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COMPETÊNCIA: Distribuição da atividade jurisdicional perante diversos Órgãos Judiciais

por determinação legal. No instante em que a petição é distribuída ou registrada para


determinado Magistrado, este adquiriu Jurisdição Perpétua – tornando o Juiz Prevento –
para esta ação, uma vez fixada a Jurisdição jamais ela se alterará, via de regra, salvo quando
suprimirem Órgão Judiciário ou alterar a Competência Absoluta.
I. Critérios de Jurisdição:

JURISDIÇÃO COMPETÊNCIA
Material Especial: Trabalhista, Eleitoral e Militar

Comum: Federal e Estadual

Funcional Juízo de 1º Grau (a quo)

Juízo de 2º Grau (ad quem)

Tribunais Superiores

Obs.: Os critérios Material e Funcional, são de Natureza Absoluta, pois são de interesse
público e visam a celeridade na prestação jurisdicional, sendo declarada ex officio, mas
também poderá ser arguida em qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 64, §1º, CPC).
Obs.: Se o Juízo, ex officio, não se declarar incompetente, o Réu deverá, em preliminar de
contestação, alegar incompetência absoluta para o feito. Se não o fizer no ato da contestação,
poderá ser arguida em qualquer tempo e grau de jurisdição.

II. Valor da Causa:

VALOR DA CAUSA COMPETÊNCIA


Até 40 Salários Mínimos Juizados Especiais
Acima de 40 Salários Mínimos Justiça Comum

III. Territorial: Repartição de Competência por Territórios Jurisdicionais.

TERRITÓRIO COMPETÊNCIA
Comarca Justiça Estadual
Circunscrição Justiça Federal

Obs.: São esses Critérios de Natureza Relativa, pois visam somente o interesse das Partes.

REGRA GERAL DO CRITÉRIO TERRITORIAL:


Bens Móveis (art. 46, CPC): Ação fundada em Direito Pessoal ou em Direito Real sobre Bens
Móveis, será proposta, em regra, no Foro de Domicílio do Réu;
PRINCIPAIS EXEMPLOS DE EXCEÇÕES (art. 46, §1º ao §5º, CPC):

DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA COMPETÊNCIA


Réu com mais de um domicílio Qualquer Foro
Réu com domicílio incerto ou desconhecido Onde for encontrado ou domicílio do Autor
Réu não tem domicílio ou residência no Domicílio do Autor - e se este residir fora
Brasil do Brasil – Qualquer Foro
Dois ou mais Réus com diferentes Qualquer Foro, à escolha do Autor
domicílios
Execução Fiscal Domicílio do Réu, no de sua residência ou
onde for encontrado

Bens Imóveis (art. 47, CPC): Ação fundada em Direito Real sobre Imóveis, será proposta no
Foro de Situação da Coisa;
PECULIARIDADES (art. 47, §1º e §2º, CPC):

PROPOSIÇÃO COMPETÊNCIA
Litígio que NÃO recaia sobre Direitos de
propriedade, vizinhança, servidão, divisão Foro de Domicílio do Réu ou Foro de
e demarcação de terras e de nunciação de Eleição
obra nova
Ação Possessória Imobiliária Foro de Situação da Coisa – Competência
Absoluta

Réu Incapaz (art. 50, CPC): Ação que o Incapaz for Réu será proposta no Foro de Domicílio
do seu Representante ou Assistente;
Divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união
estável (art. 53, I, CPC):

LOCAL COMPETÊNCIA
Domicílio Do Guardião de Filho Incapaz
Último Domicílio do casal Caso não haja filho incapaz
Domicílio do Réu Se nenhuma das partes residirem no antigo
domicílio do casal
Domicílio De vítima de violência doméstica familiar
Domicílio ou residência do alimentando Ação de Alimentos

IV. Em Razão da Pessoa: Consideram-se as Partes envolvidas, p. ex., Vara Privativa da


Fazenda Pública, criada para processar e julgar causas que envolvam somente Entes
Públicos ou Competência determinada em razão da Prerrogativa de Função, p. ex., Mandado
de Segurança contra ato de Presidente da República, a competência é do STF (art. 102, I, “d”,
CRFB/88)
V. Competência Originária e Competência Derivada:
Competência Originária: Atribuída ao Órgão Jurisdicional para que conheça a causa em
primeiro lugar, podendo ser atribuída tanto ao Juízo Singular (1º Grau de Jurisdição), que é
a regra, quanto ao Tribunal (excepcionalmente), p. ex., em Ação Rescisória e Mandado de
Segurança impetrado em desfavor de ato judicial.
Competência Derivada: Atribuída ao Órgão Jurisdicional destinado a rever a decisão já
proferida. Há casos em que o próprio Juízo de Primeira Instância possui competência
recursal, p. ex., Embargos de Declaração.
VI. Incompetência:
Divide-se em Relativa e Absoluta:

ABSOLUTA RELATIVA
Regra criada para atender o Interesse Regra criada para atender o Interesse
Público. Particular.
Pode ser arguida a qualquer tempo e grau Somente será arguida pelo Réu, em
de jurisdição, por qualquer das partes, ou contestação, sob pena de preclusão e
ser reconhecida ex officio pelo Órgão prorrogação de competência do Juízo, não
Jurisdicional (art. 64, §1º, CPC). podendo o Órgão Jurisdicional reconhece-
la ex officio (Súmula 33, STJ).
Pode ser arguida em sede de Preliminar de
Contestação pelo Réu (art. 64, caput, CPC). O Ministério Público poderá alegar
Incompetência Relativa nas causas em que
atuar como custus legis (fiscal da ordem
jurídica) – art. 65, Parágrafo Único, CPC.
A regra de Competência Absoluta não pode A regra de Competência Relativa pode ser
ser alterada pela vontade das Partes, sendo alterada pela vontade das Partes, pelo Foro
inadmissível qualquer negócio processual de Eleição (art. 63, CPC) ou pela não
que altere Competência Absoluta. alegação de Incompetência Relativa (art.
65, caput, CPC).
A regra de Competência Absoluta não pode A regra de Competência Relativa pode ser
ser alterada por Conexão ou Continência. alterada por Conexão ou Continência.
Em Razão da Matéria, Em Razão da Pessoa Territorial: Em regra.
e Funcional.
Em Razão do Valor da Causa: Caso o valor
Em Razão do Valor da Causa: Pode ser da causa fique aquém do estabelecido em
absoluta quando extrapolar os limites lei.
previstos em lei.

Territorial: Em alguns casos previstos em


lei.
Mudança Superveniente de Competência Mudança Superveniente de Competência
Absoluta: Impõe a declinação da causa para Relativa: Irrelevante para o Processo,
outro Juízo, não se tratando de perpetuação mantida a perpetuação da competência.
de competência.
Trata-se de defeito grave: Transitando em
julgado a decisão, é permitida a sua
desconstituição, mediante Ação Rescisória,
pelo prazo de dois anos (art. 966, II, CPC).

VII. Modificação de Competência:


CONEXÃO CONTINÊNCIA
Ações com o mesmo pedido ou mesma Ações que possuem as mesmas Partes,
causa de pedir (objeto) causa de pedir (objeto) e o pedido de uma é
mais amplo que o pedido da outra.
Competência: Juiz Prevento – Que Competência: Juiz Prevento – Que
primeiramente tomou conhecimento da primeiramente tomou conhecimento da
ação. ação.
Exemplo: Ação de Despejo Por Falta de Exemplo: Ação de Anulação Contratual e
Pagamento e Ação de Consignação em Ação e Ação de Anulação de Cláusula do
Pagamento dos mencionados alugueres Mesmo Contrato (embora distintos os
(discute-se a mesma relação jurídica pedidos, o primeiro engloba o segundo).
locatícia).

VII. Conflito de Competência:


NEGATIVO POSITIVO POR CONEXÃO
Dois ou mais Juízes se dão Dois ou mais Juízes se dão Dois ou mais Juízes se dão
por Incompetentes (art. 66, por Competentes (art. 66, I, por Competentes ou
II, CPC). CPC). Incompetentes para o
julgamento de mais de uma
causa (art. 66, III, CPC).

Competência: Será sempre de um Tribunal.


STF STJ TJ e TRF TRIBUNAIS
TRABALHISTAS
Conflitos Conflitos Conflitos Conflitos
envolvendo envolvendo: envolvendo Juízes a envolvendo órgãos
Tribunais Tribunais; eles vinculados. de Jurisdição
Superiores (art. Tribunais e Juízes a Trabalhista (art.
102, I, “o”, Ele Não Vinculados; 114, V, CRFB/88).
CRFB/88). Juízes Vinculados a Tribunal Regional
Tribunais Diversos Federal – Conflitos
(art. 105, I, “d”, envolvendo Juiz Tribunal Regional
CRFB/88). Federal e Juiz do do Trabalho –
Juizado Especial Conflitos
Federal. envolvendo Juiz do
Trabalho e Juiz
Estadual

LITISCONSÓRCIO: É uma pluralidade de sujeitos em um polo de uma relação jurídica


processual. O Litisconsórcio é justificado pela existência de comunhão de direitos e
obrigações referentes à lide; Conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; Ocorrer afinidade
de questões por ponto comum de fato ou de direito. Pode ser Inicial (Formado
simultaneamente ao procedimento principal, recursal ou incidental) ou Ulterior (Surge
após a formação do procedimento – intervenção de terceiro; sucessão processual; conexão
ou continência).
I. Quanto ao Polo:

POLO CONFIGURAÇÃO
Litisconsórcio Ativo Existe mais de um integrante como Parte
Autora na demanda.
Litisconsórcio Passivo Existe mais de um integrante como Parte
Ré na demanda.
Litisconsórcio Misto Pluralidade de pessoas em ambos os polos
da demanda.

II. Quanto à Obrigatoriedade:

OBRIGATORIEDADE CONFIGURAÇÃO
Formação obrigatória por lei.

Litisconsórcio Necessário Ex.: Ações que versem sobre bens imóveis


ou direitos reais sobre imóveis alheios,
marido e mulher terão de figurarem
simultaneamente como Autores. (art. 114,
CPC).
Formação opcional.

Litisconsórcio Facultativo Ex.: Na propriedade em comum,


compropriedade ou condomínio, cada
condômino ou consorte pode reivindica-lo
a terceiro.

III. Quanto à Uniformidade da Decisão:

UNIFORMIDADE DA DECISÃO CONFIGURAÇÃO


Decisão uniforme a todos os demandantes,
pois todos são processualmente tratados
como se um fossem. (art. 116, CPC).

Os demandantes discutem uma única


Litisconsórcio Unitário relação jurídica indivisível.

Sentença Nula – se a decisão deveria ser


uniforme a todos que deveriam ter
integrado o processo (art. 115, I, CPC).

Ex.: Ação de Dissolução de Sociedade, em


que deverão ser citados todos os sócios.
A decisão poderá ser distinta para os
demandantes, pois cada um é
processualmente tratado de forma
autônoma. (art. 117, CPC).

Os demandantes discutem uma pluralidade


Litisconsórcio Simples de relações jurídicas ou quando discutem
relação jurídica divisível.

Sentença Ineficaz – Apenas para aqueles


que não foram citados (art. 115, II, CPC).

Ex.: Ação Trabalhista proposta por diversos


servidores públicos contra a Fazenda
Pública que o Remunera.
IV. Quanto à Limitação na Formação do Litisconsórcio:

LIMITAÇÃO CONFIGURAÇÃO
Limitação judicial de litigantes no polo
Litisconsórcio Multitudinário passivo, dada a existência de número
indeterminado, porém determinável. (art.
113, §1º, CPC).
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (art. 119 a 138, CPC): Caracterizada pelo ingresso de um
sujeito, voluntariamente (e não obrigatoriamente), que originalmente não fazia parte da
relação processual, na lide que já estava em andamento. Isso ocorre quando o provimento
final de mérito possa afetar diretamente sua esfera de direitos, não bastando que haja
interesse no resultado da ação ou eventual alegação de prejuízos econômicos, porém aquela
decisão que deve afetar um ou mais direitos do sujeito.
I. Assistência: O Terceiro somente será admitido como Assistente se demonstrar que será
afetado juridicamente com a decisão a ser proferida no processo.
Assistência Simples – O Terceiro demonstrará que a decisão poderá afetar a esfera dos seus
direitos, não se tratando de alegação de prejuízo econômico ou de qualquer outra natureza.
Ex. Intervenção do Sublocatário em uma Ação de Despejo. Nessa modalidade, o Assistente
atuará como auxiliar da parte principal sujeitando-se aos mesmos ônus processuais que o
Assistido, não podendo agir de maneira contrária aos seus interesses.
Obs.: Sendo o Assitido revel ou omisso, ocorrerá a substituição processual (art. 121, CPC).
Assistência Litisconsorcial – Caracteriza-se pela relação que o Assistente tem com o
Assistido e a Parte Contrária, pois todos participam da mesma relação de direito material,
sendo possível nos casos de Litisconsórcio Facultativo ou o julgamento de mérito da
demanda não depender de sua formação.

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