ONU que preconiza
o desenvolvimento sustentável como aquele em que as ações tomadas pelo homem nos dias
atuais deve prever todas as possibilidades para que gerações futuras tenham garantia de
sobrevivência e qualidade de vida de forma digna, ou seja, que atendam de forma concreta suas
necessidades. Isso implica em planejamento e estratégias para sensibilizar os alunos de um
modo geral, ou seja, desde as séries inicias quanto ao reaproveitamento de produtos recicláveis
para que toda a sociedade possa continuar usufruindo dos recursos naturais não renováveis.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais do que o objetivo principal da implantação do “Projeto Piloto” aqui descrito é a correta
separação do lixo e a reciclagem, colaborando na promoção de atividades de Educação
Ambiental. A aplicação desse projeto tem a preocupação de formar indivíduos e cidadãos
conscientes e comprometidos não só com as próprias necessidades e as necessidades dos
outros, mas interessados em reformular essas necessidades, em reconhecer o que de valioso
existe na vida, e na relação com o mundo.
Cidadania consciente significa exercer a responsabilidade de transformação social que
possuímos e, reconhecer essa responsabilidade implica em promover a transformação
socioambiental seguindo e aprimorando os conceitos básicos de Educação Ambiental conforme
percepção e concepção dos indivíduos de determinada comunidade a fim de que estes reflitam,
entendam e descubram a importância e consequências da participação efetiva nos projetos que
envolvam EA para o bem comum.
Nessa perspectiva, a sustentabilidade passa a ser uma obrigação para com as gerações futuras
a partir do momento em que os conhecimentos da EA passam a ser assimilados e intrínsecos às
nossas ações, satisfazendo os 3 pilares: econômico, social e ambiental.
Assim, torna-se de vital importância a implantação de programas de educação ambiental,
contribuindo para um futuro em que toda a sociedade ainda possa usufruir dos recursos naturais
não renováveis, sensibilizando os alunos desde as séries iniciais a praticarem a metodologia
dos 5 R’s, para chegarmos enfim ao REINVENTAR uma nova maneira de viver, consumir,
produzir, transportar, armazenar e até prestar serviços financeiros, reduzindo com isso o
consumismo exacerbado atual de acordo com as nossas reais necessidades.
Finalizando, o projeto aqui apresentado é apenas uma das possíveis iniciativas de se trabalhar a
EA nas escolas e não pode parar por aqui. Mesmo diante das grandes dificuldades e desafios
no Ensino quanto a Educação Ambiental, se faz necessária a articulação de ações educativas,
condições adequadas e capacitações aos educadores para que possam trabalhar temas e
atividades de educação ambiental, de maneira que possibilite a conscientização dos alunos e
desenvolva a criticidade dos mesmos, gerando novos conceitos e valores sobre a natureza,
contribuindo para a preservação do meio ambiente.

REFERÊNCIAS

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http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1998 . Acesso: 06 de julho de 2015.
[1] Bacharel em Ciência Política (Faculdade Internacional de Curitiba – Facinter). Pós-graduado
em MBA em Comunicação Política e Marketing Eleitoral (Universidade Estácio de Sá).
[2] Gestor Ambiental (Faculdades Integradas Camões / PR), Especialista em Biotecnologia
(Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR)), orientador de TCC do Centro
Universitário Internacional Uninter.

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