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Jacobina – Ba
2011
DÉBORA BARBOSA DE SOUZA
Jacobina-BA
2011
DÉBORA BARBOSA DE SOUZA
Aprovado em.........de.......................................2011.
BANCA EXAMINADORA
Jacobina-BA
2011
DEDICATÓRIA
Dedico à minha avó Antônia (in memorian) que se foi devido às complicações crônicas
causadas pelo Diabetes Mellitus deixando saudades, mas com a certeza de que descansa
num lugar melhor.
AGRADECIMENTOS
Foram cinco anos de faculdade, anos em que muitos contribuíram para meu sucesso,
tantos, que não caberiam neste espaço tão pequeno.
Especialmente, gostaria de agradecer aos meus pais, Edison e Dionice, pois sem eles eu
jamais seria a pessoa que sou hoje e jamais estaria onde estou, foram pessoas
indispensáveis para o meu sucesso.
Ao meu esposo Charles, que com paciência me suportou e me confortou em tantos
momentos de estresse, me ensinando a valorizar as coisas simples da vida e o amor. Eu
te amo!
Ao maior e melhor presente que Deus me deu: meu filho Charlinho.
Aos meus irmãos, Elizeu, Elizama, Edson, Dionei e em especial à minha irmã Damares
que muitas vezes se dispôs a cuidar do “meu pequeno” para que eu pudesse assistir às
aulas, assim como minha querida sogra Cleusa que tanto me ajudou nesses momentos
de necessidade.
A todos os professores que contribuíram para a minha formação, principalmente à
minha orientadora Profª Ms. Laura Emmanuela, que tantas vezes me pressionou, mas
também auxiliou na construção deste trabalho e mesmo quando eu não acreditei que
poderia concluir, ela acreditou no meu potencial. Obrigada Professora!
Meu carinho e gratidão especial às minhas amigas Lucineide e Joice onde cada uma,
com o seu jeitinho especial, me ajudaram, me ensinando, elogiando ou criticando,
contribuindo para o meu crescimento tanto como estudante quanto como pessoa. À
minha querida amiga Priscila, que ao final do curso me incentivou com carinho e
determinação.
Por fim, agradeço a todos aqueles com os quais efetuei trocas em uma trajetória
construída passo a passo, entre idas e vindas, desfechos e retomadas que me
proporcionaram amadurecimento pessoal e profissional. A estes vários amigos minha
amizade e gratidão.
RESUMO
DM – Diabetes Mellitus
ADA – Associação Americana de Diabetes
DM1 – Diabetes Mellitus tipo 1
DM2 – Diabetes Mellitus tipo 2
DMG – Diabetes Mellitus Gestacional
DMS – Diabetes mellitus Secundária
SM – Síndrome Metabólica
OMS – Organização Mundial de Saúde
SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes
SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
SUS – Sistema Único de Saúde
RI – Resistência a Insulina
GC – Glicemia Capilar
HbA – Hemoglobina A
AVC – Acidente Vascular Cerebral
RD – Retinopatia Diabética
ND – Nefropatia Diabética
NDi – Neuropatia Diabética
MMII – Membros Inferiores
DCV – Doenças Cardiovasculares
CHO – Carboidratos
VO2max – Consumo máximo de oxigênio
LDL – Lipoproteína de baixa densidade
TG – Triglicérides
TE – Teste Ergométrico
SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................11
2. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................14
2.1. PREVALÊNCIA E EPIDEMIOLOGIA....................................................................14
2.1.2. Perspectiva Histórica........................................................................................15
2.1.3. Quadro Clínico.................................................................................................16
2.1.3.1. Diabetes Mellitus Tipo 1.............................................................................. 16
2.1.3.2. Diabetes Tipo 2 ........................................................................................... 17
2.1.3.3. Diabetes Gestacional.................................................................................... 18
2.1.3.4. Diabetes Secundária..................................................................................... 20
2.1.4. Exames.............................................................................................................21
3. METODOLOGIA................................................................................................40
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................53
REFERÊNCIAS.....................................................................................................55
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Prevalência e Epidemiologia
Dados revelam que na década de 80 realizou-se um estudo para descobrir a
prevalência do diabetes no Brasil, por que até então essa informação era
desconhecida. Constatou-se que 7,5% da população entre 30 e 69 anos portava o DM
(SANTOS, 2008).
Francisco et al (2010) afirma que as atitudes comportamentais do indivíduo, tais
como sedentarismo e hábitos alimentares inadequados, contribuem para o
desenvolvimento e/ou agravamento do Diabetes Mellitus.
Este mesmo estudo estimou que tivesse 30 milhões de diabéticos adultos no mundo;
número esse que aumentou consideravelmente, chegando à marca de 173 milhões em
2002, com tendências de chegar a 300 milhões em 2030. Por isso das chances de uma
epidemia estar a caminho serem bastante prováveis (DIRETRIZES DA SBD, 2006).
O Ministério da Saúde (2009) enfatiza que “[...] no Brasil, o diabetes junto com a
hipertensão arterial, é responsável pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizações, de amputações de membros inferiores e representa ainda 62,1% dos
diagnósticos primários em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos a
diálise”. Tendo em vista que inúmeros estudos científicos comprovam que é possível
evitar ou retardar a doença e suas complicações, vale ressaltar que surge a partir
desses dados uma grande necessidade de implantação de políticas públicas que visem
a prevenção da doença e orientações para os seus portadores.
No grego a palavra Diabetes significa sifão (tubo para aspirar água), nome dado
devido aos sintomas da doença o qual provoca sede intensa e grande quantidade
eliminada de urina. (MARCELINO, 2008)
Entre os séculos V e VI, médicos indianos constataram que a urina dos pacientes
com diabete era adocicada, pois, observando-a perceberam a presença de formigas e
outros insetos que frequentemente eram atraídos pela urina. Foi o Prof. Ernest H.
Starling já no século XX que utilizou pela primeira vez o termo insulina e, desde
então concluiu-se que o diabetes ocorria devido ao mau funcionamento do pâncreas
pois este deixava de produzir a insulina, ou então, a produzia de forma insuficiente
ou não funcionava adequadamente (MOLENA-FERNANDES et al, 2006;
MARCELINO, 2008). A partir daí as pesquisas científicas em torno do Diabetes
Mellitus se intensificaram, gerando estudos clínicos abrangentes sobre o assunto,
possibilitando diagnósticos mais precisos.
O Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) caracteriza-se pela destruição das células beta
pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, sendo considerada uma doença
crônica, progressiva e autoimune (DUALIBI, 2009).
O DM2 é uma doença que tem uma considerável representação econômica para o
indivíduo portador da mesma e para a sociedade, já que os maiores custos de seu
tratamento geralmente são associados às complicações decorrentes do controle
inadequado (MCLELLAN,2007).
Por ser uma doença incurável, com incidência em ambos os gêneros e classe social, o
DM2 vem estabelecendo uma grande importância em quase todos os países do
mundo, pois causa um grande impacto social e econômico na sociedade (MOLENA-
FERNANDES et al, 2005).
A Diabetes Mellitus Secundária (DMS) pode ser causada por diversos fatores. Uma
breve lista de condições que podem causar diabetes secundária inclui depressão,
HIV, pancreatite, certas desordens hormonais (como a síndrome de Cushing e
hipertireoidismo) e algumas desordens genéticas (como a fibrose cística). Drogas
ligadas à diabetes secundária incluem diuréticos e outras drogas usadas para tratar a
hipertensão arterial, hormônios, antidepressivos, anticonvulsivos e algumas formas
de quimioterapia, entre outras (DELLA MANNA, 2007).
Apesar de ser associada ao DM2, nos últimos anos a SM também passou a ser
considerada também na DM1, já que houve um aumento da prevalência de obesidade
nas últimas décadas também entre os portadores de DM1 (DIB, 2006).
Farias (2010) afirma que “[...] A SM é considerada um fator de risco tão importante
quanto o tabagismo para o desenvolvimento de doenças vasculares oclusivas e
ateroscleróticas. Por isso, o diagnóstico e tratamento da SM são de extrema
importância já que sua prevalência é crescente em todo o mundo”.
2.1.4. Exames
Conforme Maia (2006), a glicemia capilar (GC) é um exame que colhe amostra de
sangue coletada na ponta do dedo, sendo este procedimento imprescindível no
controle do DM2 e de suma importância na avaliação do paciente com DM2.
Dias et al (2010) confirma que uma das maiores causas de cegueira irreversível no
mundo é causada pela retinopatia diabética. Sendo que as pessoas afetadas
geralmente estão em idade produtiva, e que 80% dos pacientes com DM2 e 97% dos
DM1 apresentam certo grau de retinopatia diabética.
Complicações Cardiovasculares
A Sociedade Brasileira Diabetes (2008) afirma que “[...] Para todas as pessoas com
diabetes, é importante uma avaliação anual sobre o risco de doenças
cardiovasculares. Além do exame clínico com o médico, é recomendável a realização
dos exames de rotina relacionados com os fatores de risco, assim como: Avaliação
do diabetes; Colesterol total, HDL, e LDL; Triglicérides; Pressão Arterial”.
Silva (2010) continua ressaltando que “[...] Ainda há relatos de melhora dos níveis
glicêmicos e da Hemoglobina Glicosilada (HbA1c). A HbA1c, por sua vez,
apresenta-se como parâmetro de grande importância para o controle de complicações
decorrentes do Diabetes”.
Número de Número de
Nº Exercícios repetições Nº Exercícios repetições
A B A B
1.1 Aquecimento 4 a 5 minutos 2.1 Aquecimento 5 a 6 minutos
Balançando os
1.2 braços na Balançando os
frente do 8-10 10- 2.2 braços 8-12 12-14
corpo 12 lateralmente
Caminhando e Caminhando
1.3 levantando os 30 segundos sem sair do
ombros 2.3 lugar, fazendo 8-12 12-14
círculos com
braços e
ombros
Caminhando Caminhando
sem sair do sem sair do
1.4 lugar e 10 segundos lugar e
balançando os 2.4 balançando os 15segundos
braços braços
Flexão de
1.5 joelho e Cruzando os
abdução do 8-10 10- 2.5 braços nas 8-12 12-14
quadril 12 costas
Apontando o Alongando os
1.6 pé para trás 1 minuto músculos dos
2.6 braços e das 8-12 12-14
pernas com
balanceamento
Caminhando
sem sair do Caminhando
1.7a lugar e 10 segundos sem sair do
balançando os 2.7a lugar e 15 segundos
braços balançando os
braços
Caminhando
sem sair do
1.7b lugar e 1 minuto Tocando o
levantando calcanhar com
joelho para o 2.7b a mão 1 minuto
alto
1.8 Alongando o 8-10 10- Rotação do
tronco 12 2.8 tronco 8-12 12-14
(“ceifador”)
Abertura para Levantando o
1.9 frente 8-10 10- 2.9 braço e a perna
projetando os 12 na posição 8-12 12-14
braços para oblíqua
frente
Caminhando Caminhando
1.10 com rotação 30 2.10 com rotação 30 segundos
dos ombros segundos dos ombros
Flexionando o Flexionando
1.11 joelho e o 8-10 10- 2.11 os joelhos e o 8-10 10-12
quadril 12 quadril
Caminhando Caminhando
sem sair do sem sair do
1.12 lugar e 2 minutos lugar e
balançando os 2.12 balançando os 2 minutos
braços braços
Pulsações Pulsações
Alongando o Ilimitado Alongando os
1.13 tríceps 2.13 músculos Ilimitado
trapézios
superiores
1.14 Descansando ilimitado 2.14 Descansando ilimitado
Fonte: MANIDI (2001, p. 23)
Manidi (2001 p. 161) ainda enfoca que são dois os mecanismos de regulação do
equilíbrio glicêmico:
O exercício físico nem sempre está associado à melhoria da hemoglobina glicada (Alc)
de indivíduos com DM. Estudos realizados com portadores de DM demonstraram
alguns efeitos benéficos como melhora no controle metabólico e melhora no consumo
máximo de oxigênio (VO2max) (RAMALHO E SOARES, 2008).
Mas, em concordância com outros autores, Ramalho & Soares (2008), afirma que a
prática regular de exercício físico durante 12 semanas em um grupo de indivíduos com
DM não foi suficiente para a melhora da Alc, pois, por não existirem protocolos
adequadamente estabelecidos quanto à redução da dose de insulina para evitar a
hipoglicemia no diabético durante a prática de exercício físico, observa-se falha no
controle glicêmico desta população.
Nas pesquisas realizadas houve uma redução significativa após o exercício apenas nos
portadores de DM2, sendo que foi necessário período de um ano pra que se
observassem respostas fisiológicas ao exercício nesses indivíduos, sugerindo dessa
forma, a necessidade de períodos mais prolongados de exercícios para obter-se efeitos
benéficos nessa categoria de diabéticos (RAMALHO & SOARES, 2008; DE ANGELIS
et al, 2007).
De Angelis et al (2007) afirma que o exercício físico apresenta efeitos benéficos na ação
insulínica, especialmente no músculo esquelético, sendo importante ressaltar que tanto
indivíduos com DM1 como indivíduos não diabéticos apresentam também melhora na
sensibilidade à insulina induzida pelo exercício. Assim, o treinamento físico dinâmico
promove outros efeitos que beneficiam esses indivíduos, como melhora cardiovascular e
no perfil lipídico, que são fundamentais para a redução da morbidade e mortalidade
dessa população.
O programa de exercício apresentado a seguir deve ser realizado diariamente para obter
um bom controle glicêmico, além da melhora das funções metabólicas.
Pacientes com DM tendem a ter uma concentração lipídica elevada quando não há
um controle adequado no controle glicêmico. Normalmente, nesses pacientes ocorre
a hipertrigliceridemia e baixo HDL-C quanto ao perfil lipídico. Se comparado a
pacientes não-diabéticos, a concentração média de LDL-C não se diferencia
quantitativamente, mas, do ponto de vista qualitativo, existem maiores proporções
nas artérias de partículas pequenas e densas da lipoproteína de baixa densidade
(LDL) (DE ANGELIS et al, 2007; SBD, 2008).
Ramalho & Soares propõe para as pessoas com DM1 a prática de todos os tipos de
exercício físico, incluindo atividades de lazer, esportes de recreação e performance
de competição profissional, pois a prática dessas atividades atuará tanto no controle
da glicemia como também nos fatores de risco para doença macrovascular,
dislipoproteinemia, hipertensão, obesidade e melhora da performance cardíaca. No
entanto, deve-se tomar cuidado, pois nesta categoria de diabéticos é necessário
extrema atenção na prática do exercício, pois o mesmo tende a ocasionar a
hipoglicemia durante ou até mesmo após várias horas do término do exercício,
afirma Miculis (2010), além de estar atento para as complicações já citadas
anteriormente.
Intensidade relativa
Intensidade VO2máx(%)# Freqüência cardíaca máx RPE **
(%)*
Muito leve < 20 < 35 < 10
Leve 20-39 35-54 10–11
Moderado 40-59 55-69 12–13
Intenso 60-84 70-89 14–16
Muito intenso > 85 > 90 17–19
Máximo*** 100 100 20
#VO2máx = consumo máximo de O2; *Freqüência cardíaca máxima (FCmáx) = 220 – idade (Nota: É
preferível e recomendado que a FCmáx seja medida durante um teste de alta intensidade); **Avaliação de
Borg percebida é relativa à extensão da escala 6-20 (RPE); ***Média dos valores máximos conseguidos
durante o exercício intenso por adultos saudáveis. Fonte: RAMALHO (2008)
Manidi (2001, p. 160) afirma que é importante integrar o exercício físico num
programa para pessoas obesas, apesar de o mesmo ter pouca contribuição para o
gasto calórico sendo irrelevante na perda de peso, mas apresenta benefícios sobre a
imagem corporal, a tolerância corporal ao esforço, a auto-estima e ao bem estar em
geral no obeso.
Esse rastreamento deve ser realizado apenas como parte de uma consulta médica.
Tanto a glicemia de jejum como o teste de duas horas pós-sobrecarga com 75 g de
glicose são apropriados, sendo que os resultados positivos em jejum devem ser
confirmados em outro dia. Para indivíduos normoglicêmicos indica-se rastreamento a
cada três anos.
Dados estatísticos revelam que pessoas com DM2 tem a probabilidade de duas a
quatro vezes mais para DCV se comparados a pessoas não-diabéticas. A ocorrência
de morte entre pessoas diabéticas devido à doença aterosclerótica é de três em cada
quatro mortes, sendo que as DCVs são responsáveis por 75% das mortes de
indivíduos com DM2 (SBD, 2008).
3. METODOLOGIA
3.1. Caracterização da Investigação
Após serem definidos alguns itens a serem pesquisados, com a finalidade de alcançar
o objetivo proposto para este estudo, iniciou-se a coleta de dados através de uma
pesquisa descritiva exploratória. A fonte de informação deveria responder
adequadamente à pergunta em questão. Sendo assim, procedeu-se a localização de
artigos, monografias de graduação e especialização, dissertações de mestrado e tese
de doutorado, publicados no período de 2005 a 2010.
Por fim, ao termino de todo processo de pesquisa, coleta e categorização dos dados,
procedeu-se a redação do relatório, obedecendo às normas técnicas exigidas, sendo
revisado e aprovado por uma especialista na área.
4.1. Resultados
Subdividimos os resultados em quatro, categorizando-os sendo que as análises foram
realizadas a seguir:
1. As respostas fisiológicas ao Exercício Físico influenciam no perfil lipídico, no
controle glicêmico, na função renal e no sistema cardiovascular e autonômico;
2. A duração, a intensidade e o tipo de exercício físico influencia no controle do
diabetes tipo 1 e 2, gestacional e secundário; Adotar um estilo de vida que inclua
necessariamente o exercício físico programado e uma dieta saudável, traz
benefícios duradouro para o controle do diabetes;
3. Como estratégia de prevenção às complicações do diabetes, utiliza-se programas
educativos, ampliando o conceito de diabetes como uma doença psicossomática;
4. A síndrome metabólica caracteriza-se por sinais e sintomas de difícil manejo e
controle, onde o exercício físico apresenta-se como uma alternativa viável e de
benefícios duradouros.
Neste trabalho será utilizado o termo Diabetes Mellitus para descrever os vários tipos
de diabetes como Diabetes Mellitus tipo1 e tipo 2, Diabetes Gestacional e Diabetes
Secundário, não os caracterizando de forma individualizada.
4.2. Discussão
A análise das publicações será demonstrada através de uma tabela contendo autor,
título, ano de publicação, natureza do trabalho (artigo, monografia ou dissertação) e a
que categorias foram enquadradas, sendo divididas em grupos temáticos de acordo as
suas categorias.
No estudo realizado por Lopes (2007) no diabético, ele observa que a ocorrência de
complicações cardiovasculares é maior e progride de forma mais acelerada, estando
associada a um prognóstico mais grave. Portanto, estima-se que mais de 80% das
pessoas com DM chegam a óbito devido à doença aterosclerótica, concluindo que os
mesmos não têm sido beneficiados do declínio da mortalidade cardiovascular
detectado na população geral.
Esses exercícios devem ser realizados de três a cinco vezes por semana, com a
duração de 30 a 60 minutos, numa intensidade moderada, mantendo o VO2máx de
50% a > 70%, podendo aumentá-lo gradativamente.
Desta forma, recomenda-se que a prescrição dos exercícios físicos deva obedecer
criteriosamente às normas quanto à intensidade, o tipo e a duração, procurando
manter o indivíduo que o pratica sempre hidratado, sendo fundamental a monitoração
antes, durante e depois do exercício. Além de estar atento para aqueles diabéticos que
apresentam as complicações crônicas advindas da patologia.
4.2.3. A utilização de programas educativos como estratégia de prevenção às
complicações do diabetes, ampliando o conceito da mesma como uma doença
psicossomática.
Foram selecionados 04 estudos, sendo todos artigos de revisão onde foi enfatizado o
estado emocional como fator relevante no tratamento do diabetes mellitus. Tendo
como objetivo a importância da internalização da doença e a prática do exercício
físico para melhorar a auto-estima do diabético.
Mas também faz-se necessário a educação do paciente com DM como uma forma
fundamental no tratamento do mesmo, já que o paciente diabético muitas vezes
resiste ao tratamento pela não aceitabilidade da doença, dificultando na intervenção
terapêutica.
4.2.4. A Síndrome Metabólica caracteriza-se por sinais e sintomas de difícil
manejo e controle, onde o exercício físico apresenta-se como uma alternativa
viável e de benefícios duradouros.
Neste mesmo estudo, Sá (2010) afirma que 14% da população adulta brasileira, de
ambos os sexos são acometidos pela síndrome metabólica, sendo que com maior
ocorrência entre os idosos, acima do peso, sedentários, para mulheres de baixa
escolaridade, alto consumo de bebida alcoólicas por homens e ex-fumantes.
Deve-se estar atento aos fatores de risco para o desenvolvimento da SM, os quais
são: sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2ou cintura > 102 cm em homens e >88 em mulheres;
hábitos de vida sedentários, idade acima de 40 anos; etnia não-caucasóide; história
pessoal de intolerância à glicose, enfatizando-se que a glicemia 2 h após 75 g de
glicose anidra oral ≥ 140 mg/dl seria uma medida mais sensível do risco da síndrome
metabólica do que a dosagem da glicemia em jejum; história de diabetes gestacional
e diagnóstico de hipertensão arterial, dislipidemia ou doença cardiovascular e o de
maior relevância é o histórico familiar de diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial
ou doença cardiovascular.
Através dos conceitos teóricos coletados a cerca do Diabetes Mellitus, este estudo foi
elaborado conforme os dados coletados fundamentados em autores, podendo analisá-
lo em quatro categorias.
Por fim, a categoria 4 apresenta o exercício físico como uma alternativa viável e de
benefícios duradouros para o portador de Síndrome Metabólica. Neste ponto, é
fundamental uma intervenção nutricional e a prática do exercício físico para auxiliar
na redução dos fatores de risco para esta síndrome. Pois a prática do mesmo,
comprovada através de estudos, melhora os níveis de HDL, glicemia e pressão
arterial sistólica e diastólica, além de promover o bem-estar do paciente. Portanto, a
mudança no estilo de vida deve ocorrer de forma gradativa para gerar benefícios à
esta população.
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