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ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
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4.1. Introdução
4.2.Análise de sensibilidade
Uma fabrica de cerveja produz três tipos distintos de cerveja: 2M, laurentina preta e
laurentina clara. Para o seu fabrico, para além de água e lúpulo para os quais não há limitação
da sua disponibilidade, são necessários malte e levedura que limitam a capacidade diária da
produção.
A tabela seguinte fornece a quantidade necessária de cada um destes recursos para produzir
uma unidade (litros) de cada tipo de cerveja, as quantidades disponíveis de cada recurso e os
benefícios (Mt) por cada litro produzido:
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atéria 2M P C Disp.
prima
Malta 2 1 2 30
Levedura 1 2 2 45
Lucro 4 7 3
O proprietário da fábrica pretende decidir quantas unidades (litros) de cada tipo de cerveja
para que o beneficio total diário seja máximo,
Resolução:
a. variáveis de decisão:
Xj, j=1,2,3
onde:
x1 – quantidades de cerveja 2 M
x2 – quantidades de cerveja laurentina preta
x3 – quantidades de cerveja laurentina clara
o modelo será:
Cj 4 7 3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3 5
7 x2 0 1 2/3 -1/3 2/3 20
zj-cj 0 0 13/3 1/3 10/3 160
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A solução é:
x1* 5
x 2* 20
x 3* 0
x 4* 0
x 5* 0
z * 160
O que significa que temos que produzir 5 litros de cerveja 2M, 20 de cerveja laurentina preta
, não produzir a cerveja laurentina clara.
Toda a disponibilidade dos recursos (malte e levedura) será consumida.
Teremos um beneficio (lucro) total de 160,00 U.m.
Vamos fazer análise de sensibilidade deste problema variando os valores dos parâmetros do
modelo sem sair da solução óptima.
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Suponhamos, por exemplo, que o preço de cerveja laurentina preta passa de 7 para 8 meticais,
teremos:
Cj 4 8 3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3 5
8 x2 0 1 2/3 -1/3 2/3 20
zj-cj 0 0 13/3 0 4 180
Suponhamos, agora , que o lucro de cerveja laurentina preta passa para 10 meticais, teremos:
Cj 4 10 3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3 5
10 x2 0 1 2/3 -1/3 2/3 20
zj-cj 0 0 28/3 -2/3 19/3 220
Cj 4 10 3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
0 X4 3/2 0 1 1 -1/2 15/2
10 x2 1/2 1 1 0 1/2 45/2
zj-cj 1 0 7 0 5 225
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Outra forma de investigar o efeito da mudança dos coeficientes da função objectivo é calcular,
para cada coeficiente, o intervalo que mantêm a solução óptima.
Por exemplo, pretende-se saber qual é o efeito da variação do lucro unitário da cerveja laurentina
preta (c2 ) no beneficio total (Fo).
Cj 4 c2 3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3 5
c2 x2 0 1 2/3 -1/3 2/3 20
zj-cj 0 0 2c2 1 8 c2 2c2 4 20+20c2
3 3 3
2c2 1 1
3 0 c 2 0 .5
2c2 1 0 2c2 1 2
8 c2
0 ↔ 8 c2 0 ↔ c2 8 ↔ c 2 8
3 2c 4 0 2c 4 c
2c2 4 2 2 2
3 0 2
c 2 2; 8
Neste intervalo a solução continua óptima. Isto significa o lucro unitário de cerveja
laurentina preta pode variar de 2 a 8 u.m sem sairmos da solução óptima. Fora deste
intervalo a solução deixa de ser óptima.
Exemplos:
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1)
c2 5
2 5 1 9
z 3c3 30
3 3
5 1 4
z 4 c4 0
3 3
25 4 6
z 5 c5 20
3 3
Solução óptima:
X * (5;20;0;0;0)
Z * 20 20 5 120
2)
c2 10
2 10 1 19
z 3c3 0
3 3
8 10 2
z 4 c4 0
3 3
2 10 4 16
z 5 c5 0
3 3
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Exercício:
Vamos estudar o efeito da variação do coeficiente não básico x 3 relativa a cerveja laurentina
clara.
Cj 4 7 c3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3 5
7 x2 0 1 2/3 -1/3 2/3 20
zj-cj 0 0 22 1 10 160
c3
3 3 3
22 22
c3 0 c3 7.33
3 3
Então
c3 ;7.33
Conclusão:
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Os coeficientes tecnológicos (aij) representam os gastos por unidade de variação do recurso bi.
A análise faz-se nos coeficientes não básicos já para os básicos a situação é complicada (Rios,
1996). Esta variação afecta apenas a optimidade da solução.
Por exemplo se diminuir os gastos iniciais de levedura 2 para por exemplo 1 na produção, temos:
Cj 4 7 3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3 5
7 x2 0 1 1 -1/3 2/3 20
zj-cj 0 0 20/3 1/3 10/3 160
Sejam:
a ij = novo valor do coeficiente da variável não básica xj
a j novo vector tecnológico associado a xj
Então teremos: z j c k cbT a j c j
Para que a solução continue óptima exige-se que z j c j 0
Cj 4 7 3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3 5
7 x2 0 1 a23 -1/3 2/3 20
zj-cj 0 0 21a 23 1 1/3 10/3 160
3
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z 3 c3 0
21a23 1
0
3
21a23 1 0
a23 1 / 21 0.048
Uma variação nas disponiblidades de um ou vários recursos (bi) produz efeitos na variação
nos valores da solução básica (Xb) e no valor da função objectivo (Z). Esta variação pode
afectar a admissibilidade da solução óptima.
Para analisar o efeito da variação dos recursos utiliza-se a matriz B-1 associada as variáveis
de folga ou artificiais que inicialmente estiveram na base.
B-1 obtêm-se da tabela óptima a partir das colunas correspondentes ao conjunto de variáveis
da base inicial.
Sejam
b novo vector de recursos
X b B 1 b
Z CbT X b
Para que a solução seja admissível exige-se que X b seja não negativo ( X b 0 )
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2 / 3 1 / 3
B 1
1 / 3 2 / 3
Cj 4 7 3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3* -5
7 x2 0 1 2/3 -1/3 2/3 25
zj-cj 0 0 13/3 1/3 10/3 155
x1 sai e x5 entra.
Cj 4 7 3 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 Xb
0 X5 -3 0 -2 -2 1 15
7 x2 2 1 2 1 0 15
zj-cj 10 0 11 7 0 105
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2 / 3 1 / 3 b1
X b B 1 b
1 / 3 2 / 3 45
b1 22.5; 90
Assim a solução continuará admissível se a disponibilidade de malte variar dentro do
intervalo 22.5 a 90.
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Uma vez formulado e resolvido um problema, em alguns casos, pode ser necessário ou
conveniente considerar alguma nova restrição porque foi esquecida ou porque há uma
informação adicional ou nova. Neste caso há que introduzir uma nova restrição.
Para avaliar o impacto da nova restrição basta verificar se a solução óptima x* satisfaz a nova
restrição:
Se a solução óptima satisfaz a nova restrição, então a nova restrição não produz efeito sobre a
solução óptima. Neste caso a nova restrição é redundante e pode ser ignorada e mantêm-se a
solução óptima.
Se a solução óptima não satisfaz a nova restrição, então há que avaliar o efeito da nova
restrição sobre a solução. Tal avaliação passa pela introdução da nova restrição e uma
variável de folga ou folga e artificial na tabela óptima. Neste caso há que fazer algumas
operações com linhas para que as variáveis básicas formem uma matriz identidade como é
requerido.
Exemplo:
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Resolução:
A solução óptima do problema é :
X * 5;20;0
3x1 x 2 x3 35 e 3 5 20 0 35 35 .
A solução óptima satisfaz a nova restrição, significa que a nova restrição é redundante.
3x1 x 2 x3 30 e 3 5 20 0 35 30 .
A solução óptima não satisfaz a nova restrição, então há que estudar o efeito desta restrição
na tabela óptima.
Para determinar a nova solução, há que introduzir a nova restrição com a respectiva variável
da folga na tabela óptima:
3x1 x2 x3 x6 30
Cj 4 7 3 0 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 x6 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3 0 5
7 x2 0 1 2/3 -1/3 2/3 0 20
0 x6 3 1 1 0 0 1 30
zj-cj 0 0 13/3 1/3 10/3 0 160
Como se pode ver as variáveis básicas x1 , x2 e x6 não forma uma matriz identidade.
Para solucionar o problema há que multiplicar a 1ª fila por -3 e a 2 ª fila por -1 e somar a
3 ª fila:
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l 3 l3 3l1 l2
Cj 4 7 3 0 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 x6 Xb
4 x1 1 0 2/3 2/3 -1/3 0 5
7 x2 0 1 2/3 -1/3 2/3 0 20
0 x6 0 0 -5/3 -5/3 1/3 1 -5
zj-cj 0 0 13/3 1/3 10/3 0 160
x* 3;21;3
z* 159
Comprove!
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Uma vez resolvido um problema pode ser necessário introduzir um novo produto ou
actividade no plano de produção.
Se nova variável de decisão não afectar a solução óptima então será uma variável não
básica.
Se a nova variável afecta a solução óptima, então deve entrar na base.
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Passo 1:
Se o problema tem k-1 variáveis de decisão, então a nova variável será xk e modifica-se o
problema primal com a contribuição da nova variável na fo e nas restrições.
Passo 2:
Construir a k-ésima restrição dual e comprovar se a solução dual y* (lida da tabela óptima
primal) verifica a restrição dual:
Se y* satisfaz a restrição dual então xk não afecta a tabela óptima.
Caso contrário, ir ao passo 3.
Passo 3:
Introduzir uma nova coluna na tabela óptima primal com os seguintes elementos:
ak B 1 ak
z k c k CbT ak ck
Passo 4:
Aplicar o método de Simplex para determinar uma nova solução óptima.
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Exemplo:
Suponhamos que o fabricante pretende produzir uma nova cerveja sem álcool que requer por
cada litro, 1 g de malte e 1 de levedura e o beneficio de 5 u.m. Sabe-se que não haverá
problemas para colocar o produto no mercado.
Neste caso é interessante saber se o novo produto será economicamente rentável.
Solução:
Seja x4: quantidades da nova cerveja sem álcool. O novo modelo será:
Max Z 4x 1 7 x 2 3 x3 5 x 4
sa
2 x1 x 2 2 x3 x 4 30
x1 2 x 2 2 x3 x 4 45
x1 , x 2 , x3 , x 4 0
A solução dual é:
y * (1 / 3; 10 / 3)
Verificação:
y1 y 2 5
1 / 3 10 / 3 11 / 3 3.7
Não verifica!
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Temos que construir uma nova coluna associada a x4 com os seguintes elementos:
2 / 3 1 / 3 1 1 / 3
a 4 B 1 a 4
1 / 3 2 / 3 1 1 / 3
1 / 3
z 4 c 4 C BT y 4 c 4 4;7 5 4 / 3
1 / 3
Cj 4 7 3 5 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 x6 Xb
4 x1 1 0 2/3 1/3 2/3 -1/3 5
7 x2 0 1 2/3 1/3 -1/3 2/3 20
zj-cj 0 0 13/3 -4/3 1/3 10/3 160
Cj 4 7 3 5 0 0
Cb Vb x1 x2 x3 x4 x5 x6 Xb
5 x4 3 0 2 1 2 -1 15
7 x2 -1 1 0 0 -1 1 15
zj-cj 4 0 7 0 3 2 180
x * 0;15;0;15
z * 180
Significa produzir a 15 unidades de cerveja clara e 15 de cerveja sem álcool e obtemos um lucro
de 180 u.m.
Como passamos de um lucro de 160 para 180 u.m. a introdução da cerveja sem alcool é rentável.
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Exercícios
1. Dado o problema:
max z 2 x1 2 x 2 x 3
s.a
2 x1 2 x 2 x 3 6
x1 x 2 x 3 4
x0
c) Quanto pode aumentar c1, antes que a tabela deixe de ser óptima.
permaneça óptima.
f) Quanto podem variar o valor do recurso b2 para que a tabela permaneça óptima.
x1 x 2 x3 3 .
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Tabela inicial
CJ 3 -1 2 0 0 0
CB VB x1 x2 x3 x4 x5 x6 XB
0 x4 2 3 1 1 0 0 12
0 x5 2 4 -1 0 1 0 10
0 x6 1 1 1 0 0 1 4
zj-cj -3 1 -2 0 0 0 0
Tabela final
CJ 3 -1 2 0 0 0
CB VB x1 x2 x3 x4 x5 x6 XB
0 x4 0 1 -1 1 0 -2 4
0 x5 0 2 -3 0 1 -2 2
3 x1 1 1 1 0 0 1 4
zj-cj 0 4 1 0 0 3 12
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max z x1 0.3x 2 3 x 3
s.a
x1 x 2 x 3 10
2 x1 x 2 4 x 3 12
x1 3x 2 x 3 9
x0
resultado.
c) Suponha que um novo produto usa duas unidades do recurso 1, uma do recurso
2 e três do recurso 3. Qual deverá ser o lucro unitário por sua incorporação no
programa?
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4. Uma fábrica produz 3 produtos (A, B e C) cujas margens brutas unitárias são de
4, 1 e 2 euros, respectivamente. Os recursos utilizados por unidade produzida são
os seguintes:
Produtos Recurso I Recurso II
A 2 1
B 1 4
C 0 2
Fim