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AMOR MÚTUO

CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020✨🕯✨


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PERGUNTA: “Você ressalta muito o amor mútuo e nos convida insistentemente a vivê-lo.
Por quê”?
CHIARA: «Porque prezo muito isso. Penso que o Mandamento Novo é o coração da
espiritualidade do Movimento dos Focolares, porque tenho a impressão de que tudo
converge para o Mandamento Novo. Inclusive o restante da espiritualidade, tudo existe para
poder realizar bem o Mandamento Novo. Passemos brevemente em revista os pontos da
espiritualidade: os senhores verão que é assim.
Deus Amor, porque é amor, é Trindade, é amor mútuo: Deus é o modelo do amor mútuo.
Depois, o segundo ponto é a vontade de Deus. Nós descobrimos – mas porque o Espírito
Santo fez com que descobríssemos – que existe alguma coisa que é particularmente querida a
Deus, a Jesus e, portanto, lhe importa, é justamente o Mandamento Novo, seu e novo.
Depois, o amor pelo próximo: é o caminho para chegar ao amor mútuo.
Outro ponto é o amor mútuo: é o amor mútuo.
A unidade é o efeito do amor mútuo. Jesus no meio é o fruto do amor mútuo. Jesus
Abandonado é o meio para ter o amor mútuo. Jesus Eucaristia é o vínculo da unidade. A
Igreja é o ambiente do amor mútuo.
A Palavra de Deus é essencial para um amor mútuo divino, destilado, como Deus o concebe,
porque sem a humildade, sem a paciência… não existe amor verdadeiro.
Depois, temos Maria, que é o exemplo típico do amor mútuo. […] Nossa Senhora fez a sua
parte porque, para amar segundo o amor mútuo, é necessário amar com a medida de Jesus. E,
aos pés da cruz, ela atingiu essa medida. Com a sua desolação, viveu o abandono. Perdendo
Jesus, perdeu Deus, de certo modo. […]
O Espírito Santo é justamente a expressão do amor mútuo em Deus.
Além disso, vejo os efeitos. Se vivemos o amor mútuo, os efeitos são extraordinários; se não
vivemos o amor mútuo, tudo esmorece.
Tenho a impressão de que o amor mútuo é como a moeda corrente de hoje, e quem não vive
o amor mútuo tem uma moeda fora de circulação, de outras épocas. […]
Então, por que ressalto isso? Oh! Sou fixada no amor mútuo, sou fixada, mas me parece uma
fixação do Espírito Santo: “Mira lá [ao amor mútuo], nele morrem todos os ‘homens velhos’,
com ele você renova a Igreja, com ele você reforma as estruturas”. Sim, sim, absolutamente,
sobre isso falarei ainda e falarei muito, até me certificar de que os cristãos estão
resplandecentes, luminosos».
(Chiara Lubich, “O Amor Mútuo”, Das respostas aos religiosos e sacerdotes de Loppiano, 26
de junho de 1989)
"A FÉ É O AMOR"
CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020✨🕯✨ ️ 🕯️
CHIARA:«Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta montanha: transporta-te
daqui para lá, e ela se transportará, e nada vos será impossível (Mt 17,20).
Para viver essa Palavra no momento presente, para ser essa Palavra no momento presente,
vivo acreditando e agindo de modo que, em mim e à minha volta, seja removida cada
montanha e, em seu lugar, viva o Espírito Santo.
Quero ser este milagre vivo: o Espírito Santo encarnado.
Por isso, desapego-me de tudo, momento por momento, inclusive de Deus por Deus, vivendo
Jesus Abandonado como objetivo do momento presente. Jesus Abandonado é a palavra; cada
Palavra é Ele.
A fé é o amor. Quem crê ama. Como quem conhece ama. Ter fé em transportar as montanhas
é amar transportá-las. E eu amo transportar, momento por momento, a montanha em mim,
para que viva Deus, o Espírito Santo.
Mas – durante o meu dia – quero transportar cada montanha que encontro na alma do irmão
ou dos irmãos. Incinero-as com o amor.
Ou seja, quero aquele peso, aquele abandono, aquela montanha, e acredito (e amo)
transportá-la. É preciso supor que ela não exista, pois quem ama não vê obstáculo.
E a transportarei.
Devo ter no coração apenas uma coisa: amar.
E colocar esse amor na base.
Então, viverei o meu dia inteiro transportando todas as montanhas, incendiando todas as
pessoas».
(Chiara Lubich, de um escrito de 10/12/1949)

UM TABERNÁCULO...
CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020✨🕯✨
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CHIARA:«Enquanto houver um tabernáculo sobre a terra, nunca estarei sozinha".


"PORQUE QUERO REVÊ-LA EM TI"🎶🎶🎶
(GEN VERDE/GEN FESTA)
CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020✨🕯️✨
"Perguntei um dia
Porque quiseste ficar nesta Terra
E não encontraste
Tu que és Deus
Um modo de deixar também Maria
Oh, oh, oh, oh
No silêncio, parecia que Tu me respondias
Não, não a deixei
Porque quero revê-la em ti
Mesmo que sejas maculada
O meu amor te virginizará
Serás mãe da Humanidade
Que hoje como então
Tem sede de Deus, e da Sua mãe
Não, não a deixei
Porque quero revê-la em ti".

A VOZ DA MÃE QUE NOS LEMBRA:


SEJAM UMA FAMÍLIA!
CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020✨🕯✨ ️ 🕯️
CHIARA: «Se, hoje, devesse deixar esta terra e me pedissem uma palavra, uma última
palavra sobre o nosso Ideal, eu diria, com a certeza de que seria acolhida exatamente como
ela é: Sejam uma família!
Há entre vocês pessoas sofrendo provações espirituais ou morais? Procure entende-los como
ou mais que uma mãe, ilumine-os com a palavra e com o exemplo.
Não deixem que lhes falte, ou melhor, os alimente com o calor de uma família.
Existem, entre vocês, aqueles que sofrem provações físicas? Que estes sejam os irmãos
prediletos, compartilhem o sofrimento deles. Procurem sempre compreender o sofrimento
deles. Façam com que participem da vida apostólica de vocês para que saibam, antes de mais
nada, que são eles os primeiros a contribuírem para esta vida.
Há aqueles que estão morrendo? Imaginem-se no lugar deles e façam a eles o quanto
gostariam que fosse feito a vocês até o último instante.
Existe algum que se alegra por uma conquista realizada ou por qualquer outro motivo?
Alegrem-se com ele, para que aquela alegria não seja contristada e a alma não se feche em si
mesmo, mas que a alegria seja de todos.
Tem alguém que vai embora? Deixe-o ir, mas tenham a certeza de que o coração dele esteja
com uma única herança: o sentido de uma família, para que o leve onde estiver.
Nunca coloquem em primeiro lugar qualquer atividade de qualquer natureza, espiritual ou
apostólica, ao espírito de família com aqueles irmãos com os quais vocês convivem. E por
onde vocês forem, nada de melhor vocês podem fazer que criar com discrição, com
prudência, mas com firmeza, o espírito de família».
(Chiara Lubich, "O Meu Testamento", 25 de dezembro de 1973)
CENTRO MARIÁPOLIS ARNOLD: "ORAÇÃO DO TERÇO PELO FIM DA
PANDEMIA"
RECITAR O TERÇO: O MOTIVO
CHIARA: «(...) Uma vez eu estive em Assis com os luteranos.
[...] Na frente da basílica, onde está o corpo de São Francisco, havia um muro baixo e em
cima encontramos um terço. Eu o mostrei aos luteranos e eles me perguntaram: Chiara, o que
é o terço para você? Por que recitam todas essas “ave-maria cheia de graça, o Senhor é
convosco”... e repetem sempre a mesma coisa?
Eu respondi: “Quando amamos uma pessoa, gostaríamos de dizer sempre: eu amo você, amo
você, amo você; gostaríamos de continuar a dizê-lo, escrevê-lo, mandar dizer com um
presente, com um beijo.
À nossa mãe gostaríamos de dizer muitas vezes: eu gosto de você. Nós, católicos amamos
muito Nossa Senhora. Por isso, lhe dizemos sem parar: 'Bendita sois vós entre as mulheres.
Bendito é o fruto do vosso ventre Jesus'”, que é a Ave Maria, não é? Ave Maria, cheia de
graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, bendito é o fruto.. “E nós
queremos dizê-lo muitas vezes, muitas, muitas vezes, porque amamos Nossa Senhora.
Então eles disseram: "Agora compreendemos o terço"».
(Chiara Lubich, Congresso das Gen 3, Rocca di Papa, 28 de junho de 1978)

"PORQUE QUERO REVÊ-LA EM TI"


CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020✨🕯✨ ️ 🕯️
CHIARA LUBICH: «Entrei na igreja um dia e, com o coração cheio de confidência,
perguntei a Ele: "Por que quiseste ficar na terra, em todos os pontos da Terra, na dulcíssima
Eucaristia, e não encontraste um modo, Tu que és Deus, de trazer e deixar também Maria, a
Mãe de todos nós que peregrinamos?”
No silêncio, parecia responder: "Não a trouxe porque quero revê-la em ti. Embora não sejais
imaculados, o meu amor vos virginizará, e tu, vós, abrireis braços e corações de mães à
humanidade, que, como outrora, tem sede de seu Deus e da Mãe Dele.
A vós, ora, lenir as dores, as chagas, enxugar as lágrimas.
Canta as ladainhas e procura espelhar-te nelas!».

(foto: Escultura do Centro Ave em Loppiano, Itália)


ESTRELAS E LÁGRIMAS: PELA DOR DA HUMANIDADE
(CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020) ✨✨✨
O 13 de maio é uma data importante na história de Chiara Lubich e do Movimento dos
Focolares. Deixemos Igino Giordani (Foco) nos contar o que aconteceu naquele ano de
1944...
FOCO: «O segundo grande bombardeio eclodiu em Trento, em 13 de maio de 1944. Entre
tantas, uma casa vizinha a casa de Chiara foi destruída e danificou também a casa dela,
destruindo algumas paredes e vidros. As casas de Dori, Natalia e outras eram inabitáveis. O
hospital - onde o irmão de Chiara trabalhava como médico - foi abaixo quase por completo,
deixando mortos e feridos.
Naquele mesmo dia, Chiara encontrou Dori e elas se abraçaram: ambos estavam sem casa.
Ela foi ao hospital e viu o resultado do massacre; diante disso Gino Lubich,o irmão médico,
constatou: “Vaidade das vaidades; tudo passa".
Durante a noite, ela dormiu ao ar livre no jardim de Gocciadoro com seus pais, que
passavam aquelas horas meditando sobre como se deslocar. Chiara lembrou que, ao fazer o
voto de castidade, prometera ao pai espiritual não abandonar a cidade de Trento: daí o
sofrimento ao pensar na iminente separação. E ela chorou muito. Os pais, sem saber,
tentaram consolá-la. Consolou-se recordando o lema: - "Omnia vincit amor"! ("O amor
vence tudo!") - E rezando com os olhos voltados para as estrelas, ela viu o carro da Ursa
Maior [agrupamento de estrelas que "se movem" no céu do hemisfério norte] passar. E
pouco antes do amanhecer, quando os pais forçados a evacuar da cidade começaram a reunir
as poucas coisas que podiam ser salvas na casa, ela declarou ao pai que não podia deixar de
cumprir a promessa: ajoelhou-se diante dele e o olhou com olhos arregalados, lacrimejando.
E o pai a abençoou, angustiado por concordar. Ela repetiu o gesto com a mãe, que resistiu.
E os pais, com sacos nos ombros, partiram para o campo: ela, sem nada na mão, com o
coração partido, chorou, partiu para a cidade destruída. A certa altura, encontrou uma
senhora, parecia enlouquecida de tanta dor e disse: "Quatro dos meus morreram, quatro dos
meus morreram!". Chiara, então, a consolou e pensou em esquecer sua dor para pensar na da
humanidade».
(fonte: Centro Igino Giordani)

A "CASETTA", PRAÇA DOS CAPUCHINHOS N° 2


CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020✨🕯✨ ️ 🕯️
"O coração da revolução é uma pequena casa (casetta): o pequeno apartamento na Praça dos
Capuchinhos nº 2, em Trento, onde Chiara e suas primeiras companheiras compõem o que
hoje é universalmente conhecido como o primeiro Focolare. Em um olhar pela janela que dá
para aquele pequeno apartamento Chiara imagina que o ideal que anima ela e suas
companheiras teria chegado a Trento. Em breve a comunidade cresce, alguns amigos se
juntam às primeiras meninas e em poucos meses já existem centenas de pessoas envolvidas
por essa nova vida se espalha por toda região Trentina".
(fonte: Fundação do Museu Histórico do Trentino / Le Gallerie Trento)
CHIARA, UMA MÃE!
(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)
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PALMIRA*: «(...) O que mais me impressionava convivendo com Chiara foi o que ela não
tinha atitudes de responsável de focolare ou como se diz, hoje em dia, de ‘capofocolare’,
Chiara vivia em fraternidade conosco, era uma irmã, porque assim é a encarnação do Ideal.
Jesus se fez homem e era Deus. (...) Assim, também era Chiara conosco, éramos todas unidas
em nome de Jesus. Nós fomos adiante no Ideal, sem pensar em nada; havíamos escolhido
Deus como Ideal da nossa vida, O queríamos amar, conscientes que podíamos morrer a
qualquer momento por causa dos bombardeios e procurávamos viver o Testamento de Jesus
logo (...).
Chiara era uma de nós e como nós, porém tinha um “perfil” de mãe. Para mim, Chiara foi
sempre uma mãe, nos momentos mais difíceis que atravessei, ela nunca me disse “faz desse
jeito, faz daquele outro jeito...”. Chiara simplesmente procurava me amar como eu era, como
uma mãe faz, ela me entendia e também me desculpava, não era tanto pelo perdão, mas sabia
me entender.
(...) Ela nos dizia: “se aqui tivéssemos uma balança, colocaria em um dos pratos a Luz e o
Amor que Deus me deu e, no outro prato, as dores e dificuldades, o peso seria equilibrado
porque tudo é Luz”. E é isso mesmo!
(...) Ela nos dava a luz, por isso compartilhava pouco as dificuldades, as dores,
compartilhava plenamente a luz. Não existia algo que ela entendesse que ela não nos
comunicava.
(...) Chiara faleceu, mas a sua luz permanece, o seu carisma permaneceu. Ela sempre nos
dizia: “ Quem me ama, me tem no coração; quem pensa em mim, me tem em mente; quem
fala sobre mim, me tem sobre os lábios; mas somente quem me perde é uma outra eu”; ou
seja, é o Carisma, é a luz do Ideal. Isto é fascinante».

*(Palmira Frizzera, 92 anos, uma das primeiras companheiras de Chiara Lubich)


ESTRELAS E LÁGRIMAS: UMA NOVA VIDA QUE NASCE!✨🕯✨ ️ 🕯✨️ 🕯✨
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(CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020)
Um intenso bombardeio em Trento, em 13 de maio de 1944. A casa da família Lubich é
destruída e estes devem se refugiar bem distante da cidade.
Chiara decide permanecer em Trento para acompanhar aquilo que estava nascendo ao seu
redor.
Ofereceram-lhe, alguns meses depois, um apartamento na Praça dos Capuchinhos nº 2,
chamada de “la casetta” (a casinha), para recordar a pequena casa de Loreto (onde pela
tradição, viveu Jesus, Maria e José).
A compreensão de Deus-Amor irrompe na vida de Chiara e a transforma. Esta descoberta é
imediatamente comunicada e compartilhada por outras jovens que irão se tornar as suas
primeiras companheiras.
Nos meses sucessivos, várias jovens se aproximaram de Chiara e algumas quiseram seguir o
seu caminho: primeiramente Natalia Dallapiccola, depois Doriana Zamboni e Giosi Guella,
em seguida Graziella De Luca e as duas irmãs, Gisella e Ginetta Calliari, Bruna Tomasi,
Marilen Holzhauser, Aletta Salizzoni; e outras duas irmãs, Valéria e Angelella Ronchetti;
Palmira Frizzera e Silvana Veronesi.
E isso tudo aconteceu não obstante a estrada do focolare não possuísse absolutamente nada
de definido, a não ser o “radicalismo evangélico absoluto” de Chiara.
Assim nasce, de fato, o “Focolare”.
(Fonte: focolare.org)

"PERDER DEUS POR DEUS"


(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨✨✨
CHIARA LUBICH:«A prática de “fazer-se um” com os outros não é simples. Ela exige o
vazio total de nós: que tiremos de nossa cabeça as ideias, que tiremos do coração os afetos,
que tiremos da vontade toda coisa, que façamos até as inspirações se calarem, que percamos
Deus em nós pelo Deus presente no irmão para nos identificarmos com os outros.
Nos primeiros tempos do Movimento, quando eu conversava com uma pessoa que vinha
confidenciar comigo, eu me exercitava demoradamente — pois me vinha a vontade de dar
logo determinada resposta — em pôr de lado minhas ideias, até que ela esvaziasse em mim
aquilo que preenchia seu coração. Agindo assim, eu estava convencida de que, no final, o
Espírito Santo haveria de me sugerir exatamente aquilo que eu deveria dizer.
Por quê? Porque, “criando o vazio”, eu amava, então Ele se manifestava. Tive confirmação
milhares de vezes de que, se tivesse interrompido a conversa na metade, teria dito alguma
coisa que não era correta, não era iluminada, mas era simplesmente “humana”. Ao passo
que, deixando por amor que o interlocutor fizesse entrar em mim os seus anseios, os seus
sofrimentos, e permitindo que ele descarregasse em mim o seu fardo, eu encontrava a
resposta que resolvia tudo, ou me surgiam as ideias para ajudá-lo».
"NOITE DE ESTRELAS E LÁGRIMAS"
CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨✨✨
CHIARA: «Havia um grande bombardeio em Trento; então fugimos com os meus pais para
um bosque. Era noite. Naquele bosque dormimos no chão, ao relento. Mas na cidade já havia
começado o Movimento. Eu já tinha algumas companheiras. Durante a noite eu pensava:
«Agora vamos voltar para casa, que terá sido destruída, e os meus pais deverão fugir para as
montanhas em busca de abrigo. Eu, porém, não posso partir e abandonar as minhas
companheiras. Temos o Movimento!» Então chorava. Parecia que as estrelas no céu
caminhassem durante a noite. Tanto que chamei essa noite (era o dia 13 de maio) de
«estrelas e lágrimas». (...) A certa altura tive a certeza absoluta de que os meus evacuariam
da cidade. Eu era muito afeiçoada aos meus pais, também os ajudava economicamente,
porque era professora. Como deixar os meus pais naquelas condições? E chorava
desconsolada.
A certa altura, ressoa em mim uma frase, que é aquela que desejo deixar para vocês: «O
amor vence tudo!» Eu disse: «Também isso o amor deve vencer? Também isso!» Na manhã
seguinte nos dirigimos para a nossa casa. Ela estava semidestruída. Eu não tinha dito nada
aos meus pais. Subi as escadas todas quebradas e encontrei meu pai. Eu me ajoelhei na sua
frente e lhe disse: «Papai, eu não posso partir com vocês!» Meu pai compreendeu e disse:
«Filhinha, eu lhe dou a minha bênção».
De manhã meus pais caminharam na direção das montanhas e eu na direção da cidade. As
árvores estavam caídas, as casas destruídas e recordo que veio na minha direção uma mulher
que saía de uma dessas casas. Ela me pegou pelos ombros e me disse: «Quatro dos meus
morreram! Quatro dos meus morreram!» Eu, que ainda estava chorando por causa dos meus
pais, enxuguei as lágrimas e compreendi: «Esqueça do seu sofrimento e se dedique ao
sofrimento da humanidade». (...).
(A Noite de "Estrelas e Lágrimas": O Amor vence tudo. Chiara Lubich aos estudantes no
Colégio "Maria, sede da sabedoria", Fontem (Camarões, 15 de maio de 2000)

PRIMAVERA DE 1974: CHIARA COM SUA MÃE EM ROCCA DI PAPA!


(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)
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Em 1974, durante a primavera, Luigia Mariconz, a mãe de Chiara, transferiu-se de Trento
para Rocca di Papa, Centro Internacional do Movimento dos Focolares, permanecendo ali
até 1975 quando veio a falecer.
CHIARA: «Minha mãe era uma mulher inteligente, forte, mas ao mesmo tempo muito
sensível. Nos momentos em que nossa família estava bem economicamente, a ouviamos
sempre cantarolar. Na época de dificuldades ela sofria muito, especialmente, pelo receio de,
nós, seus filhos, não podermos ir a escola».
(Trecho de uma entrevista de Chiara Lubich a F. Zambonini, em 1991, revista Città Nuova)
FOCOLARE FEMININO "ESPERANÇA"
EM PELOTAS (RS)
(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨✨✨
No dia 12 de março, a comunidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, comemorou a abertura
do focolare feminino na cidade, com a chegada das focolarinas Ângela, Rosa Ayter, Mariella
Francischinelli e Leni Braga (na foto da esquerda para a direita).
Em uma cartinha ao novo focolare, Emmaus escreveu:
«Rocca di Papa, 24 de março de 2020
Caríssimas focolarinas e comunidade de Pelotas, recebi vossa mensagem com a bela notícia
da abertura do focolare. Fiquei feliz!
Pelotas foi sempre um testemunho de generosidade com a qual respondeu ao dom do Ideal e
da fé no Amor de Deus gritado, há muitos anos atrás, pelas gen em meio a um terrível
acidente.
Estou certa que agora renascerá ainda mais, em muitos corações, o desejo de escolher Deus
como Único Bem.
Ao novo focolare proponho o nome: “Esperança”. Nesse momento em que a humanidade
vive uma prova tão ‘pesada’, a abertura de um focolare é como um sinal de esperança e de
vida nova.
Desejo que sejam, pela presença viva de Jesus entre vocês, um lugar de serenidade,
fidelidade e luz para muitos.
Um abraço a todos e permaneço unidíssima.”
Emmaus».
Estava previsto um encontro com as comunidades de Pelotas, Rio Grande e São José do
Norte, nos dias 21 e 22 de março, mas decidiram suspender por conta da pandemia.
“Adorei o nome, me emocionei quando li, parece muito oportuno pro momento em que a
comunidade de Pelotas está vivendo e também o mundo todo. Um momento em que
devemos repensar nossas atitudes, mudar os planos, e acolher o que Deus pensou pra cada
um de nós. Certamente quando isso tudo passar vamos comemorar muito! Sintam-se
abraçadas!! Qualquer coisa estou por aqui!”, escreveu Tici, uma jovem de Pelotas.
A comunidade conta com as orações e a unidade de todos para esta nova etapa!
(fonte: focolare.org.br)

O DESÍGNIO DE DEUS SOBRE NÓS


CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020✨🕯✨ ️ 🕯️
CHIARA LUBICH: «Tudo aquilo que acontecerá a você, como as dores e alegrias, como as
graças e desgarças; fatos notáveis (tipo os sucessos e as sortes, incidentes ou mortes de ente
queridos); fatos insignificantes (como o trabalho cotidiano em casa, no trabalho ou na
escola); tudo, tudo terá um novo significado porque nos é doado pelas mãos de Deus que é
Amor. Ele deseja ou permite cada acontecimento para o nosso bem. Antes ou depois, nos
daremos conta, olhando com os olhos da alma que, como um fio de ouro une cada
acontecimento, compondo, um magnífico bordado: de fato, o desígnio de Deus sobre nós"».
O AMOR VENCE TUDO!
(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨💐
CHIARA: «A certa altura, ressoa em mim uma frase, que é aquela que desejo deixar para
vocês: "O amor vence tudo!" Eu disse: "Também isso o amor deve vencer? Também isso!"
Na manhã seguinte nos dirigimos para a nossa casa. Ela estava semidestruída. Eu não tinha
dito nada aos meus pais. Subi as escadas todas quebradas e encontrei meu pai. Eu me
ajoelhei na sua frente e lhe disse: "Papai, eu não posso partir com vocês!" Meu pai
compreendeu e disse: «Filhinha, eu lhe dou a minha bênção".
De manhã meus pais caminharam na direção das montanhas e eu na direção da cidade. As
árvores estavam caídas, as casas destruídas e recordo que veio na minha direção uma mulher
que saía de uma dessas casas. Ela me pegou pelos ombros e me disse: "Quatro dos meus
morreram! Quatro dos meus morreram!" Eu, que ainda estava chorando por causa dos meus
pais, enxuguei as lágrimas e compreendi: "Esqueça do seu sofrimento e se dedique ao
sofrimento da humanidade". E assim o Movimento foi em frente!
Porém, o que resolveu esta situação foi a frase: «O amor vence tudo». Ela também ajudará
você: "O amor vence tudo"».
(A Noite de "Estrelas e Lágrimas": O Amor vence tudo. Chiara Lubich aos estudantes no
Colégio "Maria, sede da sabedoria", Fontem (Camarões, 15 de maio de 2000)

A “CASETTA” DA PRAÇA
DOS CAPUCHINHOS DE TRENTO
(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨✨✨
SILVANA: «(...) Não tive tempo, porém, de fazer outras conjecturas, porque logo nos
detivemos na praça e batemos à porta de uma casa sem campainha. Abriram a porta.
Encontrei-me no limiar de uma cozinha um pouco comprida, de assoalho de madeira não
trabalhada. O Chão tinha sido esfregado recentemente e cheirava a limpo. Atrás da porta, à
direita, havia uma pia de pedra bastante gasta.
(...) No sábado, às três e quinze, cheguei à igreja de São Marcos. Chiara veio até mim, a
passos rápidos. Era realmente alegre e comunicativa, tal como eu a tinha visto na quarta-
feira. Angelella, que estava com ela, cumprimentou-me como se já nos conhecêssemos havia
muito tempo (...). Aletta apresentou-se a mim. Confidenciou-me logo (...) que não se
chamava realmente Aletta; este era um “nome novo” que tinham escolhido para ela, pois na
aventura com que se tinham comprometido precisavam correr, voar. Ela, de fato, era leve e
ágil como um passarinho. E seu nome, Aletta, significa, em italiano, pequena asa.
(...) Conheci Lia, com suas mãos pequeninas, delicadas... Dori era uma jovem de rosto um
pouco arredondado, com ar de boneca, vestida à tirolesa, com uma blusa branca de mangas
fofas.
(...) Fiquei sabendo que elas se reuniam também outras vezes num grupo menor, na praça
dos Capuchinhos. Soube também que Chiara tinha ido morar lá porque sua casa fora
destruída pelo bombardeio do dia 13 de maio de 1944. Foi o que me contaram Natália e
Giosi, a quem tinha conhecido melhor no sábado anterior. Chamavam aquele pequeno
apartamento de “casetta” (casinha, em italiano)».
(trechos extraídos do livro “E a vida renasce entre as bombas..”, Silvana Veronesi, ed.
Cidade Nova, 2014)
COM CORAÇÃO DE MÃE
(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨✨✨
CHIARA LUBICH: «Façamos este propósito: vou comportar-me com todas as pessoas de
quem me aproximar, ou para quem trabalhar, como se fosse a mãe delas.A mãe sempre
acolhe, sempre ajuda, sempre espera, tudo cobre.
A mãe perdoa tudo ao filho, mesmo que ele seja um delinquente ou um terrorista. De fato,
amor de mãe é muito semelhante à caridade de Cristo, de que fala Paulo.Se tivermos um
coração de mãe ou, mais especificamente, se nos propusermos a ter o coração da Mãe por
excelência, Maria, estaremos sempre prontos a amar os outros em todas a circunstâncias.
Amaremos a todos e não apenas aos membros da nossa Igreja, mas também aos membros
das outras. Não apenas os cristãos, mas também os muçulmanos, os budistas, os hinduístas
etc. Inclusive os homens de boa vontade, inclusive cada homem que vive na terra. Porque a
maternidade de Maria é universal, como universal foi a Redenção».

“SIM” AOS PLANOS DE DEUS


(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨✨✨
CHIARA LUBICH: «Jesus nos ensina que o pai tem um plano de amor para cada um de nós,
que ele nos ama pessoalmente e que se acreditamos em seu amor e responder com nosso
amor, ele dirige todas as coisas para o bem».

DEUS!
(CHIARA LUBICH 💯ANOS: 1920-2020)✨✨✨
CHIARA: «Quando éramos jovens como vocês, como a maioria aqui, sempre nos
impressionou muito uma frase que Santa Clara disse a São Francisco quando ele a atraiu para
o seu caminho. São Francisco lhe perguntou: “Filhinha, o que desejas?” Poderíamos pensar
em mil coisas, que ela dissesse: “Quero seguir-te no caminho da pobreza, tornar-me freira,
fechar-me num convento”, etc. Ao invés, ela acertou em cheio. “Filhinha, o que desejas?” e
ela respondeu: “Deus”. Desejava Deus, escolhia Deus, porque ele a tinha escolhido.
É a mesma escolha que fizemos no início do Movimento. Fizemos uma única escolha: Deus!
Em meio aos bombardeios e todas as coisas, emergiu Deus. Acreditamos em Deus e o
escolhemos como ideal da nossa vida. Constatamos que esta realidade é sempre nova porque
a escolha de Deus nos faz pospor todas as riquezas que vamos acumulando até mesmo sem
perceber. Pode ser que sejamos ricos do focolare, das coisas, ricos da nossa inteligência, dos
estudos. Somos ricos, não sei, dos nossos parentes, do nosso sacerdócio, de tantas outras
coisas. O nosso ideal, que é Jesus abandonado, que é o nada, que se fez nada, nos ajuda a
pospor tudo para colocar Deus acima de tudo, para viver segundo a vontade de Deus. É o que
Santa Clara nos relembra também hoje. Ela agiu assim escolhendo o caminho da pobreza.
Nós o fazemos escolhendo o caminho da unidade, tendo sempre Jesus entre nós, o
Ressuscitado, e a presença de Jesus em nós em virtude do amor a Jesus abandonado».
(Chiara Lubich, Mollens, Suíça, 11 de agosto de 1987)

UMA CONSTELAÇÃO
CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020 ✨✨✨
CHIARA: «Queremos fazer uma constelação em que cada estrela seja mais bonita porque
está junta com as outras...».
(Chiara Lubich, 1945)
MARIA
CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020 ✨✨✨
CHIARA: «Maria tinha usado para o nosso Movimento o mesmo método que utilizara para a
Igreja: manter-se na sombra para dar todo o relevo a quem o devia ter, isto é, o seu Filho que
é Deus. Mas quando chegou o momento do seu ingresso – por assim dizer, oficial – no nosso
Movimento, ela se mostrou, ou melhor, Deus a revelou grande em proporção de quanto tinha
sabido desaparecer. Foi em 1949 que Maria disse ao nosso coração, verdadeiramente algo de
si. Aquele foi um ano de graças especiais, talvez um “período iluminativo” da nossa história.
Entendemos que Maria, incrustada como rara e única criatura na Santíssima Trindade, era
inteiramente Palavra de Deus, era toda revestida da Palavra de Deus. E se o Verbo, a Palavra,
é a beleza do Pai, Maria, substanciada de Palavra de Deus, era de uma beleza incomparável.
Foi tão forte a nossa impressão, diante desta compreensão, que até hoje não podemos
esquecê-la. Aliás, compreendemos como então nos parecia que somente os anjos poderiam
balbuciar algo sobre ela. Vê-la assim nos atraiu e fez nascer um amor novo por Ela. Amor ao
qual ela respondeu evangelicamente, manifestando-se mais claramente à nossa alma na sua
realidade de Mãe de Deus. Theotókos. Não apenas, portanto, a jovenzinha de Nazaré, a mais
bela criatura do mundo, o coração que contém e supera todos os amores das mães do mundo,
mas: a Mãe de Deus. E naquele momento – não sem uma graça de Deus – Maria nos revelou
uma dimensão de si mesma que, até então, para nós havia permanecido totalmente ignorada.
Sim, porque antes víamos Maria diante de Cristo e dos santos – para fazer uma comparação
– como no céu se vê a lua (Maria), diante do sol (Cristo) e as estrelas (os santos). Agora não.
A Mãe de Deus abraçava, como um enorme céu azul, o próprio sol (…).
Mas esta nova, luminosa compreensão de Maria, não permanecia pura contemplação (…).
Tornou-se claro que Maria representava para nós um modelo, o nosso “dever ser”, enquanto
víamos cada um de nós como um “poder ser” Maria».
(Chiara Lubich, "Maria", 2000/ focolare.org)
IR EM FRENTE COM CORAGEM!
CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020 ✨✨✨
CHIARA: «No cumprimento da vontade de Deus que consiste em amar a Deus e ao próximo
numa medida tal que sejam consumados na Unidade, vocês encontrarão a cruz na qual
devem crucificar-se. Não tenham medo! Pelo contrário, alegrem-se! Caminhem em direção à
Meta de vocês! Jesus precisa de almas que saibam amar assim: que o escolham não pela
alegria que lhes dá o fato de tê-lo seguido; não para ganhar o Paraíso e o prêmio Eterno, e
nem mesmo para sentirem-se com a consciência tranquila. Não, não e não! Mas somente
porque a alma sedenta do Amor verdadeiro, quer ser uma coisa só com Ele, quer consumar a
sua alma na alma Dele, naquela Alma Divina dilacerada até a morte, triste e aflita, forçada a
gritar: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste”?
Não tenham medo do sofrimento! Pelo contrário: ou sofrer, ou morrer! Mas procurem o
sofrimento que é oferecido pela vontade de Deus, não só a vontade de Deus determinada
pelos superiores (nas simples ordens da obediência), mas aquela que é Amor Recíproco – o
Mandamento Novo – a Pérola do Evangelho! Façam de tudo, façam tudo aquilo que
puderem para ser “uma coisa só” entre vocês e com todas as outras. Elas são os “próximos”
de vocês: portanto amem a todas como a vocês mesmas. (...)
Não se lamentem se é difícil viver o Ideal. Vocês o quiseram, sejam do Ideal. E cantem
aquela alegria, a única que se pode chamar “perfeita”. No final eu faço uma pergunta: “a
vossa alegria seja completa” e “a oferta seja feita com alegria”, vocês acham que Jesus possa
se contradizer? Não. Nunca. Jesus disse: “O meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. E deve
ser sempre assim. Então, vão em frente com coragem! Mesmo se vocês fossem crucificadas
como Ele, vivam o momento presente e no presente sejam felizes por serem como Ele;
(porque alcançando o Ideal vocês experimentarão que todo jugo é suave e todo peso é
leve!)».
(Chiara Lubich, Cartas, Trento, 5 de janeiro de 1947)
AQUELA VOZ
(CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020) ✨✨✨
CHIARA LUBICH: «Tínhamos uma bússola para acertar a vontade de Deus: era “a voz”
dentro de nós, a voz do Espírito. “Ouça aquela voz!” era uma exortação nossa. E, naqueles
tempos, falar de “voz” era arriscar passar por hereges, do mesmo modo que não era fácil para
os leigos falar de Evangelho, nem de amor. Habituamo-nos a ouvir “aquela voz” para
conhecer a vontade de Deus.
Tempos depois, entendemos um dos motivos pelo qual Deus criou o focolare. A presença de
Jesus em meio a nós era como o alto-falante que ampliava a voz de Deus – fazendo-nos
ouvi-la mais claramente – dentro de cada um de nós. No focolare – dizemos – estamos entre
dois fogos: Deus em nós e Deus em meio a nós. Ali, naquela fornalha divina, formamo-nos e
treinamos para ouvir e seguir Jesus. E não é, por acaso, o pensamento de são Paulo que, para
se entender a vontade de Deus, é bom estar inserido numa comunidade cristã onde Cristo
vive (cf. Fl 1,9-10)? […].
[…] Nossa aplicação era cumprir com toda a perfeição a vontade de Deus significada, mas
com a elasticidade de quem sabe mudar de rota assim que Deus manifesta um seu querer
diferente.
E observávamos entre nós as que eram mais propensas a cumprir um ou outro tipo de
vontade de Deus e se constatavam méritos e defeitos disso. […]
Quem era mais propensa a seguir a vontade de Deus significada, descuidando a de
beneplácito, era levada a não ouvir a voz da consciência que a alertava sobre o novo querer
de Deus, portanto, a viver com pouca intimidade com Ele, a não se dar a Ele com todo o
coração, e, mesmo acreditando estar apegada aos próprios deveres, na prática, estava
apegada a si mesma.
Ao contrário, quem seguia mais de bom grado a vontade de Deus de beneplácito conhecia
melhor a poesia do Evangelho e sabia descobrir mais rapidamente a linha de ouro da
providencial mão de Deus em todas as coisas. Mas, às vezes, ajudada pela fantasia,
acreditava ver Deus em toda a parte e mostrava a vida evangélica de modo aventuroso e
romântico demais, tirando dela o que nela existe de mais belo: a normalidade de uma vida
sobrenatural, simples, não artificial nem excessiva, pura e harmoniosa, como é a natureza,
como é Maria.
Aqui está então toda uma aplicação para ser realmente aquilo que Deus queria no momento
presente, para captar, momento por momento, o desígnio de Deus para cada um de nós».
“A FAMÍLIA É O FUTURO”
(CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020) ✨✨✨

[…] Jesus disse: «Onde dois ou três estão unidos no meu nome – ou seja, no meu amor –,
eu estou no meio deles» É uma esplêndida possibilidade oferecida também à família: tornar-
se lugar da presença de Deus.
Para uma família que vive assim, nada é indiferente, daquilo que acontece ao seu
redor. Sendo simplesmente aquilo que é, ela tem a capacidade de testemunhar, anunciar,
sanar o tecido social ao seu redor, porque a vida fala e opera por si só. Sei por experiência
que a família sabe abrir casa e coração para as urgências e os as urgências e as urgências e os
ddramas que invadem a sociedade, e amenizar a sua solidão e marginalização. Ela sabe até
mesmo concretizar e organizar a solidariedade em vasta escala, com ações eficazes que
influenciam as instituições; impedir a aprovação de leis e disposições errôneas, orientar os
políticos. Pela presença ativa dos seus membros nos vários setores da sociedade, a família
abre um diálogo com as instituições, sabe encontrar os meios para atender às necessidades
concretas, criar a consciência e as condições para adequadas políticas familiares e para
formar correntes de opiniões fundadas sobre valores.
Creio que para o mundo não existe nada mais lindo do que uma família assim. Por quê,
perguntemo-nos, o que a humanidade busca? A felicidade. E onde a procura? No amor, na
beleza. E para obtê-la está disposta a qualquer coisa. Lá, naquelas famílias, existe a plenitude
do amor humano e a beleza do amor sobrenatural.
Eu conheço famílias assim e são realmente maravilhosas! Elas exercem uma grande
atração sobre todos. Aparentemente parecem famílias como as outras, mas escondem um
segredo, um segredo de amor. A dor amada as une a Cristo que mora nos seus lares, atraído
pelo amor mútuo e, com estas famílias, ele está transformando o mundo.
Quis partilhar com vocês estas reflexões que tirei do profundo do meu coração e da
experiência de muitas famílias. Gostaria de despertar em todos nós um compromisso
concreto de ação em todas as formas e de todos os modos possíveis para o verdadeiro bem da
família. É extremamente importante a saúde da primeira célula da sociedade para o destino
de toda a humanidade.
“Salvar a família – escreveu o grande escritor católico, Igino Giordani – é salvar a
civilização. O Estado é feito de famílias; se estas decaem, também aquele vacila”. E disse
ainda: «Os esposos se tornam colaboradores de Deus dando à humanidade vida e amor. […]
Amor que da família se expande para a profissão, para a cidade, para a nação, para a
humanidade. É uma distribuição em círculos como uma onda que se propaga até o infinito.
Há vinte séculos arde uma inquietude revolucionária, acesa pelo Evangelho, e requer amor”.
Chiara Lubich
“SEJAM UMA FAMÍLIA”
(CHIARA LUBICH 💯 ANOS: 1920-2020) ✨✨✨

«Se tivesse que deixar esta Terra hoje, e me fosse solicitada uma palavra, como última
palavra que afirma o nosso Ideal, diria a vocês — certa de ser compreendida no sentido mais
exato —: “Sejam uma família ”.
Há entre vocês quem sofra de provações espirituais ou morais? Compreendam-nos como
e mais do que uma mãe, iluminem-nos com a palavra ou com o exemplo. Não deixem que
lhes falte, aliás, aumentem em volta deles, o calor da família.
Há entre vocês quem sofra fisicamente? Sejam eles os irmãos prediletos. Sofram com eles.
Tentem compreender as suas dores até o fim. Façam que participem dos frutos da vida
apostólica de vocês para que saibam que eles, mais do que outros, contribuíram para tanto.
Há quem esteja à beira da morte? Imaginem-se no lugar deles e façam o que gostariam
lhes fosse feito até o último instante.
Há alguém feliz por um sucesso ou por um motivo qualquer? Fiquem felizes com ele,
para que a sua consolação não se contriste, nem se tranque o espírito, mas a alegria seja de
todos.
Há alguém de partida? Não o deixem ir sem lhe ter preenchido o coração com uma única
herança: o sentido da família, para que o leve aonde for.
Não anteponham jamais ao espírito de família com os irmãos com quem vivem qualquer
atividade de qualquer gênero, nem espiritual, nem apostólica.
E aonde quer que forem para levar o ideal de Cristo, para expandir a imensa família da Obra
de Maria, não farão coisa melhor do que procurar criar com discrição, com prudência, mas
com determinação, o espírito de família. É um espírito humilde, quer o bem dos outros, não
se envaidece…, é, enfim, a caridade verdadeira, completa.
Em resumo, se eu tivesse que partir de vocês, deixaria na prática que Jesus em mim
repetisse: “Amai-vos reciprocamente… a fim de que todos sejam um”».
Chiara Lubich (Extraído do livro Ideal e Luz)

Chiara Lubich

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