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Caso 6 – asma

Prova de função pulmonar – espirometria

A asma é uma doença pulmonar obstrutiva, assim como DPOC, bronquiectasia e bronquiolite.
Nesse sentido, a espirometria é a prova inicial de função pulmonar e avalia se há o padrão
obstrutivo. Este padrão é diagnosticado pela redução da relação:

volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) / capacidade vital forçada (CVF) < 70%

Figura X: Espirometria em paciente asmático na comparação com indivíduo normal.

Fonte: Medicina Interna de Harrison, 2019. Adaptada.

A CVF representa o maior volume de ar mobilizado em uma expiração, quando obtido através
de manobra forçada. Já o VEF1 representa o volume de ar exalado no primeiro segundo
durante a manobra de CVF. O estreitamento das grandes/pequenas vias aéreas presente na
asma resulta em uma maior redução do VEF1 em relação à CVF, resultando numa relação
VEF1/CVF reduzida.

Além disso, deve ser examinado a curva fluxo/volume, gerada durante a manobra de CVF. Seu
desenho facilita a identificação de padrão obstrutivo, caracterizado por redução do fluxo
expiratório em relação ao volume pulmonar expirado. A escavação da alça fluxo-volume é
causada por redução do fluxo de ar, resultante do estreitamento da luz causado por constrição
da musculatura lisa e por inflamação e espessamento de brônquios de tamanho pequeno a
médio aumentando a resistência friccional.
Figura Y: Alça de fluxo-volume em paciente asmático na comparação com indivíduo normal.

Fonte: Medicina Interna de Harrison, 2019. Adaptada.

O diagnóstico de asma é confirmado através da detecção da limitação ao fluxo de ar e pela


demonstração de significativa reversibilidade, parcial ou completa, na repetição do exame
após a inalação de um broncodilatador. Em exacerbações ou na asma grave pode não haver
reversibilidade. Após inalação de beta-2 agonista de curta duração (400 mcg de
salbutamol/fenoterol, após 15 a 30 minutos) ou, em alguns casos, por uma prova terapêutica
com corticosteroides orais (COs) (30-40 mg/dia de prednisona ou prednisolona, de 2 a 4
semanas), a reversibilidade é definida por aumento do VEF1 de pelo menos:

 7% em relação ao valor previsto e pelo menos 200 mL em valor absoluto ou


 12% em relação ao seu valor pré-broncodilatador e pelo menos 200 mL em valor
absoluto

Uma espirometria normal não exclui o diagnóstico de asma, pacientes com asma leve pode
apresentar espirometria normal no período intercrises. Quando a história clínica é
característica, mas a espirometria é normal, o paciente deve ser considerado como tendo
asma e, quando necessário, deve ser tratado. Em casos de dúvida em relação ao diagnóstico, a
observação da variabilidade do PFE (pico de fluxo expiratório), a repetição da espirometria
durante um período sintomático ou um teste de broncoprovocação pode confirmar ou afastar
a suspeita de asma.

Uma espirometria com resultados normais, ou com reduções simétricas em VEF1 e CVF
determina necessidade de outros exames, incluindo medição do volume pulmonar e
capacidade de difusão pulmonar de monóxido de carbono (DLCO).

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma – 2012.


Jornal Brasileiro de Pneumologia, 2012.

Larry, J. J. Medicina Interna de Harrison - 2 Volumes. 20. Ed. Porto Alegre, AMGH, 2019.

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