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INISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL.

AGRAVO INTERNO
NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. EX-COMBATENTE DA SEGUNDA
GUERRA MUNDIAL.
TRIPULANTE DE EMBARCAÇÃO DA MARINHA MERCANTE
QUE, DURANTE A SEGUNDA
GUERRA MUNDIAL, REALIZOU MAIS DE DUAS VIAGENS EM
ZONA DE POSSÍVEIS
ATAQUES SUBMARINOS. PENSÃO ESPECIAL DE SEGUNDO-
TENENTE DAS FORÇAS
ARMADAS. ART. 53, II, DO ADCT DA CF/88. DIREITO.
AUSÊNCIA.
REQUISITOS DA LEI 5.315/67. NÃO PREENCHIMENTO.
ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL DO STJ. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.
I. Agravo interno aviado contra decisão que julgara Recurso
Especial
interposto contra acórdão publicado na vigência do
CPC/2015.
II. Trata-se de Ação Declaratória, ajuizada pelas ora
agravantes,
objetivando a condenação da União a lhes conceder pensão
especial,
correspondente à deixada por Segundo-Tenente das Forças
Armadas, nos
termos do art. 53, II, do ADCT, em decorrência do
falecimento de seu
genitor, integrante da Marinha Mercante. O Juízo de 1º
Grau julgou
improcedente o pedido, tendo o Tribunal de origem mantido
a
sentença, consignando que "as apelantes apresentam como
prova da
condição de ex-combatente do de cujus, documentos que
atestam que
ele navegou em zonas brasileiras, fazendo duas viagens em
zonas de
possíveis ataques submarinos (...). Dessa forma, não há
prova de que
o navio tenha sido 'atacados por inimigos ou destruidos por
acidente, ou que tenha participado de comboio de
transporte de
tropas ou de abastecimentos, ou de missões de patrulha'
como exigido
pelo art. 1°, §2°, c, II da Lei 5.317/67. E, nos termos do
§3° acima
reproduzido, 'a prova de ter servido em Zona de Guerra
não autoriza
o gozo das vantagens previstas nesta [naquela] lei'.".
III. A controvérsia delineada nos autos diz respeito a fato
incontroverso, à luz da Lei 5.315/67, de que o falecido pai
das
autoras, ora agravantes, na condição de tripulante de
embarcação
pertencente à Marinha Mercante, realizou mais de duas
viagens
marítimas em zonas sujeitas a possíveis ataques
submarinos, conforme
esclarece a certidão mencionada no acórdão recorrido.
IV. Na forma do entendimento do STJ, "a hodierna
jurisprudência
desta Corte encontra-se firmada no sentido de que a
percepção da
pensão especial de ex-combatente apenas pode ser
deferida àqueles
que apresentarem um dos requisitos previstos na Lei
5.315/1967, não
sendo suficiente o fato de o tripulante da Marinha Mercante
ter
participado de pelo menos duas viagens a zonas de ataques
de
submarino durante a 2ª Guerra Mundial. Precedentes:
AgInt no REsp
1.367.496/SC, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma,
DJe
21/9/2017; AgInt no AREsp 160.875/RN, Rel. Ministro
Napoleão Nunes
Maia Filho, Rel. p/ Acórdão Ministro Benedito Gonçalves,
Primeira
Turma, DJe 3/5/2017; REsp 1.684.733/RJ, Rel. Ministro
Herman
Benjamin, Segunda Turma, DJe 9/10/2017; EAREsp
200.299/PE, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe
1/9/2017" (STJ,
EAREsp 499.086/RN, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA SEÇÃO,
DJe de 19/06/2018). Em igual sentido: STJ, AgInt nos
EREsp
1.684.733/RJ, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA,
PRIMEIRA SEÇÃO, DJe
de 11/03/2019; AgInt nos EDcl nos EREsp 1.371.632/RN,
Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de
01/08/2019; AgRg
no REsp 1.338.350/CE, Rel. Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, SEGUNDA
TURMA, DJe de 12/05/2015; AgInt no AREsp 1.179.112/SP,
Rel. Ministro
FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, DJe de
14/12/2018; AgInt no AREsp
1.333.896/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA
TURMA, DJe de
28/02/2019.
V. Ainda, "de acordo com o entendimento jurisprudencial
firmado no
STJ, a Lei 5.698/1971 - que considera ex-combatente o
integrante da
Marinha Mercante Nacional que, entre 22 de março de 1941
e 8 de maio
de 1945, tenha participado de pelo menos duas viagens em
zona de
ataques submarinos - restringe-se a regulamentar as
prestações
devidas aos ex-combatentes segurados da previdência
social, não
trazendo nenhuma norma relativa à pensão especial de ex-
combatente"
(STJ, AgRg no REsp 1.508.134/PE, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS,
SEGUNDA TURMA, DJe de 25/08/2015). Nesse sentido:
EAREsp 200.299/PE,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA
SEÇÃO, DJe de
01/09/2017.
VI. Agravo interno improvido
ROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
EXECUÇÃO. DIREITO
AUTÔNOMO E MATERIAL DO ADVOGADO. PRECEDENTE DA
CORTE ESPECIAL.
EVENTUAL ACORDO EM SENTIDO DIVERSO. REEXAME DE
PROVAS.
IMPOSSIBILIDADE.
1. O Plenário do STJ decidiu que "aos recursos interpostos
com
fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas
até 17 de
março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de
admissibilidade
na forma nele prevista, com as interpretações dadas até
então pela
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça" (Enunciado
Administrativo 2).
2. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça firmou
compreensão segundo a qual, "à luz do estatuído no art. 99
e seus
parágrafos da Lei n. 4.215/1963, do princípio acolhido no
ordenamento jurídico pátrio que veda o enriquecimento
sem causa, dos
precedentes da Suprema Corte e deste Tribunal Superior,
bem como da
doutrina relativa ao tema, forçoso concluir que o art. 20 do
CPC de
1973 não retirou a titularidade do causídico ao recebimento
dos
honorários advocatícios sucumbenciais fixados na sentença,
os quais
constituem verba autônoma que integra o patrimônio do
advogado" (EAg
884.487/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, julgado
em
19/04/2017, DJe 04/08/2017).
3. Ainda que se admitisse, excepcionalmente, a via do
acordo inter
partes como hipótese de não cabimento das verbas
sucumbenciais aos
patronos, a documentação acostada aos autos demonstra
que não houve
estipulação nesse sentido

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