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DE REVISÃO
DPE/PR
Material Especial de Filosofia e
Sociologia Jurídica
2. Normativismo jurídico kelseniano. Teoria pura do direito. Separação entre ser e dever ser. Relação
entre direito e moral. Norma jurídica fundamental. Norma jurídica e ordenamento jurídico. Estática e
dinâmica jurídica. Norma jurídica geral e individual. Norma jurídica e discricionariedade do aplicador.
Na obra ‘’Teoria Pura do Direito’’ defende a autonomia do Direito como ciência. Conferindo
ao Direito um objeto próprio, que é a norma axiológico, ou seja, separa o Direito das demais
jurídica, e um método específico, que é o princípio esferas de saber e dos aspectos valorativos. Para
metodológico fundamental, o princípio da pureza, ser ciência tem que ter um objeto e um método
que opera um corte epistemológico e um corte específico, assim Kelsen conferiu ambos ao Direito.
Dessa forma, Kelsen expõe o aspecto científico A teoria pura ou ciência do direito, para Kelsen,
do direito positivo. Deduzindo ‘’os princípios possui um objeto que o Direito Positivo. Ele não
fundamentais por meio dos quais qualquer ordem possui a pretensão de estudar por meio dessa ciência
jurídica pode ser compreendida’’. Tal teoria responde
os Direitos Positivos in concretu (Direito Brasileiro,
à questão do que é o direito, não o que deve ser. francês, etc.), mas visa estudar as estruturas com as
quais se constrói o Direito Positivo, as quais seriam
A teoria pura do direito tem como objeto de
comuns a todos os sistemas, independentemente
cognição o direito positivo (Kelsen denomina de
de sua localização geografia ou de sua situação
jurisprudência), distinguindo-se da filosofia da
histórico-temporal (BITAR, P. 342).
justiça e da sociologia.
Por isso, que exclui todos os elementos externos ao
Na elaboração da teoria pura do Direito, Kelsen,
Direito, pois a Teoria Pura busca identificar o estudo
por meio do método lógico-transcendental
da validade (existência de uma norma jurídica),
kantiano, buscou definir os conceitos a priori
vigência (produção de efeitos) e eficácia. Toda a
do Direito, necessários para compreender a sua
Teoria Pura se resume ao estudo da norma jurídica.
forma estrutural em qualquer ordenamento
jurídico. Excluindo, então, elementos valorativos Para Kelsen, a ciência é a ciência do dever-ser.
que propulsionam a criação da norma e a fixação Assim, não possui papel de autoridade, que
de seu conteúdo, mas que constituem objeto do decorre do poder de instituições sociais. Com isso,
conhecimento de outras ciências (BARBOSA, 1988, a ciência do direito não possui nenhum caráter
pp.283-292; BOBBIO, 2008, p.11). vinculativo, pois a decisão judicial ou administrativa
é que determinação o sentido possível e admissível
BITTAR adverte que Kelsen possui uma teoria
da norma jurídica a ser aplicado no caso concreto
pura do direito, não uma teoria do direito puro
(BITTAR, p. 343).
(direito como fenômeno puro). Assim, Kelsen não
tem a pretensão de transformar o Direito, como
DISTINÇÃO ENTRE TEORIA PURA DO DIREITO
acontecimento social, em fenômeno puro. Portanto,
E TEORIA DA JURISPRUDENCIA ANALÍTICA: A
não se trata de dizer que Kelsen afirmava a pureza
teoria pura do direito, por excluir do campo
do direito, mas a pureza é atributo da ciência que
de analise a filosofia e a sociologia, em muito
ele pretendia construir.
Kelsen separa o ser do dever-ser para distinguir a no seu objeto, que é a norma jurídica considerada
realidade e o direito, que caminham em dissintonia isoladamente.
em sua teoria. É com a quebra da relação entre
Segundo Bittar, ser e dever-ser diferem entre si
ser e dever-ser que Kelsen pretende operar para
tal como ciências sociais e ciências naturais. Essa
diferenciar o que é jurídico (fenômeno jurídico
diferenciação repousa na distinção provocada
puro) do que não é jurídico (cultural, sociológico,
pelos termos causalidade e imputação e suas
filosófico, etc.).
consequências lógico-jurídicas. Estabelecendo as
A teoria pura do direito estuda o ser (o que é). Foca seguintes diferenciações:
Causa e efeito
Comportam-se com regularidade. Ou é, ou não é.
(ciências naturais)
Conceito de
Significa que a sanção pode ser imposta a um sujeito.
responsabilidade
Conceito de
Significa que a sanção não pode ser imposta a um sujeito.
irresponsabilidade
Kelsen define as normas jurídicas como objeto de estudo do Direito e as normas morais como objeto de
estudo da ética. Assim, discutir sobre justiça é discutir sobre normas morais.
Discutir sobre justiça não é discutir sobre direito, e justiça não tem espaço na Teoria Pura do Direito.
vice-versa, pois a doutrina da justiça não é objeto de
conhecimento do jurista, o qual deve compreender Lembre-se: Kelsen se preocupa com a norma
normas jurídicas. jurídica! Discutir justiça, para Kelsen, é tarefa
da ética, ciência que se ocupa de normas
Para Kelsen, o Direito tem a característica de poder
morais, não jurídicas.
ser moral (Direito Justo) e de poder não ser moral
(Direito Injusto). Certamente, prefere-se o direito
OBS.: Isso não significa que Kelsen não se preocupava
moral ao imoral, mas não é isso que irá retirar a
ou não tinha interessa na questão da Justiça. Ele
validade de um determinado sistema jurídico. Um
tinha. Inclusive publicou livros e artigos tratando da
direito pode ser justo ou injusto, mas nem por isso
justiça. Todavia, entendia que no âmbito da teoria
deixará de ser válido. O Direito não precisa respeitar
pura do direito o único objeto a ser tratado era a
um mínimo moral para ser definido e aceito como
norma jurídica considerada isoladamente.
tal, pois a natureza do Direito não requer nada além
do valor jurídico (BITTAR, P. 343). EM SUMA: Justiça e injustiça não possuem ligação
com a validade do direito positivo, sendo esta
Em qualquer caso, o Direito é coercitivo,
a distinção entre Direito e Moral. Uma norma
característica ausente na moral.
jurídica não deixa de ser válida pelo simples fato de
Assim, a ordem jurídica é válida ainda que contrarie contrariar uma lei moral. O que é valido prepondera
preceitos morais. Validade e justiça são valores sobre o que é justo, pois a validade se comporta de
diversos de uma norma jurídica. Uma norma pode acordo com os modos de existência normativa do
ser válida e justa, válida e injusta, inválida e justa, e ordenamento jurídico. O justo, por sua vez, esta no
inválida e injusta (BITTAR, p. 343). plano dos valores. Desvincular validade de justiça
é a tarefa do positivismo kelsiano (BITTAR, p. 349).
Acrescente-se a isso o fato de que a discussão sobre
(FCC - 2010 - DPE-SP - Defensor Público / Filosofia e Sociologia do Direito / Filosofia do Direito) Em sua
Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen concebe o Direito como uma "técnica social específica". Segundo o
filósofo, na obra O que é justiça?, "esta técnica é caracterizada pelo fato de que a ordem social designada
como 'Direito' tenta ocasionar certa conduta dos homens, considerada pelo legislador como desejável,
provendo atos coercitivos como sanções no caso da conduta oposta".
no topo da pirâmide, sendo esse o recurso utilizado surgirem, devem guardar unidade com esta que
por Kelsen para evitar o regresso ao infinito. Ou esta sendo criada por esse poder originário.
seja, ele coloca uma norma fundamental hipotética
A partir disso, Kelsen construiu a noção de norma
fundamentando todo o ordenamento jurídico.
hipotética fundamental como a primeira norma
Assim, a norma fundamental hipotética é a própria transcendental, uma norma suposta, como uma
crença compartilhada por um grupo de que exigência lógica, uma ficção que sustenta o
aquelas pessoas que estão na Assembleia Geral fundamento de validade da ordem jurídica. Desse
Constituinte estão legitimadas para criar uma lei, modo, acreditou garantir a racionalidade da ordem
que terá o poder máximo para organizar o estado jurídica.
e a sociedade. E, todas as demais normas que
Para Kelsen, o conceito de norma jurídica e de deve haver uma norma que não possui nenhuma
ordenamento jurídico decorre do fato de que outra que lhe seja antecedente e que justifique a
a norma jurídica é um juízo lógico de natureza razão de todas as demais. Sendo, no caso, a norma
hipotética. Assim, o ordenamento jurídico também fundamental, a qual, do ponto de vista empírico,
é uma estrutura lógica. não existe, é uma hipótese, por isso chamada de
norma fundamental hipotética. Ela funciona como
Para Kelsen, norma é o sentido de um ato através
um comando, que diz: ‘’Obedeça a Constituição!’’.
do qual uma conduta é prescrita, permitida ou,
especialmente, facultada, no sentido de adjudicada Assim, segundo Kelsen, a validade da norma
à competência de alguém. fundamental é transcendental, enquanto a validade
das demais normas é relacional, ou seja, depende
Dessa forma, para que haja coerência no
de sua observância a norma anterior.
ordenamento jurídico, acima de todas as normas
jurídicas não são válidas por si mesmas, são acordo com procedimentos formais de criação
vinculadas e dependentes das normas que lhes normativa, previstos no ordenamento jurídico. A
sejam antecedentes. validade não submete a norma ao juízo do certo
ou errado, mas ao juízo jurídico, propriamente dito,
OBS.: BITTAR (p. 338): Ser válida não significa o
ao juízo da existência ou não para determinado
mesmo que ser verdadeira ou falsa, mas estar de
ordenamento jurídico.
Em sua teoria, a norma suposta segue-se o Para Kelsen, a estrutura possibilita que o jurista
conjunto normativo da Constituição, que é a organize o sistema dinâmico das normas segundo
primeira norma posta, bem como todas as demais. o qual as normas são relacionadas pelas regras de
Então, da norma suposta (norma fundamental competência reguladoras da produção normativa.
hipotética) surge a Constituição e todas as demais Há uma estrutura legislativa, mostrando a
normas infraconstitucionais, formando uma grande competência para criar cada uma delas. Do mesmo
pirâmide. modo, o sistema estático relacionando as normas
a partir de seus conteúdos. A norma emanada de
Assim, a validade da norma decorre de sua origem
quem tem competência para editá-la deve manter
na autoridade competente. A validade repousa na
conteúdo compatível com a norma que lhe é
competência normativa do seu editor. Se o sujeito
imediatamente superior. (ASSIS et al, 2012, p. 140-1).
tem competência para legislar a norma será válida.
Nessa estrutura de Kelsen, a norma será válida
Nesse ponto, fica-se evidente o quanto Hans Kelsen
quando está em conformidade com norma
é kantiano e usa categorias de Augusto Comte,
superior. Tudo dependerá do encadeamento lógico
como o sistema dinâmico e o sistema estático, que
de normas que possuem um caráter prescritivo, um
são categorias da filosofia positiva de Comte.
dever-ser (ASSIS et al, 2012, p. 140-2).
SISTEMA
Trata do conteúdo compatível com a norma que lhe é imediatamente superior.
ESTÁTICO DAS
MACETE: Estático Nada novo!
NORMAS
Então, esses dois sistemas se relacionam. Um está O outro se o conteúdo é compatível, ou seja, se há
ligado à origem da norma, ou seja, a competência. uma unidade com a norma fundamental.
O fato de as normas jurídicas serem regidas por base para a hermenêutica dogmática. Todavia,
uma norma fundamental não exclui a possibilidade Kelsen afirma que há dois tipos de interpretação: a
de o juiz produzir normas individuais. doutrinária e a autêntica.
(CESPE - 2015 - DPU) Na teoria pura do direito de Kelsen, a interpretação autêntica é realizada pelo órgão
aplicador do direito, ou seja, tanto pelo Poder Judiciário quanto pelo Poder Legislativo.2
Tendo em vista que Kelsen pretendia uma teoria ser neutro. Há que se levar em consideração que
2
pura, não vinculada a nenhuma outra área do Kelsen está dentro de um período histórico em que
saber, como filosofia, sociologia, religião, ou demais há a ficção da neutralidade cientifica. Ficção, pois
aspectos valorativos, para ele o jurista deveria nenhum ser humano é neutro.
neutro, o jurista não pode fazer juízos de valor sobre direito como algo puro serviu como fundamento
as normas, ou seja, o raciocínio jurídico deve versar para as atrocidades do nazismo. A pretensão de
sobre o que é lícito ou ilícito, válido ou inválido, Kelsen era unicamente a constituição do Direito
eficaz ou ineficaz (ASSIS et al, 2012, p. 140-1). como ciência, entender o fundamento do Direito,
mas assim como uma faca tanto pode cortar um
Assim, para Kelsen o que importa é a validade da
queijo, como pode matar alguém, sua teoria foi
norma, não a sua justiça ou injustiça. Não se discute
utilizada para fins diversos.
moralmente a norma.
Bonavides, antes, o princípio central do Estado Dentro dessa lógica, observa-se que hoje, em uma
de Direito era o princípio da legalidade, hoje, sociedade multicultural, em que o próprio direito
é o princípio da constitucionalidade centrado precisou repensar alguns aspectos, principalmente
na dignidade da pessoa humana. após a segunda guerra mundial, começamos a
pensar o direito de outra forma, e surge a chamada
lógica do razoável.
Esse método foi criado por Recaséns Siches (1903 A lógica do razoável pede muito mais o esforço do
– 1977), que faz uma crítica ao método lógico- intérprete para interpretar/analisar a regra, indo
dedutivo do positivismo jurídico, propondo a lógica além do que está escrito.
do razoável.. Foi professor da Universidade Nacional
O fracasso da lógica formal e a necessidade
do México e universidades norte-americanas,
da Lógica do Razoável: Há um relato de Gustav
estudou na Universidade de Viena, foi discípulo de
Radbruch, mencionado por Siches segundo
Giorgio del Vechio, Rudolf Stammler, Hans Kelsen,
o qual em uma estação ferroviária da Polônia
dentre outros. Defendeu o emprego de um só
havia um cartaz proibindo a entrada de pessoas
método para superar o método lógico-dedutivo
acompanhadas de cachorro. Certa vez um sujeito
do positivismo jurídico: o da “Lógica do razoável”,
aparece acompanhado de um urso e foi impedido
a qual exige um maior esforço do interprete para
de entrar pelo funcionário responsável. O sujeito
analisar determinada regra, indo além do que
reclamou dizendo que o cartaz proibia cachorros e
está escrito. Trabalha com valores, por isso que é
não ursos e, na hipótese, surgiu o conflito em torno
axiológica.
da interpretação do regulamento que já havia
Assim, o dilema era encontrar um método para proibido também a entrada de um cego com um
interpretação do direito vigente que estivesse cão acompanhante (TOMASZEWISKY, 1998, p. 121).
efetivamente ligado ao sentido de justiça.
Se seguirmos o método lógico-dedutivo do
DICA: Filme: ‘’Arquitetura da destruição’’ Mostra positivismo jurídico, a argumentação do sujeito
toda a trajetória do nazismo alemão, mostrando estaria correta, pois a norma proibia cachorros. A
que Hitler criava uma lei, sempre antes de agir, lógica tradicional, portanto, não contempla análises
portanto, tudo era líticito, de modo a implementar valorativas.
seu programa de destruição, legitimando-o na
Para Siches, os métodos da lógica tradicional são
própria lei.
incapazes de ofertar soluções justas, limitam-se
A “Lógica do razoável” seria a única regra capaz de ao raciocínio da lógica dedutiva e a decisão a ser
permitir que o julgador alcance uma decisão justa. prolata reduz-se a um mero silogismo. Exemplo:
Um sujeito vive na selva Amazônica com pouco comum, da dignidade da pessoa humana.
contato com comunidades ribeirinhas, não sabe ler
Além de operar com os princípios da justiça,
ou escrever. É preso em flagrante ao derrubar uma
liberdade, segurança, deve, ainda, usar a sensatez,
árvore para fazer a sua canoa como fizeram o seu
sopesar interesses, usar a prudência etc. para a
pai e seu avô. A reclusão seria justa? Se utilizarmos
lógica do razoável, o essencial não está no texto
o método lógico dedutivo, que é baseado no
da lei, mas no juízo de valor que se faz em torno
positivismo jurídico, o homem deveria ser preso.
de determinada norma (TOMASZEWISKY, 1998, p.
Na “lógica do razoável” o ponto de partida é o
127-8).
horizonte humano, um horizonte de valores em
que as soluções devem ser justas. O julgador para Na “lógica do razoável” o processo de produção do
aplicar ou não a norma jurídica deve antecipar direito não termina com a promulgação da Lei, mas
mentalmente os efeitos da aplicação possível no momento de sua individualização que é a fase
para corrigir equívocos e alcançar maiores graus concreta, a fase mais importante e que está nas
de justiça (TOMASZEWISKY, 1998, p. 130). Assim, mãos do intérprete (TOMASZEWISKY, 1998, p. 133).
se utilizada à lógica do razoável o acontecimento
Essa lógica, que decorre da realidade do mundo dos
deve ser contextualizado.
valores, está presente no procedimento analógico
Pode-se fazer relação entre a Lógica do Razoável e foi apontado por nosso legislador de maneira
com a Régua de Lesbos e com o utilitarismo: implícita quando no art. 5º do LINDB observa que
“na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais
Relação com a Régua de Lesbos, de
a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.
Aristóteles: A virtude é o meio termo entre o
Neste caso há o reconhecimento da Lógica do
excesso e a falta. No exemplo acima, a reclusão
Razoável como critério para aplicação da norma.
seria excessiva e não fazer nada seria injustiça.
A equidade também é uma autorização para
Pensar nas consequências que adviriam do
que o juiz aprecie segundo a lógica do razoável,
ato de prender o homem, se positivas ou negativas.
estabelecendo a norma individual para o caso
Herança do utilitarismo.
concreto (GONÇALVES Jr; MACIEL, 2012, p. 300-2).
A função do juiz, não obstante estar limitada ao
direito formalmente válido deve transcender ‘’Para Recaséns Siches, o Direito é um conjunto
essa esfera para que seja criativo e alimente- de meios adequados a serviço da convivência
se de um complexo de valorações para o caso e da cooperação social: (...) O magistrado
concreto alcançar a solução mais justa possível completa a obra do legislador, só que em lugar
(TOMASZEWISKY, 1998, p. 130). O juiz tem que ser de avaliar situações em termos genéricos,
criativo na interpretação e tomar como ponto de avalia situações individuais concretas, sem se
partida o ser humano. Nosso direito abre caminho apegar, incondicionalmente, ao texto legal,
para isso quando fala da função social, do bem mas procurando fazer com que prevaleçam
os valores que inspiram a elaboração da lei. p. 302) Silva e Zenni (2008) observam que
A produção do direito não é obra exclusiva o processo hermenêutico é uma ferramenta
do legislador, mas também dos magistrados e para concretização da justiça.
dos funcionários competentes nos processos
administrativos. O processo de criação
jurídica vai desde o trabalho dos legisladores, OBS.: Esse processo de resignificar, mudar o sentido,
ao contratos civis, até a sentença judicial e o advogado e o defensor, já o faz. Ordenando os
a decisão administrativa, sem solução de fatos a nova realidade, produzindo assim uma nova
continuidade” (GONÇALVES Jr; MACIEL, 2012, construção.
c) Fundamentada na prudência;