Você está na página 1de 50

SUMÁRIO

SUMÁRIO .................................................................... 1
O Instrutor de Treinamento ........................................ 3
ATRIBUTOS DO INSTRUTOR ........................................ 5
O Instrutor de Treinamento no planejamento e
preparação da instrução ............................................. 7
O INSTRUTOR NA ORIENTAÇÃO DA INSTRUÇÃO ...... 11
O INSTRUTOR NO CONTROLE E AVALIAÇÃO............. 13
DOCUMENTOS .......................................................... 15
INSTRUÇÃO VOLTADA PARA O DESEMPENHO ......... 17
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS.......................................... 17
A COMUNICAÇÃO NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM ........................................................ 19
ATITUDES DO INSTRUTOR DE TREINAMENTO .......... 19
FATORES QUE INFLUEM NA COMUNICAÇÃO ........... 23
Despertando o desejo de aprender .......................... 28
Participação ativa do instruendo .............................. 29

~1~
~2~
COMO INCENTIVAR OS INSTRUENDOS ..................... 30
SUGESTÕES ................................................................... 30
AS TÉCNICAS DE INSTRUÇÃO...................................... 33
PRINCÍPIOS DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 37
FUNÇÕES E NÍVEIS NO SISTEMA DE ENSINO .............. 41
PROTOCOLO DE INSTRUÇÃO ...................................... 49
EXEMPLOS DE DOCUMENTAÇÃO
Modelo Plano de Ensino............................................51
Modelo Plano de Unidade Didática............................53
Modelo Nota de Instrução..........................................54
O Instrutor de Treinamento

A função de Instrutor de Treinamento dos EBONT


oferecidos pelo GS será desempenhada por Onça
Suçuarana, membro formado, quando devidamente
habilitado para tal, em Estágio de Capacitação e
Habilitação de Instrutores de Treinamento.
O Instrutor de Treinamento desenvolverá um papel
muito importante no processo ensino-aprendizagem,
pois a ele compete:
Planejar, preparar, orientar e controlar a sessão de
instrução ou aula;
Avaliar o DESEMPENHO dos instruendos; e
Fazer as correções necessárias.

~3~
~4~
ATRIBUTOS DO INSTRUTOR
Há uma gama de atributos que o Instrutor de
Treinamento deve possuir e evidenciar:
 Entusiasmo por aquilo que faz;
 Conhecimento do assunto;
 Perícia na execução das tarefas;
 Boa apresentação individual;
 Seriedade;
 Disposição para prestar ajuda aos instruendos;
e
 Maneira adequada de condução da sessão de
instrução, entre outras.
Liderança - A liderança é fator preponderante para
despertar nos instruendos a necessária motivação que
contribuirá para o aprendizado.

O Instrutor de Treinamento é o responsável em criar


condições favoráveis ao aumento do nível de
conhecimento e habilidades no seu instruendo, que
deverá:
~5~
~6~
 Ter vontade de aprender (motivação);
 Saber o porquê deve aprender;
 Entender o que se espera obter com o seu
aprendizado;
 Praticar o que aprendeu (praticar, praticar,
praticar);
 Apresentar progresso no aprendizado, dentro de
um planejamento prévio; e
 Entender a correlação entre os assuntos que
estão sendo aprendidos e a sua aplicação prática para
as funções às quais está sendo preparado.

Por fim, é imprescindível que os Instrutores de


Treinamento e Monitores de Instrução tenham perfeita
consciência do tríplice papel a desempenhar: ser
educador, ser modelo a ser seguido e ser exemplo.

Diz o ditado: “A tropa é o espelho do seu


comandante”.
O Instrutor de Treinamento no planejamento e
preparação da instrução
Planejamento - O Instrutor de Treinamento
planejará a sessão de instrução ou de aula a partir dos
objetivos previstos no Plano de Ensino e Planos de
Unidades Didáticas, ou nos quadros de missões de
instruções a serem realizadas pelo GS. Este
planejamento representa o "MAPA DO CAMINHO" a ser
seguido pelos instruendos ao longo da sessão ou aula.
Análise - O Instrutor de Treinamento analisará,
sozinho ou auxiliado por monitor(es), os objetivos da
sessão ou aula, estabelecendo ou não objetivos
intermediários ou parciais.
Perguntas - Após consulta aos documentos citados,
o instrutor deve buscar respostas às seguintes
perguntas:
 Quais os OBJETIVOS a serem atingidos na
sessão ou aula?

~7~
~8~
 Há necessidade de OBJETIVOS
INTERMEDIÁRIOS OU PARCIAIS para se atingir os
objetivos da sessão ou aula? Se sim, quais?
 Qual é o TEMPO DISPONÍVEL para ministrar a
instrução?
 Quais são as TÉCNICAS DE INSTRUÇÃO mais
adequadas, sempre levando em conta o
DESEMPENHO dos instruendos?
 Quais são os MEIOS AUXILIARES a utilizar?
 Quantos e quem serão são os MONITORES
necessários e disponíveis?
 Quais são as TAREFAS que os instruendos
deverão executar?
 Quais os LOCAIS disponíveis?
 Qual é o NÍVEL de conhecimento dos
instruendos?
 Quais são as FONTES DE CONSULTA
necessárias e disponíveis, incluindo o(s) Planos de
Ensino ou Planos de Unidades Didáticas de outros
Estágios anteriores.
Consolidação - O Plano de Ensino ou Nota de
Instrução consolida e configura todo o processo de
planejamento e preparação percorrido pelo instrutor.
Para cada nova sessão de instrução, o Instrutor de
Treinamento deverá elaborar um novo, pesquisando as
fontes de consulta e os planos já existentes.

~9~
~ 10 ~
O INSTRUTOR NA ORIENTAÇÃO DA
INSTRUÇÃO
Orientação - Ao Instrutor de Treinamento cabe
orientar o desenvolvimento da sessão de instrução ou
aula interferindo, quando necessário, para corrigir
eventual desvio de rumo ou objetivo.
Atributos do Instrutor de Treinamento - Na
orientação da sessão de instrução ou aula, para que os
instruendos se empenhem ativamente, o instrutor deve
tornar evidente:
 Seu entusiasmo em pertencer ao Grupo
Suçuarana;
 Seu conhecimento e domínio do assunto;
 Sua perícia na execução das tarefas;
 Sua apresentação pessoal de forma correta;
 Seu desejo de auxiliar os instruendos a
aprender; e
 Sua maneira de conduzir a sessão de instrução
ou aula.

~ 11 ~
~ 12 ~
Todos estes atributos são muito importantes para
criar um ambiente extremamente favorável ao processo
ensino-aprendizagem.
Envolvimento do Instrutor de Treinamento - O
trabalho prévio à sessão de instrução ou aula, da
coordenação da instrução ou de ensino até a
elaboração do Plano de Unidade Didática ou da Nota de
Instrução, deve levar o instrutor a se envolver,
continuamente, nos trabalhos práticos, na supervisão e
na crítica, para que os instruendos alcancem os padrões
de desempenho desejados.
O INSTRUTOR NO CONTROLE E AVALIAÇÃO
Controle - O Instrutor de Treinamento deve
acompanhar o desenvolvimento da sessão de instrução
ou aula, verificando, junto com o(s) monitor(es), o
progresso alcançado pelos instruendos na compreensão
do que está sendo ensinado, conferindo se os objetivos
estão sendo atingidos e se os instruendos têm seu
comportamento modificado.
Prosseguimento - A sessão de instrução ou aula,
quando da ênfase aos objetivos das áreas cognitivas ou
psicomotoras, somente deve ser continuada à medida
que o(s) objetivo(s) intermediário(s) for(em) sendo
atingido(s), pois não há como passar para uma fase
mais avançada se o instruendo não tiver assimilado o
conteúdo ensinado.
Avaliação - A avaliação é um processo contínuo,
realizado pelo instrutor e monitores, mediante a
observação dos instruendos ou por meio de provas.

~ 13 ~
~ 14 ~
DOCUMENTOS
Familiarização - O instrutor com responsabilidade
de ministrar sessões de instrução no âmbito do Grupo
Suçuarana ou nos Estágios Básicos deve estar
familiarizado com os documentos pertinentes que
regulam o ensino e a instrução do GS, documentos
estes aprovados pela Diretoria do GS e pela
Coordenadoria de Ensino.
Documentos de consulta - Os documentos de
caráter permanente e que devem ser conhecidos por
todos os instrutores são:
 As apostilas, os conteúdos progra-máticos dos
Estágios Básicos, os Planos de Ensino e os cadernos
de instrução que orientarão o ensino e a em nível do
GS;
 Em caráter excepcional, ou seja, na inexistência
de documentos oficiais, notas de aula elaboradas pelo
GS ou núcleo de ensino da Unidade Regional onde
serve o instrutor e que sejam correlatas às matérias e
aos assuntos de sua responsabilidade;
~ 15 ~
~ 16 ~
 Normas e instruções referentes ao controle do
processo ensino-aprendizagem, com normatizações
baixadas pela Coordenadoria de Ensino.
INSTRUÇÃO VOLTADA PARA O
DESEMPENHO
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS
O instrutor deve criar condições favoráveis ao
aumento do nível de conhecimentos e habilidades,
sendo fundamental que o instruendo:
 Tenha vontade de aprender;
 Compreenda por que necessita aprender;
 Entenda o que se deve esperar em termos de
aprendizagem;
 Pratique o que aprendeu;
 Certifique-se de que está aprendendo; e
 Faça progressos na instrução, dentro de uma
sequência lógica.
Objetivos de instrução - Na instrução voltada para
o DESEMPENHO, os objetivos de instrução devem
estar bem definidos, para que o instruendo possa
compreender qual será o seu novo comportamento após
a sessão de instrução. O Instrutor de Treinamento deve
analisar cuidadosamente os objetivos das instruções a
~ 17 ~
~ 18 ~
serem ministradas que constam nos Planos de Ensino e
Planos de Unidades Didáticas, identificando as
sugestões para objetivos intermediários, que poderão
ser fundamentais para a consecução dos objetivos em
vista.
Meios auxiliares - No planejamento e preparação
de sua sessão de instrução, o Instrutor de Treinamento
deve verificar quais serão os meios auxiliares
necessários para a sua execução.
Nesse tipo de instrução, as palestras somente são
utilizadas quando indispensáveis. A demonstração deve
ser amplamente utilizada pelo instrutor, com a
participação ativa de monitores, como sendo seus
auxiliares, para a ilustração do que o instrutor transmitir.
A maior parte do tempo deve ser dedicada à prática
controlada de uma tarefa.
Este procedimento é a garantia de que os
instruendos serão capazes de realizar as tarefas
relacionadas com a sua futura função. Para o
instruendo, fica evidente a importância daquilo que está
sendo ensinado, em face da relação íntima entre os
objetivos da instrução e as funções específicas que
serão desempenhadas por ele.
O Instrutor de Treinamento deve sempre evidenciar
aos instruendos a correlação entre os assuntos que
estão sendo aprendidos e a sua aplicação prática para
as missões as quais estão sendo preparados.

A COMUNICAÇÃO NO PROCESSO ENSINO-


APRENDIZAGEM
O processo ensino-aprendizagem é basicamente um
processo de comunicação onde se destacam as atitudes
do instrutor e as habilidades em se comunicar com os
instruendos.

ATITUDES DO INSTRUTOR DE
TREINAMENTO
Para facilitar a comunicação com seus instruendos,
o instrutor deve tomar determinadas atitudes como,
saber ouvir, expressar-se com clareza, saber lidar com
~ 19 ~
~ 20 ~

sentimentos e emoções, adotar uma atitude favorável e


criar situações. Estas atitudes podem ser assim
explicitadas:
Saber ouvir - Prestando atenção àquele que fala,
procurando perceber o significado real das palavras que
ouve, ser paciente para ouvir, estar predisposto a
responder aos comentários ou observações feitos pelo
instruendo e suprimir qualquer forma de preconceito.
Expressar-se com clareza - Zelar pela
comunicação clara e precisa do que pensou, assim
como adaptar-se ao linguajar dos instruendos.
Saber lidar com sentimentos e emoções -
Reconhecer as próprias emoções e as dos instruendos,
admitindo, controlando, analisando as emoções do
grupo e conversando sobre elas, procurando servir de
exemplo.
Adotar uma atitude favorável à expressão de ideias
e sentimentos, utilizando o diálogo permanente com os
instruendos, relacionando-se bem com a turma, uma
vez que um bom ambiente de trabalho facilita a
aprendizagem.
Criar situações que contribuam positivamente para o
aumento da auto-estima dos instruendos, assim como
estar sempre receptivo às mudanças positivas.

~ 21 ~
~ 22 ~
FATORES QUE INFLUEM NA COMUNICAÇÃO
Além das atitudes do instrutor, também influem na
comunicação os fatores:
 As habilidades de comunicação;
 A linguagem corporal; e
 A comunicação emocional.
Nas habilidades de comunicação visualizam-se:
 Fala e escrita;
 Adequação da fala; e
 Postura.
A habilidade de fala e escrita compreende:
 O uso correto da palavra falada e escrita, primar
pelo uso do Português-Padrão;
 A clareza das ideias, ordenadas logicamente;
 O emprego de períodos curtos, com poucas
frases coordenadas ou subordinadas, de preferência na
ordem direta;
 EVITAR A PROLIXIDADE.- a prolixidade, além
de sorver um tempo precioso que poderia ser utilizado
em outras ações, faz com que os instruendos percam o
~ 23 ~
~ 24 ~

interesse no assunto, tornando-os dispersos e


desatentos;
 O uso de termos acessíveis, evitando palavras
pouco usadas, neologismos ou excesso de termos
técnicos; e
 O emprego da linguagem correta, observando a
correção gramatical e evitando o uso de termos vulgares
como gírias ou cacófatos.
A habilidade de adequação da fala inclui:
 Um tom de voz agradável, corrigindo problemas
como nasalidade ou voz cavernosa, estridente ou
gutural;
 A intensidade de emissão do som, evitando falar
muito baixo ou muito alto;
 A pronúncia clara e completa de todas as
palavras, sílabas e letras;
 A mudança de intensidade ou inflexão para
enfatizar ideias-chave ou momentos importantes
durante uma exposição;
 O ritmo adequado para que se torne
interessante aos instruendos; e
 O uso oportuno de pausas para que os
instruendos possam avaliar e observar as informações
com mais facilidade.
Quanto à sua postura durante a instrução o instrutor
deve:
 Não se apoiar sobre a mesa, retroprojetor,
quadro de giz ou quadro branco, paredes ou meios
auxiliares;
 Manter uma postura que evidencie disposição e
interesse;
 Zelar pela apresentação individual; e
 Não colocar as mãos nos bolsos.
 No que se refere ao fator da linguagem corporal,
o instrutor deve:
 Ser moderado na movimentação em sala, não
permanecendo parado em um só ponto nem se
movimentando em demasia;

~ 25 ~
~ 26 ~

 Saber utilizar a movimentação para associar


grau de importância à uma nova idéia;
 Falar olhando para os instruendos e nunca para
o alto;
 Demonstrar interesse pela participação ativa
dos instruendos; e
 Observar os instruendos, verificando o grau de
interesse e identificando sinais tais como aborrecimento,
enfado, sentimentos negativos ou frustração.
 Quanto ao fator da comunicação emocional,
consiste em:
 Demonstrar sinceridade, evidenciando a crença
em sua própria matéria;
 Demonstrar segurança naquilo que diz e faz,
dominando o assunto e falando com convicção;
 Adotar uma disposição favorável ao sucesso da
sessão;
 Demonstrar entusiasmo por meio da voz,
movimentos, gestos e expressões;
 Controlar eventual nervosismo, evitando falar
rapidamente ou movimentar-se em excesso;
 Não deixar passar para os instruendos seus
problemas particulares; e
 Não perder a paciência.

~ 27 ~
~ 28 ~

Despertando o desejo de aprender


A aprendizagem acontece no próprio instruendo,
para tanto, o Instrutor de Treinamento deve estimulá-lo,
criando nele a motivação necessária ao aprendizado,
por meio de sua participação ativa. Este princípio é
básico para orientar a atividade do instruendo, mediante
a realização de tarefas dentro de condições e padrões
mínimos que caracterizam a instrução ou o ensino
voltado para o desempenho. Todo ensino deve ser
ativo, solicitando a participação e a reação do
instruendo.
A aprendizagem somente se efetiva com o esforço
pessoal do instruendo. Desta forma, o instrutor deve
solicitar constantemente a iniciativa, o trabalho, a
colaboração e a opinião do instruendo, estimulando a
sua criatividade e a contínua produção mental.
Participação ativa do instruendo
O instrutor deve estabelecer um canal de
comunicação com seus instruendos e, de acordo com
as técnicas de instrução, possibilitar-lhes, nos
momentos oportunos, se comunicarem com o instrutor.
A comunicação não se faz apenas por meio verbal, mas
também pelo uso adequado dos meios auxiliares,
procurando atingir todos os sentidos dos instruendos.
Memória é a capacidade de reter e relembrar
conhecimentos e experiências. Como é essencialmente
a memória é seletiva e influenciada pela motivação, o
instruendo pode fixar dados de uma determinada área e
não guardar fatos de outras. A memorização se torna
mais fácil quando os assuntos são previamente
compreendidos e relacionados a objetivos definidos.
A generalização é o processo pelo qual se
percebe um fato novo como semelhante a outro já
conhecido. A partir da generalização, o instruendo
efetua a transferência da aprendizagem, que é o
resultado de uma grande prática em tratar problemas.
~ 29 ~
~ 30 ~
COMO INCENTIVAR OS INSTRUENDOS
SUGESTÕES
Iniciar a sessão de instrução apresentando uma
questão que cause certa perplexidade: um dilema, uma
provocação, ou outros. Por exemplo: Como se deve
conduzir a instrução do Onça: com castigo físico ou
através de métodos modernos?
Utilizar alguma novidade ou estímulo inesperado
relevantes aos conteúdos da matéria: ilustrações ou
sons. Por exemplo: Uma explosão de uma bomba,
seguida de um clarão, ao início de uma instrução de
observação noturna.
Estimular a criatividade e a apresentação de
perspectivas não usuais para resolver um problema:
apelar para a imaginação. Por exemplo: Como
atravessar um riacho de três metros de largura com uma
equipe na qual só um dos componentes sabe nadar
bem?
Utilizar, durante o desenvolvimento da sessão,
mudanças abruptas no conteúdo para suscitar a
curiosidade e obter a atenção: utilizar gravuras,
diapositivos ou um pensamento. Por exemplo: Em uma
instrução de patrulha, mostrar slides do resultado de
uma missão onde não houve o cuidado necessário com
a segurança pessoal, imagens de ferimentos.
Criar um nível moderado de expectativa ou desafio
em relação ao conteúdo quando já tiver alcançado certo
desenvolvimento no andamento da matéria. Por
exemplo: Os melhores na participação do Estágio
Básico “tal” serão premiados na próxima formatura!
Dar oportunidades para o instruendo mostrar mais
sobre algo que já conheça, acrescentando novos dados.
Por exemplo: Deixar que o instruendo compartilhe seu
ponto de vista, dentro da matéria, bem como apresentar
alguma técnica ou informação nova.
Mostrar ao instruendo a aplicação na vida real
daquilo que está sendo ensinado através de um fato ou
história verídica. Por exemplo: Mostrar a importância
dos procedimentos de patrulha para a segurança física

~ 31 ~
~ 32 ~
de uma equipe de Suçuaranas, durante o cumprimento
de uma missão.
Comunicar os objetivos da sessão aos instruendos,
de modo a reduzir a ansiedade e orientar os seus
esforços no estudo da matéria. Por exemplo: No início
da sessão instrução, ler com os instruendos o objetivo
da instrução e o sumário que será seguido, deixando
ambos expostos para que sejam conferidos pelo
instruendo.
AS TÉCNICAS DE INSTRUÇÃO
Técnicas de instrução - São todos os
procedimentos de que dispõe o instrutor para tratar de
um assunto de modo que os instruendos atinjam os
objetivos propostos.
Processo e técnica - O processo ensino-
aprendizagem compreende diversos componentes,
sendo, portanto um conceito abrangente. A técnica de
instrução é um desses componentes, consistindo na
maneira, jeito ou habilidade especial de se executar ou
ministrar uma sessão de instrução ou aula. A expressão
"técnica de instrução" corresponde às expressões
"técnica de ensino. Existem várias técnicas de
instrução, cada uma perfeitamente caracterizada,
porém, em regra geral, são utilizadas de forma mista,
combinando-se duas ou mais técnicas em uma mesma
sessão de instrução ou aula.
As técnicas básicas de ensino são:

~ 33 ~
~ 34 ~
Palestra – A palestra é uma exposição oral na
qual o instrutor, valendo-se de todos os recursos
da comunicação e preferencialmente com a ajuda
de meios auxiliares, apresenta, define, analisa e
explica os temas de uma sessão de instrução ou
aula.
Exercício Individual – Esta técnica de instrução é a
mais adequada para o desenvolvimento de habilidades
básicas, sejam da área psicomotora ou da área
cognitiva. Apesar de poder ser aplicada simultânea-
mente a um conjunto de instruendos, sempre conduzirá
à fixação individual.
Demonstração – A demonstração é uma técnica de
ensino muito favorável à iniciação da aprendizagem
voltada para o DESEMPENHO. Por meio de uma
demonstração, os instruendos podem visualizar a
execução de determinados procedimentos, uma vez que
deixa na mente uma idéia mais concreta no próprio
momento em que estão aprendendo. É a técnica que o
instruendo aprende mediante o dizer, mostrar e fazer.
Por outro lado, enfatiza o interesse dos instruendos em
face do realismo, além de assegurar a compreensão,
completando as explicações teóricas apresentadas
anteriormente.
Questionamento – É uma técnica de ensino em
que o instrutor, por meio de perguntas, estimula a
participação dos instruendos.
Apresenta como principais vantagens:
(1) Mantém o interesse dos instruendos, pois todos
poderão ser questionados;
(2) Desperta a atenção dos instruendos;
(3) Constitui um recurso poderoso de comunicação
entre instrutor e instruendos.
As principais desvantagens são:
(1) Pode criar um desânimo no instruendo que
responder errado ou não souber responder;
(2) Exige a preparação pelo instrutor de um
questionário adequado e ajustado à sessão ou aula.

~ 35 ~
~ 36 ~
PRINCÍPIOS DO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM
O Instrutor de Treinamento deve conhecer as
características dos instruendos, bem como os objetivos
da instrução, para fazer a adequação da técnica de
instrução, do tempo disponível e dos meios auxiliares.
Considerando que a atuação do instruendo na
instrução é permanente, cabe ao instrutor mantê-lo
interessado, encorajando-o pelos acertos, ao invés de
reprová-lo pelas falhas.
O instrutor deve estimular o instruendo para o
aprendizado, criando nele a motivação necessária,
por meio de sua participação ativa. Este princípio é
básico para orientar a atividade do instruendo, mediante
a realização de tarefas dentro de condições e padrões
mínimos que caracterizam a instrução no GS.
O instrutor deve estabelecer um canal de
comunicação com seus instruendos, nos momentos
oportunos e de acordo com as técnicas de instrução.

~ 37 ~
~ 38 ~
Como a finalidade da instrução no GS é a
preparação de um operador de Resgate, a “imitação do
Resgate” deve estar sempre presente. Para tanto, o
realismo deve ser buscado pelo instrutor na seleção
das técnicas de instrução, no local e nos meios
auxiliares. Mesmo que o assunto não esteja ligado
diretamente ao resgate e sim com o dia-a-dia do Onça
dentro do GS, o instrutor deve procurar manter o
realismo.
Todo instruendo precisa conhecer os resultados
obtidos na tentativa de aprender. O instrutor deve
fornecer respostas que esclareçam sobre o
desempenho do instruendo, o que provoca o chamado
processo de realimentação (“feedback”). Este processo,
por ser absolutamente essencial e útil, aumenta o
sucesso em qualquer etapa da aprendizagem. Pode
estar presente sob a forma de elogio, quando o
instruendo acerta, e correção do erro, de forma
construtiva e objetiva, sem qualquer idéia de punição,
quando o instruendo erra.
Ter sempre em mente que no aprendizado voltado
para o “desempenho” o instruendo tem que “saber
fazer” e não “como fazer”, o que ressalta o aspecto
prático das instruções do GS, exigindo do instrutor
criatividade na execução do processo de aprendizagem.

~ 39 ~
~ 40 ~
FUNÇÕES E NÍVEIS NO SISTEMA DE ENSINO
Considerando o aprimoramento do GS, há de se
considerar algumas funções que poderão atuar em
conjunto, ou mesmo de forma cumulativa, ou
concomitante.
São funções a serem desempenhadas nos diversos
níveis de ensino, visando a padronização de
procedimentos:
 Coordenador de Ensino;
 Coordenador Adjunto de Ensino;
 Supervisor de Ensino;
 Instrutor de Treinamento;
 Monitor de Instrução;
 Cacique;
 Xerife; e
 Alunos/Instruendos.
Coordenador de Ensino – É a mais alta autoridade
no processo ou Sistema de Ensino durante a realização
de um dos Estágios propostos pelo GS. A ele cabe a
coordenação global do Estágio, tomando a decisão final
~ 41 ~
~ 42 ~
com relação a assuntos diretamente relacionado à
aprovação e cumprimento dos Planos de Ensino, Planos
de Unidades Didáticas e Notas de Instruções.
Obrigatoriamente a função de Coordenador de Ensino
será desempenhada por um Onça com capacitação e
habilitação como Instrutor de Treinamento, com a
experiência comprovada, que o habilite a desempenhar
essa função;
Coordenador Adjunto de Ensino – Também será
função desempenhada por Onça capacitado como
Instrutor de Treinamento, designado pelo Coordenador
de Ensino, a fim de atuar como braço direito do
Coordenador, bem como o representará quando da sua
falta ou impossibilidade;
Supervisor de Ensino – Função desempenhada
por um Onça Instrutor de Treinamento que atuará mais
como um fiscal de qualidade, cobrando diretamente o
desenvolvimento da instrução por parte do Xerife e este
último, por última instância, cobrando dos alunos sob
sua responsabilidade. O Supervisor de Ensino fará parte
da Coordenação de Ensino, e será como um membro
com função executiva. O Supervisor de Ensino não
poderá interpelar um Instrutor de Treinamento durante
sua sessão de instrução, caso perceba que algo está
fora do programado ou em desacordo com o Plano de
Ensino, deverá de forma educada e respeitosa, em
momento oportuno, alertar ao Instrutor de Treinamento
que se atenha ao conteúdo programático e siga os
protocolos de instrução.
A Coordenação de Ensino será composta por essas
três funções, para que não haja empate em decisões
pertinentes ao processo ensino-aprendizagem, por isso
o número de três membros.
Durante os momentos à disposição da Coordenação
de Ensino, tais membros poderão cobrar dos alunos o
conteúdo ensinado, sem contudo cobrar algo que não
foi ensinado, ou mesmo, ensinar algo em desacordo ao
que foi transmitido ao aluno, por isso a preocupação de
se seguir à risca o conteúdo programático, por parte do
Instrutor de Treinamento. Razão essa que o Supervisor
~ 43 ~
~ 44 ~
de Ensino deverá acompanhar as instruções, sem haver
interpelação direta ou interferência com a atuação do
Instrutor de Treinamento, pois este é o titular no
momento da instrução.
Instrutor de Treinamento – Função dada a um
Onça, que foi submetido a um processo formal de
capacitação e habilitação, estando apto a planejar,
preparar, ministrar aulas ou instruções, sempre sob a
supervisão da Coordenadoria de Ensino.
O Instrutor de Treinamento é a autoridade máxima
no momento da Instrução. Na eventualidade do Instrutor
de Treinamento transmitir algo que não tenha sido
aprovado como padrão pelo GS, ou algo que destoe do
Padrão Suçuarana, o Supervisor de Ensino, ou Instrutor
de Treinamento da matéria, que não esteja na vez, ou
mesmo os Coordenadores, que perceberem a situação,
poderá fazer um sinal pré-estabelecido, com o intuito de
indicar ao Instrutor que ele está “fugindo do padrão”.
Ao Instrutor de Treinamento cabe o bom andamento
da instrução, sem interferência externa.
Monitor de Instrução - Em toda instrução deverá
haver no mínimo um Monitor de Instrução. Tal função
poderá ser desempenhada por outro Instrutor de
Treinamento, ou mesmo por outro Onça sem a
habilitação como Instrutor, no entanto, tal função é para
auxiliar o Instrutor de Treinamento da matéria, durante a
realização da sessão de instrução. O Monitor é um
auxiliar de instrução, e não poderá concorrer com o
Instrutor de Treinamento designado para a matéria ou
tentar se impor durante a instrução. O Monitor de
Instrução deverá agir com polidez e educação,
respeitando a autoridade de seu Instrutor de
Treinamento.
Cacique – Esta função pode ser desempenhada
por qualquer Onça, sendo ou não Instrutor de
Treinamento. O cacique é a mais alta autoridade no
cumprimento de uma missão e deve assim ser
respeitado por todos os outros Onças.

~ 45 ~
~ 46 ~

No entanto, o Cacique não pode interferir no


andamento de uma instrução. Ele é o “gerente” da
missão, mas não das instruções.
Xerife – É a função desempenhada por um “aluno”
(Onça ou Jaguatirica). Será o elo entre os instruendos e
a Coordenação de Ensino. Todo e qualquer problema,
pessoal, operacional ou administrativo é proibido ao
aluno tomar partido pessoal junto à Coordenação,
SEMPRE DEVERÁ SER FEITA POR INTERMÉDIO DO
“XERIFE”. O Xerife deverá zelar pela motivação de seu
Turno, bem como fazer as devidas cobranças com
relação ao bom andamento do aprendizado dos
instruendos, participando ao Supervisor de Ensino
eventuais dificuldades que tenha ou os demais alunos.
A “cobrança” será hierarquizada, ou seja, será
cobrado do Xerife as faltas e desleixos com relação ao
aprendizado por parte do Turno.
Aluno – São todos os Onças em missões de
treinamento, ou Onças como instruendos em Estágios
de especialização, ou Jaguatiricas em Estágios de
admissão.
Na condição de “aluno”, eventualmente um Onça
que seja um Instrutor de Treinamento, perderá
temporariamente esse seu status e autoridade
conquistada, apenas durante o transcorrer do Estágio.
Nessas condições, é proibido “ponderar”, sendo a este
Onça em particular considerado falta de natureza grave,
pois não está respeitando a autoridade do Instrutor de
Treinamento da vez, bem como ferindo a hierarquia,
qualquer questionamento por eventual discordância em
termos de conteúdo, deverá ser passada ao Xerife e
este levar ao conhecimento do Supervisor de Ensino, e
este à Coordenação para as providências necessárias.
Tais questionamentos não podem ser levados ao
Cacique, caso este não seja um dos coordenadores ou
supervisor.
Questões diretamente ligadas a Ensino deve ser
tratada com a coordenação, a única ressalva se se
tratar com o Cacique, é se este for um dos
~ 47 ~
~ 48 ~
coordenadores, ou o Supervisor de Ensino. Qualquer
trato fora dessas condições também será considerada
falta disciplinar em nível educacional.
Qualquer problema, pessoal, operacional ou
administrativo deve obrigatoriamente levado ao
conhecimento do Xerife, e na sua falta, ao seu
substituto, este designado pelo Xerife.
Na eventualidade do Xerife designar um substituto,
deverá ser levado ao conhecimento da Coordenação.
Poderá haver o rodízio de Xerifes, ou não, tudo
dependerá da Coordenação e do tipo de treinamento a
ser realizado.
O objetivo do rodízio é dar oportunidade a todos de
assimilarem as funções de comando e gerenciamento
de equipes operacionais de resgate.
PROTOCOLO DE INSTRUÇÃO

No horário pré-determinado ou a comando, o Xerife


coloca o Turno em forma, no local designado, se posta à
testa do grupamento. Faz as checagens necessárias e
verifica as novidades, a serem transmitidas a quem de
direito.
Turno em forma: Xerife passa o comando ao
Cacique da missão.
O Cacique é a mais alta autoridade da missão, ou
do dia.
O Cacique é quem passa o comando ao Instrutor de
Treinamento.
Ao termino da instrução, o Instrutor devolve o
comando do Turno ao Cacique.
Sempre se obedecerá estas regras.
Tal procedimento só é dispensado no caso do
Instrutor ser o próprio Cacique.

~ 49 ~
~ 50 ~

EXEMPLOS DE

DOCUMENTAÇÃO

Você também pode gostar