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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 001, de 30 de maio de 2018

O Secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas, no uso


de suas atribuições e tendo em vista a competência prevista pela Lei n° 5.965, de 10 de
novembro de 1997, pelas Leis Delegadas de n° 32, de 23 de abril de 2003 e n° 47, de 10
de agosto de 2015 e o disposto no Decreto n° 06, de 23 de janeiro de 2001, com as
alterações dos Decretos n° 49.419, de 18 de julho de 2016 e n° 54.766, de 16 de agosto
de 2017, na Portaria SEMARH/AL nº 122, de 08 de abril de 2016 e na Instrução
Normativa SRH/SEMARH/AL n° 001, de 13 de maio de 2016, e:
Considerando a necessidade de normatização dos procedimentos de análise de outorga
de direito de uso de recursos hídricos na modalidade de lançamento de efluentes no
Estado de Alagoas;
Considerando o disposto no art. 8º da Resolução nº 141, de 10 de julho de 2012, do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos, que estabelece que “os efluentes de qualquer
fonte poluidora somente terão a outorga de lançamento em rios intermitentes ou
efêmeros após o devido tratamento”;
Considerando o § 2º do art. 8º da resolução supracitada, que dispõe que “a outorga
emitida poderá ser mantida em todo o período de validade, mesmo quando não houver
escoamento superficial. ”;
Considerando a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional de
Meio Ambiente, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água;
Considerando o artigo 12 do Decreto Estadual nº 006, de 23 de janeiro de 2001, alterado
pelo Decreto nº 49.419, de 18 de julho de 2016, que estabelece que “a soma das vazões
outorgadas numa determinada bacia hidrográfica não poderá exceder a 9/10 (nove
décimos) da vazão de referência. ”;
Considerando o artigo 15 do Decreto Estadual nº 006, de 23 de janeiro de 2001, alterado
pelo Decreto nº 49.419, de 18 de julho de 2016, que estabelece a vazão de referência a
ser adotada na análise da disponibilidade hídrica;
Considerando o artigo 12 da Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011, do Conselho
Nacional de Meio Ambiente, que estabelece que “o lançamento de efluentes em corpos
de água, com exceção daqueles enquadrados na classe especial, não poderá exceder as
condições e padrões de qualidade de água estabelecidos para as respectivas classes, nas
condições da vazão de referência ou volume disponível, além de atender outras
exigências aplicáveis. ”;
Considerando o artigo 13 da Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011, do Conselho
Nacional de Meio Ambiente, que estabelece que “na zona de mistura serão admitidas
concentrações de substâncias em desacordo com os padrões de qualidade estabelecidos
para o corpo receptor, desde que não comprometam os usos previstos para o mesmo. ”;
Considerando o artigo 15 da referida resolução, que estabelece que “para o lançamento
de efluentes tratados em leito seco de corpos receptores intermitentes, o órgão ambiental
competente poderá definir condições especiais, ouvido o órgão gestor de recursos
hídricos. ”;
Considerando o artigo 16 da Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011, do Conselho
Nacional de Meio Ambiente, que estabeleceu as condições e padrões de lançamento de
efluentes de qualquer fonte poluidora;
Considerando a Resolução da Agência Nacional de Águas de nº 1.254, de 24 de outubro
de 2016, que trata dos procedimentos para normatização dos procedimentos de análise
de outorga preventiva e de direito de uso de recursos hídricos com a finalidade de
diluição de efluentes em rios considerados intermitentes e efêmeros, de dominialidade
federal.
Resolve:
Art. 1º Estabelecer critérios e padrões de lançamento para análise técnica de outorga na
modalidade lançamento de efluentes no Estado de Alagoas.

Art. 2º Para efeito desta Instrução considera-se:


I - Rios intermitentes: corpos de água lóticos que naturalmente não apresentam
escoamento superficial por determinados períodos do ano;
II - Rios efêmeros: corpos de água lóticos que possuem escoamento superficial apenas
durante ou imediatamente após períodos de precipitação;
III - Rios permanentes: corpos de água lóticos que possuem naturalmente escoamento
superficial durante todo o período do ano;
IV - Rios perenizados: trechos de rios intermitentes ou efêmeros cujo fluxo de água seja
mantido a partir de intervenções na bacia hidrográfica, inclusive obras de infraestrutura
hídrica.

Art. 3° Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados


diretamente em corpos hídricos intermitentes ou efêmeros desde que sejam devidamente
tratados e que não comprometam usuários a jusante.
§ 1º Por devido tratamento do efluente, entende-se:
I - Remoção mínima de 75 % da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) do efluente
bruto e DBO máxima no efluente tratado de 120 mg/L;
II - Concentração máxima de coliformes termotolerantes no efluente tratado de 1.000
NPM/100mL, podendo esse ser superior, desde que obedeça aos critérios de
balneabilidade da resolução CONAMA n° 274/2000;
III - Atendimento aos demais padrões de lançamento estabelecido no art. 16 da
Resolução CONAMA n° 430/2011.

§ 2º A comprovação dos critérios citados no parágrafo anterior se dará através das


análises laboratoriais de parâmetros, os quais serão estabelecidos pela SEMARH/AL, de
acordo com as características do efluente;

Art. 4° O critério para decisão quanto ao deferimento de pedidos de outorga para


diluição de efluentes tratados, situados em rios de domínio do Estado de Alagoas,
considerados intermitentes ou efêmeros, passa a ser unicamente a verificação quanto ao
devido tratamento do efluente definido no artigo anterior, não sendo realizada a análise
de disponibilidade hídrica do corpo receptor.
Art. 5º Em rios permanentes ou perenizados, a avaliação deverá considerar a
disponibilidade hídrica do corpo receptor, bem como os padrões de qualidade da água,
de acordo com a classificação do manancial, conforme estabelece a Resolução
CONAMA n° 357/2005.

Art. 6º Em casos de lançamentos em trechos de rios intermitentes ou efêmeros com


influência direta em rios permanentes ou perenizados, a ser avaliada a critério da
SEMARH/AL, será analisada a disponibilidade hídrica do corpo receptor, considerando
o ponto de lançamento no trecho de rio onde haja escoamento permanente.

Art. 7° A SEMARH/AL poderá, quando houver indisponibilidade hídrica para diluir o


efluente, solicitar estudo de autodepuração do corpo receptor, às expensas do
empreendedor.

Art. 8° Solicitações de outorga para diluição de efluentes em rios intermitentes ou


efêmeros com influência direta, a ser avaliada a critério da SEMARH/AL, em corpos
d’águas federais, não serão analisadas, salvo em casos em que não haja alternativa
viável.

Art. 9º Não será permitido o lançamento de efluentes em ambientes lênticos ou a


montante desses, salvo em casos em que não haja alternativa viável e que o interessado
comprove a capacidade do corpo hídrico em diluir o resíduo a ser lançado.

Art. 10º Esta resolução se aplica a todos os rios de domínio do Estado de Alagoas,
considerados permanentes, perenizados, intermitentes ou efêmeros, conforme base
cartográfica digital da SEMARH/AL.

Art. 11º A SEMARH/AL poderá, a seu critério, exigir análise hidrológica em trechos de
corpos hídricos, independente da caracterização na referida base hidrográfica
(permanente ou intermitente).

Art. 12° Esta Instrução entrará em vigor na data de sua publicação.

C. Alexandre Ayres da Costa


Secretário de Estado

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