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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
[...] E quem nos ajudará
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Licenciada em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Arcoverde – CESA. Membro do
Núcleo de Estudos e Pesquisas em História e Cultura Política, Educação e Diferenças (NEPHCPED -
AESA). E-mail: jamesmeyre123@gmail.com
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Licenciada em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Arcoverde – CESA. Membro do
Núcleo de Estudos e Pesquisas em História e Cultura Política, Educação e Diferenças (NEPHCPED -
AESA). E-mail: freirerafaella6@gmail.com
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Professora orientadora. Mestra e doutoranda em Educação Contemporânea na UFPE/ CAA.
Membro da Coordenação Colegiada do Núcleo de Estudos e Pesquisas em História e Cultura
Política, Educação e Diferenças (NEPHCPED - AESA), membro do Grupo de Pesquisas Movimentos
Sociais, Educação e Diversidade na América Latina (UFPE/ CAA). E-mail: simone.salvador@aesa-
cesa.br
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Assim, diante de sua complexidade, tratar essa temática requer tempo para
pesquisa e estudo, ressaltando a necessidade de decolonizar o pensamento que
subalterna o outro em sua singularidade. Para Quijano (2007), a colonialidade está
presente em três bases principais: poder, saber e ser. Entretanto, também se
materializa nos gêneros (LUGONES, 2008).
A colonialidade do poder foi elaborada por Aníbal Quijano. Pode ser
entendida como política, tendo sua expressão no domínio político, territorial e no
controle das matérias primas. Faz deste modo a articulação de todas as formas
históricas de controle do trabalho, de seus recursos e de seus produtos, em torno do
capital e do mercado mundial (QUIJANO, 2005, p. 117). Explorando territórios e
dizimando suas populações. Aos que resistem, resta-lhes ainda a condição de mão
de obra barata.
Assim, a colonialidade do poder está diretamente relacionada à globalização.
Principalmente, no processo de constituição da América e da propagação do
capitalismo eurocentrado, tendo como padrão de poder a classificação com base na
ideia de raça (QUIJANO, 2005). Desta forma criou-se uma dependência da América
Latina diante do poder imposto pelo pensamento ocidental. Cria-se, portanto, uma
nova forma de oprimir os povos latino-americanos, levando em consideração três
elementos: a dominação, a exploração e o conflito. Mesmo diante de avanços e da
modernidade, a lógica da desigualdade social associada à superioridade europeia
está diretamente ligada aos pobres, que são classificados em humanos e não
humanos.
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processos de luta por justiça social. Entretanto, historicamente, ela vem sendo
usada para negar a identidade da classe trabalhadora e fortalecer o projeto de
dominação e expansão do capitalismo no campo, por meio do agronegócio.
Para Arroyo (2012), o processo de tomada consciência dessas populações
mantidas por séculos sem direito a ter direitos, são presenças incomodas que geram
processo tensos e que interrogam o Estado, à docência, o pensamento pedagógico,
as práticas de educação popular e escolar. Assim, a educação e a escola tornam-se
espaços de disputa político-ideológica. Para Arroyo (2012, p. 29):
Assim, a luta pelo direito a terra, a reforma agrária e a vida digna, articula-se
ao direito ao conhecimento e a educação escolar desde a educação básica até a
universidade (ARROYO, 2012).
Com base em seus princípios, a Educação do Campo possibilita a vivência de
pedagogias decoloniais, que possam superar processos de opressão, dominação,
subalternização. Propõe, dentre tantas questões, a construção de práticas que
favoreçam a humanização, libertação e emancipação dos povos do campo.
Ao propor práticas que respeitem à diversidade do campo em seus aspectos
sociais, culturais, ambientais, políticos, econômicos, de gênero, geracional e de raça
e etnia (BRASIL, 2010), a escola do campo passa a ser o lócus de construção de
conhecimentos a partir daquilo que Mignolo (2003, p. 10) chama de diferença
colonial. Para o autor:
a partir de tensas relações de luta pela terra e pela vida. Que conheçam os
processos de opressão e libertação, que se envolvam na transformação da
realidade, superando as tentativas de subalternizá-los e invisibilizá-los.
Ao valorizar a identidade da escola do campo por meio de projetos
pedagógicos com conteúdos curriculares e metodologias adequadas às reais
necessidades dos(as) estudantes do campo, bem como flexibilidade na organização
escolar, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às
condições climáticas; (BRASIL, 2010), a escola estará dialogando com a realidade
local e respeitando a dinâmica de vida e trabalho dos diferentes sujeitos.
Ao incentivar à formulação de projetos político-pedagógicos específicos,
estimulando o desenvolvimento das unidades escolares como espaços públicos de
investigação e articulação de experiências e estudos direcionados para o
desenvolvimento social, economicamente justo e ambientalmente sustentável, em
articulação com o mundo do trabalho (BRASIL, 2010), a escola do campo passa a
assumir-se enquanto espaço de construção de conhecimentos e saberes que
contribuirão para o desenvolvimento das comunidades, considerando, inclusive, os
diferentes saberes e vivências ali presentes.
Ao defender o desenvolvimento de políticas de formação de profissionais da
educação para o atendimento da especificidade das escolas do campo,
considerando-se as condições concretas da produção e reprodução social da vida
no campo (BRASIL, 2010), favorecerá uma maior contribuição por parte dos(as)
profissionais da educação, no sentido de conhecerem e contribuírem com o projeto
de campo, de sociedade e de educação almejado pela classe trabalhadora e pelos
movimentos sociais do campo. Como destaca Arroyo (2012, p. 14)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
ARROYO, Miguel, Outros Sujeitos, Outras Pedagogias. São Paulo: Vozes, 2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17° ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2008.