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Como daí se depreende, o prazo de que dispõe a Administração para anular seus
próprios atos, quando deles decorram efeitos favoráveis a terceiros, é, em princípio, de 5
anos, salvo se houver má-fé do beneficiário, hipótese esta na qual o Poder Público
poderá, a qualquer tempo, rever o ato inválido.
Ainda que assim não fosse, é válido frisar que os atos de concessão de aposentadorias e
pensões são, de acordo com firme entendimento doutrinário e jurisprudencial, de
natureza complexa, de maneira que somente se aperfeiçoam com o registro do ato
concessivo após exame de legalidade efetivado pelo TCU (CRFB/88, art. 71, III). É a
partir desse momento, pois, que o ato se torna perfeito, disparando-se, pois, o prazo
decadencial previsto na Lei 9.784/99, art. 54. Neste sentido: STF, MS 25.963/DF, rel.
Ministro CEZAR PELUSO, julgado em 23.10.2008).
Ora, neste caso hipotético, o registro perante o TCU teria ocorrido em julho de 2014, de
modo que, em setembro de 2018, quando constatada a fraude, após devido processo
legal, não teria ainda escoado o prazo decadencial de 5 anos, aqui versado.
Correto, pois, este item. Obs. Não se trata de prescrição, mas sim de decadência.
b) Errado:
Como acima demonstrado, tendo havido má-fé, não seria aplicável o sobredito prazo de
cinco anos. Deveras, mesmo que o fosse, seu início deveria ser contado do registro da
concessão do benefício pelo TCU, e não do ato concessivo praticado pelo órgão de
origem, por se tratar de ato administrativo complexo.
2) a) Os atos de improbidade causadores de lesão ao erário, como seria a hipótese,
admitem, sim, a modalidade culposa, como adverte o art. 10, caput, da Lei 8.429/92,
que assim enuncia:
"Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
(...)
d) Como visto acima, nos comentários à opção "b", o servidor Felipe teria, sim,
cometido ato de improbidade administrativa, vazado no art. 10, IV, da Lei 8.429/92.
Deveras, os atos que geram enriquecimento ilícito somente admitem a forma dolosa, e
não a culposa.
(...)
c) De fato, a teor do art. 10, caput, do Decreto-lei 3.365/41, o prazo para efetivação da
desapropriação é de cinco anos, contados da expedição do decreto expropriatório.
Como, na espécie, decorreram 7 anos desde o referido marco temporal, pode-se concluir
que o decreto, realmente, caducou. No ponto, confira-se:
c) INCORRETA. Não há isenção da multa, mas sim a sua redução em até 2/3 do valor
aplicável. Art. 16, §2º.
I – ordem bancária;
c) Realmente, à luz do art. 5º, I, da Lei 11.079/2004, o prazo de 35 anos é máximo, não
admitindo mais qualquer prorrogação. No ponto, é ler:
d) Cuida-se aqui de assertiva que contraria frontalmente a norma do art. 10, §3º, da Lei
11.079/2004, in verbis:
(...)
§ 3º As concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por cento) da
remuneração do parceiro privado for paga pela Administração Pública
dependerão de autorização legislativa específica."
Do exposto, a depender da proporção do aporte feito pelo Poder Público, haverá, sim, a
necessidade de autorização legislativa específica.
"Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder às
obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas
obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que for avaliado o
dano sofrido pela mesma coisa.
a) Como se depreende da norma acima, a solução, por óbvio, não consiste na demolição
do bem tombado, mas sim em sua recuperação, por meio de obras emergenciais,
conforme autorizado expressamente pelo texto legal.
Ademais, a demolição é vedada pelo teor do art. 17 do Decreto-lei 25/37, que assim
preceitua:
De tal forma, não é verdade que a licitação seria inválida por ausência de publicação do
instrumento convocatório em jornal diário de grande circulação no Município Sigma.
c) A afirmativa em exame tem amparo expresso no teor do §7º do art. 22, que ora
transcrevo:
"Art. 22 (...)
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for
impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo,
essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de
repetição do convite."
Trata-se de violação passível de demissão, na forma do art. 132, III, do mesmo diploma
legal, in verbis:
(...)
III - inassiduidade habitual;"
Ademais, em assim sendo, o procedimento apuratório a ser adotada deverá ser sumário,
conforme preconiza o art. 140 da Lei 8.112/90, que manda aplicar a técnica vazada no
art. 133. No ponto, confira-se:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por
dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da
transgressão objeto da apuração;
III - julgamento."
Confira-se:
d) Súmula Vinculante n.º 5 do STF, de seguinte redação: "A falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição."
d) A presente assertiva contraria flagrantemente o teor do art. 23, parágrafo único, II, da
Lei 8.987/95, que ora transcrevo:
"Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
"Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil
de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
anos;"
" Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta."
c) Outra vez, de acordo com compreensão jurisprudencial adotada pelo STF, a falta de
regulamentação legal não impede o exercício do direito de greve, pelos servidores
públicos, aplicando-se, no que couberem, as disposições da Lei 7.783/89.
No ponto, confiram-se:
"Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base
na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de
qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes,
além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,
instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18,
de 1998)
Refira-se, ademais, que o art. 519 do CC/2002 somente admite a retrocessão se o bem
desapropriado "não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em
obras ou serviços públicos", o que não é caso, desde que seja, de fato, revertido para
uma finalidade que atenda ao interesse público, in verbis:
"Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em
obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço
atual da coisa."
"Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante
o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa
específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior."
c) Apesar de estar correto que a concessão, neste caso, pode ser extinta unilateralmente
pela Administração, porquanto caracterizada um descumprimento contratual, o instituto a
ser aplicado não é o da rescisão, mas sim o da caducidade, prevista no art. 38, caput, da
Lei 8.987/95:
"Art. 25. Em caso de empate entre 2 (duas) ou mais propostas, serão utilizados os
seguintes critérios de desempate, nesta ordem:
II - a avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, desde que exista sistema
objetivo de avaliação instituído;
III - os critérios estabelecidos no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, e no §
2º do art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993; e
IV - sorteio."
b) O §2º do art. 3º da Lei 8.666/93, a que se refere o inciso III do sobredito preceito legal,
bem ao contrário do sustentado nesta alternativa, utiliza, sim, como critério de desempate,
o fato de os bens ou serviços serem prestados por empresa brasileira, de sorte que está
errada esta opção.
"Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
Com isso, pode-se concluir que, em se tratando, na presente questão, de servidor público
ocupante de cargo efetivo da União, a aposentadoria compulsória a ele aplicável seria aos
75 anos de idade, e não aos 70 anos.
Ademais, no tocante ao cargo em comissão, por ser a ele aplicável o Regime Geral de
Previdência Social - RGPS (CRFB/88, art. 40, §13), inexiste aposentadoria compulsória a
ser imposta, de maneira que o servidor em tela poderia continuar exercendo, tão somente,
referido cargo em comissão.
a) Como acima pontuado, a aposentadoria compulsória, no caso, não seria aos 70 anos, e
sim aos 75 anos, por força do art. 2º, I, da LC 152/2015 c/c art. 40, §13 da Constituição.
"Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;"
Logo, incorreta a presente opção, mesmo porque, onde a Lei não distingue, não cabe ao
intérprete fazê-lo.
d) Como se depreende, uma vez mais, da leitura do inciso III do art. 71, são excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, o que torna incorreta esta alternativa.
16) Quanto à responsabilidade civil por danos ambientais: A Constituição estabelece que a
responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa (art. 21, XXIII,
"d", CF/88).
Tal possibilidade encontra respaldo na norma do art. 3º, parágrafo único, da Lei
13.303/2016, que institui o chamado "Estatuto das Estatais". No ponto, confira-se:
"Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25%
(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular
de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para
os seus acréscimos."
De tal forma, no exemplo da presente questão, o acréscimo seria possível, eis que
enquadrado nos limites estabelecidos pelo texto da lei de regência da matéria.
a) O aditamento do contrato, para fins de contemplar este acréscimo, deveria, sim, ser
reduzido a termo, não sendo admissível mero trato verbal, conforme preconiza
expressamente o art. 60, caput, da Lei 8.666/93, in verbis:
c) Como visto acima, o limite legal é de 25% do valor inicial do contrato, e não de 15%,
como incorretamente sustentado nesta opção.
Como se vê, se a Lei prevê a possibilidade de alteração do projeto, não há razão para se
anular o contrato, desperdiçando todo o tempo e recursos públicos envidados na fase
licitatória, solução que não atenderia, em nada, ao interesse público.