Que dificuldade enormel Quero cantar e não posso, Quero sentir e não sinto DOIS POEMAS ACREANOS A palavra brasileira Que faça você dormir... u, Rotutltl cla CuruuLlrc Seringueiro, dorme. . .
Como ser'á a escureza
I Dêsse rnato-virgern do Acre? DESCOBRIMENTO Como serão os arolnas A macieza ou a aspereza Abancirdo à escrivaninha ern São Paulo Dêsse chão que é também meu? Nt rninha casa da rua Lopes Chaves Que miseria! Eu náo escuto l)c sopetir<l senti um friume por dentro. A nota do uirapurír! . . . Fiquei trcrnulo, rnuito comovido Tenho de ver por tabela, (lorn o livro palenna olhtn«lo pra mirn. Sentir pelo que me contam, Você, seringlreiro clo Acre, Não vê qlle me lembrei que Iá no norte, meu Deus! muito Brirsileiro qtle nern eu. louge de mim Na escureza da floresta Na escuridão ativa da noite que caiu Seringueilo, clorme. Um homem palido magro de cabelo escorrendo nos ollios, Depois de fazer uma pele corn a borracha do dia, Faz pouco se cleitou, está dorrnindo. Seringueiro, scringueiro, Queria enxergal' você... Êsse homem é brasileiro que nem eu. Âpalpar você dormindo, Mansamente, não se assuste, Afastanclo êsse cabelo II Que escorreu na sua testa. Algumas coisas eu sel... Troncudo você não é. ACALANTO DO SERINGUEIRO Baixinho, clesmerecido, Palido, Nossa Senhora! Seringueiro brasileiro, Parece que .,$m tem sangtte. Na escureza da floresta Porém cabra resistente Seringueiro, dorme. Está ali. Sei que não é Ponteando o anlor eu forcejo Bonito nem elegante... Pra cantar uma cantiga Macambirsio, pouca falâ, 'í>
POESIÀS CO}ÍPLETÀS 1D')
152 lrÁnro l) ri ÁNDIIi\1):i
Não boxa, Ilito vcsic rouPa
Nen vocô pode Pcrrsal (lue algum outro brasileiro l)e palm-beac'h... Enfirn niio faz Um clesperdício cle coisas Çltrc sciit 1:ocla rro srrl Arttle sn' prcocttPrrrrtlo Que cláo corrfôi'to e alegria. Com o siringueiro doru:inclo, I)r'sliitrrdu Pro qrlt' tlot'ltrc Mas porém é brasileiro, t) bi'rn clir l'cliciclrrde. . . Brasileilo que nem elr... lis.-irs eoisas prir vocô Fomos nós dois que botâmos Ileveilr ser inclifcrcntes, Pra fora Pedro II.. . Dumtl inilifelcnçtr enorme.. . Somos lós clois que devemos Foróm ell sou scu amigo Até os olhos da cara tri rluero ver si consigo Pra êsses banqueiros cle Londles. . . Niro passar rra sua vida Trabalhar nós trabalhamos |Jur:rt irr<liferença enor[]e. Por(xrr pl'a colnprar as perolas hÍr"'tr ilesejo e Pensarleuto. Do pcscocirl-ro c1a moça (. ' .nulna incliferença ellorn:lc. ..) I)o clcputa<lo Fulano. Ilontlir soJ.l as seringueirlrs (Jornpturhcirtl, ilorrnel (. . .numa incliferença enormc. ..) Porénr nllnc{t nos olhâmos Nutn lunor-cle-nmigtl cnorme. ' ' I\em ouvirnos c rlcm nuncil Nos ouviremos jamais. . . Seringueiro, tlormc! Não sabemos nada um do outro, Nnrn arnor-tlc-amigo ellorme Não nos veremos jamais! Iluisileiro, tlorme! lJrasileiro. clorme. Seringucilo. cu nio sei natla! ldunr anor-tle-amigo enorlne 11 no enttrnto estou rocleado Erasileiro. tlorme. Durn despotismo de livros, Estes nrtrmbflvas quc vit'ertr Chupiiando vagtrrentos Brasileiro, c'!orme, 0 meu dinheiro o meu sangue Brasileiro.. . tlortnc.. .
E não dão gôsto cle emor. . .
Me sinto bem solitario TJrrsileiro. . . clorme.. . No mutiráo de sabença Da minha casa, arnolaclo Por tarrtos livros geniais, "Sagracios" como se diz,... E não sinto os meus patricios! E não sinto os rneus gaúchos! Seringueiro, clorme. . . E rião sinto os seringueir:os Que arno rle arnor infeliz. . .