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Of. 08/2021/SPMG Gravataí, 25 de fevereiro de 2021.

À Vossa Senhoria
Sônia Oliveira
Secretária Municipal de Educação
Gravataí/RS

À Senhora
Silvana Teresinha Silveira
Presidente do Conselho Municipal de Educação - CMEG
Gravataí/RS

Assunto: Retomada das Atividades Presenciais

Senhora Secretária Municipal de Educação,

Senhora Presidente do CMEG,

O Núcleo de diretores de Escolas Municipais, fórum interno da entidade classista que

representa os Trabalhadores em Educação de Gravataí – SPMG/Sindicato, reunido em
24/02/2021, vem perante Vossa Senhoria formalizar as preocupações e os riscos vislumbrados
frente a iminente retomada da presencialidade no momento mais grave da crise sanitária
provocada pela pandemia de COVID -19.
Qualquer profissional que conheça o ambiente escolar tem ciência de que, para que
haja fluência no trabalho e êxito no cumprimento dos objetivos, é fundamental a organização e
planejamento. A ausência de orientações claras e objetivas inviabiliza qualquer planejamento.
Mudanças constantes, com tempo exíguo para adequação, desfaz toda e qualquer organização
construída, levando a um espontaneísmo perigoso, principalmente quando vivenciamos o pior
período da pandemia em nosso município.
Em relação ao retorno da presencialidade a partir de 01/03/2021, para as turmas de
Ed. Infantil, 1ª e 2ª séries, julgamos imprescindível alertar que essa retomada tem grande
potencial para o estabelecimento de um ambiente de conflito nas escolas municipais.
Conforme as poucas orientações recebidas, o limite de atendimento fica delimitado a
capacidade de 25% de alunos por sala de aula. Isso implicará que, em turmas que mais 75% das
famílias tenham optado pela presencialidade, o aluno terá apenas uma semana de atendimento
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presencial no mês. Vislumbramos que isso não atenderá as necessidades dos pais, gerando
insatisfação e, eventualmente, situações de conflitos, nefastos ao ambiente escolar. No aspecto
pedagógico, não haverá continuidade nem a constituição de rotinas, dificultando em muito a
adaptação das crianças.
A exemplo de situações de conflito e agressões verbais relatadas por colegas diretores
em relação a distribuição de merenda, não é difícil prever que situações análogas ocorram em
decorrência da necessidade de escalonamento das turmas e da exclusão de atendimento
presencial para as outras séries.
As direções e professores ficarão expostos e impotentes, não só ao risco de contágio
pelo Coronavírus, mas também ao tensionamento com a comunidade.
O tratamento distinto entre os profissionais que atendem turmas de Ed. Infantil, 1ª e
2ª séries e os demais colegas, também gera desconforto no grupo de trabalho, em nada
contribuindo para a unidade da escola, fundamental em qualquer período, ainda mais quando
enfrentamos cenário tão adverso como o ora vivido.
Há dois dias úteis de executar a determinação de retomada da presencialidade para as
turmas de Ed. Infantil, 1ª e 2ª séries, muitos aspectos ainda carecem de orientação, citamos:
 Qual a orientação para os professores que atuam nas outras séries não atingidas
pela determinação de retomada da presencialidade - 3ª, 4ª, 5ª série, séries finais e
EJA? Devem comparecer à escola, ou permanecer em trabalho domiciliar para
evitar aglomeração? Na hipótese de ser obrigatória a presença na escola, como
proceder em relação aos professores do turno da noite frente ao toque de
recolher?

 O turno a ser oferecido para os alunos da Ed. Infantil, 1ª e 2ª séries deve,

obrigatoriamente ser de 4h?

 Qual a orientação para os alunos público alvo da Ed. Especial atendidos na Ed.
Infantil, 1ª e 2ª séries?

 Na semana de 01 a 05/03/21 receberemos os itens da merenda escola de forma

reduzida, proporcional ao número de alunos que serão atendidos?

 Contaremos com o quadro completo das colaboradoras vinculadas à CAB?

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 Além da redução do percentual de atendimento das turmas de 50 para 25%, existe

alguma outra medida sanitária adicional a ser observada?

 Em que aspectos a escola possui autonomia para sua organização interna?

Pelo acima exposto, o Núcleo de diretores de Escolas Municipais afirma enfaticamente

que discorda da retomada da presencialidade, em 01/03/2021, para qualquer etapa da Educação,
nesse período de agravamento da pandemia que resultou na decretação da bandeira preta em
nosso município.
Assim, cientes que o Poder Público Municipal pode estabelecer regras mais rígidas de
controle pandêmico do que as estabelecidas pelo Governo do Estado, apelamos para que a SMED
e o CMEG busquem junto ao Prefeito Municipal a postergação da retomada da presencialidade
nas escolas municipais até que verificada queda nas taxas de contágio, disponibilidade de leitos no
sistema de saúde e orientações claras para possibilitar um retorno seguro e eficiente, tanto no
aspecto sanitário quanto pedagógico.
Oportuno frisar que durante todo o período pandêmico os gestores e profissionais da
educação que a integram as unidades escolares de Gravataí, foram parceiros dos Governantes e
da sociedade, empreendendo todos os esforços para debelar a pandemia e minimizar seus efeitos.
É justamente por isso que não podemos, neste momento, nos furtar de defender o recurso mais
precioso de nossas escolas - os seres humanos.
Pela preservação da vida, confiamos na acolhida de nossa solicitação.

Atenciosamente.

Núcleo de Diretores das Escolas Municipais – SPMG/Sindicato