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FUNDAÇÕES

Professor: Euder Marques


DIMENSIONAMENTO E PROJETO ESTRUTURAL DE SAPATAS RÍGIDAS
ISOLADAS
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS RÍGIDAS ISOLADAS
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 DEFINIÇÕES DA NBR-6122:2010
 FUNDAÇÃO SUPERFICIAL (RASA OU DIRETA)

 Elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas


sob a base da fundação e a profundidade de assentamento é inferior a 2 vezes a menor
dimensão da fundação em planta.

 SAPATA

 Elemento de fundação superficial, de concreto armado, dimensionado de modo que as


tensões de tração nele resultantes sejam resistidos pelo emprego de armadura
especialmente disposta para este fim.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 CLASSIFICAÇÃO DAS SAPATAS

 SAPATAS ISOLADAS: São aquelas que transmitem ao, através de sua base, a carga de um
pilar. As principais sapatas isoladas são:

 Circulares: B = ∅

 Quadradas: B = L

 Retangulares: L ≤ 5B

Fonte: UFSM (2007)


3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 SAPATAS ISOLADAS (EXECUÇÃO): Escavação, posicionamento das formas, concreto magro,
armadura e concretagem.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 SAPATAS ISOLADAS (EXECUÇÃO): Escavação, posicionamento das formas, concreto magro,
armadura e concretagem.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 SAPATAS ISOLADAS (EXECUÇÃO): concretagem e adensamento com agulha vibratória de
imersão.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 SAPATAS ISOLADAS (EXECUÇÃO): concretagem e adensamento com agulha vibratória de
imersão.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 CLASSIFICAÇÃO DAS SAPATAS

 SAPATAS CORRIDAS: Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de


pilares ao longo de um mesmo alinhamento.

 Corridas: L > 5B

Fonte: UFSM (2007)


3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 CLASSIFICAÇÃO DAS SAPATAS

 SAPATAS ASSOCIADAS: Transmitem as ações de dois ou mais pilares adjacentes. São


utilizadas quando não é possível a utilização de sapatas isoladas para cada pilar, por estarem
muito próximas entre si, o que provocaria a superposição de suas bases (em planta) ou dos
bulbos de pressões. Neste caso, convém empregar uma única sapata para receber as ações de
dois ou mais pilares.

Fonte: UFSM (2007)


3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 CLASSIFICAÇÃO DAS SAPATAS


 SAPATA DE DIVISA: No caso de sapatas de pilares de divisa com outros terrenos ou próximos a

obstáculos onde não seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o
centro de carga do pilar, cria-se uma viga alavanca ligada entre duas sapatas, de modo que um pilar
absorva o momento resultante da excentricidade da posição do outro pilar. Sua execução é similar às
sapatas isoladas, com a construção da viga alavanca para transferir para a sapata isolada o momento
gerado na sapata de divisa.

Fonte: UFSM (2007)


3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 CRITÉRIOS DE PROJETO PARA SAPATAS ISOLADAS CONFORME NBR-6122:2010


• Devem ter, no mínimo, 60 cm de dimensão em planta;

• Profundidade mínima de assentamento:

 Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, a
profundidade não deve ser inferior a 1,50 metros. Em casos de obras em que as dimensões
das sapatas sejam inferiores a 1,00 metro, essa profundidade mínima poderá ser reduzida.

 A cota de apoio de uma fundação deve ser tal que assegure que a capacidade de suporte
do solo de apoio não seja influenciada pelas variações sazonais de clima ou alterações de
umidade.

 Devem ser apoiadas sobre um lastro de concreto não estrutural ( geralmente FCK 9,0 Mpa)
com espessura mínima de 5 cm.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 CRITÉRIOS DE PROJETO PARA SAPATAS ISOLADAS CONFORME NBR-6122:2010

 No caso de fundações próximas, porém situadas em cotas diferentes, a reta de maior declive
que passa pelos seu bordos deve fazer, com a vertical, um ângulo α como mostrado na figura
abaixo, com os seguintes valores:

Fundações próprias, mas em cotas diferentes. Fonte: NBR-6122:2010

NOTA: A fundação situada em cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar, a não
ser que se tomem cuidados especiais, durante o processo executivo, contra
desmoronamentos.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 CLASSIFICAÇÃO DAS SAPATAS QUANTO À RIGIDEZ

 SAPATA RÍGIDA: Possuem grande altura, dando às mesmas maior rigidez. A base de apoio no
solo não deforma, distribuindo a carga uniformemente no terreno). Largamente utilizadas,
como veremos a seguir;

Devemos considerar:

h = Altura da sapata (espessura);

c = Cobrimento da armadura, posicionada na parte inferior da sapata;

d = Altura útil da sapata, sendo:

d=h-c
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 CLASSIFICAÇÃO DAS SAPATAS QUANTO À RIGIDEZ

 SAPATA FLEXÍVEL: Uso mais raro, estando em desuso devido à maior dificuldade construtiva e
de dimensionamento.
 Apresentam o comportamento estrutural de uma peça fletida (mesma analogia de lajes
maciças). Não distribuem a carga uniformemente ao terreno.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS PELO MÉTODO DAS BIELAS COMPRIMIDAS

 Método aplicável aos casos em que atuam uma carga concentrada no centro de gravidade da
sapata, considerada rígida;

 A distribuição das tensões no solo é uniforme;

 A transmissão da carga do pilar na sapata ocorre através de elementos chamados de bielas


comprimidas de concreto, inclinadas, transmitindo para as armaduras, colocadas na face inferior
da sapata, os esforços de tração atuantes;

 Desta forma, temos que determinar a força de tração nas armaduras e a tensão de compressão
nas Bielas.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 As sapatas rígidas possuem a preferência em projetos de fundações, quando


comparadas às flexíveis (UNESP, 2016);

 O dimensionamento estrutural que será apresentado é através do “Método


das bielas”, porém, foi adaptado para atender às premissas da NBR-6122:2010
e NBR-6118:2014;

 Como para todos os tipos de fundações, existem outros métodos de


dimensionamento estrutural disponível em literaturas.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS PELO MÉTODO DAS BIELAS COMPRIMIDAS
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS PELO MÉTODO DAS BIELAS COMPRIMIDAS

 Outros critérios importantes no dimensionamento estrutural:

 Evitar emendas das armaduras de tração por transpasse;

 Projetar uma ancoragem adequada;

 Dimensionar a altura do rodapé da seguinte forma:


3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 1º PASSO: DETERMINAÇÃO DA ALTURA ÚTIL (d):

FDF
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

Onde:

• P = carga vertical permanente do pilar, em KN;

• ɣf = 1,4 (Coeficiente de ponderação das ações conforme item 11.7 NBR-6118:2014);

• fcd = Resistência de cálculo à compressão do concreto conforme NBR-6118:2014,


em KN/m²:

• fck = Resistência característica á compressão do concreto aos 28 dias, conforme


NBR-6118:2014, em KN/m² (transformar Mpa para KN/m², multiplica por 1000);

• Ɣc = 1,4 (Coeficiente de ponderação da resistência do concreto conforme item 12.4.1


da NBR-6118:2014)
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 2º PASSO: DETERMINAÇÃO DOS ESFORÇOS DE TRAÇÃO (T):

FDF

Tx: paralelo ao lado “a”

Ty: paralelo ao lado “b”


3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 3º PASSO: DETERMINAÇÃO DA ARMADURA DE COMBATE A TRAÇÃO (As):

FDF

fyd = resistência de cálculo ao escoamento do aço de armadura passiva


fyk = resistência característica ao escoamento do aço de armadura passiva

Ɣs = coeficiente de ponderação da resistência do aço = 1,15

ARMADURA MÍNIMA:

Não existe prescrições da NBR-6118:2014 de armadura mínima


para sapatas. Uma prática corrente é adotar ϕ10,0 C/20 cm.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS

 OUTRAS QUESTÕES MUITO IMPORTANTES NO DETALHAMENTO DAS ARMADURAS:

 Para garantir a aderência da armadura no concreto e espaçamento mínimo entre as barras,


recomenda-se adotar espaçamento de 10 a 20 cm entre as barras e adotar dobras nas
extremidades das barras;

 Buscar adotar barras com diâmetros mais fáceis de trabalhar (ɸ 8,0 / 10,0 / 12,5 mm);

 Trabalhar com espaçamentos entre as barras de forma a facilitar o posicionamento, sendo


os mais usuais: 5 / 7,5 / 10 / 12,5 / 15 / 17,5 / 20 cm;

 O cobrimento das armaduras deve atender aos requisitos da NBR-6118, sendo que, para
sapatas, o cobrimento aplicado é de 4 ou 5 cm.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 AÇO CA-25 (25 Kgf/mm²)

RESISTÊNCIA AO ESCOAMENTO (fyk) = 250 Mpa (25 KN/cm²)

 AÇO CA-50 (50 Kgf/mm²)

RESISTÊNCIA AO ESCOAMENTO (fyk) = 500 Mpa (50 KN/cm²)

 AÇO CA-60 (60 Kgf/mm²)

RESISTÊNCIA AO ESCOAMENTO (fyk) = 600 Mpa (60 KN/cm²)

VÍDEO SAPATA.wmv
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 4º PASSO: INFORMAÇÕES ADICIONAIS PARA DETALHAMENTO DA ARMADURA:

 NOTAS IMPORTANTES:
 Deve-se buscar a adoção de barras estruturais com diâmetros mais comerciais e fáceis de dobrar,
sendo, ɸ 8,0 / 10,0 e 12,5 mm, sempre adotando o mesmo diâmetro nas direções “X” e “Y”, de
forma a se evitar o erro de posicionamento no momento da construção;

 Deve-se buscar espaçamentos que dispensem a verificação quanto ao espaçamento mínimo


(diâmetro do agregado graúdo do concreto) e espaçamento máximo (fissuração da estrutura),
preconizados pela NBR-6118:2014. Para isto, adotar espaçamentos da seguinte forma:

 Barras distribuídas a cada 5 / 7,5 / 10 / 12,5 / 15 / 17,5 / 20 cm, sempre buscando a cada 15 ou a
cada 20 cm (os mais usuais). Quando as sapatas são dimensionadas pelo método das bielas e
adotando os balanços iguais, pode-se observar que haverá espaçamentos diferentes em “X” e em
“Y”. De forma a se evitar o erro de posicionamento no momento da construção, recomenda-se
adotar o mesmo espaçamento nas 02 direções, em função do menor espaçamento encontrado;

 Como a NBR-6118:2014 e NBR-6122:2010 não informam armadura mínima para sapatas, o mais
usual é se adotar armadura mínima em barras ɸ 10,0 mm, espaçadas a cada 20 cm.
3. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS ISOLADAS
 4º PASSO: INFORMAÇÕES ADICIONAIS PARA DETALHAMENTO DA ARMADURA:
3. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA ESCOLHA DE FUNDAÇÕES RASAS ISOLADAS
(BLOCOS DE FUNDAÇÃO SUPERFICIAL OU SAPATAS)
 Não apoiar sobre solo mal compactado (incluindo aterros);
 Não apoiar sobre solos muito deformáveis, sendo Argila muito mole; Argila mole e Areia fofa.
 Não apoiar sobre solos com NSPT ˂ 8;
 Não apoiar sobre solos colapsíveis (solos que rompem bruscamente quando em contato com a água
do lençol freático ou de infiltrações);
 Não apoiar sobre solos onde seja conhecida a possiblidade de rebaixamento do lençol freático;
 Não utilizar quando forem apoiadas sobre solos resistentes (NSPT ≥ 8) mas o Bulbo de tensões
resultante atingir camadas de solos muito deformáveis;
 Sempre avaliar se a sobreposição resultante com edifícios vizinhos irá causar tensões atuantes
acima da capacidade de carga do solo, neste caso, substituir por fundações que eliminem esta
condição;
 São geralmente especificadas para edifícios com até 4 pavimentos, podendo ser adotadas em
edifícios de maior porte, mediante uma análise das interações supracitadas, desde que a soma das
áreas das sapatas ou blocos superficiais não sejam maiores que 60% da área de projeção do
edifício em planta (antieconômico);
 Apesar da NBR 8036:1983 prescrever os métodos de cálculo da profundidade mínima do furo de
sondagem SPT, a prática corrente mais aceita e usual é:
 Casas térreas ou geminadas com até 02 pavimentos: Sondagem com no mínimo 10 metros de profundidade;
 Edíficios de múltiplos apartamentos com até 04 pavimentos: Sondagem com no mínimo 20 metros de profundidade;
 Edíficios de múltiplos apartamentos entre 05 e 10 pavimentos: Sondagem com no mínimo 30 metros de profundidade;
 Edíficios de múltiplos apartamentos acima de 10 pavimentos, pontes, viadutos e grandes equipamentos industriais:
Sondagem até o topo do perfil de rocha ou impenetrável, conforme premissas da NBR-6484:2001.
3. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA ESCOLHA DE FUNDAÇÕES RASAS ISOLADAS
(BLOCOS DE FUNDAÇÃO SUPERFICIAL OU SAPATAS)

 NOTA: Todas as análises acima foram determinadas com base na interação das
fundações com o solo, ou seja, observa-se que os grandes causadores de danos
estruturais das fundações aos edifícios são os “Recalques diferenciais e totais
acima dos valores admissíveis”, conforme será estudado a seguir.

 Atendidas as condições acima, os cálculos e análises estruturais poderão ser


realizados conforme literaturas técnicas disponíveis (Normas, livros, teses,
apostilas, etc).

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