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MATEMÁTICA LICENCIATURA/CECEN
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
PROFESSOR: ABRAÃO CARVALHO NOGUEIRA
ALUNOS:
ANTÔNIO CARLOS MARQUES SANTOS JUNIOR
ELESSANDRO DUTRA SOUSA
EVA FERREIRA ANDRADE
ROGERIO BARBOSA SOUSA
FICHAMENTO
Borges, Bruno Gonçalves. Filosofia da educação e formação de professores:
contribuições da filosofia para pensar a educação / organização Bruno Gonçalves Borges,
Sérgio Pereira da Silva. 1. ed. Jundiaí, São Paulo: Paco e Littera, 2017. Recurso digital,
Edição do Kindle.
Filosofia e o encontro com a Educação.
Capítulo 1. Diógenes e Nietzsche no julgamento das “ações afirmativas” na educação
brasileira (pp. 14-42)
Considerações inicias
“Nosso capítulo, inspirado nos estilos filosóficos de Diógenes e de Nietzsche,
será uma tentativa satírica, rebelde e insolente, própria de quem não receia a contenda,
de julgar e desconstruir as AFs reativas. ” (p. 14)
Mesmo fala caso não exista no Brasil nenhum sociólogo, pedagogo, político ou
antropólogo e qualquer outra coisa que possa fazer parte da promotoria, ele escolhe
Diógenes e Nietzsche, um da Grécia Antiga e outro alemão do século XIX.
Então o autor montou um tribunal em que as ações afirmativas estão em
julgamento ponto tenha promotoria que vai mostrar o lado negativo dessas ações
afirmativas e tem a defesa das mesmas que trabalham para mostrar o ponto positivo. Nem
Diógenes e nem Nietzsche falaram realmente sobre as ações afirmativas na educação
brasileira, o autor que fez essa ligação.
O autor diz que quando temos casos polêmicos, às vezes é difícil encontrar as
palavras corretas. Por conta disso, pelos impasses, a blasfêmia e o cinismo se fazem
necessário. É como uma estratégia para afetar o discurso adversário. E claro, para que
isso ocorra, os filósofos precisam estarem preparados para as consequências.
Nietzsche também fez uso do cinismo. Dessa forma, são citados para despelar a
insensatez e a reatividade do homem do ressentimento. As críticas podem ser levadas para
as problematizações contemporâneas e usadas para apontar as inadequações das ações
afirmativas.
“Para a promotoria, por quem fala Nietzsche, as AFs negariam, por princípio,
que a igualdade de direitos deveria estar submetida à meritocracia e desprezariam a
moral nobre, esculpida nas batalhas, nas quais a autossuperação e o amor ao destino
sustentam e desafiam os espíritos guerreiros.” (p. 32).
É uma filosofia que não se adéqua aos bons modos, não fica presa em idealismos,
de moralidade e de todo o politicamente correto da sociedade. Sem formalidades, podem
fazer críticas diretas. Devido a essas características, fica fácil imaginar o porquê desses
dois filósofos estarem na promotoria. Esse lado, que tem como objetivo expor as falhas
das AFs, afirma que a superação dos antes oprimidos precisam ser feitos através da
meritocracia, do espirito de luta dentro de cada indivíduo. Os mais dedicados iriam
predominar e deixaram a condição de “oprimidos”.
A reatividade da defesa
“O filósofo de Röcken, em sua genealogia que busca o começo da décadence do
homem ocidental, aponta para o cristianismo como sendo o fenômeno cultural e político
que operou a célebre inversão de valores responsável por um novo perfil antropológico:
o homem piedoso, manso, paciente, condescendente, pequeno, dependente etc. Este
homem piedoso opõe-se ao seu antecessor, o homem trágico, que abraçava, dançava com
e acolhia a vida e suas contingências: imprevisível, caótica, provedora de intensa alegria
e de sofrimentos (alguns evitáveis; a maioria, inevitável e dilaceradora.). O trágico
possuía um amor ao destino que o tornava mais fortalecido e apto para lidar, de forma
ativa e viril, com a “ferida da existência” que é, entre outras coisas, a angústia de se viver
na imprevisibilidade e na orfandade, amando e enfrentando os desafios que surgirem.”
(p.33)
Nietzsche definiu que alguém ressentido é aquele que trata como inimigo quem
tenta lhe tomar seu lugar de direito no mundo. E afirma ainda que o ressentimento é algo
típico dos escravos, mas escravos não no sentido social, mas escravos no sentido de
pessoas que são mentalmente escravizadas. Ele também fala que aquelas situações que
achamos más, e que julgamos ser errado, seria o ressentimento. Esses ressentidos, diz
Nietzsche, vão criar infernos fictícios por meio de justificativas para compensar a própria
fraqueza mental. Por isso diz-se que os fracos não agem, mas reagem, ao julgarem e
criticarem os fortes.
“O guerreiro, ativamente cruel, por sua vez, se utiliza da energia vital para
obtenção de mais energia vital, afirmadora e provocadora, no adversário, de semelhante
potência. Afinal, só vale a pena uma batalha quando enfrentamos um grande inimigo!
Vencer os frágeis não tem nada de honroso nem nobre. A crueldade ativa estimula a
superação e a vitória; a sua antípoda, a crueldade reativa, é destruidora das possibilidades
de crescimento e de afirmação do indivíduo e da cultura.” (p.38)
O super-homem ou guerreiro, para o filósofo de Röcken, ele não vai usar essa
virtude e força para vencer os fracos, pois não teria nada de nobre e honroso sobre isso
O autor deixa claro que o capítulo do livro não foi para ofender ou demonstrar
desprezo pelos “oprimidos”, mas que a condenação das AFs possui outro sentido.
Obviamente, com um assunto tão extenso e complexo, com muitas opiniões para rever, é
uma tarefa difícil se fazer compreendido. É concluído a condenação das ações afirmativas
por conta do caráter reativo, das ações que nada contribui para mudar de maneira efetiva
a condição de “oprimidos”.