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E GENTE DO BRASIL
TRATADOS DA TERRA
E GENTE DO BRASIL
1NTRODUCÇÕES E NOTAS DE BAPTISTA
CAETANO, CAPISTRANO DE ABREU
E RODOLPHO OARC1A
f
INTRODUCÇÃO
II
III
IV
RODOLPHO GARCIA.
DO CLIMA E TERRA DO BRASIL
E DE ALGUMAS COUSAS NOTÁVEIS
QUE SE ACHÃO ASSI NA TERRA
COMO NO MAR.
DO CLIMA E TERRA
DO BRASIL
t a n t a s em n u m e r o , q u e n ã o s o m e n t e os campos, e
matos, m a s até as casas a n d ã o cheias dellas, achão-
se nas camas, d e n t r o das botas, q u a n d o as q u e r e m
calçar. Indo os I r m ã o s p a r a o r e p o u s o as achão
nelle, e n r o d i l h a d a s nos pés dos bancos, e se lhe
não açodem, q u a n d o m o r d e m , sarjando-lhe a feri-
da, sangrando-se, bebendo unicornio, ou carimá, ou
água do pão de cobra, ou q u a l q u e r outro remédio,
efficaz, em 21 horas, e menos, m o r r e h u m a pessoa
com g r a n d e s gritos, e dores, e são tão espantosas,
(jue como h u m a pessoa he m o r d i d a logo pede con-
fissão, e faz conta q u e m o r r e , e assi dispõem de
suas eousas.
Ha outras cobras, p r i n c i p a l m e n t e estas J a r a -
racas, que eheirâo muito a almiscre, e onde quer
ipie estão dão sinal de si pelo bom e suave cheiro.
Ha muitos Alacrás q u e se achão nas camas ca-
da dia, e entre os livros nos cubículos; de o r d i n á -
rio não m a t ã o , m a s d e n t r o de 21 horas não ha vi-
ver com d o r e s .
P a r e c e que este clima influe peçonha, assi pe-
las infinitas cobras que ha, como pelos muitos Ala-
crás, a r a n h a s , e outros a n i m a e s immundos, e as
lagartixas são tantas (pie cobrem as p a r e d e s das
casas, e agulheiros dellas.
v a s ; e os p o r t u g u e z e s d a v ã o a n t i g a m e n t e hum
c r u z a d o p o r h u m ; são tão alvos c o m o marfins, e
de largo m u i t o s delles t ê m dous p a l m o s , e hum
de c o m p r i m e n t o .
Piriguay. — Estes se c o m e m t a m b é m , e dasi
cascas fazem sua contaria, e p o r t a n t a s braças dão
h u m a p e s s o a ; destes b o t a as vezes o m a r fora ser-
ras, cousa m u i t o p a r a v e r . De búzios e conchas
h a m u i t a q u a n t i d a d e n e s t a t e r r a , m u i t o galantes,
e p a r a estimar, e de v a r i a s espécies.
Coral branco. — Acha-se m u i t a p e d r a de co-
r a l b r a n c o debaixo do m a r ; nasce como as arvof
r e z i n h a s t o d a e m folhas e c a n u d o s , como coral ver-.;
m e l h o d a í n d i a , e se este t a m b é m o fora, houvera 5
g r a n d e r i q u e z a nesta t e r r a p e l a m u i t a abundância
q u e h a delle. H e m u i t o alvo, tira-se com difficul-
xlade, e t a m b é m se faz cal d e l l e .
Lagostins. — H a g r a n d e q u a n t i d a d e de lagos-;
tins, p o r esta costa estar q u a s i t o d a cercada de ar-
recifes, e p e d r a s ; t a m b é m se a c h ã o muitos ouri-
ços e outros m o n s t r o s , p e l a s c o n c a v i d a d e s das mes-
m a s p e d r a s . . . (7) ou lagostas g r a n d e s , como as
da Europa, parece que não h a por cá.
./.
RODOLPHO GARCIA.
II
a
(1 edição de isxi)
Estas d u v i d a s q u a n t o á affirmação de P u r c h a s
sobre q u e m era o a u t o r do livro — affirmação
aliás feita em t e r m o s pouco positivos, - cresce-
ram á m e d i d a q u e conhecemos m e l h o r o opusculo
traduzido por elle. A cada instante e n c o n t r a v a -
mos phrases e locuções f a m i l i a r e s ; a cada passo
nos parecia que j á t í n h a m o s lido cousa <;ue se
assemelhava ao que e s t á v a m o s l e n d o .
0 autor de q u e m nos l e m b r á v a m o s lendo Pur-
chas era F e r n ã o C a r d i m . E e n t ã o veio-nos ao es-
pirito uma i n t e r r o g a ç ã o : quem sabe se em vez
de Manuel T r í s t ã o não será F e r n ã o C a r d i m o au-
tor deste o p u s c u l o ?
Para chegar a u m a solução as provas intrínse-
cas eram sem duvida valiosas, porem não basta-
vam: era preciso recorrer antes ás p r o v a s extrin-
secas.
Felizmente estas não f a l t a v a m .
I. Diz P u r c h a s q u e o Mss que r e p r o d u z foi
tomado em 1 (>(H por Franeis Cook a um jesuíta
que ia paru o B r a s i l . Ora, e x a e l a m e n t c neste
anno, como se pôde vèr na Synopsis de F r a n c o , o
padre F e r n ã o C a r d i m , que voltava para o Brasil
da viagem a Iioma, foi a p r i s i o n a d o por corsários
inglezes e conduzido p a r a I n g l a t e r r a .
II. Pelu pagina 195 deste opusculo se vè que
elle foi eseripto em I5«S1. Ora, neste tempo estava
Fernão C a r d i m no Brasil, onde, como se vè na
Surraiina epistolar (ps. 285), elle chegou a 9 de
Maio de lã8.'i, em c o m p a n h i a do p a d r e Christo-
152 FERNÃO C A R D I M ,
Compare-se mais;
.Coteje-se ainda:
J. CAPISTRANO DE ABREU.
DO PRINCIPIO E ORIGEM DOS ÍNDIOS DO
BRASIL E DE SEUS COSTUMES. ADO-
RAÇÃO E CEREMONIAS
(1) Atui they say tliat the Souies are convcrtcd into
«ieviis. (Purchas, IV. 1290*.
162 FERNÃO CARDIM
, ' — . 1—., :
DOS CASAMENTOS
DAS CASAS
m o n i a s contão os h o s p e d e s ao q u e v ê m . Tan>
b e m os h o m e n s se c h o r ã o u n s aos outros, mas é
e m casos alguns graves, como m o r t e s , desastres
de g u e r r a s , e t c ; t ê m p o r g r a n d e h o n r a agazaT
l h a r e m a todos e d a r e m - l h e todo o necessário
p a r a s u a sustentação, e a l g u m a s peças, como ar-
cos, frechas, pássaros, p e n n a s e o u t r a s cousas,
conforme a s u a p o b r e z a , s e m a l g u m gênero de
estipendio.
•'•• 1
DOS SEUS E N T E R R A M E N T O S
í
DO MODO QUE ESTE GENTIO TEM ACERCA
DE MATAR E COMER CARNE HUMANA (30)
f
De t o d a s as h o n r a s e gostos da vida, n e n h u m
é t a m a n h o p a r a este gentio como m a t a r e t o m a r
nomes nas cabeças de seus contrários, nem entre
elles ha festas que cheguem á s que fazem na
morte dos que m a t ã o com g r a n d e s ceremonias.
as (juaes fazem desta m a n e i r a . Os que tomados
na g u e r r a vivos são destinados a matar, vêm logo
de lá com um signal, (pie é uma e o r d i n h a del-
gada ao pescoço, e se é h o m e m que pôde fugir
traz uma m ã o a t a d a ao pescoço debaixo da barba.
e antes de e n t r a r nas povoações que ha pelo ca-
minho os enfeiláo, d e p e n n a n d o - l h e s as pestanas
e sobrancelhas e b a r b a s , tosquiando-os ao seu
modo, e e m p e n n a n d o - o s com p e n n a s a m a r e l l a s
tão bem a s s e n t a d a s que lhes não a p p a r e c e cabel-
lo: as q u a e s os fazem tão lustrosos como aos Es-
panhoes os seus vestidos ricos, e assim vão mos-
_ 1
mas, bem feitas, e elles vagarosos (31), é de crer
que nem em um anno se fazem: estas estão sem-
pre muito guardadas, e levão-se ao terreiro com
grande festa e alvoroço dentro de uns alguidares*;
onde lhes dá um mestre disto dous nós, por dentroj
dos quaes com força corre uma das pontas de
maneira que lhes fica bem no meio um laço; estes'
nós são galantes e artificiosos, que poucos se açhão'
que os saibão fazer, porque têm algumas dez vol-
tas e as cinco vão por cima das outras cinco, corno
se um atravessasse os dedos da mão direita por
cima dos da esquerda, e depois a tingem com uni
polme de um barro branco como cal e deixão-nas
enxugar
O segundo dia trazem muito feixes de cannas
bravas de comprimento de lanças e mais, e á noite
poem-nos em roda em pé, com as pontas parar
cima, encostados uns nos outros, e pondo-Ihes ao
fogo ao pé se faz uma formosa e alta fogueira,
ao redor da qual andão bailando homens e mu-;
lheres com maços de frechas ao hombro, mas
andão muito depressa, porque o morto que ha dé
ser, que os vê melhor do que é visto por causa do
fogo, atira com quanto acha, e quem leva, leva,
e como são muitos, poucas vezes erra.
Ao terceiro dia fazem uma dança de homens
e mulheres, todos com gaitas de cannas e batem
todos á uma no chão ora com um pé, ora com
DA DIVERSIDADE DE NAÇÕES E L I N G U A »
M
Em toda esta província ha muitas e varias
nações de diffcrentes línguas, porém uma é a prinV
cipal que compréhende algumas dez nações de
índios: estes vivem na costa do mar, e em uma
grande corda do sertão, porém são todos estesde
uma só lingua ainda que em algumas palav^iÉ
discrepão e esta é a que entendem os Portuguezes;
é fácil, e elegante, e suave, e copiosa, a difficuf|
dade delia está em ter muitas composições (42);
porem dos Portuguezes, quasi todos os que vêmi
do Reino e estão cá de assento e communicaçlbi
com os índios a sabem em breve tempo, e os filhos
dos Portuguezes cá nascidos a sabem melhor que
CARAJÁ ( p a g . 203).
Vem no "Tcsoro de M o n t o y a , .significando " m o n o "
c fitttoposto de curar d c x l r o , h á b i l , e s p e r t o , e ya suffixo.
A espécie d e s i g n a d a p o r este n o m e em Guarani, diz
Martins, e com elle o u t r o s , q u e <•' a m e u m d e s i g n a d a p o r
gaariba em Tupi e bugio em m u i t a s p r o v í n c i a s . Não é
fácil explicar a c o n c o r d â n c i a dos d o n s n o m e s carajá «•
guariba. Como n o m e de t r i b u não a p p a r e r e em S. V.is-
conccllos nem n o u t r o s e s c r i p i o r e s a n t i g o s , «• nem se p u d e
diier si foi t r a n s f e r i d o d o s i m i o para a t r i b u ou vice-
versa; carui é t a m b é m n o m e d e o u t r a e s p é c i e de m a c a c o ,
assim como a i n d a <:ii. Q u a n t o aos i i o ü u s , no ti xto os
Carajá, diz-se, " v i v e m no s e r t ã o da p a r t e d e S. V i c e n t e :
foram do n o r t e , c o r r e n d o p a r a l á ; l'-m o u t r a l i n g u a " Isto
se applica e x a e t a m e n t i ' aos (Uirijó de S. Vasconccllos. d e
G, S. S. e o u t r o s a n t i g o s , e a i n d a m a i s aos Carijó d e s e r i -
ptos na pag. 107, «pie " c o r r e m pela costa do m a r e s e r t ã o
até O P a r a g u a v " . Assim i meu ver C.arijo * Carajá são n o -
mes do m e s m o p o v o , c esie a i n d a c a b e aos C a r i j o s e Cara-
jás de Goyaz e «Io A r a g u a v a .
C.ari p a r e c e ser t h e m a d e v o c á b u l o s do A b a n e é n g a ,
ma.s não se a c h a d i r e c t a m e n í c na l i n g u a . C o m o rio Ama-
tonns a p a l a v r a earaib. curai t o m o u a forma earíua, n ã o
M» erraria « m s u p p ô r cari e o n l r a e l o de curai, e talvez des-
te feilio c o n c o r r a na f o r m a ç ã o de v o c á b u l o s c o m o carijo,
carioca, cariri c o u t r o s a s s i m c o m o p a r a n o m e s <p:c n p p a -
Wcem em o u t r a s l í n g u a s e o m o catibi, galibi. carina, co-
lina, etc. Veja-se earayba e c o m p a r e - s e com eeari - va-
rão. «• também " v a r o n i l " em K e c h u a , n o t a n d o - s e q u e " h o -
mem' em gerai nesta lingua e ruiut Ud>á na lingua g e r a l ) .
Analogia de s i g n i f i c a ç ã o não só se vê e n t r e varai o ho-
mem branco, o e u r o p e u , o s e n h o r , e <•<•<<:•/ v a r ã o (em Ke-
chua), mas ainda com cara = cari v e r d e , e s b r a n q u i ç a d o
236 FERNÃO CARDIM
: : :
\ ; ; ; -^ ^
vaso (em g e r a l ) c o m p a r a d o em d i v e r s a s l í n g u a s , e d i -
verso (Io s e g u i n t e , q u e no e m t a n t o talvez se p u d e s s e re-
portar ao m e s m o r a d i c a l q u e este
Cv VA ou Ce M I \.
E' um t h e m a q u e se p ó d c r e p o r t a r a r a d i e a e s d i v e r -
SOJ, <• que «le m a i s a m a i s figura em m u i t o s n o m e s d e t r i -
bus. Em p r i m e i r o logar r e p o r t a m o - n o s a o s Annnes. T.
VII. onde se vê caía) m u l h e r ( n a lingua g e r a l ) r e p o r t a n d o -
se á rõZ-par, fazer p a r , e á ciii a l i m e n t a r , c o m p a r a d o com o
Kechua ccí/;/r;-rainha, j)rineeza, d e u s a d a s m i n a s , ceuyan-
amar. d o n d e cenyak a m a n t e , a m i g a , e com o Chilli eouin
parir, euge velha, t-ujan o v o .
No A y m a r a t a m b é m ha coyn m u l h e r p r i n c i p a l , rai-
nha, porém, " m u l h e r ' em geral é marini. c o m o em Ke-
chua luiarini.
Não s e r v i n d o este t h e m a p a r a e x p l i c a ; n o m e s de tri-
bus. m o r m e n t e n o m e s já r e d u z i d o s ao th« ma s i m p l e s
(üoya, Govana, etc.) a c c o d e i u o u t r o s talvez p r o v e n i e n t e »
de rmlical d i v e r s o , ou d o m e s m o .
No Avmaj.i kiiya ' ' p o b r e , d e s v e u t u r a d o ' deve c o r r e s -
ponder RO K e c h u a i-ciimina " m i s c r o . d i g n o de c o m p a i x ã o "
derivado d o v e r b o ccuyo a m a r , do qual se d e r i v a t a m b é m
ccttyuk a t u a n t e ( c o m o vimos a c i m a ) , e no A v m a r á na
verbo " a m a r " c o n s t r u í d o s o b r e o m e s m o tliema cem/a.
Os d o u s s u b s t a n t i v o s coi/áb do A b a n e é n g a (Antiaes
Blbl., T VII) d e r i v a m - s e d o s d o u s v e r b o s <-oi-fazer ruiilo.
e CÔi-tazi-r p a r ou u n i ã o . «• u n i r , j u n t a r No Tesoro menino
de Montoya está e x p r e s s o q u e rogai) ( m u r m ú r i o , r u i d o )
ou coihab é o d e r i v a d o d e suffixo /»n">, e p o r t a n t o é fácil
wppur o o u t r o d e r i v a d o em hár d o n d e coihar ou cuyar
OS barulhentos, os a m o t i n a d o r e s , «• còih.rr ou coif.ar «>s
reunidos, os «mlligados. Estes n o m e s parlicipiae.s p o d i a m
designar t r i b u s
No Chilli lemos cuyagh p a r l a m e n t o , assemim'.-. ajun-
tamento p a r a falar, d o n d e O \ e r b o cuyuyti a i n d a guijgoin
faier ruído, e outros.
i
240 FERNÃO CARDIM
(ilACAHAJARA ( p a g . 2(1?,).
GiAYANÁ ( p a g . 200)
Km nota da pag. 100 do T. 1 da Hist. G. do Brasil
(de KS.Vt) o Visconde de Porto Seguro explica este nome
Inventando os themas c significados:
Guaga gente. »«/ estimado, guayaná nós outros os es-
timados; ou'guapa e aná gente.
Taes dicções com taes significações não existem em
246 FERNÃO CARDIM
0 facto d e s e r e m os C o i t a c á d e n a c i o n a l i d a d e d i v e r -
sa das d o trom-o T u p i . a q u a l M a r t i u s filia a o s G u y a n a e
ctliiKigraphicamente c o n s i d e r a a p a r e n t a d a c o m o s q u e
elle d e n o m i n o u Ge e Gtn-k (a d e s i g n a ç ã o g e n é r i c a d o s
estranhos ou i n i m i g o s na l i n g u a geral e r a tapyi) d e v i a , o u
pelo m e n o s p o d i a i n f l u i r n o n o m e q u e lhes fosse d a d o e m
«wineènga. e p e l o q u e preci-de n ã o se vê i s s o .
Pelo c o n t r a r i o , r e p o r t a n d o - s e os Gnaytnrà a o s Gtiay-
atui (os a l u a d o s , e m b o r a d e r a ç a d i v e r s a ) , pela lingua
fit-rul se p o d e r i a e x p l i c a r a t é c e r t o p o n t o cnr/a-elá-cab
Uniactíb). m a s m u i t o f o r e a d a m e n t e . (Veja-se anca <• cua).
Com a s i g n i f i c a ç ã o d e " c o i n d o r c . s q u e l h e da o
Visconde d e P o r t o S e g u r o d a r i a m a i s l i t t e r a l m e n l e o Aba-
fieénga aguàn-ata/iàr (ligeiro m a r c h a d o r ) . onde a mu-
dança do h e m c é j u s t i f i c á v e l .
h i U l o i H - A t i \j vit\ ( p a g . 2 ( 1 1 ) .
P
Km vista d o «pie vem n o texto t e m o s a q u i l i t t e r a l -
menle «• m u i t o e m r e g r a n o Abaneénga ybyra-apihara (ou
248 !«' li I» N A O C A 1! D I M
» jMOO.ifi ( p a g . 2(i2) ,
f e i a s m e s m a s ra/«"ies e x p e n d i d u s no n o m e p r e c e d e n t e
pio é possível a r r i s c a r uma e x p l i c a ç ã o deste n o m e . qile
também n ã o figura nas listas d o s a u t o r e s . Veja-se cuyá.
Quanto ao m a i s é «le n o t a r - s e q u e Ya-ico-no (n«Vs e s t a m o s
quietos) é p h r a s e m u i r e g u l a r d o Abafieéngn e «pie por
meru v a r i a ç ã o p l n m e t i e a p o d e l o r n n r - s e Ya-icú-yu ou co-
mo se p r o n u n c i a r i a a l g u r e s no A m a z o n a s ia-icii-ntt. tina
phrase p o d e r i a d e s i g n a r t r i b u p o r esta forma','
JKQI»KHH;AIU': ( p a g . 2t>.">)
k M A I N C M A (|>ag. 20,'l).
Cabem as mesma-, c o n s i d e r a ç õ e s a p r e s e n t a d a s n o n o -
me p r e c e d e n t e e l e m b r o o ll-.ema magna, a l é m d e o u t r o s .
Com tudo, c o m o este n o m e • d a d o a i n i m i g o s d e c l a r a d o s
(que se e n t e n d i a m c o m os Guaimurès), suggere em Aba-
neénga Mbai-amã (roda, circulo, tropa, troca de malva-
dos) com*a i n t e r c a l a r ã o d e um n o u nh « u p l i o n i c o
MAJiACAíit-vçii ( p a g . 202)
Militan4o as m e s m a s razões d a d a s n o s d o i s n o m e s
precedentes, escusa b u s c a r vagas i n t e r p r e t a ç õ e s , c limi-
temo-nos a p o n d e r a r «pie l i t t e r a l m e n l e inhurucú-yuaçú si-
gnifica-o m a r a c á ( i n s t r u m e n t o d e g u e r r a ) g r a n d e 1'õde
este nome p u r o e s i m p l e s d e s i g n a r uma tribu'? Çm.uiln ao
nome tnbarucá veja-se Animes da HibL. T V I I .
MAIIIHUIÓ ( p a g . 2()5)
Não h a v e n d o n a d a q u e n o s sirva de i n d i c a ç ã o p a r a
buscar a e x p l i c a ç ã o d e s l e n o m e . (pie «temais n ã o íic.ura
nas listas «los a u t o r e s , Ijmitcmo-'ios a r e p o r t a - l o á pyrgbi
COm o suffixo //o talvez i r r e g u l a r m e n t e , m a s c o n s i d e r a n d o
(|Ue ijo, á custa d e t a n t o a p p a r c c c : ' cm d i v e r s o s c o m p o s -
tos (Carijo, « t e . ) , pixlc-.se t o m a r p o r u m suffixo t a m b é m
no Abaneénga. C o i n t u d o a t t e n t a a s i g n i f i c a ç ã o d o suffixo
go, seria m e l h o r r e p o r t a In ao K e c h u a , o n d e se l h e p ô d e
dar melhor i n t e r p r e t a ç ã o .
Í MKNDOIU ( p a g .
Ou m a i s geral mamlubg.
1!).'!)
q u e , e o m o vem no t o m o Vil
dos Ann. ,1a Bibl., se e x p l i c a p o r yba-lijhy (frueto e n t e r -
rado ou s e p u l t a d o ) , b e m a p p l i c a v e l a o Araehis hypogaea
1252 FERNÃO CARDIM
«jOic
254 FERNÃO CARDIM
Ni.
Como é syllaba terminal de muitos nomes de tribus,
pareceu-me opportuno apresentar algumas observações a )
seu respeito,
No D i c c do Kechua do sr. frei Honorio Mossi vem
declarado que o suffixo ni é da lingua dos Aymarase
corresponde ao Yoc do Kechua.
No V o e do P. L. Bertonio acha-se "Ni pospuesto a
los nombres significa tener Io que ei nombre dize, Coll-
TRATADOS DA TERRA I: GKNTK DO BIUSH. 255
PAU v i e ( p a g . 202) .
1'AIII ( p a g . 200)
I'\i ( p a g . lí*,S i
No T o m o Vil d o s \nn,:es tia Biidiutiwca i-xpciidcmos
;* duvida si a d i c ç ã o é g e n u í n a d o Abam-ènga, ou si v i n h a
do lies|ianhol ou d o p o r t u g u e z . La t a m b é m vem a e x p l i -
258 FERNÃO CARDIM
!'in\<.u.ié ( p a g . 202)
Veja-se o e x p e n d i d o no v o c á b u l o p r e c e d e n t e
PlíiAGL'AVUAyei(; ( p a g . 20.T)
Mílitu o m e s m o q u e t e m o s «licto de o u t r o s n o m e s que
não figuram nos a u t o r e s . Neste p o r e m n o t a n - m o s «pie cm
Abafleênga existe o a d j e c t i v o piraqua v a l e n t e , p o r f i a d o . tei-
moso, e a i n d a aquy molle, frouxo, f r a c o ; a h i t e r e m o s po-
rém piraqua-i-ayny o forte-fraco, o v a l e n t e - e o v a r d e ( ! ! ! ! ) .
Dizendo-se no t e x t o q u e estes Í n d i o s " v i v e m d e b a i x o
de p e d r a " o c e o r r e - n o s c o m t u d o a p h r a s e Pira-yuar-i-oké
em buraco ou «ova d e p e i x e elle d o r m e
PiltlJl ( p a g . 2(1."))
O r t h o g r a p h i a s a r b i t r a r i a s de layaaib em t u p i , m a s
que no G u a r a n i é a p r e s e n t a d o sob a f ô r m a tatibaib. Este
ultimo v o c á b u l o é l i t e r a l m e n t e laáb-aib (visão má. p h . m -
tasma ruim i
TAicuie
Não c n o m e «pie figure no rol de t r i b u s d o s a u t o r e s
«' apenas p o d e m o s p o n d e r a r q u e c o r r e s p o n d e á u m a
phrase em A b a n e é n g a : la-i-icó-i':á. ou tab-i-iieeo-cõ os q u e
em aldeia e s t ã o q u e d o s .
I T \ M I VA ( p a g . 107 )
I" n o m e d«)s h a b i t a n t e s ilo Bio d e J a n e i r o , e s c r i p t o
«le vários m o d o s . «• m u i t o g e r a l m e n t e c o n h e c i d o na fórum
Tanwios ou Taittotio,. S i g n i f i c a n d o " a v ô . av«'i.s" A n c h i e -
ta u escreveu tumuya. Kigiu ira tamtiya, G o n ç a l v e s Dias
(Dice. B r a z i l i a n o , etc.) tamuyu, F r a n ç a (e o u t r o s ) tamu-
266 \ FERNÃO CARDIM
•
l T u - n v (pag. 198).
K' o n o m e g e n é r i c o c o m q u e n o Brasil os i n c o l a s a d i a -
dos aos e u r o p e u s d e s i g n a v a m a s h o r d a s a d v e r s a s e p r i n c i -
Ipataiente as q u e n ã o fatiavam a língua g e r a l . Anchieta
escreve Tapiia, F i g u e i r a Tapyyia (o b á r b a r o ) , d i f f e r e n t e
énJapuia (a e h o u p a n a ) , G. Dias Tapuya c Tapyiya, Dr.
França Tapyyia, G. S. Sousa Tapuia, S. d e Vasconcellos
Tapuya, P o r t o Si-guro Toptiy, e t c N o \ Annaes da Gibi.
consideramos c o m p o s t o d e tapy-eyi dos comprados, dos
aprisionados, d o s c n p t i v o s a r e c u a ou a c h u s m a ; m a s vé-se
que pode ser t a m b é m taba-egi a remia, a plebe de p o v o ,
notando-se a i n d a q u e ha o t e r m o lapyi c h o c a , « a b a n a , q u e
pode ser a l t e r a d o d e log-pii ou lo-pii casa p e q u e n a , ou tal-
vez «le lob folha, c o m algum o u t r o suffixo, n o t a n d o - s e «pie
neste caso n ã o d e i x a d e t e r c o n n e x à o c o m tapitl folha (à
chileno soa c o m o // g u a r a n i ) em Ghillnlugu.
TAI*LIÜYS, na nota T a p e e u i n ( p a g . 2 0 2 ) .
Sem cousa a l g u m a no texto q u e i n d i q u e a significa-
ção é b a l d a d a toda «• «piniquei* t e n t a t i v a de e x p l i c a ç ã o ,
Mormente h a v e n d o t a m a n h a d i l í e r e n ç a n«>s d o u s m o d o s de
escrever. Tapccuitt p a r e c e r i a a n t e s e r r o p o r lapeeuiu (veja-
se ciniiiC o «pie i n d u z i r i a a tapccotpí r e u n i d o s cm a l d é a .
Tapmty.% piin-ccrin a l t e r a d o d e tapyyia e ainda outros
mais.
PARAGUAIO ( p a g . 2(i2i
TAPIG-V-.MIIIIN ( p a g . 2(1-1)
Ha a l g u n s n o m e s p a r e c i d o s com este, d o s q u a e s p o d e
elle ter .iido a l t e r a d o , p o r é m l i t e r a l m e n t e nelle t e m o s ti-
prb nariz c h a t o , q u e se c o s i u m a a d o e a r em timbèb e q u e
podia s e r v i r p a r a d e s i g n a r p o v o . Signil i c a ç ã o q u e t e n h a
raferencia ao " m o r a r e m nos c a m p o s " ou ao u s a r e m d e
"frechas h e r v a d a s " s«'i se p o d e a c h a r a l t e r a n d o m u i t o o
nome.
Para que t e n h a e x p l i c a ç ã o o s i g n i f i c a d o a t t r i b u i d o a o
VOCabulo Ttlpã é p r e c i s o r c p o r t a - l o ao v e r b o pã ( b a t e r ) ,
(}»,: na t e r c e i r a pessoa do m o d o p e r m i s s i v o faz (o-pã (elle
«|iir b a t a ) ; m a s c o m o d e s i g n a t i v o de um ser era n a t u r a l q u e
empregassem uma fôrma p a r t i c i p a i c o m o ,,-pà-h<:e « não o
permissivo. T a l v e z se p u d e s s e s u p p ô r q u e o / d e n u m .tra-
lho geral (aipielle «pie), m a s seria p r e c i s o ver isso con-
firmado p o r m a i o r n u m e r o d e c o m p o s t o s i d ê n t i c o s . Como
se vè no 1'omo VII dos A n n a e s da B i b l i o t h e c a , Montoya
explica o v o c á b u l o p o r tu i n t e r j e i ç ã o , c pany i n t e r r o g a l i v o .
Nós, pelo c o n t r a r i o , e n t e n d e m o s ser um c o m p o s t o de tub
(pai) e any ( a l m a ) , p a r e c e n d o - n o s q u e assim o v o c á b u l o
satisfaz ao s e n t i d o q u e lhe d a v a m os i n d i o s ( s e g u n d o a
tradição) e a i n d a m a i s forma a n t i t h e s c com uuãny (o espi-
rito do m a l ) , l a m b e m c o n í o n m - a t r a d i ç ã o . C o m p a r a d a
esta dicção com a n á l o g a s cm o u t r a s l í n g u a s a m e r i c a n a s ,
nâo deixa de ter i n t e r e s s e
"Dios fue t e n i d o di-stos Í n d i o s (os A j m a r á s i u n o á
«itiieii Ilaimivam 'l'i:tit;ufe:, d e q u i e n c u e n t a n i n f i n i t a s c o s a s
(Bertonio Vocabulário)"
270 FERNÃO CARDIM
TUPI. , :.r;
T U P I J Ó (pag. 203).
Yo ou 'Soe ou YOK.
NOTA ADDITIVA
•sus. Na E u r o p a a n d o u e n v o l v i d o nas m a l h a s da I n q u i s i -
ção por c e r t a s p r a t i c a s c o m q u e n ã o estava de a e c o r d o a
egrcja c a t h o l i c a ; v i n d o d e g r e d a d o p a r a o Brasil, ficou em
P e r n a m b u c o , o b t e v e <to b i s p o D. P e d r o Leitão a r e i n t e -
gração nas o r d e n s s a c r a s e caiu n a s g r a ç a s d e D u a r t e
Coelho «le A l b u q u e r q u e . Dava-se por a l c h i m i s t a e g r a n d e
r o n h e c e d o r de m i n a s . " S u a s f a ç a n h a s c h e g a r a m ao velho
mundo ( e s c r e v e o Dr. C a p i s t r a n o de A b r e u ) Itn visi-
tador tio Santo Officio, Bio d e J a n e i r o , 1022. ps. 1 ) : aecu-
,sa\iim-no «le d i z e r missa com p a r a m e n t o s h e r é t i c o s em
sítios v e d a d o s pelo c o n c i l i o t r i d e n t i n o , de m a t a r ou fer-
rar na c a r a i n d i o s t o m a d o s em c o m b a t e , de a r r a n c a r as
cunhas a seus d o n o s ou a m a n t e s , d e d e s a f i a r p a r a duelos,
«le diffamar os j e s u í t a s , a t t r i b u i n d o - l h e s p e n s a m e n t o s sus-
peitos, d o u t r i n a s h e r é t i c a s , etc. P r e s o na rua Nova de
Olinda, nas p o u s a d a s d e A n r i q u c Affonso, juiz o r d i n á r i o ,
a 2ã de Abril de 1571, foi i n t e r n a d o a 10 de S e t e m b r o no
cárcere de Lisboa, a o n d e em .'íd <!«• D e z e m b r o d e 1A7A pe-
dia em amlieiicia aos m e m b r o s d o t r i b u n a l «pie o «pii/.es-
sem d e s p a c h a r ou lhe d a r c u l p a s q u e c o n t r a elle tivessem
para se d e f e n d e r c l i v r a r d e l l a s . "
Os dois p r o c e s s o s de A n t ô n i o de Gouvéa p u b l i c o u
Pedro de Azevedo no Archivo Histórico Portuguez. vol.
3.", (Lisboa. 10(1.")), ps. 179|2I).S «• 27 t 280; o s e g u n d o foi
impresso p o r Alfredo «le C a r v a l h o , na Gecista do insli-
tuto Archeolaaiea Pernambucano. \«»l. XIII (Becife, lltli.Si,
|>s. 171 2 1 1 .
Muito e l u c i d a t i v a é a nota «Io Dr. C a p i s t r a n o «le
Abreu á T e d i ç ã o da Historia Geral d,, Brasil, de V a r n h a -
K«-n. ps. t.">7 -tãN. Ahi se e n c o n t r a m d a d o s s u m m a r i o s p a r a
;i bingraphia «Io p a d r e a v e n t u r e i r o .
Ver t a m b é m a Historia de Ia Fuudaciott dei collegio
de Ia Coinpaãitt de Pernambuco, p u b l i c a d a na Ctdlccçuo
de manuscritos inéditos da iiibliotheca Publica Munici-
pal da Porto, v o l . VI ( P o r t o . 1023», ps. 9 10.
Bonoi.eiio G\iu:iv.
III
INFORMAÇÃO DA MISSÃO
DO P CHRISTOVÃO DE GOUVÉA
A'S PARTES DO BRASIL
ANNO DE 83,
ou
NARRATIVA EPISTOLAR
DE UMA VIAGEM E MISSÃO JESUITICA
r A capilauia de P o r t o Seguro é do D u q u e
[fAveiro (XXXIII): dista da Bahia GO léguas: a
lia está situada entre dois n O S c a u d a e s em um
innte alto. mas tão chão, e largo que p u d e r a ter
Jma grande cidade. A b a r r a é perigosa, toda
«heia de arrecifes e terá q u a r e n t a vizinhos com
l vigário. Na misericórdia tem um crucifixo de
u m a fresca r a m a d a . q u e t i n h a u m a f o n t e p o r t á t i l ,
q u e p o r fazer c a l m a , além da hôa graça, refrescava
o l u g a r . D e b a i x o d a r a m a d a se r e p r e s e n t o u p e l o s
i n d i o s u m d i a l o g o p a s t o r i l , e m l i n g u a brasilii a.
p o r t l l g u c z a e e a s h l h a n a , e t ê m «dles m u i t a g r a ç a
c m fallar linguas peregrinas, maximé a castelha-
n a . H o u v e b õ a m u s i c a d e vozes, f r a u l a s , d a n ç a s ,
e d ' a l l i e m p r o c i s s ã o f u m o s a t e a igreja, com v á r i a s
i n v e n ç õ e s ; e feita o r a ç ã o l h e s d e i t o u «> p a d r e visi-
t a d o r s u a b e n ç ã o , e o m (pie e l l e s c u i d a m «pie f i c a m
santificados, pelo m u d o q u e e s t i m a m unia bein-m
d o Abaré-guacíi (XLI).
D i a d o s Heis (G «le J a n e i r o d e S I ) r e i i o s a r a m
os v o t o s a l g u n s i r m ã o s O p a d r e visitador and-s
d a m i s s a r e v e s t i d o e m c a p a «1'asperges de d a m a s c o
b r a n c o e o m d i a e o n o e s u b d i a i o n o v«'-iid«i> d o
mesmo d a m a s c o , baplisoti a l g u n s trinla adtillos.
E m l o d o o l e m p o d o b a p l i s m o h o u v e boa m u s i c a e
m o t e i e s . «• d e ((liando e m q u a n d o se t o c a v a m as
frailtas. D e p o i s d i s s e m i s s a s o l e i u n e eom d i a c o i i o
e s u b d i a e o n o . ol'li« i a d a e m c a n t o ( f u r g ã o p e l o s ín-
dios, c o m s u a s f r a u l a s , c r a v o e d e s e a n l e : «'fJiitmi
na m i s s a u m i n a n c e h o e s t u d a n t e a l g u n s p s a l m o s e
moteies. com extraordinária devoção.
O p a d r e na m e s m a m i s s a « a s o u a l g u n s e m lei
d a g r a ç a , p r e c e d e n d o na m e s m a m i s s a «>s b a n h o s ;
d e u a c o m m u n h á o a e e i ü o «• o i t e n t a i n d i o s e i m b a s ,
dos q u a e s vinte e q u a t r o , por ser a p r i m e i r a ve/.
e o u i m u n g a r u i n á primeira mesa, com capclla de
f l o r e s n a c a b e ç a ; d e p o i s d a e o m m u n b ã o l h e s d .-
l o u o p a d r e a o p e s c o ç o a l g u m a s v e r ô n i c a s e n«.ni-
304 FERNÃO CARDIM
:
' ' * 1 •'. $
representa a Senhora da Pena de Cintra, poi\ÇsiaÍ|
fundada sobre uma altíssima rocha* de gra^ef
vista para o mar e para a terra. A capellalé de
abobada pequena, mas de obra graciosa e jbera
acabada. Aqui fomos em romaria dia de S. Aij^ri^
e todos dissemos missa com muita consolação, e
V. R.a foi bem encommendada á Senhora com |oda-
essa Província, o que também faziamos enfcas
mais romarias e continuamente em nossos sa|j|ji|||
cios, e eu sou o que ganho pela muita consolação^
que tenho com tal lembrança; e pois a devo a V..
R.a e aos mais padres e irmãos dessa Provinciafporg'
tantas vias. Este dia nos agasalhou o Sr. gç
nador com muita caridade. *|s:wf
Esta capitania do Espirito Santo é rica? de
gado e algodões. Tem seis engenhos de assucar e
muitas madeiras de cedros e paus de balsamo,fque
são arvores altissimas: picam-se primeiro e deiam
um óleo suavíssimo de que fazem rosários, le fe
único remédio para feridas. A villa é de Nossa''
Senhora da Victoria: terá mais de 150 vizinhõ4|
com seu vigário. Está mal situada em uma ilha
cercada de grandes montes e serras, e se não fora
um rio muito formoso que lhe corre pelo pé, ainda
fora mais manencolisada do que é, porque pouco
mais vista terá que a,do rio.
Os padres têm uma casa bem acommodada com
sete cubículos (LXX), e uma igreja nova e capaz,
A cerca é cheia de muitas larangeiras, limeiras do-
ces, cidreiras, acajús e outras fructas da terra, com
todo gênero de hortaliça de Portugal. Vivem os
TRATADOS DA TERRA E GENTE DO BRASIL "45
1
disse missa cantada officiada pelos indios em cantáj
d'orgão com suas frautas; casou alguná em lei ide
graça, e deu a communhão a outros poucos. Eu
baptisei dois adultos sómenie, por os mais sereiti
todos christãos.
Esta capitania do Rio dista da Equinocial 2$
graus para o Sul, e da Bahia 130 léguas. E' mu|í<|
sadia, de muitos bons ares e águas. No verão/tenjl
boas calmas algumas vezes, e no inverno mui boiÉsl
frios; mas em geral é temperada. O inverno se pa-
rece com a primavera de Portugal: tem uns diasí
formosíssimos tão aprazíveis e salutiferos que pá-)
rece estão os corpos bebendo vida. E' terra mui
fragosa e muito mais que a Serra da Estrella; tudo
são serrarias e rochedos espantosos, e tem algunss
penedos tão altos que com três tiros de frecha não
chega um homem ao chão e ficam todas as frechasi!
pregadas na pedra por causa da grande altura;
destas serras descem muitos rios caudaes que de
quatro e sete léguas se vêem alvejar por entre ma-
tos que se vão ás nuvens, e do pé de algumas destas:
serras até riba ha uma grande jornada; são todas
estas serras cheias de muitas e grandes madeiras '
de cedros., de que se fazem canoas tão largas de '
um só páu, que cabe uma pipa atravessada; e de
comprimento que levam dez, doze remeiros por '
banda e carregam cem quintaes de qualquer çou- '
sa, e outras muito mais. Ha muitos paus de san- J
dalos brancos, aquila e noz muscada e outros paus
reaes muito para vêr. Agora se descobriu' um páu'
que tinge de amarello (LXXVI), como o brasil v e r ]
TRAVADOS DA TERRA E GENTE DO BRASIL 349
f
' - • • • ' , , •>
nos r e c e b e r a m o a g a s a l h a r a m com e x t r a o r d i n á r i a
-alegria e c a r i d a d e .
E m P i r a t i n i n g a esteve o p a d r e visitador quasi
todo o mez de F e v e r e i r o , consolando e a n i m a n d o
os nossos; ouviu as confissões geraes, foi visitado
*<los p r i n c i p a e s da terra m u i t a s vozes. Foi a uma
aldêa de Nossa Senhora dos Pinheiros da Concei-
ção (LXXX1V) . Os indios o receberam com muita
festa c o m o o c o s t u m a m , m a n d a n d o de sua pobre-
za. T a m b é m foi a o u t r a aldêa dahi duas léguas;
parte do c a m i n h o fomos n a v e g a n d o por uns cam-
pos, por ter o rio e s p r a i a d o muito, c ás vezes ficá-
vamos cm secco. Nesía aldêa baptisou «> padre
trinta adultos e casou em lei da graça outros tan-
tos; no fim do F e v e r e i r o se partiu para S. Vicente.
aonde esteve quasi todo o mez de .Março, e eu fi-
quei cm Piratininga até ao segundo domim;o da
quaresma, p r e g a n d o o confessando, e q u a n d o parti
para S. Vicente e r a m tantas as lagrimas das mu-
lheres o h o m e n s m o r a d o r e s , que me c o n f u n d i a m :
m a n d a r a m - m e gallinhas para a matolagem, caixas
de m a r m e l a d a , e o u t r a s cousas. a e o n i p a n h a n d o -
llio alguns de cavallo as três léguas ate o rio, «• <l« -
ram e a v a l g a d u r a s para os c o m p a n h e i r o s . Nosso
Senhor lhes pague tanta c a r i d a d e e amor
Piratininga é villa da invocação da e o n w t s a o
de São P a u l o ; esta do m a r pelo sertão dentro doze
léguas; é (erra muito sadia, ha nella grandes frios
e geadas e boas calmas, é cheia <!e velhos mais que
centenários, p o r q u e cm q u a t r o j u n t o s e vivos s<-
a c h a r a m q u i n h e n t o s annos. V—tem-se de ' •:-e 1 . o
356 n FERNÃO CARDIM
I — O p a d r e p r o v i n c i a l eni P o r t u g a l , a qui-ut F e r n ã o
Cardim se d i r i g i a , era «t p a d r e S e b a s t i ã o «le Moraes, q u e
exerceu o c a r g o «le 1580 a lã.S8 e foi na o r d e m c h r o n o -
iogiea o n o n o p r o v i n c i n l «la«|uella p r o v í n c i a , Delle era
SOCÍo ou s e c r e t a r i o o p a d r e C h r i s t o v ã o d e Gouvéa, q u a n d o
foi n o m e a d o ])elo geral C l á u d i o Aqtiaviva p a r a v i s i t a d o r
(Io Brasil. S e b a s t i ã o de Moraes n a s c e u em F u n c h a l , na
ilha da M a d e i r a , em 1 5 3 1 ; e n t r a n d o p a r i a C t a n p a n h i a de
Jesus em P o r t u g a l , p a s s o u p a r a o d u c a d o d e P a t i n a , c o m o
confessor d a p r i n c e z a d. Maria, v o l t a n d o ao r e i n o «-m
1577. d e p o i s d e fallecida a«|uella p r i n c e z a . Kra p r o v i n -
cial q u a n d o fui n o m e a d o b i s p o d o J a p ã o p e r Filippi- II,
c o n f i r m a d o p o r S i x t o V, em 15.S7, e s a g r a d o em Lisboa
eni M a r ç o d o a n n o s e g u i n t e ; e m b a r c a n d o logo p a r a o
O r i e n t e com sete c o m p a n h e i r o s , n ã o c h e g o u ao seu des-
tino, p o r q u e falleeeil cm M o ç a m b i q u e , a 7 de .lulho de
1588, v i c t i m a d o p o r d o e n ç a c o n t a g i o s a q u e assaltou a
náu cio q u e viajava. C.onf. Ayiolixiio Lusitttn«, t. IV.
ps. 8 1 . letra A.
II C h r i s t o v ã o de Gouvéa n a s c e u na c i d a d e tio
P o r t o a 8 d e J a n e i r o d e 15-12: e n t r o u p a r a a C o m p a n h i a
374 FERNÃO C AR D I M
V Os f r a d e s B e n t o s v i e r a m e s t a b e l e c e r - s e na Bahia
d u r a n t e o g o v e r n o d e L o u r e n ç o da Veiga (1 de J a n e i r o d e
1578 a 11 «le J u n h o d e 1581). S e c u n d o Anchieta Infor-
mações c fragmentos historias (Bio d e J a n e i r o . 1880),
ps. 1 3 : " n o a n n o d e 83 v i e r a m d o i s d e S. Bento eom or-
d e m de seu G e r a l . A estes se deu um bom sitio na Bahia
o unia egreja de S. S e b a s t i ã o , e fazem já m o s t e i r o : são
três p o r t o d o s até agora e c o m e ç a m a r e c e b e r a l g u n s ou-
tros a o r d e m " . Delles foi o p r i m e i r o Irei A n t ô n i o Ven-
tura. Manuel T e l l e s B a r r e t o , em c a r t a i cl-iei d. Sebas-
tião, de 14 d e Acosto d e 1584. r e s p o n d e n d o a o u t r a d e re-
eoi)iiiienda«;ão em favor tios Beileilietínos. e s c r e v e u q u e
" h a v i a m sitio m u i bem r e c e b i d o s , «pie iam em c r e s c i m e n -
to, m a s «pie n e c e s s i t a v a m «pie S. M. lhes fizesse a l g u m a
e s m o l a " . — C i t a ç ã o de V a r n h a g e n Historia Geral do
Brasil Cl. e d i ç ã o ) t. 1. ps. 354 Ver B a l t h a z a r «Ia Silva
l.isbôa Annaes do Rio de Janeiro (Bio de J a n e i r o , 1835*
vol. VI. ps. 2IÍ5 e segs., c e o m m a i s p o r n u n o r e s e m a i s eo-
piosa d o c u m e n t a ç ã o s o b r e a O r d e m dos B«-in d i e t i n o s n o
378 FERNÃO CARDIM
t r o s p a d r e s c i r m ã o s a r r i b o u a«; E s p i r i t o S a n t o c a h i fal-
Icceu o p a d r e G r c g n r i o S e r r ã o , a 25 de N o v e m b r o de
1580, c o m t r i n t a «• seis a n n o s d e C o m p a n h i a e t r i n t a e três
de B r a s i l . F o i e n t e r r a d o na c a p e l l a d e S a n f l a g o . o n d e
m a i s t a r d e foi s e p u l t a d o o c o r p o d e A n c h i e t a , o p r o v i n -
cial q u e , s e g u n d o a s c h r o n i c a s , a o o r d e n a r - l h e s e g u i s s e
v i a g e m , lhe d i s s e r a p r o p h e t i c a m e n t e : " V a d e , frater.
quia p o s t e a n o s c o n j u n g i t l o c u s . "
Na America Abreviada, d o p a d r e J o ã o d e Sousa 1-Vr-
1
r e i r a , i n s e r t a na Revista do Instituto Histórico, t. 57, p a r t e
1 ( 1 8 9 4 ) , v e m a r e s o l u ç ã o , que assigaoti com o b i s p o t d .
•Antônio d e B a r r e i r o s ) e o o u v i d o r - g e r . d Gosme H a n g i l ,
s o b r e o s i n j u s t o s e a p t i v e i r o s «los in«iios. nu «piai se c r i t i -
cam a s d e t e r m i n a ç õ e s nesse s e n t i d o t o m a d a s pelos gover-
n a d o r e s L u i z d e B r i t o e A n t ô n i o «!«• S a l e m a , e se i n d i c a m
os r e m é d i o s p a r a o a u g m e n t o e c o n s e r v a ç ã o tio e s t a d o tio
Brasil.
XI Befere-se C a r d i m ã q u i n t a d o T a n q u e , q u e
a c t u a l m c n t e é c o n h e c i d a p o r q u i n t a d o s Lázaros, s i t u a d a
no a r r e b a l d e de B r o t a s , a uma légua da c i d a d e da B a h i a .
Ahi viveu o p a d r e A n t ô n i o Vieira os ú l t i m o s a n n o s de sua
vida.
XXXI A a l d ê a d e S a n t o Antlré m a n d o u f u n d a r o
p r o v i n c i a l L u i z ria G r ã e m N o v e m b r o d e 1501, i t r i n t a
léguas d a B a h i a , e já estava p o v o a d a em 1502. Ver Tra-
balhos dos primeiros Jesuítas no Brasil, c i t a d o s , ps. 219.
XXXIII Da c a p i t a n i a de P o r t o S e g u r o o p r i m i t i v o
d o n a t á r i o foi P e r o d o C a m p o T o u r i n h o . q u e em 1535
a s s e n t o u a p r i m e i r a villa n o m o n t e v i z i n h o ao sitie» cm
que C a b r a l fizera p l a n t a r a cruz. Fsse d o n a t á r i o teve no
Brasil a e x i s t ê n c i a a t t r i b u l a d a q u e se c o n h e c e Fm P o r t o
S e g u r o , a 2-1 tle N o v e m b r o d e 1540. foi p r e s o , logo suli-
m c t l i d o a l o n g o p r o c e s s o e afinal r e m e t t i i t o a c o r r e n t a d o
ao T r i b u n a l «ia I n q u i s i ç ã o d e Lisboa, por c r i m e th- h e r e -
sia e b l a s p h e m i a , e s c r e v e C a p i s t r a n o de Abreu, nos
Prolcyoinenos c i t a d o s , ps. 8 1 . P a r a o facto e n c o n t r o u o
m e s t r e e x p l i c a ç ã o no q u e d e n u n c i o u o s e x a g e n á r i o d a s
p a r Dias B a r b o s a á mesa do S a n t o Officio na Bahia, em-
b o r a c o m seus d i z e r e s n ã o c o n c o r d e m em t u d o os d o p r o -
cesso a i n d a e x i s t e n t e , de q u e tem sitio d i v u l g a d o s alguns
«•Ncerptos: " n a c a p i t a n i a d e P o r t o S e g u r o A n d r é tio Cam-
po e G a s p a r F e r n a n d e s , e s c r i v ã o , e u n s frades «Ia o r d e m
d e S. F r a n c i s c o «• o u t r a s pessoas q u e lhe não l e m b r a m ,
o r d e n a r a m autos e tiraram testemunhas e prenderam a
390 FERNÃO CARDIM
XXXIV — O p a d r e I g n a c i o d e T o l o s a c h e g o u ao Bra-
sil em 21 de Abril (9 k a l . m a i i ) de 1572. Veio c o m o p r o -
v i n c i a l , «iue foi o q u i n t o , em s u b s t i t u i ç ã o d o p a d r e I g n a c i o
d e A z e v e d o , t r u c i d a d o e o m m u i t o s c o m p a n h e i r o s , em 15
de J u l h o d e 1570, p o r p i r a t a s h u g u e n o l e s c o m m a n d a d o s
por J a c q u e s de Sores. T o l o s a era e s p a n h o l , n a t u r a l d<-
Medina C a d i ; e n t r o u p a r a a C o m p a n h i a em P o r t u g a l , e
c o m o era d o u t o r em T h e o l o g i a , professou essa m a t é r i a
em C o i m b r a . F x e r n u o p r o v i n c i a l a t o «le 1572 a 1577,
sendo substituído por Anchieta. F r a r e i t o r «Io colh-gio
d o Bio d e J a n e i r o ao t e m p o da v i s i t a ç ã o d.) p a d r e C h r i s -
tovão d e G o u v é a . F a l l e c c u em 24 de Maio de 1011, no col-
legio da B a h i a . — Conf. Agioloyio Lusitano, t. III, ps. 390,
letra V, e 3 9 8 .
XLV — O c a b a ç o c h e i o de p e d r i n h a s é o murara.
i
XLVI nca. n o m e t u p i . de oy c o b r i r , t a p a r , r e s g u a r -
d a r : o q u e c o b r e , t a p a , ou r e s g u a r d a , a casa, a h a b i t a ç ã o
commum, que L c r \ . llans Staden e outros descrevem mais
OU m e n o s n o s m e s m o s t e r m o s . Conf. Baptista C a e t a n o
— índios do Brasil, verba ocas.
LXII O p a d r e P i r o de T o l e d o , e s p a n h o l , chegou ao
Brasil em 1570. Foi v i c e - r e i l o r e r e i t o r d u r a n t e s«-ti-
a n n o s d o collegio do Bio de J a n e i r o , sue«s-deudo ao p a d r e
Braz L o u r e n ç o , «pie p o r sua vez o e c u p o u o logar do p a d r e
Manuel da N o b r e g a . Fm 1611 era p r o v i n c i a l e por sua
o r d e m a c o m p a n h a r a m a e x p e d i ç ã o ao M a r a n h ã o os p.i-
«Ires Manuel G o m e s e Diogo N . m c s .
LXIII - O n u m e r o de e n g e n h o s de P e r n a m b u c o , d a d o
p o r C a r d i m , c o m b i n a c o m o «|ue assignala A n c h i e t a
Informações c i l a d a s , p s . 3 3 : " T e m 00 e n g e n h o s tle assu-
car, e c a d a um é u m a g r a n d e p o v o a ç ã o e p a r a s e r \ i ç o
d e l l e s e d a s m a i s f a z e n d a s terá ale lO.ntltt e s c r a v o s de
Guiné e Angola e de Í n d i o s da t e r r a até 2 . 0 0 0 .
IttiUüii-iiu Gvntav.
AP P KXSO
R i o - C o m p r i d o p a r a o m o r r o de S. Lourenço. na
outra b a n d a . Ordens de a l é m - m a r a b r e v i a r a m a
estada no Rio <• ida p a r a a Bahia. A 10 de Outu-
bro de 1580 estava finda a visitação e Cardim ulti-
mava a p r i m e i r a e m a i o r parte de sua n a r r a t i v a .
A volta do Visitador ao reino dilatou-se por
v a r i a s i n c u m b ê n c i a s que lhe vieram de Boma, e
pela c a p t u r a por corsários do navio a que se con-
fiou. P o r S e t e m b r o de 158° desembarcou em San-
t a n d e r e viajando p o r Burgos e Valladolíd alcan-
çou terra portugueza .
C a r d i m ficou no Brasil. D u r a n t e algum tem-
po exerceu a reitoria do Bio. Anchieta, acostu-
m a d o a viver debaixo da obediência, antes de ir
p a r a a capitania do Espirito Santo, onde falleceu,
preferiu lazcr-lhe c o m p a n h i a . Talvez a instâncias
do reitor, escreveu os a p o n t a m e n t o s sobre a primi-
tiva historia da C o m p a n h i a , de cuja perda ou ex-
travio n ã o podem consolar os excerptos contidos
nos livros de Simão de Vasconcellos e Antônio
F r a n c o . Delles houve no collegio de Coimbra u m a
cópia feita pelo p u n h o de C a r d i m ; seu p a r a d e i r o é
desconhecido.
O m o m e n t o era único p a r a o fcilio dos Apon-
tamentos. Dos c o m p a n h e i r o s de Nobrega vindos
em 151!» restava ainda Vicente B o d r i g u e s ; das le-
vas seguintes havia mais de um sobrevivente A
todos conhecera Anchieta, ou ã chegada, ou nas
visitas o b r i g a t ó r i a s do provineialato nem p a r a
o u t r o fim a C o m p a n h i a possuía e m b a r c a ç ã o p r ó -
p r i a . Pelos fragmentos conservados revela-se An-
424 'wkiâiti''&U, CARDIM i'•
. i • '•',
CAPISTRANO DE ABREU.
ÍNDICE
PAU.
v
III XAHHATIVA KPISTOL.v! í f
APPKNSO
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