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Questão 01
Leia o texto para responder à questão:
(A) o café de tucumã tem qualidade inferior ao tradicional, mas é mais saboroso.
(B) caso seja comercializado, o café de tucumã superará em vendas o tradicional.
(C) o café tradicional, por não ser descafeinado, não tem os benefícios do café de
tucumã.
(D) o café tradicional é inferior ao de tucumã, pois não dá origem a outros produtos.
(E) o café de tucumã, mesmo tendo o mesmo aroma do tradicional, não pode ser
equiparado a ele em sabor.
QUESTÃO 02
Na tirinha, a associação entre linguagem verbal e não verbal permitiu ao autor explorar
o recurso das figuras de linguagem.
(A) expressam-se por meio de linguagem formal e rebuscada que visa se distanciar do
coloquial.
(B) têm semelhanças com a notícia, texto em que o repórter também deve ser impessoal
ao relatar os fatos.
(C) optam por expressões poéticas, não admitindo observações irônicas ou cômicas por
parte do narrador.
(D) são textos que, por sua extensão, tornam-se inadequados para a publicação em
jornais e revistas.
(E) apresentam narrador em primeira pessoa o qual se atém a eventos do cotidiano para
elaborar o texto.
QUESTÃO 04
QUESTÃO 05
Leia a letra da canção “Garota de Ipanema”, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, para
responder à questão de número 05.
(A) A garota da praia de Ipanema sente-se envaidecida, pois tem consciência do fascínio
que exerce sobre o eu lírico.
(B) A existência dessa garota que caminha por Ipanema desperta no eu lírico a ideia de
que a beleza e o amor amenizam a solidão.
(C) Outros homens também observam essa garota de corpo dourado, mas, ao contrário
do eu lírico, eles não se sentem atraídos por ela.
(D) A linguagem utilizada pelo eu lírico para dialogar com essa garota é formal e sóbria,
pois ele deseja impressioná-la.
(E) O eu lírico descreve de forma elogiosa essa garota de Ipanema e a compara a outras
mulheres igualmente belas.
QUESTÃO 06
Quando se olha uma obra de arte, a primeira pergunta a fazer é: do que ela trata?
Uma vez estabelecido o conteúdo, você poderá analisar como o artista arranjou os
elementos da obra: a composição. Independentemente de ser um retrato, uma paisagem,
uma natureza-morta ou uma pintura abstrata, ela tem que funcionar como um todo
integrado, no qual outras qualidades pictóricas, como cor, luz e sombra, têm papel
importante.
(Andrew Graham-Dixon. Arte: o guia visual definitivo da arte, 2011.)
(A) emotiva, pois se expõe a preferência do autor por determinados estilos de pintura.
(B) poética, visto que o tema é a complexidade de se entender uma obra de arte.
(C) fática, pois se estabelece um diálogo entre o autor e os leitores leigos em artes
plásticas.
(D) apelativa, pois o autor se expressa por meio de linguagem específica de sua área de
atuação.
(E) referencial, visto que o texto pretende orientar o leitor sobre como apreciar uma
obra de arte.
QUESTÃO 07
(A) tem como resposta o estado de Santa Catarina, que guardou em seu modo de falar
mais proximidade com o português de Portugal.
(B) parte de um equívoco, porque o único português verdadeiro é falado em Portugal,
circulando no Brasil apenas variedades incorretas.
(C) é falha, pois desconsidera que há várias pessoas, em várias regiões, que conhecem o
português erudito.
(D) expressa a ideia preconceituosa de que a variedade do idioma comumente falada em
uma região é melhor do que outra.
(E) é equivalente a perguntar em que lugar os alunos tiram notas mais altas em
português.
QUESTÃO 08
Leia a crônica “Menina no jardim” do escritor Paulo Mendes Campos (1922-1991) para
responder à questão 08:
QUESTÃO 09
(A) “Aberto o precedente, os outros fariam o mesmo – disse o guarda com imponência.”
(B) “Se a grama morrer, ninguém mais pode ver ela – raciocinou a Lei.”
(C) “Que fizessem, deveriam fazê-lo – disse o pai.”
(D) “O guarda ficou perplexo e mudo. O pai, indignado, chegou à peroração: – É
evidente que a relva só pode ter sido feita para ser pisada.”
(E) “Não há sentido em uma relva na qual não se pode pisar.”
QUESTÃO 10
QUESTÃO 11
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela
fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da
Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega
mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que
diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela
adquirira no odontólogo, e respondeu:
– É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha
saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e
dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela
montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e
no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou
na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que
ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo.
Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela
levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa
de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o
fiscal propôs:
– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não
conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora
está passando por aqui todos os dias?
– O senhor promete que não “espáia”? – quis saber
a velhinha.
– Juro – respondeu o fiscal.
– É lambreta.
(Primo Altamirando e elas, 1975.)
O exercício da crônica
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a
prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e
situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador cotidiano, a coisa fia mais
fino. Senta-se diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através da janela e busca
fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário
matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um
sangue novo.
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das
Letras, 1991.
Nesse trecho, Vinícius de Moraes exercita a crônica para pensá-la como gênero e
prática. Do ponto de vista dele, cabe ao cronista
O telefone tocou.
— Alô?
Quem fala?
— Como? Com quem deseja falar?
— Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.
— É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?
— Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel? Faça um esforço.
— Lamento muito, minha senhora, mas não me lembro. Pode dizer-me de quem se
trata?
ANDRADE, C. D. Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958
(fragmento).
QUESTÃO 16
QUESTÃO 18 - (UERJ)
(…) Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num
momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água. Certamente me irão fazer falta, mas terá sido
Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia
propenso a consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer com rigor a hora exata de uma
partida, quantas demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das
folhas que tombavam das árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz,
valiam pouco, pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram,
Leviandade.
(…) Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo
ter notado. Outros devem possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não
contando a experiência que viveu como preso político, durante o Estado Novo.
No que diz respeito às relações entre escrita literária e realidade, é possível depreender, da leitura do