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Tonalidade
Termo oriundo do francês, tonalité, inventado por Castil-Blaze em 1821, para designar as notas
fundamentais de um tom (I, IV e V). Na atualidade refere-se a uma sintaxe operativa, a um sistema,
ao conjunto de princípios estruturais e organizacionais subjacentes em uma composição musical.
Seus elementos fundamentais são:
• Escala Maior e Escala Menor: conjuntos de alturas selecionadas que constituem o ponto de
partida para a construção do sistema, pois as relações entre essas alturas formam a matéria-
prima intervalar do universo sonoro.
• Acorde Triádico: uma estrutura de três ou quatro notas (dispostas em terças) que, de acordo
com a teoria tradicional, funciona como uma entidade primária e indivisível (não simplesmente
uma combinação de intervalos), um ponto de partida para a composição (não um produto).
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Adiante, neste trabalho, propomos um novo modelo para a constituição e definição deste
elemento.
• Tônica: membro central mais importante e referencial de um conjunto de notas/acordes que
são hierarquizados de acordo com as diversas interações e relações entre as alturas das
escalas.
OBS: Tonalidade/Tonalismo (tonality) ≠ tom (key) [que também é ‘tonalidade’ em português].
OBS: Os registros extremos deverão ser usados de forma ocasional. Evite atribuir às vozes passagens
escritas apenas na região muito aguda ou muito grave.
Cifra
Acordes de 3 sons:
Estado fundamental: não requer 5
3
Primeira inversão: 6 em vez de 6
3
Segunda inversão: 6
4
Acordes de 4 sons:
Estado fundamental: 7
Primeira inversão: 6 em vez de 6
5 5
3
Segunda inversão: 4 em vez de 6
3 4
3
Terceira inversão: 4 ou 2 em vez de 6
2 4
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Duplicação e Organização das Vozes na Partitura
Harmonia a 4 vozes: S, C, T, B
Movimento de Vozes
Paralelo — Direto — Contrário — Oblíquo
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O intervalo de oitava: uma referência; delimita o espaço onde coabitam todos os sons.
Som
O que o cérebro percebe como resultado direto do deslocamento do ar, provocado por algum
corpo em vibração, movendo simpateticamente nossos tímpanos.
Movimento do ar «––» vibrações
Harmônicos ––» múltiplas vibrações de um corpo (x disarmônicos, sub-harmônicos)
Série harmônica
Demonstrada por Joseph Sauveur em 1701. Um corpo (como uma corda ou uma coluna de ar)
vibra não somente em toda sua extensão – produzindo a freqüência fundamental, percebida como
nota – mas também em partes (metade, um terço, etc.), produzindo os harmônicos. Estes
harmônicos são muito fracos em volume (amplitude) para serem escutados como notas
individuais, mas contribuem para a cor (timbre) do som. Os harmônicos são geralmente múltiplos
da freqüência da fundamental. Por exemplo, a partir de uma fundamental de 100 vibrações (ciclos)
por segundo, o primeiro harmônico terá 200 ciclos por segundo (soando uma oitava acima), o
segundo 300 (12ª acima), o quarto 400 (duas oitavas), etc., ficando cada vez tão próximos um do
outro e tão agudos que o ouvido humano não consegue mais distingui-los ou detecta-los.
1
Propriedades decorrentes de um sistema (de acordo com a teoria tradicional)
Tonalidade: sistema sobre convenções apoiadas em alguns fatos da natureza. A música tonal,
COMO UM TODO, não é baseada em princípios da natureza nem pode ser reduzida a esses
princípios. Um indício disto é a necessidade do Temperamento. Este se refere a uma divisão
arbitrária da oitava em doze segmentos iguais (semitons). Através desta divisão obtém-se a gama
‘temperada’, cujos sons correspondem apenas de maneira aproximada aos que derivam das
experiências de Pitágoras ou das observações feitas sobre a ressonância. Este fato confirma a
necessidade de propriedades intrínsecas, inerentes ao universo sonoro, próprias ao desenvolvimento
de um sistema fechado.
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Acordes sem nenhuma nota em comum
(Movimento das fundamentais: segundas ascendentes e descendentes)
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• Evite sobreposição de vozes (“overlapping”)
• As opções de preparação e resolução do V7 são as seguintes (por enquanto, não resolva no vi):
• Mantenha as notas comuns nas mesmas vozes (especialmente a nota dissonante, do ii ou IV para
o V7).
• Desloque as outras pelo caminho mais curto, com especial atenção à resolução das sensíveis:
sensível tonal ascende um semitom e sensível modal descende um semitom.
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DINÂMICA E DIRECIONAMENTO DOS ENCADEAMENTOS DE ACORDES DIATÔNICOS
POSTULADOS
* Não enfatizado mas implícito nas considerações seguintes é o fato óbvio de que todas as
convenções de um sistema, assim como suas propriedades, são criadas e/ou reconhecidas em
função dos meios de percepção e processamento de dados (naturais-biológicos) do
criador/receptor/usuário.
Referências da Natureza
Tríade Básica
Acorde Maior: 6 primeiros harmônicos da Série Harmônica.
Escala Diatônica
Experiências de Pitágoras usando os intervalos de 5ª e de 8ª (Proporções 2:1 e 3:2 – vários
harmônicos em comum). A escala é resultado da contigüidade (graus conjuntos) dos sons
resultantes: ao passar de uma nota para outra, um cantor ou instrumentista encontra muito mais
facilidade em saltar para uma nota que tenha um certo número de harmônicos em comum, fator
que facilita a tarefa de achar a afinação correta para a nova nota (relações entre as freqüências
representadas por números inteiros, e também princípio da consonância).
Convenções
Temperamento
Divisão arbitrária da oitava em doze segmentos iguais (semitons), resultando na ‘gama
temperada’: os sons correspondem apenas de maneira aproximada aos derivados das
experiências de Pitágoras ou das observações feitas sobre a ressonância. Este fato denota a
necessidade da criação de elementos e propriedades do universo sonoro que sejam apropriados
à concepção e desenvolvimento do sistema em questão.
Modo menor
Subproduto do Sistema Maior.
1
Propriedades do Sistema
Tríade Básica
Projeções perfeitas (idênticas) da Tríade Básica são encontradas no primeiro e último graus de cada
Tetracorde Fundamental. A repetição/recorrência da primeira tríade do primeiro Tetracorde na última do
segundo ajuda a conferir a este acorde status de referência tonal geral (Tônica; ponto de chegada e de
partida; estabilidade).
Tração Linear/Melódica
A aplicação de leis da Gestalt à divisão desigual (ToNs e SemiTons) e à organização (ordem dos TNs e
STs) da oitava (escala diatônica), produz as sensações de maior proximidade (atração) e de menor
proximidade (repulsão/distensão) lineares.
A coincidência desses pontos de maior proximidade estarem perto das Tríades Básicas referidas no item
anterior resulta no surgimento de sensíveis com grande força dinâmica que encontram estabilidade nos
graus vizinhos. Essa força melódica é abstraída da escala e incorporada às notas formadoras dos
acordes em progressões harmônicas: sensíveis x notas estáveis da Tríade Básica.
Para fins de comparação, pode-se verificar que relações ATONAIS são apropriadamente efetivadas
através de divisões iguais da oitava: por 12 = escala cromática; por 6 = escala de tons inteiros; por 4 =
acorde de 7ª diminuta; por 3 = acorde aumentado; por 2 = trítono.
Acordes/Tríades – Funções
Hierarquia clara de relações entre notas da escala cromática: as notas são agrupadas em torno
de uma nota central, com vários graus de proximidade com relação a essa nota central e entre
si.
2
Todas as notas da escala cromática podem ser introduzidas em um contexto de Dó Maior sem
perturbar o equilíbrio tonal, se as relações forem clarificadas.
I – IV – V – I » I – IV = V – I
Consonância x Dissonância
Intervalos dissonantes: 7m, 7M, aumentados e diminutos / 2m, 2M (decorrentes das 7m e 7M)
Modulação
Escala modulável para 12 tonalidades (+ 12 menores): escala possui todos os intervalos; há sempre
notas em comum (máximo de 6, mínimo de 2 » tons vizinhos e afastados).
Sob ponto de vista das relações tom x semitom x atração x repulsão x consonância x dissonância:
Aspectos culturais
Reconhecimento pelo ouvido de certas agregações resultantes da música polifônica (consonâncias de três
sons) possuindo uma “plenitude de sonoridade, uma sensação de equilíbrio, um certo hedonismo” (Barraud).
Consonância x dissonância: conceitos relativos » critérios mutáveis de acordo com períodos históricos.
Tonalidade x Formas
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tonais subsidiárias acompanhavam material contrastante e menos significante melodicamente; 3)
passagens tonalmente instáveis eram incorporadas à estrutura, de forma a não abalar sua solidez (como
seções introdutórias, de transição ou de desenvolvimento, que prosseguiam para áreas tonalmente
estáveis).
“Dependent on high degrees of contextual associations to emerge, tonality produces a music which can
exhibit all factors characteristic of linearity…: purposeful direction (to tonic functions, cadences,
climaxes, melodic culminating points, different tonal areas by means of modulation), cumulative listening
(early characterized events, like melodic motives and themes, related to later ones), a hierarchical
system of equally divided periodicities, conventional events and processes for beginnings (tonic,
assigned chord connections), proceedings (voice leading, chord progressions involving dominant
functions, medial cadences) and endings (tonic function, final cadences), and so on” (MOURA).
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FATORES DE DINÂMICA E DIRECIONAMENTO DOS ENCADEAMENTOS DE DOIS ACORDES
DIATÔNICOS
Associações cinéticas:
• 3 notas comuns (taxa muito alta de redundância) = repetição do acorde = estatismo [=0]
• 2 n.c. (taxa alta de redundância) = deslocamento de 1 nota = sensação de pouco movimento [+10]
• 1 n.c. (taxa média de redundância) = deslocamento de 2 notas = maior sensação de movimento [+20]
• nenhuma n. c. (taxa baixa de redundância) = deslocamento de 3 notas = muito movimento [+30]
Quando o encadeamento é realizado entre duas tríades com as notas seguindo o caminho mais curto
(considerando a inversão mais apropriada para que isso aconteça – o que é comum à práxis da linguagem),
verifica-se que a(s) nota(s) que se desloca(m):
• ascende(m) = maior dinamismo [+20]
• descende(m) = menor dinamismo [+10]
(Notas não se deslocando – acorde repetido = nenhum dinamismo [=0])
1
5) Mudança de função das notas dentro das tríades
As notas da tríade, de acordo com os seus posicionamentos, possuem funções e graus de proeminência
(força) diversos atuando dentro do próprio acorde:
• Fund (mais forte): base de criação e sustentação do acorde; é parte da Terça Básica (ver abaixo); posição e
função análogas ao 1º harmônico.
• 5ª (mais fraca): função de apoio à nota fundamental; harmônico próximo à fundamental da Série Harmônica
(portanto, já ’escutado’ e ‘identificado’ na nota fundamental).
• 4ª e 5ª / 2ª (7ª):
• 3ª e 6ª:
• De uma função mais fraca para uma mais forte = pontos de saída e de chegada corroborados/confirmados =
propulsão/direção
• De uma função mais forte para uma mais fraca = pontos de saída e de chegada confrontados = reversão
• Funções semelhantes = neutralidade
OBS.:
Notas “se deslocando ou em movimento”: transição acentuada/percebível = enfatiza o tipo de mudança (e
conseqüente sentido de propulsão, reversão, neutralidade).
Notas em comum: falta do ‘movimento’ suaviza ou anula mudança de função.
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Pontuações:
• 4ª ASC e 5ª DESC
[+20]
• 4ª DESC e 5ª ASC
[-10]
[+10]
[-20]
• 2ª ASC e DESC
OBS: Mudanças mistas se neutralizam:
[=0]
• UNISS
[=0]
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CLASSIFICAÇÃO PROVISÓRIA DOS ENCADEAMENTOS DE ACORDO COM OS FATORES
EXTENSIVOS
Contexto
• Ritmo Harmônico:
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Orientações
Propulsivos e Neutro:
Reversivos e Neutro:
4) Prop3: use à vontade, seguidamente, mas com maior discrição que Prop1 (2 Prop3 = 1
Prop1).
5) Rev1 e Rev2: use com cuidado/discretamente. Depois deles utilize Propulsivos e/ou
Neutro. Rev1: use até 2 seguidos. Rev2: use também até 2 seguidos (= 1 Rev1).
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CADÊNCIAS
Do latim ‘cadere’ = cair, desabar. Eventos harmônicos, rítmicos e melódicos. Fórmulas harmônicas
usadas para sinalizar finais de frase, dando a impressão de conclusão momentânea ou definitiva. Elas
marcam locais de ‘respiração’, pontuação harmônica, articulação na música; estabelecem a tonalidade;
dão coerência à estrutura formal.
Semicadência
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Evite intervalos melódicos aumentados e diminutos:
Definição e utilidade
Interdominante é a reprodução do encadeamento mais forte e dinâmico do sistema (D – T: Prop1 V –
I) em outros graus ou áreas tonais.
Interdominantes elevam a significância dos graus envolvidos; aumentam a sensação de propulsão e
movimento dos encadeamentos; também acrescentam “colorido” harmônico.
Criação
(Contexto: ainda encadeamentos com acordes em estado fundamental e com a fundamental duplicada;
possível uso do vii° transformado em interdominante)
• Encadeamentos Prop1 com o primeiro acorde menor: transforme o primeiro acorde num acorde
maior, elevando sua terça um semitom por meio de alteração apropriada.
2
(b) iii – vi =» V/vi – vi (ou Dvi – vi)
Não preceda com IV (para evitar intervalos aumentados nas vozes)
• Encadeamentos Prop1 com o primeiro acorde diminuto: transforme o primeiro acorde num acorde
maior, elevando sua terça e sua quinta um semitom com as alterações apropriadas.
Condução de vozes
Igual ao do encadeamento com 1 nota em comum (aqui, especificamente, com as fundamentais se
movimentando uma quarta ascendente ou uma quinta descendente = Prop1):
OBS. 1: Quando o acorde a ser alterado (a Interdominante) possuir nota(s) comum(ns) com o acorde
anterior, mantenha a(s) nota(s) na(s) mesma(s) voz(es), acrescentando apenas a(s) alteração(ões)
necessária(s).
3
OBS. 2: A Interdominante poderá ser usada com mudança de posição.
Interdominante do IV (especial)
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Segundo Outros Autores
Christopher Bochmann:
• 8J, 5J e Unis paralelos.
• A chegada em uma 8J ou 5J por movimento direto entre vozes externas, salvo se a parte superior
(Sop) se movimentar por grau conjunto.
• “Às vezes, é melhor, também, evitar o atingimento de uma 8ª ou 5ª por movimento direto entre duas
vozes contíguas quaisquer (SC, CT, TB)”.
Arnold Schoenberg:
• “O aluno deve evitar, por completo, as oitavas e quintas paralelas durante o seu aprendizado. Pode
empregá-las, no entanto, se suas tendências, gostos e inteligência artística lhe dão condições de
assumir tal responsabilidade”.
• “Poderá empregar oitavas resultantes sem temor, exceto em alguns casos (…). As quintas
resultantes poderão ser utilizadas sempre e sem nenhum condicionamento”.
João Sépe:
• 5J paralelas, com as seguintes exceções:
- A primeira justa e a segunda diminuta.
- “São toleradas duas quintas justas pelo movimento direto (paralelo) quando as duas partes
descem de semitom diatônico”.
• 8J e Unis paralelos.
• 8ª e 5ª ocultas, com as seguintes exceções:
- Quando a parte superior se movimenta por grau conjunto.
- Quando o movimento da parte inferior é por grau conjunto e uma das duas partes é
intermediária.
- Entre uma parte intermediária e uma outra qualquer, se a parte mais aguda procede por grau
conjunto.
Observações
1) A proibição das oitavas e quintas paralelas é um princípio que exerce grande controle sobre as
progressões melódicas e harmônicas. Este controle é fundamental para que as progressões soem
de acordo com os postulados estéticos da linguagem tonal. Oitavas paralelas, por exemplo,
reduzem o número de vozes para três (uma vez que a voz que é dobrada à oitava não é
independente, mas meramente uma duplicação), interferindo na densidade e equilíbrio ideais de
quatro vozes (as quais devem apresentar um determinado grau de independência).
2) Evite oitavas e quintas sucessivas por movimento contrário (i, j).
3) Quintas diretas poderão ser utilizadas dentro da mudança de posição (k).
4) Evite realizar saltos na mesma direção em todas as quatro vozes (d) (possível na mudança de
posição).
5) Chegue e saia de um uníssono por movimento contrário (com pelo menos uma das vozes
seguindo por grau conjunto) ou movimento oblíquo (l, m).
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• De preferência, desloque as outras pelo caminho mais curto (mas saltos poderão ocorrer [ver OBS
abaixo]).
• Não é preciso mais seguir estritamente as regras de condução de vozes dos encadeamentos de
acordes que não possuem nota em comum.
• Cheque oitavas e quintas paralelas e diretas, bem como uníssonos paralelos e diretos, entre todas as
vozes.
OBS:
- Caminho natural das vozes: graus conjuntos
- Saltos de 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 8ª são possíveis.
- Evite saltos de 7ª e maiores que 8a.
1
OBS.: Em alguns casos, uma melhor condução das vozes requer a duplicação da terça. Essa
duplicação geralmente ocorre entre Tenor e Baixo nos graus ii e iii, cujas terças representam a S
e a D da tonalidade, e entre Soprano e Contralto ou Tenor no vi grau, cuja terça representa a T.
Com o uso da duplicação da terça torna-se possível suceder o V7 com vi (uma das resoluções
possíveis do V7).
MUDANÇA DE ESTADO
• A Mudança de Estado poderá ser realizada atrelada, ou não, à Mudança de Posição, visando
deslocamento de registro, maior flexibilidade e maior interesse melódico do baixo.
• Da mesma forma que na Mudança de Posição, use sempre dentro do mesmo compasso, sem precisar
seguir as regras de encadeamento.
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Interdominantes podem ser usadas numa Mudança de Posição e/ou Mudança de Estado, dentro do
mesmo compasso, com as terças dos DOIS acordes alteradas.
É possível realizar alteração cromática entre um acorde menor e sua transformação em interdominante
dentro de uma Mudança de Posição, se procedida na mesma voz, dentro do mesmo compasso.
Com primeira inversão torna-se possível preceder o V/vi com o IV, e o V/iii com o I, evitando intervalos
aumentados ou diminutos. Evite ainda preceder o V/iii com IV.
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USO DE V6
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Semelhante ao uso de V7, preparando sempre com ii ou IV e resolvendo com I, com especial atenção
às resoluções das sensíveis, e evitando intervalos aumentados ou diminutos.
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Devido à sua instabilidade, apenas 3 tipos de acordes em segunda inversão serão utilizados:
6 de Passagem: tempo fraco (usado geralmente entre dois acordes do mesmo grau)
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6 Pedal (bordaduras): tempo fraco (usado geralmente entre dois acordes do mesmo grau)
4
1
OBS: Outros usos do 6/4 (que não aplicaremos aqui) são:
1) 6/4 no tempo forte com condução de vozes semelhante ao 6/4 Cadencial ocorrendo no meio da
frase como 6/4 de Suspensão ou de Apojatura.
- Não é preciso seguir estritamente as regras de condução de vozes dos encadeamentos de acordes
que não possuem nota em comum.
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NOTAS ORNAMENTAIS OU NOTAS ESTRANHAS AO ACORDE
Notas que não fazem parte do acorde, ou seja, aquelas que não são Notas Reais ( ≠ notas de arpejos,
saltos de notas reais [“chordal skips”])
Bordadura: b Neighbor/Auxiliary
Nota no tempo fraco que liga por grau conjunto duas notas consonantes iguais [e]. Poderá ser
Inferior [f] ou superior [e], diatônica [e], cromática [f].
Retardo: r Retardation
Mesmo que suspensão, mas com resolução ascendente [k].
1
Apojatura: ap Appoggiatura/Leaning Tone
Nota dissonante no tempo forte, alcançada por salto, e resolvida por grau conjunto, geralmente em
movimento contrário [l] (mas possível com as três notas da figura realizando movimento ascendente
ou descendente). Em geral é mais longa que sua resolução. (Suspensão sem preparação).
Antecipação: a Anticipation
Nota do acorde antecipada na mesma voz, no tempo fraco [o]. Típico na cadência.
OBS:
1) Não altere ou “quebre” com notas ornamentais o baixo de passagens envolvendo acordes 6/4.
2) Movimentos harmônicos proibidos não serão “anulados ou quebrados” por notas ornamentais
movimentando-se na mesma direção.
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IV — ii7 — V
vi V7
I iii
• Mantenha as notas comuns nas mesmas vozes (especialmente a nota dissonante = Tônica).
• Desloque as outras pelo caminho mais curto, com especial atenção à resolução da nota dissonante,
que deverá descender um semitom.
Em primeira inversão
Semelhante ao uso de ii7, fazendo sempre as preparações e resoluções devidas, e tendo atenção aos
movimentos harmônicos proibidos.
1
ENCADEAMENTOS COM vii°
O vii° é geralmente associado à função de Dominante (V7 sem a fundamental), mas não substitui o V na
Semicadência.
• Prepare (mantendo a nota dissonante na mesma voz) e resolva com as seguintes opções:
ii — vii°6 — I
IV iii
(fund. acima
da quinta)
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I N6 V I
V7
IV I6 cad V I
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ii
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Alterações possíveis:
Geralmente, acordes que são diatônicos no modo menor e freqüentemente usados no modo maior.
No atual estágio, usaremos apenas os acordes maiores e menores.
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Em 1a Inversão:
Os números arábicos referem-se aos intervalos acima do baixo de uma tríade simples, não aos
intervalos acima da fundamental; nunca indicam duplicação, posição ou espaçamento.
Uso:
• Em geral, o acréscimo de bemóis formam notas com tendência a realizar movimento descendente, e
os sustenidos formam notas com tendência ascendente.
• Não duplique a terça de acordes maiores (atenção nas transformações de acordes menores em
maiores).
• Possível:
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Criação de acordes alterados a partir de uma progressão diatônica
Progressão Diatônica:
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Com notas ornamentais:
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Com função de Dominante, podem substituir o V ou o vii°, mas raramente como acordes finais numa
Semicadência.
Cifras utilizadas:
• Por enquanto, prepare e resolva com as seguintes opções (sempre que possível, prepare as
dissonâncias nas mesmas vozes):
IV ou ii — vii° b 7 — I
IV ou ii — viiø7 — I
• Para resolver:
- Eleve ou desça a 3a, de modo a não produzir movimentos harmônicos proibidos (possível
duplicar a 3a do acorde seguinte: preferível para certos autores por evitar a sucessão 5d – 5j).
OBS: No caso do acorde de Sétima de Sensível, se a 3a estiver abaixo da 7a, não deverá
descer, mas subir por grau conjunto para evitar quintas (justas) paralelas.
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Exemplos de Sétima Diminuta:
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Os exemplos abaixo demonstram modulações com acorde comum entre Dó Maior e as tonalidades
deste quadro (Sol Maior, Fá Maior, Ré Maior e Si Bemol Maior). Os corais apresentam uma estrutura
de quatro frases: a 1a expõe a tonalidade principal; a 2a apresenta o processo modulatório
(progressão modulatória); a 3a confirma a segunda tonalidade; a 4a retorna à tonalidade principal
(progressão de retorno), também através de um acorde comum.
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C) Dó Maior – Ré Maior – Dó Maior:
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E) Dó Maior – Fá Maior:
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F) Dó Maior – Eb Maior:
Modulação que ocorre entre frases. Uma nova frase, ou seção, simplesmente começa numa nova
tonalidade. (Mesmo quando um acorde comum em potencial está presente, a modulação é
considerada “entre frases” devido ao local onde ocorre).
2
MODULAÇÃO UTILIZANDO NOTA COMUM
Uma nota comum a duas tonalidades (geralmente distantes) é utilizada como pivô entre essas
tonalidades (a nota poderá ser enarmônica). Geralmente ocorre entre frases ou seções. A modulação
“entre frases” pode apresentar nota comum, mas essa nota não é enfatizada como acontece na
modulação em questão.
OBS: Tanto na modulação “entre frases” quanto na que utiliza uma “nota comum”, acordes passíveis
de serem considerados alterados não conferem às mesmas a classificação de Modulação
Direta, pois estes acordes, posicionados no começo das frases, não são pivôs, ou seja, não
soam como pertencentes à tonalidade anterior. São acordes diatônicos já na nova tonalidade.
H) Dó Maior – Mi Maior:
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HARMONIZAÇÃO DE UM BAIXO FIGURADO
Procedimento
Baixo figurado:
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Harmonização:
Procedimento
Baixo dado:
Harmonização característica:
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Tipo de harmonização a ser evitada:
III) Inclua notas ornamentais para incrementar as linhas melódicas das vozes e imprimir continuidade
rítmica.
Procedimento
I) Verifique o caráter da melodia e “ache” o RITMO HARMÔNICO. Este reforça a métrica e determina em
grande parte “a velocidade/o passo” da música.
III) Escolha os acordes levando em consideração: a) orientações para a criação de progressões tonais
derivadas dos fatores extensivos; b) progressões idiomáticas; c) acordes idiomáticos. Neste ponto
escreva apenas os algarismos romanos, não inclua as inversões. Nos lugares em que mais de um
acorde é apropriado, escreva os dois.
V) Construa a linha do baixo, incluindo as possíveis inversões. Neste estágio decida-se pelos acordes
definitivos. Fique atento ao fraseado, às cadências, à relação contrapontística com o soprano, sempre
procurando escrever uma linha de interesse.
VI) Complete a harmonização, sempre seguindo as orientações sobre condução das vozes e tentando
implementar as vozes com linhas melódicas interessantes.
VII) Inclua notas ornamentais para incrementar as linhas melódicas das vozes e imprimir continuidade
rítmica.
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Alguns teóricos apontam os modos litúrgicos jônico e eólio como escalas que ‘sobreviveram’ ao sistema
modal renascentista para formar o sistema tonal. Estes modos, na verdade, foram conceituados tardiamente,
e provavelmente resultaram de práticas que vinham desde muito tempo sendo adotadas na utilização do
sistema medieval de 8 modos. Incorporando o jônico e o eólio, nossos modos “maior” e “menor” (com suas
diferentes escalas) emergem da aplicação CONJUNTA dos referidos procedimentos. Estes envolvem práticas
contrapontísticas que posteriormente foram assimiladas na monodia e no baixo contínuo do Século XVII.
Alguns exemplos são:
Lídio, transformando-o em M
Dórico, transformando-o em m (natural)
- Uso da musica ficta nas cadências para criar notas atrativas (sensíveis), como no modo Lídio:
Em essência, o sistema tonal baseia-se em dois tetracordes: o Maior, que referencia a maior parte dos seus
aspectos operacionais, e o Menor, que estabelece um caráter diferencial em parte de suas tonalidades. O
primeiro forma o chamado modo maior (original + simetria projetada), e constitui uma das formas do segundo
tetracorde do modo menor. O segundo estabelece o primeiro tetracorde do modo menor. (Sintomático é o
fato do modo frígio, com tetracordes totalmente distintos destes, ser dos primeiros a cair em desuso).
O tetracorde Menor é um conjunto simétrico. A segunda parte do modo menor é constituído de outro conjunto
simétrico: um hexacorde cromático. Além do caráter diferencial implementado pelo tetracorde Menor, o modo
menor dispõe de meios para a escrita de uma música mais “intensa”, graças ao hexacorde cromático e seus
múltiplos recursos para criar tensões e notas atrativas localizadas (explicadas pela aplicação das leis da
Gestalt).
Este hexacorde é geralmente explicado de forma estratificada: tetracordes das escalas menores “natural”,
“harmônica” e “cromática”. Esta abordagem implica numa separação de escalas que, na prática, não é
aplicada na música real.
1
ACORDES E CIFRAS MODO MENOR
OBS: As cifras incluem a notação das alterações que não fazem parte da armadura da tonalidade.
ASPECTOS CONTRAPONTÍSTICOS
Evite:
Melhor:
2
CAMPOS HARMÔNICOS (TONALIDADES) CONFLITANTES
Função de ‘colar’, conectar as diferentes áreas tonais, bem como de intensificar as tensões direcionais por
meio dos vários cromatismos possíveis.
ii°6
OBS: A tonalidade de Dó Menor é a referência para as cifras citadas abaixo.
3
vi°x6
vii°x6
III+
4
Universidade Federal da Paraíba CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANS, LETRAS E ARTES – CCHLA
Departamento de Música – DeMús
[21]
INTERDOMINANTES NO MODO MENOR
1
ACORDE DE 6A NAPOLITANA NO MODO MENOR
Acorde simétrico que divide a oitava cromática em 4 partes iguais (3as menores), neutralizando a assimetria
das escalas maiores e menores.
Considerando as possíveis enarmonias, verifica-se que cada 7a diminuta pode pertencer a várias tonalidades:
2
Esta propriedade torna a 7a diminuta extremamente eficaz na realização de modulações entre as mais
variadas tonalidades (caso especial das tonalidades relativas): modulação enarmônica.
Procedimentos
Usos Básicos
3
Como interdominante
→ sem preparação (procedimentos A, B, C) / com resolução (procedimento A)
OBS: Neste uso, a 7ª diminuta é um acorde que não faz parte da tonalidade; o acorde anterior e o
acorde posterior (resolução) são diatônicos.
4
B
Quadro Geral dos acordes de 7a diminuta e as relações possíveis (A, B, C) com todas as tonalidades:
5
MODULAÇÃO UTILIZANDO O ACORDE DE SÉTIMA DIMINUTA
Na realização de modulações todos os acordes do Quadro Geral podem servir de ponto de saída e de
chegada de diferentes tonalidades (maiores e/ou menores), através de seus respectivos tipos de 7a diminuta.
Os outros tipos de modulação estudados no modo maior (acorde pivô; cromática; entre frases; nota comum)
são aplicáveis no modo menor, sendo possível, agora, a modulação entre uma tonalidade maior e uma
menor.
Procedimentos semelhantes aos usados no modo maior, levando em conta o maior número de possibilidades
oferecidas pelo material harmônico (mais amplo) do modo menor.
6
Universidade Federal da Paraíba CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANS, LETRAS E ARTES – CCHLA
Departamento de Música – DeMús
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OUTROS ACORDES ALTERADOS NO MODO MAIOR
ACORDE DE 6A AUMENTADA
Tipos e características
Resolução usual
1
Resoluções para outros graus
Resoluções especiais
PCs do Acorde-de-Tristão
2
OUTRAS POSSIBILIDADES DE INTERDOMINANTES NO MODO MAIOR
EXCEÇÕES