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VITÓRIA
2019
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RESUMO
ABSTRACT
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Graduando de Engenharia Elétrica da Instituição FAESA.
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Graduando de Engenharia Elétrica da Instituição FAESA.
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Prof. MSc da Instituição FAESA.
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Com o passar dos anos, o ser humano mostrou-se cada vez mais dedicado à busca por
tecnologias que fossem capazes de tornar seu trabalho mais seguro, ágil e eficiente.
Nas últimas décadas, diferentes tecnologias passaram a integrar grande parte de nossa vida
cotidiana. Concomitantemente, com o avanço científico de diversas áreas correlacionadas à
Engenharia e à Computação, a Robótica tem experimentado impressionante velocidade de
crescimento e consolidado conquistas nos mais variados segmentos da indústria, na medicina,
no comércio, em empreendimentos, no meio acadêmico, entre outros. As configurações e
modelos robóticos vão do mais simples ao mais avançado tecnologicamente.
Não obstante, um fato que permeia a realidade atual é a progressiva substituição da mão de
obra humana pela introdução de sistemas robóticos cada vez mais elaborados e dotados de
autonomia e capacidade cognitiva, de tal modo que a participação laborativa do homem já se
encontra em estado de alerta. Isso, sobretudo, quando empregados para a realização de
tarefas repetitivas, que necessitam de grande precisão ou esforço físico, especialmente em
locais remotos, restritos, com baixas condições de segurança ou com risco à saúde do
trabalhador.
Vale ressaltar, portanto, que o desenvolvimento dessa tecnologia é de suma importância para a
indústria e sociedade, uma vez que são capazes de executar com facilidade e agilidade tarefas
complexas e arriscadas para os seres humanos, trazendo maior segurança, custo/benefício e
qualidade para as tarefas a serem executadas.
Contudo, ainda não é possível substituir completamente interações humanas complexas por
dispositivos robóticos. Apesar dos avanços significantes na área de robôs autônomos,
ambientes instáveis e não estruturados continuam sendo um grande desafio para a inteligência
artificial. A cognição humana é frequentemente necessária na tomada de decisões e controle
nessas situações (KOFMAN; VERMA; WU, 2007).
Nesse contexto, segundo Ju et al. (2014), robôs semiautônomos são preferíveis para uma
grande parte das aplicações. Com isso, o interesse na teleoperação de robôs tem crescido
consideravelmente, e já vem sendo utilizada em diversas aplicações, sobretudo industriais e
médicas. Usando teleoperação, por exemplo, um robô pode realizar tarefas perigosas como o
transporte de lixo radioativo (YANG; MA; FU, 2016) ou realizar cirurgias até então complexas
(GARCIA, 2013, p.16).
Além disso, espera-se que, com o protótipo desenvolvido, seja possível tornar mais intuitiva e
didática a utilização da robótica teloperada e que, além disso, o tema ora abordado possa
servir de grande utilidade para estudos e projetos futuros na academia.
Porém, o desenvolvimento de novas tecnologias requer uma rígida validação antes de serem
empregadas nas operações, para certificar sua confiabilidade e segurança sob condições
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Sendo assim, o sistema proposto neste trabalho, apesar de denominado teleoperado, se faz
realizável a partir de uma abordagem preliminar de teleoperação, pois não resolve todos os
problemas de comunicação, independentemente do protocolo utilizado, presentes na operação
remota, assim como não dispõe de mecanismos de sensoriamento e realimentação das
informações visuais, auditivas, táteis presentes no ambiente onde o robô está inserido,
tampouco visa desenvolver interfaces IHM mais eficientes e elaboradas entre o usuário e o
robô.
De acordo com Ribeiro (2013), o custo para aquisição de interfaces mais eficientes entre o
operador e o robô, de softwares de simulação, assim como o de dispositivos para controle
remoto diretamente pelo operador humano, como os dispositivos hápticos, é extremamente
alto, o que torna sua utilização e conhecimento restritos tanto a pequenas empresas,
profissionais autônomos e microempreendedores individuais quanto a instituições de ensino.
Nesse sentido, a utilização de mais de um manipulador, atuando um como mestre e outro
como escravo, se faz uma estratégia mais tangível e viável para viabilizar a teleoperação e
controle/reprodução dos movimentos através da técnica de playback, além de se constituir em
um sistema de baixo custo e complexidade tangível.
2 ASPECTOS TEÓRICOS
Um manipulador robótico pode ser definido como um dispositivo mecânico controlado por
software, cuja finalidade é específica para diversos processos automatizados. Além disso,
manipuladores robóticos podem utilizar sensores para auxiliar na orientação e movimentação
de suas partes em diversas ocasiões preestabelecidas (LOPES, 2002).
Os robôs manipuladores são amplamente utilizados nas indústrias e são capazes de fazer,
dentre outras coisas, soldas perfeitas, repetitivas e rápidas. Podem trabalhar por longos
períodos de tempo sem problema algum, assim, otimizando a produção na indústria (SANTOS,
2002).
Portanto, em sua tradicional definição, um robô industrial é uma máquina versátil, flexível,
programável, reconfigurável, capaz de se auto adaptar ao meio ambiente, criada para facilitar e
tornar seguro os processos industriais nocivos à integridade humana (SANTOS, 2002).
Com o grande avanço da tecnologia, diversos tipos de manipuladores robóticos que permitem
simular o braço humano surgiram para atender os mais variados tipos de processos industriais.
Eles são compostos por juntas, elos e punhos (ABREU, 2002). A Figura 1 ilustra a cadeia
cinemática de um manipulador, destacando os seus elos e as suas juntas.
De acordo com Campbell (2008), o número de articulações, ou juntas que compõe o braço
manipulador, é um dos fatores que podem determinar o grau de liberdade.
Segundo Abreu (2002) o número máximo de graus de liberdade para um robô são 6, sendo
três para posicionamento e três para orientação. Os graus de liberdade estão associados à
capacidade do robô de posicionar o seu elemento terminal no espaço de trabalho.
2.2 TELEOPERAÇÃO
De acordo com Couto (2017), um sistema de teleoperação simples é geralmente composto por
um operador, um manipulador mestre, um controlador mestre, um canal de comunicação, um
controlador escravo, um manipulador escravo e um ambiente, tal como mostrado na Figura 3.
Cuartielles, Tom Igoe, Gianluca Martino e David Mellis com o objetivo inicial de ser uma
ferramenta educacional (TAVARES, 2018).
Atualmente, o Arduino está sendo empregado em diversos projetos, devido ao seu baixo custo
e por disponibilizar todas as funções do microcontrolador ao usuário, dando oportunidade de o
usuário fazer modificações em seu projeto, através das linguagens de programação Wiring, C e
C++, sem que seja necessário o desenvolvimento de um novo hardware (TAVARES, 2018).
Tomamos como exemplo a placa Arduino UNO R3, ilustrada na Figura 4. A placa possui
recursos bem interessantes para prototipagem e projetos mais elaborados (SOUZA, 2013).
O Arduino UNO R3 é uma placa que utiliza o microcontrolador Atmega328. Ele possui 14
(quatorze) pinos na entrada/saída digital, dos quais 6 (seis) desses pinos podem ser usados
como saídas PWM; 6 (seis) entradas analógicas; e um cristal oscilador de 16MHz. Os pinos
deste Arduino operam em 5V e cada pino pode fornecer ou receber uma corrente máxima de
40 mA. Além disso, possui conexão USB, uma entrada de alimentação e um botão de reset.
Enfim, o Arduino contém todos os componentes necessários para suporte ao projeto (SOUZA,
2013).
2.4 BLUETOOTH
O Bluetooth é uma tecnologia que foi criada para ser utilizada a nível mundial, por isso é
manuseada em uma frequência de rádio aberta, aceita em praticamente qualquer local do
planeta (ALECRIM, 2008).
Tal comunicação possui um alcance dividido em três classes, quais sejam: i) potência máxima
de 100mW, alcance de até 100 metros; ii) potência máxima de 2,5mW, alcance de até 10
metros; e iii) potência máxima de 1mW, alcance de até 1 metro. Ressalta-se que dispositivos
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com diferentes alcances podem se comunicar usualmente, bastando respeitar o limite daquele
que possui o menor alcance (ALECRIM, 2008).
O sistema de atuação é composto pelos servomotores, os quais são pequenos motores que
possuem internamente circuito de controle, engrenagens redutoras, mecanismo de
posicionamento por feedback e são extremamente potentes para seu tamanho (MONTEIRO,
2001).
Um servomotor possui 3 entradas, uma de alimentação 5 Volts, outra GND (0V) e a terceira
que é a entrada de controle. Um servomotor é controlado enviando-lhe um sinal PWM (Pulse
Width Modulation), que regula a sua posição angular a partir da largura de pulso (MONTEIRO,
2001).
O sinal de controle é uma onda quadrada (0 a 5V) de frequência igual a 50Hz, mas funciona
também a 60Hz (MONTEIRO, 2001). Uma frequência de 50Hz corresponde a um período de
20 ms. O sinal de PWM a enviar terá de ser sempre o primeiro milissegundo a 5V. A partir daí,
durante o milissegundo seguinte, o tempo que o sinal se mantiver em 5V irá determinar a
posição do servo motor. Ou seja, se imediatamente após o primeiro milissegundo o sinal
passar a ser de 0V, então o servo ir-se-á colocar na posição 0º. Se em vez disso, o sinal for
durante o primeiro milissegundo igual a 5V e se esse valor se mantiver durante o segundo
milissegundo (igual a 5V) então o servo ir-se-á colocar na posição 180º (a posição angular
máxima de servo motor é normalmente de 180º) (MONTEIRO, 2001). Percebe-se, portanto que
o sinal de PWM gerado pelo microcontrolador deve compreender entre a faixa de 1 ms (5% do
ciclo ativo) e 2 ms (10% do ciclo ativo).
3 METODOLOGIA
enviados pelo mestre, denominado mestre (slave), e um meio de comunicação entre ambos
(NIEMEYER et al. 2008).
No caso do presente trabalho, o dispositivo mestre é um próprio robô manipulador que possui a
mesma cadeia cinemática e configuração geométrica que seu escravo; isso para viabilizar o
modo playback de atuação remota e servir como interface visual e realista ao operador.
Cada manipulador tem cinco eixos de movimentação incluindo uma garra em sua extremidade,
a fim de facilitar seus movimentos e, assim, elevar o grau de complexidade e qualidade do
protótipo. Dessa maneira, foi imprescindível determinar o material mais adequado para compor
a estrutura mecânica. A construção da estrutura mecânica dos robôs foi desenvolvida através
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de corte a laser em madeira do tipo MDF de 3mm de espessura, buscando integrar mais
originalidade ao projeto. Observe as peças utilizadas a seguir na Figura 7.
Para viabilizar a comunicação serial, o Arduino dispõe de dois pinos, os pinos digitais 0 e 1,
respectivamente RX e TX, porém notou-se que, ao se utilizar esses pinos para comunicação
entre Arduino e o módulo bluetooth, o dispositivo em questão sofria travamentos, e falhas na
execução do código embarcado. Portanto, optou-se pela utilização da biblioteca
SoftwareSerial, tornando possível a utilização de qualquer outro pino como comunicação serial,
o que favoreceu o funcionamento, tornou o processamento mais eficiente e com menos falhas.
Observa-se a configuração dessa troca de pinos na Figura 9.
3.3 JOYSTICK
Para o controle do manipulador mestre optou-se pelo uso de um joystick wireless, modelo
Playstation®, tornando assim, o controle de fácil manipulação pelo operador. A Figura 10
demonstra a configuração dos botões e suas respectivas funções.
O joystick depende de um receptor de dados para a comunicação. Este, por sua vez, é ligado
diretamente ao Arduino por meio de jumpers de conexão, como representado na Figura 11.
Para a comunicação entre mestre e escravo foi utilizado o protocolo de comunicação bluetooth,
através do módulo HC-05. No protótipo em questão foram utilizados dois destes módulos, um
configurado como mestre e outro como escravo.
O nível de tensão de alimentação do módulo é 5V, porém seus pinos de comunicação serial
têm nível de tensão máxima de 3,3V. Portanto, foi necessário a criação de um divisor de
tensão no pino de dados RXD para assegurar o nível de tensão adequado ao módulo, como se
percebe na figura 12.
Para a definição da especificação dos servomotores utilizados, foi necessário saber onde era
exigido o torque máximo do braço. Como pode ser observado na figura 13, o braço está na
posição onde se exige o maior torque em todo o sistema, que é aplicado no eixo do servo da
base móvel (Ponto A).
Todo o peso à direita do ponto A é compreendido pelo peso de dois servos MG995 e pelo peso
de dois servos 9G SG90, além do peso da garra, parafusos e espaçadores metálicos. De
posse desses dados, pôde-se calcular o torque máximo, Tmáx, e a força máxima, Fmáx,
suportados.
Dados:
Peso fornecido pelo fabricante:
Fmáx = 3,7N
Visando obter um sistema robusto, capaz de executar movimentos precisos e rápidos, optou-se
pela utilização de dois servos MG995 no ponto A. Estes juntos, são capazes de fornecer
26kg.cm de torque, superdimensionando o manipulador robótico em termos de torque aplicado.
Fonte: DX (2012)
O servo 9G SG90 foi escolhido para os movimentos de giro da garra (roll), e para abrir e fechar
a garra (órgão efetuador), movimentos estes que demandam pequeno torque e são facilmente
supridos por este servo.
Para interconectar a alimentação de todos os 7 servos que compõem cada robô, foi necessário
a criação de uma placa de circuito integrado de acionamento e distribuição de alimentação,
como se observa na figura 16.
Por fim, foram efetuados testes para validar a reprodução dos movimentos do mestre pelo
manipulador escravo, conforme o modo de atuação playback programado pelo operador.
A Figura 17 mostra o protótipo construído do sistema robótico, com todos os seus subsistemas.
Com o protótipo já finalizado, após testes, notou-se que os robôs manipuladores sofriam
pequenos movimentos indesejados, como trepidações atípicas, mesmo que coerentes com a
ação desejada.
Na tentativa de resolução destes, foram adotadas as seguintes medidas, em termos de
hardware:
troca da alimentação dos Arduinos de USB para bateria externa;
troca dos módulos bluetooth;
e troca da fonte de alimentação por uma fonte ajustável;
o que não surtiu maiores efeitos; e em termos de software:
desenvolvimento de um código priorizando o endereçamento específico para cada
movimento, de maneira que a transmissão dos movimentos não congestionasse o meio
de comunicação, executando um movimento de cada vez,
porém sem sucesso, pois para uma transmissão serial satisfatória, percebeu-se que a taxa de
transferência demandada por esta estratégia deveria ser baixa, mais precisamente um
baudrate de 9.600, mas com essa taxa os movimentos indesejados pioravam
consideravelmente.
Por fim, ao perceber que os movimentos indesejados eram oriundos de uma baixa taxa de
transferência na comunicação serial do Arduino e do módulo HC-05, foi, inicialmente
necessário ajustar essa velocidade para um baudrate igual a 230.500 (máxima velocidade que
o sistema permitia) e realizar os seguintes procedimentos:
instalação de um capacitor cerâmico em paralelo com a alimentação dos servos; e
instalação de capacitor eletrolítico nos terminais TX e RX dos módulos bluetooth. Esses
últimos motivados pelo fato de que, ao se transmitir informações em altas taxas, picos
de corrente eram exigidos pelo módulo; embora não ocorressem sempre, esta variação
na demanda de corrente fazia com que a tensão de alimentação do módulo
decrescesse, acarretando o reinício dele e a falha na transmissão dos dados. Um valor
de 10 μF de capacitância deveria suprir tal variação de tensão.
Com isso, o problema dos movimentos indesejados foi corrigido na grande maioria dos muitos
movimentos diferentes que o protótipo poderia executar. Mediante isso, notou-se que a
comunicação entre mestre e escravo funcionou de maneira válida e satisfatória, dentro dos
requisitos estabelecidos de projeto. A Figura 18(a) e 18(b) exibe o protótipo operando em modo
playback para alguns movimentos desejados.
5 CONCLUSÕES
Com o amplo estudo bibliográfico, foi possível notar a importância da robótica no setor
industrial e acadêmico. Motivado por isso, propôs, no presente trabalho, o desenvolvimento de
um sistema de teleoperação robótica baseado em configuração mestre-escravo. A
teleoperação se fez mediante o uso da configuração mestre-escravo de manipuladores
industriais e da comunicação bluetooth, possibilitando maior segurança ao operador, na
medida em que dispensa a presença humana em tarefas e ambientes que apresentem risco à
saúde, dificuldade de acesso e condições climáticas adversas, além da redução de custos,
oferecendo uma opção alternativa à aquisição de dispositivos mais restritos e especializados.
Após os testes no protótipo, foi possível validar o protocolo de comunicação utilizado e o modo
playback de atuação do sistema, na medida em que, para todos os movimentos realizados pelo
robô mestre, comandados pelo operador, o robô escravo os reproduziu fielmente, mesmo
diante de alguns pequenos comportamentos indesejáveis, os quais foram amenizados sem
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Como forma de continuidade deste trabalho, para projetos futuros, espera-se integrar este
sistema robótico a uma planta miniaturizada de um processo produtivo; e propõe-se: outra
análise mais refinada acerca das causas dos movimentos indesejados; estudar e viabilizar o
controle de força como forma de possibilitar maiores ações de intervenção com a garra; e a
incorporação de sensores e outros tipos de comandos, visando, inclusive uma maior inserção
dessas propostas no escopo da Indústria 4.0.
REFERÊNCIAS
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