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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em

Gestão de Negócios – 2019

Uso de software de simulação computacional aplicada na rede de distribuição


logística para redução de custos de transporte

Wesley Nesladek Agostinho¹*; nome completo orientadorAlexandre Rodrigues da Silva2


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Nome da Empresa ou Instituição (opcional). Titulação ou função ou departamento. Endereço completo (pessoal
ou profissional) – Bairro; 00000-000 Cidade, Estado, País
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Nome da Empresa ou Instituição (opcional). Titulação ou função ou departamento. Endereço completo (pessoal
ou profissional) – Bairro; 00000-000 Cidade, Estado, País
*autor correspondente: nome@email.com

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Título da monografia

Resumo

A partir da década de 90, com a abertura da economia brasileira, vieram diversas


mudanças no setor econômico e comercial, fazendo com que as empresas buscassem
novas formas de gerenciamento para manter a competitividade e atender as exigências de
seus clientes. Neste momento, surge à nova concepção da logística, atividade com o
diferencial para que os produtos cheguem aos seus destinos com eficiência e o tempo
planejado. Uma vez que as vantagens competitivas das empresas com produtos de baixo
valor agregado estão diretamente associadas ao custo de distribuição de mercadorias,
surge a necessidade de estudar e utilizar abordagens sistêmicas de simulação e/ou
automatizações, possibilitando com que as empresas consigam melhorias nos seus
processos e redução de custos. O presente trabalho busca evidenciar as principais
utilizações e benefícios através da implantação/utilização de um software de roteirização
para cargas, confrontando as teorias apresentadas neste trabalho, com os dados
qualitativos e quantitativos de uma empresa multinacional no ramo de produção de tubos e
conexões. Á partir do estudo é possível afirmar que a correta implantação traz além de
redução de custos de logísticas a automatização de processos, entre outros ganhos
substanciais, todavia, é necessária a correta análise e escolha do tipo de software de
roteirização, neste caso, foi utilizado um software de roteirização tridimensional.
Palavras-chave: logística de distribuição, custos logísticos, software de roteirização.

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Introdução

Segundo Novaes (2007, p. 31), na sua origem, o conceito de logística estava


essencialmente ligado às operações militares. Ao decidir avançar suas tropas, seguindo
uma determinada estratégia militar, uma equipe providenciava o deslocamento, na hora
certa, de munição, víveres, equipamentos e socorro médico para o campo de batalha. Até o
fim da Segunda Guerra Mundial a logística esteve associada às atividades militares, com
seu desenvolvimento, são encontradas novas aplicações, expandindo seu escopo para a
indústria, comércio e serviço em geral HARA (2005, p. 17).
No seu emprego nas empresas, a logística têm ganhado diferentes
definições, correspondendo a uma crescente amplitude de escopo, experimentada ao longo
do tempo e evidenciada na figura de evolução do pensamento logístico, segundo pesquisa
realizada junto a autoridades em logística nas universidades americanas, pelos professores
John L. Kent Jr. e Daniel J.Flint (FIGUEIREDO e ARKADER, 2007).

Fonte: Adaptado de Figueiredo e Arkader (2007)


Evolução do pensamento logístico

Os conceitos vistos acima, além de trazer uma releitura da logística em si, trazem
consigo seus objetivos e adaptações de acordo com o tempo e necessidade de mudanças.
É notório que nas últimas décadas, a medida que a concorrência cresce e o nível de
exigência dos clientes aumentam os mercados se fragmentam para expandir a sua gama de
produtos, por sua vez, os produtos estão com seu ciclo de vida cada vez mais curto.
A estratégia competitiva tornou-se mais dinâmica oriunda do aumento no número de
pedidos, porém com volume de compra menor, a satisfação do cliente, outra questão
importante, torna-se um elemento fundamental para o mercado e engloba disponibilidade do
produto, agilidade, preço e eficiência na entrega, entre outros elementos, fazendo com que
as empresas busquem constantemente meios de melhorar a competitividade, afetada
principalmente pelo fator transporte.

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Seguindo esta linha de pensamento, BALLOU (2007), diz que a administração de


transportes é o braço operacional da função de movimentação que é realizada pela
atividade logística, cujo objetivo é assegurar que o serviço de transporte, seja ele realizado
de modo eficiente e eficaz, e conclui que o transporte é sob qualquer ponto de vista, seja
militar, político ou econômico, a atividade mais importante do mundo. Além disso, BALLOU
(2006, p. 150), pontua que “um transporte barato influência diretamente no preço das
mercadorias comercializadas, podendo assim prejudicar ou beneficiar o padrão de vida de
uma sociedade”.
Com crescimento nacional aliado a falta de estrutura, o transporte rodoviário de
carga que está em constante ascensão, se torna o vilão das empresas e dos clientes,
acarretando conflitos na movimentação da carga em áreas urbanas, ocasionadas pela
constante circulação, manobras e operações de carga e descarga de caminhões.
Por muitos anos deixados para segundo plano, a gestão de transportes torna-se, em
algumas empresas, o principal fator competitivo no mercado. A existência de um sistema
permanente de automatização e simulação de carga que era visto como um custo elevando
desnecessário torna-se o novo nicho de mercado para ganho de competitividade e
diferencial no prazo de entrega e controle de custos através de redução de quilômetros
rodados por veículos, maior ocupação do mesmo, entre outros.
Por meio de um estudo exploratório, busca-se levantar informações acerca de uma
análise qualitativa e quantitativa de usos e benefícios com implantação de um software com
potencial para automatização e simulação computacional aplicada para a rede de
distribuição logística para carga de baixa densidade.
O presente estudo terá teve por objetivos contribuir para que a gestão do transporte
rodoviário, por meio de softwares de roteirização, seja vista como de total importância para o
desenvolvimento econômico da empresa partindo de uma gestão adequada da logística.

Metodologia

O estudo aqui apresentado foi realizado em uma industrial multinacional do ramo de


tubos e conexões hidráulicas, bem como acessórios sanitários, empresa está que possuí 10
localidades fabris a nível nacional, porém para este estudo foi selecionado a unidade fabril e
de distribuição de produtos acabados da região de Campinas, anterior do estado de São
Paulo.
Como premissa foram desenvolvidas três formas de pesquisas para elaboração do
cenário proposto, sendo que o primeiro foi a revisão bibliográfica através de livro, artigos e
revistas online cujo o objetivo foi descrever através de diversos pensamento o problema

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aqui apresentado sobre a necessidade da evolução da logística, mas especificamente


focado na redução de custos através de um sistema adequado de roteirização de cargas. O
segundo foi o levantamento de dados sistêmicos ocorridos na unidade de Campinas e por
fim, o terceiro foi a simulação em um software de simulação computacional de rotas
logísticas.
Fica explicitado então que a metodologia a ser aplicada neste trabalho tem por
objetivo a revisão bibliografia como suporte para um estudo de caso realizado em uma
empresa multinacional, sendo que a abordagem utilizada para este trabalho é a qualitativa,
pois esta procura conhecer e abranger, a partir das informações obtidas na fundamentação
teórica, uma vez que o processo de roteirização está sendo abordada no ambiente
operacional.
Os métodos qualitativos são úteis para fenômenos amplos e complexos, onde o
conhecimento existente é insuficiente para permitir a proposição de questões causais ou
quando o fenômeno não pode ser estudado fora do contexto no qual ele naturalmente
ocorre (BONOMA, 1985). Conforme Richardson (1989), este método distingue-se pelo
emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no
tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais
complexas.

Resultados e Discussão

Um dos primeiros passos para o desenvolvimento de um projeto é o levantamento de


dados, o qual permite que o pesquisador entenda quais são os problemas e situações,
contribuindo assim para chegar a solução de problema e criação de melhorias (Rezende,
2005). Antes de abordar este passo, se faz importante explorar um pouco mais alguns
conceitos bibliográficos que serão utilizados para chegar aos resultados.

Custo logístico

Segundo estudo realizado pela Fundação Dom Cabral, os custos logísticos


representaram em 2017 uma média de 12,37% do faturamento das empresas. Tomando
como base os números apresentados pelo Instituto ILOS (2016), os custos de Logística
correspondem a cerca de 12,0% o PIB brasileiro. Ainda segundo dados do ILOS sobre
pesquisa realizada em 2016, o maior custo logístico brasileiro é representado pelo
transporte, com cerca de 55% do total de custos logísticos.

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Representação custo logístico no Brasil

Fonte: Instituto ILOS (2016) – Adaptado

Para (Valente et al.,2001, p.88) as variações nos custos de transporte ou na sua


composição estão ligados a seis fatores, quilometragem desenvolvida, tipos de tráfego, tipo
de via, região, porte do veículo e desequilíbrio de fluxos. Já para Lima (2001), os fatores de
influência correspondem a facilidade de manuseio do produto (carga e descarga), facilidade
de acomodação de acordo com seu formato, risco da carga (produtos inflamáveis e/ou
visados de roubo), sazonalidade, trânsito e por fim especialidade do veículo de transporte.

Distribuição física e canal de distribuição

Evidenciado o alto custo logístico no Brasil e o papel importante no fator de sucesso


das empresas, a distribuição física consiste em diversos processos operacionais, em muitos
casos seguem um fluxo começando pela armazenagem dos produtos, picking (preparação
de pedidos), packing (embalagem), transporte, controle de processo logístico efetuado de
diversas maneiras e finalizando com o atendimento ao cliente final, redes de apoio ou
assistência técnica.
A distribuição deve ser garantida em todos os componentes da cadeia de
abastecimento no prazo e com a qualidade determinada. É a distribuição física que efetua o
vínculo entre a empresa e seus clientes (BOWERSOX e CLOSS, 2001).
Os canais de distribuição correspondem a uma ou mais empresas ou indivíduos que
participem do fluxo de produtos e/ou serviços desde o produtor até o cliente ou usuário final,
portanto, consiste no caminho percorrido pela mercadoria, desde o produtor até os
importadores e usuários finais, conforme evidencia na figura. Stern et al. (1996) afirmam

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que, de maneira geral “quanto maior for o grau de serviços exigido pelo produto, tanto maior
o número de intermediários”. Com relação à complexidade dos intermediários, o setor
atacadista se mostra bastante influente para os canais de distribuição, em função de valores
movimentados, quantidade de itens transportados e pela complexidade de sua distribuição.

Figura: Extensão de canais de distribuição

De acordo com o modelo de serviço prestado, possuem empresas que realizam


entregas diretamente a seus clientes, e outras que utilizam outras empresas ou indivíduos
para distribuir todos os seus produtos ao cliente final. Essas empresas ou indivíduos são
denominados como “intermediários”. Exemplos de intermediários são atacadistas, agentes,
empresas transportadoras e proprietários de depósitos.
De forma simplista é seguindo o mesmo pensamento de Silva Neto (2004), é
possível definir distribuição como um processo de “entregar o produto certo, na hora certa,
no local certo, e com o menor custo possível”.

Matriz de transportes

Estando o canal de distribuição esclarecido, uma empresa, de acordo como sua


necessidade, deve identificar os caminhos que os produtos devem seguir para melhor servir
as estruturas de logística e de vendas, dentro do melhor custo benefício possível. Diante
desta asserção, fica notório que a matriz de transporte torna-se um posto-chave para
qualquer negócio, o setor de transporte desenvolve uma reciproca relação com o
crescimento econômico proporcionando a acessibilidade e a fluidez, o que evidencia sua
importância dentro da economia de uma empresa e do país.
É possível afirmar que a matriz de transporte brasileira possui um grande
desequilíbrio, uma vez que a adoção pelo modal de transporte rodoviário representa índice
superior a 60%, conforme representado no matriz de transportes, dados da confederação

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Nacional de Transporte. Devido a tal conjuntura e a grande concorrência mundial, o Brasil


perde eficiência, gera custos adicionais, aumenta tempo de viagens de mercadorias e perde
competitividade. Esse desequilíbrio faz com as empresas busquem constantemente
soluções de otimização de processos para reduzir o custo e competir, no mercado interno e
externo.

Fonte Adaptada de: CNT (2018)

No Brasil, o modal de transporte rodoviário teve seu marco de desenvolvimento com


o então Presidente da Republica Juscelino Kubitchek, quando grande parte dos
investimentos no Brasil foi destinada há melhoria e construção de rodovias. O pensamento
do então presidente era o crescimento acelerado de um país com grande poder de
desenvolvimento, sem o poder de locomoção de bens de produção, ação essa de
crescimento acelerada, que foi denominada de “cinquenta em cinco anos”, Ferreira e
Milliagros (1996, p.17) referenciam este cenário em seu texto:

[...] No período de 1950-1960, os investimentos do DNER – Departamento Nacional de Estradas e


Rodagem, responsável pela manutenção, operação e administração da malha rodoviária – e dos
departamentos estaduais aumentaram para 57,8% e 70,1%, respectivamente. Ou seja, mais da metade
dos investimentos do setor público foram destinados à construção de rodovias. Com isso, em 1960
alcança-se 12.703 km de estradas pavimentadas, um crescimento de 311, 9% em relação a 1950 [...]

Desde então o Brasil vem investindo cada vez mais no modal rodoviário, como
podemos ver sinteticamente na evolução abaixo até a década de 90.

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Evolução do Transporte rodoviário no Brasil


Fonte Adaptado de: MACOHIN, 2001

Segundo Caixeta (2001), somente em meados da década de 90, o Brasil intensificou


o processo de reestruturação do setor de transportes no sentido de aumentar a participação
privada na provisão de serviços, como também de descentralizar a gestão da infra-estrutura
e dos serviços para os governos estaduais e municipais. Essas reformas afetam
significativamente a organização da indústria de serviços de transporte à medida que
eliminam restrições regulatórias, de propriedade e operacionais a integração de operadores,
por intermédio de fusão entre empresas ou de alianças estratégicas, assim como de
investimentos em terminais e equipamentos especializados, a fim de agilizar as mudanças
de modo e/ou veículo, nas interfaces entre os diferentes sistemas de transporte.
O tema transporte é rico em definições em diversas bibliográficas, de acordo com o
pensamento de cada autor há uma particularidade a ser destacada e que será citada e
conhecida para que fique evidente o seu papel integrador dentro da logística e,
consequentemente, dentro da cadeia de suprimentos de qualquer organização.
Novaes (2007, p. 254) afirma que com a comercialização de produtos em diferentes pontos
fabris, a distribuição requer o uso de veículos, geralmente caminhões, para fazer a
transferência dos produtos da fábrica até o depósito do atacadista, ao centro de distribuição
do varejista e às lojas. A decisão acerca do tamanho e capacidade dos veículos, podendo
ser a lotação completa para veículos maiores e, em caso de abastecimento de lojas ou
frequência maior nas entregas, opta-se por veículos menores.
Para as indústrias e/ou estabelecimentos, o atraso na mercadoria pode acarretar em
atrasos nas entregas e consequentemente perda de vendas e clientes. Em alguns casos

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extremos, o atraso na entrega pode acarretar na perca de uma vida, no caso de um enfermo
que necessita do recebimento de medicamentos.
Os problemas relacionados com os transportes têm-se tornado cada vez mais vastos
e graves, tanto nos países industrializados como nos países em vias de desenvolvimento. O
aumento do tráfego rodoviário e na procura dos transportes resulta no congestionamento
das vias, atraso nos horários e problemas ambientais devido à poluição. O crescimento
econômico originou níveis de procura que ultrapassam a capacidade das instalações de
apoio de transportes. É necessário, portanto um maior esforço na melhoria das formas de
transporte urbano e regional (DIOS ORTÚZAR ET AL, 2004, p. 3).
As dificuldades inerentes ao transporte de carga geram vários conflitos de interesses
entre governo, consumidores, população e prestadores de serviço. Por outro lado, mesmo
que os veículos utilizados na distribuição de bens agravem os conflitos de tráfego, é
essencial para o desenvolvimento da população brasileira, que é dependente deste modal.
Diante deste cenário, porque não dizer caótico, ganha evidência no mercado
nacional uma ferramenta de simulação de carga capaz de auxiliar na redução de custos
logísticos e aumentar a performance no nível de atendimento ao cliente.

Simulação de Computacional

O sistema de simulação, mais conhecido como roteirização de veículos, é uma


ferramenta de simulação, para o apoio à decisão, na solução da distribuição de cargas, e
tem como objetivo gerenciar estas operações de forma eficiente, otimizando os trajetos e
assim reduzindo os custos de operação, assegurando com que as coletas e entregas sejam
realizadas. Ou seja, possui a função de determinar o melhor trajeto, com a menor
quantidade possível de veículos, assegurando a utilização total do roteiro, com o melhor
nível de serviço possível.
Segundo Cunha (2000), roteirização ou roteamento é o termo utilizado para designar
o processo de um ou mais roteiros a serem cumpridos de uma frota, com o objetivo de
visitar um conjunto de clientes mais dispersos.
De acordo com o conceito de Rago (2002 apud GHISI et al., 2004), roteirização de
carga é o processo de programação da distribuição da carga em rotas ou roteiros de
entrega, realizando a combinação de informações de volume/peso de carga, capacidade
dos veículos e locais de entrega, a fim de obter o melhor resultado em termos de ocupação
dos caminhões e cumprimento dos prazos de entrega.
Com a quantidade de restrição impostas diariamente, seja, por clientes, governos ou
geográficas, o caos urbano enfrentado nas principais metrópoles brasileiras, e a

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concorrência cada vez mais acirrada, a palavra roteirização tem ganhado força no mercado,
e com isso novos softwares estão surgindo no mercado brasileiro.
Segundo Melo e Ferreira Filho (2001), adquirir um sistema de roteirização pode
permitir ganhos significativos, tanto do ponto de vista financeiro, com a redução dos custos
operacionais, quanto em termos da qualidade do serviço permitindo maior quantidade e
fidelidade de clientes, ganhos estes de grande importância para a melhor integração da
cadeia de suprimentos.
Abaixo alguns casos reais de sucesso de aquisição de sistemas de roteirização e
programação de veículos, relacionando a empresa, seu ramo de atuação, principais
problemas, sistema utilizado e os resultados alcançados.

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Para a melhor otimização e redução de custo é necessário escolher o roteirizador


que melhor atende sua demanda e característica de carga, neste caso especifico, os
softwares de roteirização predominantes oriundos de outros países citados acima não
atendem de forma a otimizar melhor carga quando se fala em produtos de baixa densidade,
mais especificamente, tubos e conexões, que é o caso estudado. Partimos do princípio que,
neste cenário, o melhor software de simulação de rotas a ser utilizado é o Cockpit logístico,
uma vez que possui capacidade de realizar uma leitura tridimensional, além de outras
características semelhantes aos concorrentes, fazendo com que o veículo tenha um melhor
aproveitamento, em relação aos outros softwares que não possuem as mesmas
características.
Uma vez escolhido o software que melhor atende as características do produto,
partimos para outro fator de total importância, que é o conceito de simulação, já que um
software de roteirização utiliza destes artifícios para otimizar uma rota, com o melhor custo
possível.
O conceito de simulação surgiu na busca de soluções para dificuldades que se tem
na procura da ligação entre causa e efeito, conforme delineado teoricamente por estudiosos
e abordados a seguir.
Saliby (1999) afirma que o uso da simulação computacional vem resolver uma série
de problemas na área de manufatura e logística. Ainda segundo o autor “... simulação
consiste no processo de construção de um modelo que replica o funcionamento de um
sistema real ou idealizado (ainda a ser construído) e na condução de experimentos
computacionais com este modelo, com o objetivo de melhor entender o problema em
estudo, testar diferentes alternativas para sua operação e assim propor melhores formas de
operá-lo.”.
No mesmo pensamento Silveira (1996), o uso da simulação computacional possibilita
que se possa testar os projetos antes de implementá-los, economizando-se dessa forma
tempo e recursos.
Brito (2007) ressalta que a simulação por si só não responde qual seria a melhor
alternativa, e sim como um sistema se comporta dada certa configuração. Ou seja, a
ferramenta de simulação auxilia na tomada de decisão com dados projetados, e decisões
devem ser analisadas em um contexto mais amplo antes de serem implementados.

Levantamento de dados: Cenário Simulado

Após explanada de forma bibliográfica, o problema e os ganhos propostos, se feaz


necessário a realização de um modelo real simulado através de um software de roteirização.

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Para tal, foram consideradas a empresa aqui citada, localizada na região do interior de São
Paulo.
O local foi escolhido pelo grande fluxo de veículos que realizam a distribuição de
produtos manufaturados, em média, têm-se uma rotatividade de 40 veículos com picos em
datas de fechamento de até 60 veículos por dia. Estes veículos têm como grande parte do
destino final, a região de São Paulo Capital e interior.
Foram analisados a montagem de roteiros com e sem um software de simulação de
cargas (roteirização), por um período de uma semana, neste período foram simulados cerca
de 200 roteiros, que representam aproximadamente 770 toneladas de produtos, com uma
grande gama de SKUs. Também foram considerados dois tipos de veículos para a
simulação, caminhão truck com capacidade de 14 toneladas e carreta com capacidade de
24 toneladas.
Após a simulação finalizada chegou-se no resultado apresentado na Tabela xabaixo:

Volume (Kg) Quantidade de Capacidade média Taxa de Média de ocupação média


Simulação
simulado roteiros veículo (KG) Ocupação (KG) em m3
Com Software 772.727 171 18.000 6.545 116%
Sem Software 772.727 200 18.000 5.621 89%
Com os resultados obtidos é possível dizer que ocorreu uma redução de cerca de
17% na quantidade de veículos expedidos, assim com um aumento de 14% em taxa de
ocupação (kg) e 23% na ocupação cúbica dos veículos.
A taxa de ocupação superior a 100% no nível de ocupação se deu pela capacidade
de embutimento realizada pelo sistema de simulação, conforme demonstrado na figura a
seguir.

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Além dos resultados aqui expostos é possível afirmar uma redução nos custos de
frete com a redução de frota contratada e nível de serviço com o correto direcionamento de
entrega através da rota realizada pelo simulador.

Conclusões

O presente trabalho buscou identificar o papel da roteirização de veículos na redução


de custos logísticos como fator de competitividade no mercado de carga de baixa
densidade. Foram utilizado metodologias por meio referencial teórico sobre conceitos de
logística e sistemas de simulação computacional de carga.
Após abordar o tema sobre a evolução da logística, passando por mudanças de
exigências de clientes, custos logísticos, sistemas de destruição, malha logísticas, sistema
de roteirização e pôr fim a realização de uma simulação de rotas, foi possível comprovar o
ganho logístico e redução de custos de transportes através da implantação de um sistema
de roteirização.
Vale ressaltar que na análise bibliográfica de implantações de sistemas de
roteirização, as empresas têm conseguido ganhos distintos de acordo com o negócio e o
tipo de software escolhido, neste caso, o software escolhido é o único do mercado brasileiro
capaz de realizar a roteirização de forma tridimensional, elevando os ganhos de ocupação e
peso a partir da disponibilização do embutimento.
Cabe salientar que neste estudo não foi levado em consideração o custo para
implantação do sistema de roteirização, cabe o estudo aprofundado dos custos de
implantação e tempo de retorno.

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