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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

MATEMÁTICA LICENCIATURA/CECEN
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
PROFESSOR: ABRAÃO CARVALHO NOGUEIRA

ALUNOS:
ANTÔNIO CARLOS MARQUES SANTOS JUNIOR
ELESSANDRO DUTRA SOUSA
EVA FERREIRA ANDRADE
ROGERIO BARBOSA SOUSA

FICHAMENTO
Borges, Bruno Gonçalves. Filosofia da educação e formação de professores:
contribuições da filosofia para pensar a educação / organização Bruno Gonçalves Borges,
Sérgio Pereira da Silva. 1. ed. Jundiaí, São Paulo: Paco e Littera, 2017. Recurso digital,
Edição do Kindle.
Filosofia e o encontro com a Educação.
Capítulo 1. Diógenes e Nietzsche no julgamento das “ações afirmativas” na educação
brasileira (pp. 14-42)

Considerações inicias
“Nosso capítulo, inspirado nos estilos filosóficos de Diógenes e de Nietzsche,
será uma tentativa satírica, rebelde e insolente, própria de quem não receia a contenda,
de julgar e desconstruir as AFs reativas. ” (p. 14)

“Afinal, diante de tantos defensores das AFs, no atual (2016) cenário da


educação brasileira, seremos os acusadores, reconhecidamente tão necessários para o
escrutínio da verdade, porém não facilmente aceitos, posto que, dialeticamente, operam
a “negação”, fazem o serviço “sujo” da crítica e da denúncia. ” (p. 14)

Diógenes e Nietzsche no julgamento das ações afirmativas na educação


brasileira, foi uma contribuição para aprimorar a educação com um incremento filosófico,
onde os autores através de críticas, solucionavam melhorias no sistema educacional
através das ações afirmativas.
O que eram e quais os objetivos essas ações afirmativas? São políticas públicas
voltadas para grupos que sofrem discriminação ética, racial de gênero, religiosa, etc. As
políticas afirmativas têm como objetivo promover a inclusão socioeconômica da
população historicamente privados de acesso a oportunidades.
O texto vai tratar como se fosse um julgamento dessas ações afirmativas em um
cenário fictício, onde teremos a promotoria que consiste em Diógenes e Nietzsche, que
estão juntos dentro da promotoria, contra as ações afirmativas na educação brasileira.
O autor vai tratar basicamente nesse texto sobre os pontos negativos e as ações
afirmativas. Como estamos falando de educação, temos um exemplo que nos aflige, o
sistema de cotas. Um grupo que sofre discriminação e que o autor vai acreditar todas as
ações afirmativas que são reativas. Sendo que, o autor precisa da promotoria, ou seja,
autores que não tem medo de falar a verdade, não tem medo de causar polêmica e pode ir
contra o pensamento geral da sociedade.
O julgamento: onde estão os promotores?
“Como são pouquíssimos os que filosofam ou filosofaram sobre a educação
brasileira, desconstruindo, radicalmente, as obviedades, gerando espantos e desconfortos,
produzindo dissensos! ” (p.16)

“Se não temos, no Brasil, a ousada e viril filosofia da qual necessitamos,


busquemos alhures, na Grécia antiga e na Alemanha do século XIX.” (p.17)

“A partir daquelas brechas e daqueles elementos, a tese da promotoria sustenta


que as AFs, de matiz reativa, no afã de produzirem redenção e justiça históricas,
confundem e impedem o surgimento de outro tipo de afirmação, uma que seja mais
efetiva.” (p.17)

Mesmo fala caso não exista no Brasil nenhum sociólogo, pedagogo, político ou
antropólogo e qualquer outra coisa que possa fazer parte da promotoria, ele escolhe
Diógenes e Nietzsche, um da Grécia Antiga e outro alemão do século XIX.
Então o autor montou um tribunal em que as ações afirmativas estão em
julgamento ponto tenha promotoria que vai mostrar o lado negativo dessas ações
afirmativas e tem a defesa das mesmas que trabalham para mostrar o ponto positivo. Nem
Diógenes e nem Nietzsche falaram realmente sobre as ações afirmativas na educação
brasileira, o autor que fez essa ligação.

O Réu: As “Ações Afirmativas”


“Entre as principais teses que sustentam a defesa das AFs, duas são
fundamentais. A primeira é a de que o processo de constituição do Estado brasileiro
(Colônia, Império e República) foi marcado pela exploração, pela opressão dos povos
nativos e africanos, com a função de prover, através das suas riquezas naturais
(agricultura, sobretudo), o mundo desenvolvido (Prado Jr., 1972). ” (p. 18)
“A segunda tese, de natureza político-pedagógica (Freire, 1987), traz, além da
realidade da ‘exclusão’ e da ‘opressão’, a crítica freireana sobre a construção das
consciências do ‘oprimido’ e a do ‘opressor’ pela dialética operada nas relações de
produção da vida material.” (p.18)

Em defesa das ações afirmativas, temos uma série de acontecimentos históricos


que moldaram a sociedade contemporânea, ou seja, os motivos dos quais hoje em dia a
desigualdade social se faz presente e certos grupos étnicos acabam sendo marginalizados.
As duas teses principais: a exploração e opressão por causa da colonização do Brasil e a
exclusão dos oprimidos até com o que diz respeito a cultura e acesso a conhecimento.
Sendo assim, algo que afeta diretamente a escolarização dos grupos que foram afetados
por esse processo de exploração.

“Os grupos ‘politicamente corretos e progressistas’ se juntaram à luta redentora


das AFs, que objetiva: a) deslegitimar a apropriação e a destruição históricas dos bens
materiais, culturais, religiosos etc. dos grupos dominados; b) operar a ‘redenção’ através
de leis e ações que devolvam os ou proporcionem acesso dos ‘oprimidos’ e ‘excluídos’
aos bens conquistados, entre os quais se enfatiza o direito universal à saúde, à habitação,
ao emprego e à educação. (p. 19)”
“Deste modo, a defesa utiliza os lamentos e a nostalgia dos reativos, ora
revestidos com explícitos argumentos morais religiosos, ora político-ateus e
revolucionários, porém, ainda assim, eivados de moralidade transcendente, sobretudo a
cristã. (p. 20).”

Por conta da exploração e opressão, a defesa julga certo “reparar os erros do


passado”. Sendo assim, os bens materiais tomados pelos dominadores deveriam ser
devolvidos para os donos originais. Os que foram oprimidos devem se sustentar em leis
e ações que tem como objetivo proporcionar oportunidades iguais. O autor cita que isso
é uma moralidade religiosa, que vê o politicamente correto. São meios reativos de tentar
consertar o passado, ainda classificando os “oprimidos” que precisam de ajuda.

As “ações afirmativas” (AFs) na educação brasileira


“Alguns elementos indicativos das contradições e limitações das AFs, que
neste capítulo foram apontados, estão sendo reiterados e evidenciados nessa pesquisa:
algumas ações são “ativas” e outras, em maioria, são “reativas” e o martelo, assim como
o cajado, da promotoria mira apenas este último tipo de ações.” (p.24)
“A título de exemplo, enfatiza-se uma ação e um grupo específico que têm
sido relevantes na universidade brasileira, nas últimas duas décadas (...). A
desorganização dessa ‘inclusão’ e seu caráter político, uma vez que o ‘jeitinho’ fazer
para inglês ver destas iniciativas salta aos olhos, não oferecem as condições básicas
para que o ‘incluído’ possa acompanhar o ritmo e processo ensino-aprendizagem que
acontece em sala de aula.” (p. 24)

A falsa inclusão dentro das universidades causadas pelas ações afirmativas


reativas é um problema social. Isso porque se fala muito de abrir as oportunidades dentro
da universidade para todos os indivíduos sem distinção, mas as políticas públicas pouco
fazem para melhorar o ensino e o acesso a escolas para todos. Dessa forma, a universidade
costuma continuar inacessível para a permanência dos estudantes, mesmo que a entrada
seja “facilitada” pelas iniciativas desse gênero.
“Finalmente, imputar à universidade e aos cursos acadêmicos a tarefa de prover
e sustentar a cultura, o esclarecimento, a competência técnica, a conscientização política
e a humanização não é uma forma dissimulada do Estado que intenciona desobrigar-se
de suas responsabilidades para com as diversas outras instituições formativas, no âmbito
de toda a sociedade?” (pp. 25-26)

O autor, defendendo o pensamento que nem todos precisam de fato serem


universitários e que podem existir outras atividades de prestigio dentro da sociedade, faz
uma crítica a forma que as AFs e todo o Estado direciona as “soluções” dos problemas
voltadas para o âmbito acadêmico. Como se as ações dentro da universidade fossem o
único problema enfrentado pelos grupos “oprimidos”.

Promotores cínicos e blasfemadores

“As blasfêmias revelam o cinismo, enquanto provocação ao e como estratégia


de conquista do conhecimento que pode desestruturar o discurso do adversário. ” (P. 26).

O autor diz que quando temos casos polêmicos, às vezes é difícil encontrar as
palavras corretas. Por conta disso, pelos impasses, a blasfêmia e o cinismo se fazem
necessário. É como uma estratégia para afetar o discurso adversário. E claro, para que
isso ocorra, os filósofos precisam estarem preparados para as consequências.

“Diógenes não foi o primeiro, mas certamente foi o mais representativo do


cinismo clássico. ” (P. 27).
“Ninguém melhor para ridicularizar o espírito “politicamente correto” dos
tempos atuais que Diógenes. ” (P. 29).

Diógenes é um exemplo de um filósofo adepto ao cinismo clássico ele entendia


que a plenitude e a felicidade eram alcançadas com o afastamento das frivolidades da
sociedade para ele, o objetivo maior era alcançar a virtude, negando outros prazeres que
eram considerados apenas estorvos. Diógenes é usado na promotoria por sua habilidade
de detectar o idealismo e a forma que ele pode ser usado para ridicularizar o espírito
politicamente correto.

“Somente esses podem desvelar a insensatez e a reatividade do homem do


ressentimento, por isso a promotoria os requisita para apontarem as inadequações
políticas, éticas e formativas das AFs. ” (pp. 29-30).
“Nietzsche foi o mais genuíno cínico da transição da Idade Moderna para o que
se seguiu.” (p. 31).
“Assim como Diógenes, foi convocado para sustentar os argumentos da
promotoria este Nietzsche blasfemo, cínico e poeta (...).” (p. 32).

Nietzsche também fez uso do cinismo. Dessa forma, são citados para despelar a
insensatez e a reatividade do homem do ressentimento. As críticas podem ser levadas para
as problematizações contemporâneas e usadas para apontar as inadequações das ações
afirmativas.

“Para a promotoria, por quem fala Nietzsche, as AFs negariam, por princípio,
que a igualdade de direitos deveria estar submetida à meritocracia e desprezariam a
moral nobre, esculpida nas batalhas, nas quais a autossuperação e o amor ao destino
sustentam e desafiam os espíritos guerreiros.” (p. 32).

É uma filosofia que não se adéqua aos bons modos, não fica presa em idealismos,
de moralidade e de todo o politicamente correto da sociedade. Sem formalidades, podem
fazer críticas diretas. Devido a essas características, fica fácil imaginar o porquê desses
dois filósofos estarem na promotoria. Esse lado, que tem como objetivo expor as falhas
das AFs, afirma que a superação dos antes oprimidos precisam ser feitos através da
meritocracia, do espirito de luta dentro de cada indivíduo. Os mais dedicados iriam
predominar e deixaram a condição de “oprimidos”.

A reatividade da defesa
“O filósofo de Röcken, em sua genealogia que busca o começo da décadence do
homem ocidental, aponta para o cristianismo como sendo o fenômeno cultural e político
que operou a célebre inversão de valores responsável por um novo perfil antropológico:
o homem piedoso, manso, paciente, condescendente, pequeno, dependente etc. Este
homem piedoso opõe-se ao seu antecessor, o homem trágico, que abraçava, dançava com
e acolhia a vida e suas contingências: imprevisível, caótica, provedora de intensa alegria
e de sofrimentos (alguns evitáveis; a maioria, inevitável e dilaceradora.). O trágico
possuía um amor ao destino que o tornava mais fortalecido e apto para lidar, de forma
ativa e viril, com a “ferida da existência” que é, entre outras coisas, a angústia de se viver
na imprevisibilidade e na orfandade, amando e enfrentando os desafios que surgirem.”
(p.33)

Nietzsche, busca estudar a genealogia da moral e suas origens, relacionando a


moral grega com a moral cristã ocidental. Ele percebe que ouve uma inversão de valores
morais, pois para o filósofo de Röcken, haveriam vários valores morais, visto que sofriam
modificações com o passar do tempo. Na concepção do filósofo, o homem mau era no
passado um homem bom, e o bom no cristianismo era considerado ruím no passado. Isso
representaria uma inversão de valores. Esse pensamento, acabaria enfraquecendo o ser
humano, na única vida existente para o filósofo, que é a vida natural. Para ele, não existiria
uma vida metafísica.
“Os valores do homem e da mulher fortes e nobres sustentavam a coragem, a
ira, a luta, a embriaguez, a dança, o excesso. Afinal, em tempo de guerra, esse excesso
é o que lhes provia condições de sobrevivência. Eis porque a existência, para o trágico,
ainda não desqualificado pelo delírio metafísico que surgiria com as primeiras filosofias
transcendentais, não tinha o sentido assustador comumente encontrado entre os homens
e as mulheres reativos.” (p.33)

Nietzsche divide a vida em duas forças:


•Forças ativas.
•Forças reativas.
Essas forças ativas seriam movidas pelos fortes. Buscando apenas sua própria
sobrevivência. As forças reativas, seriam movidas pelos fracos, pois possui um caráter de
negação e conservação. As forças reativas seria a negação às forças ativas.

“Eis o porquê de, no julgamento em processo, a cada lamentação da defesa surgir


um argumento da promotoria, como aquele de que os fracos foram chamados por
Nietzsche de ressentidos, uma vez que eles não agem, mas reagem ao desqualificarem os
fortes; não ousam, a partir dos, ou contra os valores destes, criar algo novo, algo
igualmente original e grande. Pelo contrário, insistem na ladainha que rumina as
“injustiças” e não aceitam um esquecimento ativo que os lançaria em direção a batalhas
futuras. Sua reatividade ilustra o agir e a compreensão moral das emergentes culturas
metafísicas (a platônica e a cristã) e estimula a apologia de valores opostos, negadores,
simplesmente.” (p.34)

Nietzsche definiu que alguém ressentido é aquele que trata como inimigo quem
tenta lhe tomar seu lugar de direito no mundo. E afirma ainda que o ressentimento é algo
típico dos escravos, mas escravos não no sentido social, mas escravos no sentido de
pessoas que são mentalmente escravizadas. Ele também fala que aquelas situações que
achamos más, e que julgamos ser errado, seria o ressentimento. Esses ressentidos, diz
Nietzsche, vão criar infernos fictícios por meio de justificativas para compensar a própria
fraqueza mental. Por isso diz-se que os fracos não agem, mas reagem, ao julgarem e
criticarem os fortes.

“A reatividade é, pois, a “ação” do fraco, que produz e sustenta a cultura do


apequenamento. A cultura salvadora do oprimido, do pequeno, do fraco, quando nega a
virilidade do estímulo à autossuperação e à transvaloração e, pelo contrário, enfatiza o
discurso da piedade e a ladainha da injustiça, afoga-se no terreno da moral e do juízo
emotivo.” (p.35)
Percebe-se que Nietzsche menospreza os cristãos, chamando as crenças, a
cultura religiosa, de cultura do apequenamento, a cultura de negação a nossa própria
existência.

Tragédia e crueldade versus piedade: a argumentação da promotoria e o ardil


emocional da defesa
“Crueldade reativa e crueldade ativa – uma da debilidade a outra da saúde. O
torturador e o terrorista, o mercenário e o delinquente sustentam a primeira; o super-
homem, a segunda. Uma análise precisa e respeitosa dos textos permite ver – quanto o
ressentimento é objeto de uma perpétua reprovação.” (p.38)

Crueldade ativa no contexto do super-homem, para Nietzsche, seria o amor à


luta e ao perigo, deixando a felicidade para a maioria, os humanos normais, pois ao super-
homem caberia o dever de elevar-se além dos limites estabelecidos pela normalidade.
Mas que ainda não haveria o "além do ser humano"(super-homem), pois seria necessário
um aprofundamento muito grande das forças ativas.

“O guerreiro, ativamente cruel, por sua vez, se utiliza da energia vital para
obtenção de mais energia vital, afirmadora e provocadora, no adversário, de semelhante
potência. Afinal, só vale a pena uma batalha quando enfrentamos um grande inimigo!
Vencer os frágeis não tem nada de honroso nem nobre. A crueldade ativa estimula a
superação e a vitória; a sua antípoda, a crueldade reativa, é destruidora das possibilidades
de crescimento e de afirmação do indivíduo e da cultura.” (p.38)

O super-homem ou guerreiro, para o filósofo de Röcken, ele não vai usar essa
virtude e força para vencer os fracos, pois não teria nada de nobre e honroso sobre isso

“[...]argumenta a promotoria, ao invés de sustentarem e perpetuarem os


“privilégios” dos fortes, quando reconhecidos, e estabelecidas metodologias e uma
pedagogia da autossuperação, servem, pelo avesso, para a superação da condição de
“oprimido ou excluído”. (p.39)

A promotoria fala que nem sempre as pessoas terão resultados excelentes na


sociedade, e que para isso, é necessário buscar sempre melhorar e se destacar em relação
as outras pessoas, por mais difícil que seja. Pois, para a promotoria a superação seria
fundamental.
“O socialismo continuou exaltando o valor do páthos compassivo, oriundo do
cristianismo, e pretendeu também impor a igualdade de todos os homens por decreto,
eliminando as diferenças e a hierarquia entre eles, decretando a mediocridade, a ausência
de parâmetro, a aniquilação de toda excelência. Assim, os regimes políticos que sustentam
a instauração do pretenso bem-estar geral, visando eliminar as injustiças, suprimindo a
dominação e exploração dos mais fracos, acabam por estabelecer configurações sociais
doentias, carentes de nobreza.” (p.40)
Para Nietzsche, o socialismo assim como o cristianismo seria algo niilista,
porque nega o mundo da vida e busca uma sociedade sem classes. Percebe-se neste trecho
que Nietzsche é contra a ideia de democracia. Segundo ele a iniciativa de estruturar a
sociedade democraticamente, teve origem de pessoas reativas, das forças reativas e dos
fracos, ou seja, de pessoas que para conseguir serem ouvidas, uniram- se. O interessante
é que quando Nietzsche ataca a democracia, ataca a igualdade, pois na democracia, todos
são considerados iguais; atacando a igualdade, ataca a forma religiosa de pensar, pois diz
que não há possibilidade alguma de uma pessoa ser igual a outra e possuírem o mesmo
valor, porque o nível de vontade de potência referente às forças da vida, varia de um para
o outro.
Considerações finais
“A promotoria pede a condenação das AFs e dos seus gestores por crime contra
a cidadania. Elas são culpadas de hipocrisia e/ou de ignorância, como também o são todos
aqueles que, no afã de afirmarem a importância da existência, da luta e da vida dos
oprimidos, geraram, pelo avesso, o seu apequenamento e a sua desqualificação. Agora
resta o veredicto dos jurados e do juiz, assim como o do leitor.” (p.42)

O autor deixa claro que o capítulo do livro não foi para ofender ou demonstrar
desprezo pelos “oprimidos”, mas que a condenação das AFs possui outro sentido.
Obviamente, com um assunto tão extenso e complexo, com muitas opiniões para rever, é
uma tarefa difícil se fazer compreendido. É concluído a condenação das ações afirmativas
por conta do caráter reativo, das ações que nada contribui para mudar de maneira efetiva
a condição de “oprimidos”.

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