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QUESTÕES PROPOSTAS PARA AV1 – Bloco de discursivas 1

Disciplina Curso
Tópicos Especiais Psicologia Clínica Psicologia
Professor Período Data
Ceneida Ferraiuoli Paes 07/05/2020
Aluno Nota

✔ A interpretação das questões é parte integrante ✔ Boa Prova.


da avaliação.

Questões

1 – No atendimento com crianças, quais cuidados o psicólogo precisa tomar e quais as


melhores estratégias terapêuticas? (0,5)

O profissional necessita atentar-se ao fato de que a psicoterapia com crianças requer


algumas habilidades específicas além das que são de praxe, visto que elas são passíveis
de influência sobre o que realmente estão buscando resolver no processo e que a
compreensão é proporcional à faixa etária e desenvolvimento. Já no início, na fase
diagnóstica, o psicólogo devera munir-se das informações necessárias, ir à escola se for
preciso, chamar os pais quando necessário e lançar mão de estratégias simples como
desenhos, redações, contação de histórias de forma participativa, inventários e até
mesmo consultar outros profissionais envolvidos clinicamente com ela, tais como pediatra,
fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista etc. É ideal que o profissional realize a primeira
sessão com os pais, colhendo o máximo de informações relevantes. Na primeira sessão
com a criança, devemos explicar de acordo com o grau de compreensão da criança, o
que é a terapia, buscando saber dela o que ela pensa sobre isso e sobre o que a levou
até o consultório, lembrando de deixa-la segura quanto ao sigilo, dizer para que ela
entenda que aquele é um espaço para ela atuar com liberdade e segurança. A partir desta
base, devemos definir juntamente com acriança o que será trabalhado durante a sessão,
bem como investigar as preferências dela, quem são ou se tem amigos, como ela prefere
ser chamada, se tem algum apelido, se tem algum animal favorito, um jogo ou brincadeira
que ela goste muito, tudo no intuito de se munir de informações que poderão ser
adaptadas em ferramentas de intervenção, sem que fique pesado para a criança o
processo terapêutico.

2 – O que você entende por ludoterapia? (0,3)

A ludoterapia é o brincar utilizado como recurso terapêutico em trabalhos com crianças.


Basicamente, a ludoterapia é um tratamento terapêutico que se utiliza de jogos e
brincadeiras, adaptadas para as crianças e para o ambiente terapêutico. Através dessas
brincadeiras a criança irá projetar seu modo de ser, existir e lidar com as situações de sua
vida pois para ela o brincar é uma forma de comunicação para elas e é nesta
comunicação que o profissional irá ficar atento para colher tudo que for relevante; “numa
relação caracterizada pelo entendimento e aceitação, o processo de brincar permite às
crianças considerarem novas e únicas possibilidades, assim, expandindo muito o
entendimento de seu mundo interno.” (LANDRETH,1993,21). Cabe lembrar que as
instruções para uma entrevista lúdica consistem em ofertar à criança a oportunidade de
brincar, como ela desejar, com o material que estiver disponível, explicando a ela sobre o
espaço que ela poderá brincar, falar sobre quanto tempo ela terá de brincadeira, sobre os
papéis dela e do psicólogo, bem como dos objetivos da atividade, explicando que tornará
possível conhecê-la melhor para poder ajudá-la ainda mais.

3 – Efron e colegas (1978) propõem um guia de oito indicadores visando orientar a análise
com fins diagnósticos e prognósticos, em especial, para a classificação do nível de
funcionamento da personalidade infantil. Discorra sobre esses indicadores. (0,8)
Para Efron, os brinquedos necessitam ser escolhidos levando-se em consideração o
momento evolutivo emocional e intelectual da criança, registrando cada particularidade de
conduta lúdica e classificando-as de acordo com as idades correspondente nos referenciais
da psicologia do desenvolvimento. Cada criança irá estabelecer uma categoria de
brinquedo própria, de acordo com a expressão simbólica de seu ego e de características
de seu funcionamento. Quanto a avaliação da motricidade, devemos dar a devida
importância, visto que o manejo esperado das possibilidades motoras permitirá que a
criança domine os brinquedos do mundo externo nos campos social, escolar e emocional,
a fim de atender suas necessidades principais como autonomia. Entraves neste campo
poderão acarretar frustrações e limitações. O indicador de Personificação consiste no
quanto a criança é capaz de assumir e atuar papéis no brinquedo, onde têm a possibilidade
de expor seus afetos, relacionamentos e conflitos. A criança ainda usa de criatividade ao
levar para o brinquedo novos elementos provenientes da reorganização de experiências
interiores. Outro ponto importante é a capacidade simbólica que a criança tem de usar
vários elementos para se expressar através do brinquedo; quando o acesso à fantasia nos
permite colher muitas informações valiosas para o processo terapêutico. Os dois últimos
pontos são a tolerância e adaptação à realidade; indicadores relacionados com a
concordância ou não das instruções e limitações da hora do jogo, regras, do próprio papel
e do papel do outro, do tempo de começar e terminar, da separação dos pais, etc.
4 – Discorra sobre as múltiplas modalidades de expressão da ansiedade infantil. (0,4)

A ansiedade infantil pode ser expressada de diversas maneiras. As mais comuns são por
medo e fobias. Ter ansiedade é algo normal e útil, desde que seja dentro de um espectro
equilibrado e coerente às circunstâncias. Quando ocorre de forma exagerada, prejudica a
criança em seu desenvolvimento, seus relacionamentos sociais etc. Sintomas como
dificuldade para dormir, de brincar com os amigos a até de ir para a escola também são
comuns. A criança tem prejuízos emocionais, cognitivos, comportamentais e relacionais.
Desde bem cedo, ela enfrenta medos comuns como de barulhos súbitos, animais, ficar no
escuro, pessoas estranhas, situações novas, de ficar sozinhos, animais selvagens,
criaturas fantasiosas, pesadelos, acidentes, tragédias, de serem avaliados negativamente
pelos outros e de fracassar. Quando há sentimentos intensos e persistentes de ansiedade
e ancústia, trata-se de algum transtorno ansioso como por exemplo: transtorno de
ansiedade de separação, transtorno de ansiedade generalizada, fobia especíca e fobia
social.
A nível emocional, temos expressões ansiosas como medo intenso, angústia, insegurança,
impotência, desespero e falta de autoestima. A nível mental, as modalidades de expressão
podem ser: negatividade, pessimismo, ponderações ansiosas e cansativas. No âmbito
corporal, temos apresentações como: ritmo cardíaco acelerado, respiração rápida,
transpiração excessiva, tensão, agitação ou calma incomum. A nível comportamental, as
reações ansiosas podem ser: evitação/invisibilidade social ou fuga, recusa em assumir
riscos ainda que moderados e timidez.
5 – Quais principais sintomas da depressão infantil? (0,5)
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6 – De acordo com a teoria do vínculo de Bowlby, a qualidade do vínculo estabelecido
primariamente determinará os vínculos futuros e os recursos disponíveis para
enfrentamento e elaboração de rompimentos e perdas. Assim, explique a relação entre o
vínculo e o processo de luto infantil. (0,5)

De acordo com Bowlby, o luto pode ser sentido pela criança como um abandono,
desamparo e aflição, podendo ocasionar na criança ansiedade acentuada, TAS e pânico.
A criança compreende o luto como se fosse uma quebra de vínculo e isso pode causar
muito sofrimento e até culpa, visto que há crianças que se consideram culpadas pela
morte de um pai ou uma mãe, por exemplo. É um momento onde a criança está envolvida
em medo, angústia e muita solidão, onde a criança se sente sem apoio, sem refúgio em
momentos de necessidade e isso é aterrorizante para uma criança. Algumas não raras
imaginam que conversam com sua figura de apego perdida, dizem que a estão vendo,
ouvindo...até que isso passe ou não, enquanto outras podem se revoltar e sentir raiva em
protesto ao acontecimento avassalador. Quanto maior o vínculo, mais doloroso será o
processo de luto e mais delicado ainda tratando-se de uma criança. Sem falar nos
prejuízos que podem vir deste processo mal feito, mal elaborado, para o desenvolvimento
da criança, sua vida social, acadêmica e relacional em geral.

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