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IFRN – CNAT – DIAC

DISCIPLINA: Língua Portuguesa PROFESSORA: Ana Claudia Mafra


CURSO: LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
DATA: 24/03/2021
ALUNO(A): Mariana Salles Franco Torres Matrícula: 20201014300002

PRODUÇÃO TEXTUAL (RESUMO ACADÊMICO)

TEXTO TEÓRICO
Giraldo, Victor; O Necessário diálogo entre raça, gênero, educação e ciências exatas.
Revista Ciência Hoje, n.374, 2021. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/o-
necessario-dialogo-entre-raca-genero-educacao-e-ciencias-exatas/
O NECESSÁRIO DIÁLOGO ENTRE RAÇA, GÊNERO, EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS EXATAS
Victor Giraldo
O texto trata da forma com a qual os modos estruturais de discriminação racial ou de
gênero interferem, diretamente, na progressão escolar brasileira, sobretudo nas ciências
exatas, e objetiva desconstruir a ideia de que o fato de existirem pessoas que
individualmente superam os obstáculos impostos por essas questões anula os graves
prejuízos causados à sociedade. Sendo assim, para alcançar o rompimento dessa concepção,
o autor argumenta com diversos dados, menções a pesquisas, ou exemplos de sujeitos como
o de Neil deGrasse Tyson, honrado e premiado cientista contemporâneo, que traz o relato
de que ser negro foi uma barreira para sua trajetória profissional. Desse modo, percebe-se
que não se trata de um problema pessoal ou restrito a um seleto grupo de pessoas, mas sim
conjuntural e próprio do racismo estrutural. Inclusive, esse termo é trazido não para tipificar
o fenômeno, mas para indicar que só é compreendido quando estudado de forma ampla e
considerando que surge de hierarquizações sociais. Seguidamente, discute-se a concepção
de ‘‘racismo científico’’ que, segundo Giraldo, tenta justificar as desigualdades educacionais
associadas à raça ou ao gênero, por meio de diferenças genéticas ou biológicas. No entanto,
é visto que, da mesma forma que existem pesquisas que confirmam a visão de que as
ciências ditas ‘‘exatas’’ ou ‘‘duras’’ são exclusividade para brancos ou homens, estudos
acadêmicos sérios abandonaram a relação estabelecida pelo racismo científico. Por outro
lado, é mostrado que existem ações que buscam atenuar as desigualdades educacionais
nessas áreas como, por exemplo, políticas públicas de acesso ao ensino superior, ou
pesquisas acadêmicas em ensino dessas ciências. Contudo, mesmo que necessárias, se
mostram insuficientes ou, no caso das pesquisas, geram um estranhamento no próprio meio
acadêmico. É evidente a gravidade da problemática. Porém, erroneamente, o ensino das
ciências exatas é dissociado das questões sociais. Há, segundo o autor, uma ‘‘confusão
epistemológica’’, pois embora tais áreas sejam duramente vistas como lógicas, elas são
conduzidas por humanos. Por fim, se faz necessário o combate ao negacionismo
educacional, bem como entender que dar atenção a questões sociais subjetivas ao ensino,
não desestabilizam os conteúdos, mas sim traz sentido e aproximação à ciência, invalidando
a ideia de que é um campo restrito e impenetrável. Além disso, estratégias públicas de
combate às discriminações de raça e gênero, são essenciais não somente como uma forma
de justiça social, mas principalmente como de desenvolvimento da nação.

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