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Leia o texto a seguir.

Novos tempos
— Você me ama?
— Amo.
— Muito?
— Muito.
— Jura?
— Juro.
— Quer se casar comigo?
— Não sei, sou muito jovem...
— Então não me ama.
— Amo sim, já te disse.
— Jura?
— Juro.
— E por que não quer se casar?
— Sei lá, quero terminar minha faculdade primeiro.
— Que tem isso a ver? Você não precisa parar de estudar.
— E como a gente vai se sustentar?
— Eu não trabalho? No começo a gente se aperta um pouco, mas depois tudo se resolve.
— E a minha faculdade? Você sabe que é uma nota preta. Acha que papai vai continuar pagando?
— Eu pago. Deixa comigo que dou um jeito.
— Tá certo. Mas nada de filho no começo, quero me formar primeiro, tá?
— Tudo bem, tudo bem. Filhos só mais tarde.
— Filhos não. Só quero ter um. Dá muito trabalho, um já é o bastante.
— Tá bom, tá bom. Do jeito que você achar melhor, meu amorzinho.
— Então tá combinado. Amanhã você irá falar com papai, tá?
No outro dia, ou melhor, na outra noite:
— Boa noite, seu Astrogildo! Como é que vai o senhor? E a dona Josefina?
— Tudo bem. Não faça rodeios, já estou sabendo de tudo. Vocês estão querendo se casar, não é?
— É, seu Astrogildo, faz um tempão que a gente se ama.
— E você tem condições de sustentar uma família?
— No começo vai ser difícil, mas vai dar pra levar. Eu tenho um bom emprego...
— Já marcaram a data?
— Daqui a seis meses.
— Seis meses?! E o enxoval? Os convites? Os preparativos? Não acha pouco tempo?
— É que a gente se gosta muito.
— Bom, já que não tem outro jeito... Ainda bem que a Josefina de vez em quando compra uma coisinha
pro enxoval da nossa criança. Você sabe como é mãe, né?
— É, sei, sim senhor. Eu até já andei comprando uns negocinhos também. Mas, por falar nisso, onde é que
tá o Roberval, seu Astrogildo?
— Ô Josefina, ô Josefina, vá chamar o Roberval lá no quarto, que a noiva dele tá esperando aqui faz um
tempão!

AZEVEDO, Alexandre. Que azar, Godofredo! – Crônicas. São Paulo, ed. Atual, 1989.

O texto que você acabou de ler pode ser classificado como crônica, uma narrativa curta, escrita em 1a ou 3a
pessoa, com o uso de uma linguagem simples e, muitas vezes, coloquial, com a presença de poucos
personagens (se houver), retratando um espaço reduzido, a partir de temas relacionados a acontecimentos
cotidianos.
Proposta de produção textual:

Agora é a sua vez! ESCREVA uma crônica a partir da imagem abaixo:

Imagine que seu texto será publicado em um jornal de grande circulação da sua cidade. Por essa razão, seja
original e criativo na sua história, considerando que a crônica é um retrato verbal particular dos
acontecimentos urbanos, em que se relatam fatos de forma artística, em tom crítico ou com humor. Você
pode, inclusive, rever os conceitos trabalhados nos capítulos 01, 02 e 03 do material didático para ajudar a
escrever sua história.

Orientações:
• Siga, atentamente, as instruções da proposta quanto ao gênero textual solicitado.
• Siga, atentamente, as instruções da proposta quanto ao tema solicitado.
• Obedeça ao número de linhas estipulado: mínimo de 20 e máximo de 25.
• Apresente os elementos narrativos necessários a um bom texto (lugar, tempo, personagens, narrador).
• Apresente letra legível e não faça rasuras.
• Redija, no mínimo, três parágrafos.
• Esteja de acordo com a norma-padrão para a modalidade escrita.
• Tenha atenção quanto à acentuação, à pontuação, à formatação de parágrafos, à separação correta de
sílabas, à coesão e à coerência entre as partes do texto, ao margeamento etc.
• Redija o texto em prosa.
• Dê um título ao seu texto.

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