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Núcleo de Apoio à Agricultura Familiar

Associação Sociocultural Concipa

Cartilha do
Eleitor
CONCEIÇÃO DE IPANEMA

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Conceição de Ipanema

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FU T

O manual de instruções
do voto consciente
Núcleo de Apoio à Agricultura Familiar
Associação Sociocultural Concipa

Cartilha do
Eleitor
O manual de instruções
do voto consciente
3

2020
Cartilha do ELEITOR

EXPEDIENTE

CARTILHA DO ELEITOR

Redação:

José Carlos da Cunha 01


José Aristides da Silva Gamito

Arte e ilustrações:

José Aristides da Silva Gamito

Revisão:

José Carlos da Cunha

Dados para citação:

VVAA. Cartilha do Eleitor. Conceição de Ipanema: Edições


Concipa, 2020.

Co-produção:

Núcleo de Apoio à Agricultura Familiar


Córrego do Cobrador - Conceição de Ipanema/MG

Associação Sociocultural Concipa


CNPJ: 35.996.999/0001-55
Rua Pastor Benjamim, 142, Centro,
CEP 36947-000 - Conceição de Ipanema -MG
E-mail: assoc.socioculturalconcipa@gmail.com

O manual de instruções do voto consciente 03


PARTE I
MUNICÍPIO

Conceição de Ipanema

CARTILHA DO ELEITOR 04
Cartilha do ELEITOR

1.O que é um município?

A partir da Constituição Federal de 1988 (CF 1998), o Município é entidade integrante


e necessária à Federação brasileira. A autonomia do Município lhe permite a auto-
organização por meio da Lei Orgânica e da edição de leis próprias.
O município existe em função do povo: “Todo o poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou diretamente” (CF 1988, art. 1º, § único). O prefeito e os
vereadores são representantes eleitos pelo povo para defender seus interesses e cuidar do que
é comum a todos em âmbito municipal.
As responsabilidades de administração do município são divididas entre dois
poderes: o legislativo (CÂMARA) e o executivo (PREFEITURA).

Todo país tem uma constituição.


A nossa atual é 1988

É o conjunto de leis que estabelecem


os direitos e deveres dos cidadãos.

A Constituição brasileira de 1988


garante a independência
do Poder Legislativo Municipal.

O Município possui uma lei maior que disciplina todas as demais leis e está em
consonância com a Constituição Federal. Esta é a Lei Orgânica Municipal (LOM).

O manual de instruções do voto consciente 05


Cartilha do ELEITOR

2. O que é a Lei Orgânica?

Em âmbito municipal, a maior lei é a Lei Orgânica. Ela corresponde, em abrangência


local, o que a Constituição representa para a nação. Ela é um conjunto de normas que
disciplina as regras de funcionamento da administração pública e dos poderes municipais.
A Lei Orgânica de Conceição de Ipanema é de 7 de abril de 1990. Ela disciplina sobre os
conceitos, funções e obrigações dos poderes legislativo e executivo, inclui os deveres dos
vereadores e do prefeito e as leis políticas de responsabilidade da administração municipal.

A LOM trata dos princípios e


da competência do município

Ela organiza os dois poderes, prevendo


o funcionamento da Câmara e as
responsabilidades dos vereadores
e do prefeito.

Estabelece os princípios da administração pública


assim como dos servidores, dos serviços
e do patrimônio municipal.

Ela prevê o desenvolvimento municipal por meio


de políticas de saúde, assistência social,
educação, esporte e cultura.

É importante que o munícipe tenha conhecimento da LOM de seu município. No caso


de Conceição de Ipanema, você poderá acessá-la no seguinte endereço da internet:
https://cmci.mg.gov.br/

O manual de instruções do voto consciente 06


PARTE II
CÂMARA
MUNICIPAL

CÂMARA MUNICIPAL

CARTILHA DO ELEITOR 07
Cartilha do ELEITOR

1. O que é a Câmara Municipal?

A Câmara Municipal ou Câmara de Vereadores é a sede do Poder


Legislativo do Município. Além do Legislativo, também, existe no município o
Poder Executivo, Poder que é exercido pelo prefeito e pelos secretários.

A representação política na Câmara Municipal


é exercida pelos VEREADORES.

O Vereador é o político municipal que tem


predominantemente a função legislativa.
Ele exerce a função de apreciação
e votação de leis.

CÂMARA MUNICIPAL

O Vereador exerce também


as funções fiscalizadoras, administrativas,
assessoramento
e julgadora.

Vejamos separadamente cada função da Câmara Municipal.

O manual de instruções do voto consciente 08


Cartilha do ELEITOR

2. Funções da Câmara Municipal

1. Função legislativa

A Câmara Municipal participa da elaboração de leis de


interesse do município. Por meio das leis, os cidadãos têm seus
diretos assegurados. As leis são importantes para a harmonia
entre os poderes. As leis orientam a vida das pessoas e dirigem
a administração pública.

2. Função fiscalizadora
CÂMARA MUNICIPAL

Cabe aos Vereadores acompanhar todas as ações do Prefeito e


dos Secretários na administração do Município e utilização dos
recursos públicos: realização de obras, compras de material e de
equipamentos, contratação de funcionários, prestação de
serviços, fornecimento de merenda escolar etc.

Os Vereadores podem solicitar que o Prefeito ou qualquer


Secretário municipal preste informação ou compareça à
Câmara para dar explicações sobre seus atos.

Caso queira apurar alguma irregularidade, a Câmara de


Vereadores pode formar uma Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI).

3. Função judiciária

Cabe à Câmara processar e julgar o prefeito quando ele cometer


alguma irregularidade e também julgar os próprios vereadores
que também cometam irregularidades.
Os Vereadores exercem a função judiciária decidindo (julgando)
se o prefeito teve uma atuação REGULAR ou IRREGULAR na
aplicação dos recursos públicos.
Anualmente, o Prefeito deve prestar contas à Câmara de
Vereadores e ao Tribunal de Contas, que emite parecer prévio, mas
o julgamento definitivo cabe aos Vereadores.

O manual de instruções do voto consciente 09


Cartilha do ELEITOR

Esta prestação de contas deve conter todos os gastos


realizados (pagamento de servidores, compras de materiais
e equipamentos, manutenção de escolas
e hospitais, obras etc.) e também dinheiro
arrecadado durante o ano.

4. Função administrativa
CÂMARA MUNICIPAL

A Câmara exerce uma função administrativa, organizando seus


serviços, como a composição da Mesa Diretora, a organização e o
funcionamento das Comissões.

Para esta finalidade, toda câmara possui um Regimento Interno. O


Regimento Interno da Câmara de Conceição de Ipanema está
disponível no seguinte endereço da internet:
https://cmci.mg.gov.br/regimento+interno.pdf.

5. Função de assessoramento

Os vereadores podem auxiliar o prefeito (Poder Executivo) a


administrar o município, indicando ações que devem ser tomadas
em favor da população.

Os vereadores podem sugerir a construção de escolas, abertura


de estradas, limpeza pública, assistência à saúde etc.

O manual de instruções do voto consciente 10


Cartilha do ELEITOR

3. Funcionamento da Câmara Municipal

CÂMARA MUNICIPAL

Toda Câmara Municipal deve ter uma sede. É nela


onde se reúnem os Vereadores para discussão,
votação dos projetos e onde funciona a estrutura Sede
administrativa.

O número de vereadores depende do tamanho da


Composição população do município. Este é o critério da
proporcionalidade. No caso de Conceição de
Ipanema, são 9 vereadores (CF 1988, art. 29, I, a).

Legislatura é todo o período do mandato e dura 4


anos. Ela se inicia no dia 1º de janeiro do ano
seguinte ao da eleição municipal. E um vereador Legislatura
pode ser reeleito por um número ilimitado de
vezes.

Sessão Sessão legislativa é o período de um ano dentro da


administração da Câmara de Vereadores
legislativa

O manual de instruções do voto consciente 11


Cartilha do ELEITOR

4. Órgãos da Câmara Municipal

CÂMARA MUNICIPAL

O regimento interno disciplina todas as


atividades da Câmara. É um documento
REGIMENTO
INTERNO indispensável para o seu funcionamento,
porque define as articulações dos órgãos da
Câmara, a tramitação dos projetos de lei e
todas as questões administrativas.

Ele é elaborado pelo conjunto dos


Vereadores e, para ter validade, precisa ser
aprovado pelo Plenário.

Ele deve estar de acordo com a Lei


Orgânica do Município.

Como os vereadores se organizam


internamente

Plenário
Reúne todos os Vereadores para votar as leis
e tomar as decisões importantes. É o órgão
decisório da Câmara Municipal.

Comissões
Composta por alguns Vereadores, tem função de analisar
tecnicamente os projetos que serão votados. São elas:
Comissão de Constituição e Justiça; Comissão de Finanças;
Comissão de Saúde; Comissão de Educação; Comissão de
Desenvolvimento Econômico etc.

Bancadas e Líderes
Bancadas: Reúnem os membros dos diversos partidos. Os partidos formam
bancadas para articular ações e votar conjuntamente matérias de seu
interesse. Assim, em todas as Câmaras existem a bancada do governo e a
bancada da oposição.
Líderes: São os representantes das bancadas.

O manual de instruções do voto consciente 12


Cartilha do ELEITOR

5. Sessões da Câmara Municipal

A Câmara realiza periodicamente reuniões


para a votação das matérias. Estas reuniões
são chamadas de sessões plenárias. Elas
podem ser:

Ordinárias: Regimento Interno.


Extraordinárias: realizadas fora do horário
marcado para as sessões ordinárias.

Quórum é o número de Vereadores


necessário para que uma sessão e uma
votação aconteçam. Este número varia de
acordo com o tipo da sessão e a matéria que
vai ser votada.

As atividades legislativas dos vereadores

Emendas à Lei Orgânica


O Vereador pode apresentar proposta para alterar a Lei Orgânica do
A Município, mas esta proposição tem uma tramitação diferenciada na
Câmara : é votada em dois turnos e aprovada por 2/3 dos Vereadores da
Casa.

Projetos de lei
O Projeto de lei é a proposição que tem por finalidade regular as matérias
B no município e que precisa ser sancionada pelo Prefeito. Os Vereadores
podem apresentar projetos de Leis Complementares, Ordinárias.

Projetos de resolução
As resoluções são atos que têm efeito apenas no interior da Câmara e não
necessitam da sanção do Prefeito para sua promulgação. Os Projetos de
C Resolução tratam de temas como a criação de Comissões Especiais,
elaboração do Regimento Interno, destituição da Mesa ou de qualquer de
seus membros, concessão de licença a Vereadores etc.

O manual de instruções do voto consciente 13


Cartilha do ELEITOR

Projetos de decretos legislativos


São normas que só podem ser definidas pela Câmara de Vereadores e
D provocam efeitos externos. Para entrar em vigor não tem que passar pela
sanção do Prefeito. Exemplos deste tipo de matéria são a concessão de
títulos honoríficos e a aprovação ou rejeição das contas do Município.

Emendas a Projetos de Lei, de Resolução ou de Decreto


Legislativo
E Emendas são proposições apresentadas pelo Vereador quando ele deseja
alterar a forma ou conteúdo da proposição principal: projetos de lei, de
resolução ou de decreto legislativo.

Atos de assessoramento e de defesa do interesse público


Indicação ao Executivo
Indicação é uma espécie de sugestão por escrito apresentada pelo
Vereador. Através da indicação, o Vereador pode sugerir medidas de
F interesse público aos Poderes competentes ou também para sugerir a
manifestação de uma ou mais comissões sobre determinado assunto,
visando a elaboração de projeto sobre matéria de iniciativa da Câmara.

Moções
Moção é a proposição em que é sugerida a manifestação, apelo,
G congratulação ou protesto da Câmara sobre determinado assunto. A
exemplo das moções de apoio ou repúdio.

Requerimentos
O requerimento é um instrumento muito comum nos trabalhos
legislativos. Através dele, o Vereador pode solicitar providências
H administrativas e relativas ao Regimento Interno, bem como obter
informações da Mesa Diretora da Câmara, do Prefeito ou de qualquer outra
autoridade do Executivo Municipal.

O manual de instruções do voto consciente 14


Cartilha do ELEITOR

Parecer
O parecer é o pronunciamento da Comissão ou da Assessoria Técnica-
I Legislativa sobre matéria sujeita ao seu estudo. Normalmente é
apresentado por escrito pelo Relator da matéria.

Recurso
Recurso é a proposição destinada a alterar decisões tomadas por órgãos da
E Casa – Presidência da Câmara, Presidências das Comissões e Mesa
Diretora.

6. Como os vereadores fazem as leis?

A proposta de uma nova lei ou a reformulação de uma lei já existente


pode vir de uma ideia dos cidadãos, do Prefeito ou dos Vereadores!

As leis devem suprir a necessidade do povo visando sempre o


interesse local.

A lei deve ter qualidade e impacto social positivo.

A lei deve ter conformidade com os princípios da legística e de


acordo com Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica
Municipal.

O que é legística?

Legística trata-se das normas para se


conceber e redigir uma lei de
qualidade. Para resolver essas questões técnicas
as câmaras contam com um ou mais
assessores parlamentares.
Porém, o vereador precisa ter um
conhecimento básico dos assuntos
de sua função.

O manual de instruções do voto consciente 15


Cartilha do ELEITOR

7. Os 7 passos para se criar uma lei

1º passo:

O projeto de lei é apresentado no Plenário da Casa para ser lido na sessão e


publicado.

2º passo:

O presidente da Casa despacha para as comissões que emitem seus


pareceres sobre as matérias, com isso, o projeto de lei estará pronto para
colocação na Ordem do Dia.

3º passo:

Uma vez colocado na Ordem do Dia, os Vereadores passam a discutir o


projeto de lei, podendo, inclusive, apresentar suas emendas para melhoria
do texto.

4º passo:

Agora chegou a vez da votação. Os Vereadores são invioláveis por suas


opiniões, palavras e votos é o que diz a Constituição Federal.

5º passo:

O projeto de Lei pode ser aprovado se houver maioria de votos dos


Vereadores, do contrário, será rejeitado e vai para o arquivo.

6º passo:

Com a sua aprovação, o presidente da Câmara declara que o projeto de lei


seguirá para a sanção do Prefeito, com as devidas assinaturas dos
Vereadores.

7º passo:

O Prefeito analisa o projeto de lei aprovado pelos Vereadores. Se concordar


com o texto, sanciona*. Surge, assim, a lei. Se o Prefeito não concordar com o
projeto de lei aprovado pelos Vereadores, o mesmo será VETADO**.
*Sancionar significa «ter como aceitável, concordar com; aprovar, confirmar, admitir.»
**Vetar significa «proibir, não autorizar, impedir, desaprovar».

O manual de instruções do voto consciente 16


Cartilha do ELEITOR

8. O que é permitido ao vereador fazer


1. Legislar, fiscalizar, investigar;
2. Comparecer assiduamente na Câmara Municipal;
3. Respeitar o voto que foi creditado pelos seus eleitores;
4. Acionar o Tribunal de Contas que funciona como órgão auxiliar da
Câmara;
5. Acionar o Ministério Público para garantir o Estado Democrático de
Direito;
6. Estabelecer postura de independência no exercício de suas funções;
7. Inteirar-se do conteúdo das normas jurídicas, especialmente a Lei
Orgânica Municipal;
8. Respeitar as normas contidas no regimento interno de sua Casa de Leis;
9. Analisar cada documento contido nos balancetes e balanço geral das
contas públicas;
10. Exercer o controle externo para fins de fiscalização e transparência
pública;
11. Agir eticamente na contratação de pessoal sob sua supervisão;
12. Prestar contas de suas atividades durante o seu mandado;
13. Convocar e incentivar a população no comparecimento das reuniões e
sessões;
14. Declarar bens e rendas antes, durante e após o término do mandato;
15. Tornar público todo procedimento ilegal de autoridade municipal que
deva originar responsabilidade civil, penal ou administrativa.

O manual de instruções do voto consciente 17


Cartilha do ELEITOR

9. O que não é permitido ao vereador fazer

1. Deixar de tomar posse no prazo previsto;


2. Violar princípio constitucional da Administração Pública;
3. Praticar ou incentivar a prática de corrupção ou improbidade
administrativa;
4. Proceder de modo incompatível com a dignidade do cargo e da Câmara;
5. Faltar com o decoro parlamentar;
6. Deixar de comparecer às sessões da Câmara;
7. Lesar ou favorecer a lesão aos cofres públicos;
8. Aceitar cargos que tornem-se incompatíveis com o exercício da vereança;
9. Firmar contratos com pessoas jurídicas de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista ou concessionária de serviço
público;
10. Ser dono, controlador ou diretor de empresa que seja contratada como
pessoa de direito público, ou nela exercer cargo remunerado;
11. Ser titular de mais de um cargo eletivo;
12. Adquirir bens de forma irregular;
13. Usar das prerrogativas das funções para obter vantagem indevida;
14. Deixar de comunicar ao Poder Público sobre as faltas apontadas que
merecem apuração criminal, civil ou administrativa.

O manual de instruções do voto consciente 18


PARTE III
PREFEITURA
MUNICIPAL

ICIPAL
M U N
ITURA
R E F E
P

CARTILHA DO ELEITOR 19
Cartilha do ELEITOR

1. O que é a prefeitura e qual é o papel do prefeito?

A prefeitura é a sede do
governo municipal. ICIPAL
MUN
EITURA
O PREFEITO é o Chefe do PREF
Executivo.

Ele administra o Município em


nome de toda a população e
não somente em função dos
interesses de seu partido.

O prefeito possui três conjuntos de


funções fundamentais

Funções políticas

Funções executivas

Funções administrativas

O manual de instruções do voto consciente 20


Cartilha do ELEITOR

2. As funções do prefeito

1) Funções políticas
O prefeito pelo voto popular é o porta-voz do município diante das esferas
do Governo e outros setores.
Ele propõe à Câmara Municipal projetos de leis, veta ou sanciona,
promulga e publica as leis aprovadas pela Câmara.
Ele expede decretos e regulamentos.
Ele planeja os serviços e as obras do município.

2) Funções executivas
O prefeito planeja, comanda, coordena, controla as atividades
administrativas do município.
Ele formula as políticas municipais que irão nortear o seu governo.
Ele emite os atos administrativos e com o auxílio dos secretários, põe a
máquina administrativa em atividade.
Ele coordena a unificação dos serviços das diversas secretarias e
departamentos para a execução de um fim comum.
Ele controla o cumprimento das orientações e os resultados alcançados.

3) Funções administrativas
Compete ao Prefeito fazer publicar, de modo transparente, as leis e os
demais atos oficiais, como decretos, portarias, balancetes e quaisquer
outros de interesse para os Municípios.
Impor penalidades ao descumprimento das leis e dos regulamentos
municipais.
O prefeito pode recorrer à força policial para fazer cumprir determinações
mais graves e às quais haja resistência.
Ele é responsável pela arrecadação e guarda da receita municipal.
Cabe ao prefeito administrar e zelar pelos bens corpóreos (móveis, imóveis
e semoventes) e incorpóreos, pertencentes ao Município, que tenham ou
possam ter valor econômico, histórico, artístico, científico ou cultural.
O prefeito pode desapropriar bens para o interesse público.
É obrigação do prefeito responder pedido de esclarecimentos ou petições
de interesse pessoal (CF 1988, art. 5º, XXXIV, b).O prefeito tem a obrigação
de prestar contas publicamente das despesas diversas do Município.O
prefeito pode delegar poderes aos agentes políticos a fim de descentralizar
as decisões administrativas.

O manual de instruções do voto consciente 21


Cartilha do ELEITOR

3. O que é dever do prefeito

1. Desenvolver as funções sociais da cidade e garantir o bem estar dos


seus habitantes;
2. Organizar os serviços públicos de interesse local;
3. Proteger o patrimônio histórico-cultural do município;
4. Garantir o transporte público e a organização do trânsito;
5. Ouvir e atender os anseios e as necessidades da população;
6. Construir e conservar a infraestrutura do município como prédios,
ruas, pontes e estradas.
7. Promover o desenvolvimento urbano e o ordenamento e a ocupação
territorial;
8. Buscar convênios, benefícios e auxílios para o município que
representa;
9. Apresentar projetos de lei à câmara municipal, além de sancionar ou
vetar;
10. Intermediar politicamente com outras esferas do poder, sempre com
intuito de beneficiar a população local;
11. Zelar pelo meio ambiente, pela limpeza da cidade e pelo saneamento
básico;
12. Implementar e manter, em boas condições de funcionamento, postos
de saúde, escolas e creches municipais, além de assumir o transporte
escolar das crianças;
13. Arrecadar, administrar e aplicar os impostos municipais da melhor
forma;
14. Planejar, comandar, coordenar e controlar, entre outras atividades
relacionadas ao cargo.

O manual de instruções do voto consciente 22


Cartilha do ELEITOR

4. O que o prefeito não deve fazer

1. Usar o dinheiro público ou bens em favor próprio ou de sua família.


2. Praticar nepotismo, ou seja, empregar seus parentes na prefeitura.
3. Usar a máquina pública para promover seus interesses eleitorais.
4. Contratar funcionários apenas entre os seus eleitores;
5.Favorecer empresários eleitores ou simpatizantes nos processos de
licitação;
6. Negar ou embaraçar a obtenção de direito ou de benefício por parte de
qualquer adversário político;
7. Utilizar funcionários públicos em serviços particulares;
8. Empregar carro oficial para viagens privadas e sem finalidade conexa ao
cargo;
9. Descuidar da transparência de seus atos administrativos e despesas.
10. Essas proibições alcançam também todos os secretários e chefes de
departamentos.

O manual de instruções do voto consciente 23


PARTE IV
OS MUNÍCIPES
TO S
EI
DIRcidadão
do

CARTILHA DO ELEITOR 24
Cartilha do ELEITOR

1. O direito de cobrança do cidadão

Apesar de delegar seu poder, por meio de representação, aos políticos, o


povo deve participar conscientemente e ativamente da política. A participação
pode ocorrer tanto no processo eleitoral quanto na condução cotidiana do
município.

a) Por meio do voto livre e consciente, o povo pode


escolher seus representantes como vereadores e o prefeito.
b) Os conselhos existem para que haja participação
popular na deliberação e na fiscalização das políticas
públicas municipais.
c) As consultas públicas permitem ouvir a opinião do
povo a respeito de projetos de leis, de programas e de
políticas adotadas pelo município.
d) As conferência e audiências são também instrumentos
de consulta popular, de construção coletiva de políticas de
interesse da população.
e) Qualquer cidadão pode examinar as contas do
Município e questioná-las. Para esse fim, as autoridades
municipais devem liberá-las para consulta durante sessenta
dias, anualmente (CF 1988, art. 31, §3º).
f) Além disso, nos casos graves, a população pode
denunciar crimes e abusos das autoridades eleitas aos órgãos
de controle como o Tribunal de Contas ou ao Ministério
Público.
g) Em situações graves e incontornáveis, previstas dentre
os crimes de responsabilidade (Decreto-lei 201/1967),
qualquer cidadão pode protocolar um pedido de
impeachment do prefeito.

Para que o povo seja beneficiado por uma política honesta e de qualidade, é
necessária permanente revisão e mudança de hábitos de corrupção.

*Tribunal de Contas é um tribunal administrativo que julga as contas de administradores públicos e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, para averiguar perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo para o dinheiro público.

O manual de instruções do voto consciente 25


Cartilha do ELEITOR

2. O voto deve ser consciente e livre

Cabem a todos, eleitores e candidatos, respeitarem a legislação eleitoral,


dizendo não à:

a) Compra de voto: Oferta ou doação de qualquer coisa ao


eleitor – como dinheiro, pagamento de contas, material de
construção, promessa de emprego, oferta de vencimento
de licitações, serviços médicos, em troca de seu voto.

b) Uso eleitoral da Máquina Pública: utilização do


dinheiro público para pagamento de despesas de
campanha.

c) Boca de urna: tentativa de influenciar o voto do eleitor no


dia das eleições, com a distribuição de folhetos do
candidato, ou oferecimento de benefícios.

Ao longo do mandato, o povo dever ficar atento aos seus direitos e deveres,
deve continuar participando da política e fiscalizando as ações dos políticos.
Principalmente, não compactuando com os hábitos de corrupção mais graves
como:

a) Mau uso do dinheiro público: todo ano o município


define as despesas e as receitas do ano seguinte através da
aprovação da Câmara da Lei Orçamentária Anual (LOA).
Ela se baseia no Plano Plurianual (PPA) e na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) que devem ser
construídos em diálogo com a população. Uma gestão
democrática inclui a população na discussão do
orçamento. Isso evita o mau uso do dinheiro público.
b) Perseguição política: Os interesses do prefeito e de sua
equipe de governo, em exercício, devem estar voltados
para toda a população. Nenhuma autoridade municipal
deve fazer distinção de pessoas no atendimento dos
direitos e benefícios da população (CF 1988, art. 37). O
tratamento igualitário no serviço público é uma obrigação.

Não se esqueça dessas siglas LOA, PPA e LDO. O planejamento dos gastos públicos depende desses
textos legais e a população tem direito de participar desse processo.

O manual de instruções do voto consciente 26


Cartilha do ELEITOR

a)Empreguismo: O ingresso no serviço público se dá por


meio de concurso público (CF 1988, art. 37, II). Somente
podem ser nomeados livremente pelo prefeito os cargos de
confiança (CF 1988, art. 37, II). Mas, mesmo assim, esses
cargos devem ser ocupados, preferencialmente, por cargos
de carreira (CF 1988, art. 37, V). A contratação temporária é
admitida em casos de necessidade (CF 1988, art. 37, IX).
Mas a contratação não pode ser para pagar votos e nem
para conquistá-lo. O processo seletivo simplificado deve
ser amplamente divulgado e aberto a todo cidadão. Se a
Constituição for cumprida, não haverá mais
empreguismos.

b)Fraude em licitações: A escolha de quem venderá bens


ou prestará serviços para a prefeitura também não pode ser
baseado no critério do voto ou em doação para campanhas.
O mesmo artigo 37 da CF 1998, XXI, exige o processo de
licitação “que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes”.

Portanto, eleitores e candidatos, é possível mudar a política, mas para isso


são necessárias duas questões fundamentais: conhecimento e ter coragem de
mudar os hábitos errados. O conhecimento sem prática é inútil. Cabe a todos
lutarem pela moralização da política a começar cortando na própria carne,
criticando e mudando os próprios hábitos e permitindo que os outros também
mudem.

A todos nós, boa sorte!

O manual de instruções do voto consciente 27


Cartilha do ELEITOR

Para saber mais:


O que é?

Licitação pública é o procedimento de competição entre as empresas que


pretendem vender ou prestar serviços para o Município, seguindo critérios
específicos, de modo que garanta a concorrência com igualdade de condições das
empresas interessadas.

LIMPE (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) é


uma sigla que resume os princípios que regem a administração pública de acordo
com o artigo 37 da CF 1988. Este conceito garante que o político deve governar
para todos e não somente para quem lhe interessa, como seus eleitores.

Ministério Público (MP) é um órgão fiscalizador independente dos Poderes que


tem a função de fiscalizar o poder público e defender o regime e os interesses
sociais. Às vezes, o MP é chamado também de Promotoria.

Orçamento participativo: Orçamento participativo é um mecanismo de governo


democrático que envolve a população na discussão sobre o uso do dinheiro
público e a prioridade no investimento de obras e de serviços de interesse da
população.

Processo seletivo simplificado é uma seleção pública por meio de provas escritas
ou de análise de documentos para empregos temporários no Município.

O manual de instruções do voto consciente 28


O meu ideal político é a democracia,
para que todo o homem seja respeitado
como indivíduo e nenhum venerado.

Albert Einstein

110920202134

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