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REVESTIMENTO BICAMADA PARA FACHADAS

Descrição do sistema

Sistema para fachadas desenvolvido com


conceito básico de aplicação em duas
camadas consecutivas de argamassas
especiais. A primeira camada é
constituída de emboço. A segunda
consiste de materiais que formarão o
revestimento decorativo final, podendo
ser à base de acrílicos ou minerais.
Utilização de taliscas plásticas como guia

Características técnicas

O sistema é composto das seguintes etapas:

1ª Camada (emboço)

Argamassa à base de cimento CP V (ARI) modificada com polímeros, enriquecida com


fibras antifissuras e retentores de água, utilizada como emboço de baixa espessura. É
aplicada diretamente sobre alvenarias, sem necessidade de aplicação do chapisco
previamente. Este emboço, com acabamento superficial desempenado, serve de base
para aplicação posterior do revestimento decorativo mineral ou acrílico. Em áreas
específicas recomenda-se a utilização de tela de poliéster revestida de PVC durante a
aplicação do emboço com o fim de reforçar e prevenir pequenas fissuras,
proporcionando alivio de tensões e resistência desejada ao revestimento.

2ª Camada

Revestimento decorativo mineral: revestimento hidrofugante resistente às


intempéries, mantendo características e propriedades estáveis ao longo do tempo.
Pode ser aplicado em diversos acabamentos.

Revestimento decorativo acrílico: revestimento hidrorrepelente, que evita o acúmulo


de sujeira. Permite diversos acabamentos, dependendo dos equipamentos ou
ferramentas utilizadas e tipos de produtos especificados.

Assim como o revestimento acrílico, o mineral deve receber aplicação de


selador/primer com função de promover uniformidade e aderência do revestimento
decorativo, tornando a absorção de água mais uniforme da alvenaria e evitando o
"efeito fotografia" dos blocos. Recomenda-se utilizar o selador/primer sobre emboço
da mesma cor do revestimento decorativo a ser aplicado. Para os revestimentos
decorativos de base acrílica é utilizado selador de base acrílica. Em revestimentos
minerais o selador utilizado é de base cimentícia enriquecida de polímeros. Ambos os

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materiais são produzidos e fornecidos nas cores dos revestimentos decorativos,
propiciando uniformidade à superfície e homogeneidade de acabamento.

Materiais e componentes do sistema

Emboço "Primer revest"

Argamassa à base de cimento CP V (ARI) modificada com polímeros, enriquecida com


fibras antifissuras e retentores de água.

Tela em poliéster revestida

Tela de reforço com o objetivo de aliviar tensões e diminuir o risco de fissuras. É


aplicada em regiões singulares, como vergas, contravergas, encontros verticais entre
alvenarias e pilares, encontros horizontais entre alvenarias e vigas ou lajes, cantos de
aberturas de portas e janelas.

As telas de poliéster são revestidas e protegidas, sendo resistentes aos álcalis do


cimento, pois, caso contrário, poderão sofrer algum tipo de ataque alcalino e perder a
função no revestimento.

Perfil "Y"

Os perfis "Y" são colocados em todos os pavimentos térreos, para proteção de cantos
de paredes e em locais onde não é possível realizar emendas.

Rufos

Podem ser utilizados rufos de metal, alumínio e pedras, que terão a função de
pingadeiras para proteção em todo perímetro superior, evitando que a água infiltre
pela argamassa, provocando possíveis problemas de eflorescência e descolamento.

Peitoris e pingadeiras

Para o sistema construtivo de revestimento de base mineral, sejam tomados os


cuidados para que a água da chuva não provoque manchas na superfície, de forma a
manter o aspecto visual das áreas revestidas. A aplicação de pingadeiras nos peitoris

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deve ter uma saliência com profundidade em torno de 8 mm em sua parte inferior,
para que o fluxo de água da chuva não escorra pela fachada. Podem ser utilizadas
peças pré-moldadas ou rochas ornamentais nas pingadeiras e peitoris.

Barra impermeável (base da parede, no pavimento térreo)

O fabricante recomenda a aplicação de proteção, como barra impermeável, com


aproximadamente 60 cm de altura, nas bases das paredes externas dos pavimentos
térreos.

Solução hidrofugante "Hidromont"

Material à base de silano siloxano para ser aplicado na superfície após decorrer os 28
dias de cura hidráulica, conferindo à superfície hidrorrepelência e permitindo a
respiração da alvenaria.

Etapas de produção e indicadores de prazo

As etapas de produção consistem em misturar a argamassa com quantidade exata de


água especificada pelo fabricante, por misturador mecânico de baixa rotação,
homogeneizando todo material e fazendo a aplicação com uso de desempenadeira ou
equipamentos de projeção mecanizada.

Os indicadores de prazo para execução do sistema construtivo variam em função da


forma de aplicação. Na aplicação manual, um profissional qualificado pode aplicar
cerca de 40 m² a 60 m² de revestimento de fachada por dia dependendo das condições
da obra; de acordo com a empresa, na aplicação mecanizada pode chegar a duas vezes
mais que a aplicação manual.

Execução

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Mapeamento da fachada

Antes da execução do revestimento são identificados eventuais desaprumos,


considerando principalmente os cantos ou as quinas das fachadas, bem como
eventuais desalinhamentos nas paredes ou na estrutura, ou nas prumadas de janelas e
esquadrias, superiores a 15 mm. Para estas verificações são fixados arames de aço em
diversos pontos da fachada, principalmente em marquises, em vãos de janelas e nas
mudanças de direção das paredes.

Pré-regularização

Consiste na correção de eventuais imperfeições na alvenaria e/ou estrutura, com a


remoção de pequenas saliências e enchimento de pequenas irregularidades.

Para verificação, é colocada uma régua de alumínio com 2 m de comprimento, seja no


pano de parede, seja nas regiões de transições entre estrutura e alvenaria, em
direções verticais, horizontais e diagonais. Após a pré-regularização, não são admitidas
diferenças entre a régua e a base superiores a 5 mm. Caso contrário, é feito o
preenchimento até atingir o limite máximo de 5 mm. Os cantos dos edifícios são
verificados por arame de aço, esticados desde a parte mais alta até a base. O critério
de aceitação será a observância da quina alinhada com o arame. A pré-regularização
da superfície a ser revestida exige preenchimento de vazios eventualmente existentes
na alvenaria ou desbaste de saliências, de maneira a ter uniformidade na espessura do
material aplicado.

Aplicação

1) Após realizar a regularização, aguardar um período mínimo de cura de sete dias,


sendo o mais adequado um período mínimo de 14 dias de cura da base de
regularização;

2) Misturar mecanicamente a argamassa de emboço, adicionando água conforme


previsto na embalagem, ou seja, 5,4 l para cada saco de 30 kg. Ajustar a consistência
variando até no máximo em ±5% a quantidade de água. Deixar o material descansar
por cinco minutos e, após este período, misturar novamente e iniciar a aplicação;

3) Preparar quantidade para ser aplicada em aproximadamente 120 min, deixando a


mistura em local limpo e protegido do sol, do vento e da chuva;

4) Com desempenadeira de aço lisa, de borda larga, aplicar sobre blocos de concreto
ou emboço sarrafeado rústico uma camada de aproximadamente 3 mm a 4 mm de
espessura. Pressionar o produto sobre a base, criando uma ponte de aderência e não
deixando vazios;

5) Completar o revestimento aplicando o material com espessura final variando entre


12 mm e 25 mm. Não permitir espessuras inferiores a 12 mm em nenhum ponto da
alvenaria;

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6) Dependendo das condições climáticas, após aproximadamente dez minutos a 30
minutos, quando o material atingir seu ponto de trabalho, sarrafear a superfície com
auxílio de régua de alumínio e desempená-la utilizando desempenadeira plástica sem
umedecer a superfície;

7) Aplicação do selador polimérico mineral ou do selador acrílico, com rolo de lã,


trincha ou pincel, e aguardar a secagem para aplicação do revestimento decorativo ou
de acabamento;

8)Aplicação dos revestimentos de acabamento - acrílico ou mineral. O material é


aplicado com desempenadeira de aço inox ou máquina de projeção para
revestimentos decorativos com bico específico para cada acabamento.

O acabamento pode ser textura de rolo, raspado, flocado ou travertino dependendo


do projeto arquitetônico.

Cuidados para proteção da argamassa durante a aplicação

Para a devida proteção do sistema construtivo, o fabricante recomenda:

Rodapés

Tem a função de proteger o revestimento das percolações de água por capilaridade no


encontro do revestimento com áreas de circulação; são executados em placas
cerâmicas ou rochas.

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Cantoneiras

É importante que os cantos (quinas) sejam protegidos por cantoneiras até a altura
mínima de 2,00 m. As cantoneiras impedem a quebra dos cantos do revestimento
monocamada por impactos. Podem ser utilizadas cantoneiras de sobrepor e/ou de
embutir.

Fixações

Antes do revestimento devem estar fixados todos os tipos de elementos, tais como
guarda-corpo, bases ou suporte de luminárias, ar condicionado e dutos em geral.
Todos esses elementos devem ser tratados com selantes, evitando penetração de
água.

Juntas do edifício ou da estrutura

Juntas de dilatação deverão ser definidas em projeto, conforme dimensionamento de


tensões do edifício. O revestimento não pode ser aplicado sobre as juntas.

Telas

As telas de poliéster revestidas com PVC são inseridas dentro da argamassa no ato de
sua aplicação e posicionadas em regiões de acúmulo de tensões como junção alvenaria
e estrutura, alvenaria e laje e em vãos de janelas.

Fonte: http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/172/artigo224509-1.asp

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