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O projeto, que pode ser considerado um verdadeiro experimento social com

centenas de cobaias humanas, foi desenhado pelo arquiteto britânico Norman


Foster. Entre os recursos disponíveis aos residentes estão carros elétricos que
se movimentam sem o auxílio de motoristas, ruas resfriadas por uma
gigantesca torre eólica e até mesmo uma “polícia verde” responsável por
gerenciar o gasto de energia dos moradores.

Masdar, iniciada em 2006, foram necessários três anos para que o projeto se
tornasse uma realidade. Com investimento calculado de US$ 1,4 bilhão, a
cidade atualmente conta com seis prédios, uma rua principal, 101
apartamentos pequenos, uma imensa livraria eletrônica e, no centro de tudo, o
Masdar Institute (Instituto Masdar)

A Cidade de Masdar existe como um projeto de desenvolvimento urbano


executado pela companhia de energia renovável Masdar, que direcionou 15
bilhões de dólares para torná-la a cidade mais sustentável do planeta. Ao
contrário de Abu Dhabi, uma cidade que segue os modelos e princípios
antiquados de construção ocidental, a Cidade de Masdar apresenta grande
potencial a oferecer ao mundo do urbanismo verde - algo que o mundo
realmente necessita.

o Gerente de Projeto da Cidade de Masdar, Chris Wan, me mostra os vários


componentes de cada edificação que trabalham no sentido de criar um
ambiente urbano sustentável em um dos climas menos amigáveis do mundo.
Algumas edificações são revestidas de painéis de terracota que servem como
varandas privativas, outros recebem revestimento de delicadas telas metálicas
enquanto alguns testam painéis reflexivos.

As edificações do núcleo existente apresentam de 4 a 5 pavimentos. A


ausência de carros permite que a circulação principal seja mais estreita,
trazendo o benefício adicional da proteção solar passiva para a superfície da
rua. De acordo com Wan, as ruas contam com apenas 30 a 45 minutos diários
de exposição solar direta, contribuindo com o fato de que as temperaturas
registradas no interior da Cidade de Masdar são de 10 a 15 °C a mais baixas
do que em Abu Dhabi .

O compromisso de Masdar com o baixo de consumo de energia é tanto que a


cidade chegou a desenvolver uma força policial especializada no assunto. Toda
vez que um estudante usa uma máquina, abre a geladeira ou deixa uma
lâmpada acessa, envia dados a uma central inteligente responsável por
controlar o consumo de energia durante todo o dia.

Caso detecte alguma anormalidade, um dos operadores do sistema pode


interromper durante tempo indeterminado os privilégios de algum apartamento.
Além disso, sensores inteligentes desligam automaticamente chuveiros após
alguns minutos de uso, assim como geladeiras, fogões e luzes que ficam
ligados durante muito tempo.
A forma como a Polícia verde atua pode parecer autoritária, mas seus métodos
resultam em prédios que consomem 50% a menos de energia do que
construções tradicionais. Também há um menor consumo de água e produção
reduzida de lixo, além da produção de carbono ser praticamente nula – cortesia
das fontes de produção limpas utilizadas.

Segundo os administradores da cidade, as reclamações dos estudantes são


frequentes, especialmente no que diz respeito à temperatura do ar-
condicionado. Porém, há um consenso geral de que certas concessões
precisam ser feitas para respeitar as metas determinadas e tornar o projeto
viável.

Um dos destaques da cidade, tanto no aspecto tecnológico quanto visual, é a


torre eólica de 45 metros que informa aos cidadãos a quantidade de energia
consumida na cidade, também responsável por gerar eletricidade a partir dos
ventos fortes característicos da região.

Painéis solares estrategicamente localizados são responsáveis pela produção


de grande parte da energia consumida. Para complementar, também é usado
gás natural como forma de garantir o isolamento térmico de alguns dos
edifícios da cidade.

Porém, as tecnologias limpas não param por aí. Entre os projetos que estão
sendo desenvolvidos está uma usina de dessalinização da água movida a partir
de energia solar. Além de projetos que usam espelhos como forma de
concentrar os raios de sol para aquecer grandes quantidades de água, tendo
como resultado a produção de eletricidade.

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