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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA
CURSO DE DOUTORADO EM SOCIOLOGIA
DISCIPLINA TEORIA CONTEMPORÂNEA
PROFESSOR EMANUEL FREITAS

MARCELO CAMPELO DANTAS

Resenha crítica - Giddens, A. A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes,


2003. (Elementos da teoria da estruturação, pp 1 - 46 e Estrutura, sistema, reprodução
social, pp. 191 - 226.

FORTALEZA – CEARÁ
2021
Trago, nesse momento, mais inquietações do que uma discussão,
propriamente dita, sobre a Teoria da Estruturação proposta por Anthony Giddens.
Apresentarei meu objeto de estudo como modelo para alinhavar as categorias da teoria e
desenvolver a lógica do raciocínio.
Primeiramente, de acordo com as premissas da teoria, tensiono que,
dependendo do contexto de análise, o que é considerado estrutura em uma pesquisa,
pode passar a ser sistema social em uma outra. Desta maneira, o capitalismo pode ser
considerado estrutura dentro de uma sociedade capitalista que o mantém, ao mesmo
instante que esse capitalismo passa a ser um sistema, a partir do momento que conserva
a estrutura de uma Educação Ambiental (EA) não-crítica. A EA não-crítica, nesse caso,
não se encontra como recurso alocativo, mas sim, como regras. Assim, não existiria
EA se não houvesse manutenção do status quo, devido ao controle hegemônico do
Estado com seu poder de dominação. Essa mesma EA que é controlada por um sistema
de uma sociedade pós-moderna que traz uma nova roupagem de um capitalismo verde
atrelado à soluções de conhecimento técnico-cientifico que poderiam solucionar
qualquer problema ambiental que surja pela ação do homem.
Meu objetivo será evidenciar rotinas de agentes, por se tornar um
conhecimento prático dentro da vida social, tal como, comprar produtos que possuem na
embalagem o símbolo da “reciclagem”. Na maior parte das vezes, essa rotina nos
condiciona a consumir determinado produto sem observar consequências. Via de
regra, consumidores não deixarão de adquirir garrafas de vidro ou plástico de um
mercado, em uma ação de compra involuntária, pensando que aquilo possa ser um dos
maiores impactantes do meio ambiente. Por mais que exista um “entendimento
teórico” das bases de nossa atividade, mas não se iguala a uma apresentação discursiva
para as ações das condutas. A grande massa não questionará em seu comportamento
consumista que o plástico no Brasil é reciclado somente 1,3 %, e, os produtos vítreos,
menos da metade desse valor. A motivação da ação não seria algo reflexivo ou
racionalizado de forma monitorada e isolada, mas completamente dependente das ações
da sociedade, como um todo, sempre de fluxo contínuo no tempo, ou seja, não
pensamos o tempo todo antes de agir. Assim, a intencionalidade está dentro da ação
dos agentes em um cotidiano social.
Desta forma, na perspectiva da teoria da estruturação, meu ímpeto é
averiguar o quanto as instituições, a partir de uma economia de mercado capital,
assumem os campos dos inconscientes dos agentes (professores e alunos) e, assim,
impelindo uma diluição das forças autônomas desses, para práticas ineficazes ao
combate dos problemas ambientais.

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