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Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distância

Princípios Pedagógicos do Ensino do Desporto

Isabel Augusto Víctor


Código: 708184599

Curso: Licenciatura em Educação Física


Disciplina: Didáctica do Desporto
Ano de Frequência: 4º

Nampula
Maio
2021
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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


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Índice
Introdução...............................................................................................................................4

Princípios pedagógicos do ensino do desporto..........................................................................5

Importância da táctica e técnica no desporto individual e colectivo..........................................9

Por que a técnica e a táctica são importantes no desporto?......................................................10

Conclusão.................................................................................................................................11

Bibliografia..............................................................................................................................12
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Introdução
O ensino da Educação Física é um processo contínuo que depende intrinsecamente das novas
teorias relacionadas com o processo de controlo e aprendizagem motora. Assim,
acompanhando as teorias recentes que enfatizam a auto-organização dinâmica do processo de
desempenho motor, novos modelos de ensino têm vindo a exaltar processos inovadores na
forma de desenvolvimento dos alunos.

A pedagogia é uma reflexão sobre todo o contexto que envolve a acção educativa,
convergindo, assim, na construção de uma efectiva prática de intervenção. Uma intervenção
pedagógica comprometida, intencional, organizada e ciente de suas responsabilidades
educacionais. A partir desse entendimento, a discussão encaminha-se para a reflexão sobre as
principais características e consequências de uma pedagogia tradicional/tecnicista, tendo por
contraponto algumas propostas inovadoras que, na teoria e na prática, buscam superar essa
forma de intervenção.
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Princípios pedagógicos do ensino do desporto


O campo da educação física e desporto tem avançado significativamente ao reafirmar a
ruptura com os modelos tradicionais de ensino, mas ainda faltam referências sobre os
caminhos deste ensino. Desta forma, não estamos “criando” uma “nova” metodologia de
ensino, mas apenas reunindo em princípios metodológicos as orientações sobre o ensino do
desporto colectivo e individual a saber:

a) Princípios metodológicos no ensino da educação física escolar

Os princípios metodológicos com suas definições e o número de artigos em que este se


encontra na literatura. Ressaltamos que os diferentes princípios interagem entre si. A escolha
por apresentá-los de forma separada tem por objectivo facilitar a compreensão sobre cada
categoria.

b) Princípio de Interacção

O princípio Interacção é defendido pelos autores como uma ferramenta importante para o
desenvolvimento integral do aluno, rompendo com o modelo tradicional de ensino. A
interacção é tratada pelos autores a respeito da relação professor/aluno e aluno/aluno. Na
primeira perspectiva, defendem que o aluno seja o centro do processo de ensino
aprendizagem. Dessa forma, o professor actuará como mediador possibilitando uma
participação activa dos alunos neste processo

Acerca da interacção aluno/aluno, os autores defendem que o ensino em Educação Física


estimule as relações sociais. Sugerem a utilização de jogos cooperativos, jogos populares e/
ou momentos de debates como estratégia para alcançar tal objectivo, possibilitando a
participação igualitária e prazerosa.

c) Princípio de Contextualização

Este princípio tem por objectivo tornar o conteúdo significativo para os alunos. Para isso,
defendem que os conteúdos sejam abordados nas aulas de Educação Física para além da
simples prática, mas a partir de temas. Essa tematização acontece ao abordar questões
históricas e sociais dos conteúdos, bem como sua relação com o quotidiano dos alunos.

Entretanto, cabe ressaltar que: O trabalho com temas na educação física [...] não equivale a
uma ‘tematização’ da aula. Ele não significa o acréscimo de um contexto às habilidades
motoras que se queira trabalhar (arremesso, chute, cambalhota), mas significa a organização
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de uma realidade relacionada à cultura corporal, organização essa que permita à criança
tomar parte/se apropriar dessa realidade. Trata-se do estudo teórico e prático de uma
actividade social real (como o circo, os jogos olímpicos, a vida do índio...), que serão
apropriados pela criança em forma de jogo.

d) Princípio de Dimensões dos conteúdos

Este princípio, os autores defendem que as aulas de Educação Física abordem as três
dimensões dos conteúdos (procedimental, atitudinal e conceitual), possibilitando um
desenvolvimento integral em oposição ao modelo tradicional de ensino que leva em
consideração apenas a dimensão procedimental.

Acerca da dimensão atitudinal, os autores apontam que o ensino deve possibilitar a interacção
social dos alunos durante as actividades e em momentos de debate reflexivo sobre questões
sociais presentes no quotidiano dos alunos, como respeito, ética, racismo, preconceito,
violência, dentre outros.

Para o desenvolvimento da dimensão conceitual, defendem que o processo histórico e social


dos conteúdos seja abordado nas aulas de Educação Física e no desporto, e que os conteúdos
sejam contextualizados na realidade do aluno. Assim, os autores sugerem que as aulas sejam
construídas a partir de temas e utilizem a pesquisa em diferentes fontes de dados como
estratégia de ensino.

A respeito da dimensão procedimental, a literatura analisada defende a busca pela


aprendizagem técnica e desenvolvimento motor. Entretanto, são contrários ao modelo
tradicional de ensino pautada na repetição motora e na excelência. Para os autores, as aulas
de Educação Física devem promover a vivência de diferentes práticas da cultura corporal,
articuladas as dimensões anteriores. Destarte, o gesto motor não é mais visto como objectivo
final da Educação Física, mas sim, um elemento importante no processo de formação do
indivíduo.

e) Princípio de Valorização das experiências dos alunos

Esse princípio é apontado como estratégia para superar o modelo de ensino tradicional
centrado no professor. Nesse sentido, as aulas de Educação Física devem partir do
conhecimento prévio que os alunos possuem sobre a temática a ser desenvolvida.

f) Princípio de Diversidade de vivências


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Este princípio diz que as aulas de Educação Física e desporto devem proporcionar diferentes
vivências, contribuindo para um enriquecimento cultural dos alunos. Cabe ressaltar que essa
variedade de experiências vai além dos conteúdos utilizados. Os autores defendem que os
professores utilizem materiais alternativos, explorem diferentes locais para as aulas e
estimulem a exploração de diversos materiais didácticos.

g) Princípio de Problematização

Observamos o princípio problematização. Na proposta dos autores, o ensino da Educação


Física deve pautar-se na solução de problemas. Assim, o processo de ensino ocorre a partir de
questões apresentadas pelo professor que estimulem a construção do conhecimento dos
alunos. Tais questões podem ser apresentadas tanto em forma de debates como em
actividades a serem resolvidas.

h) Princípio de Autonomia e criatividade

Essa categoria foi construída a partir dos apontamentos variados. Os autores defendem que o
ensino em Educação Física estimule a criatividade e autonomia dos alunos. Nesse sentido, os
professores devem lançar mão de uma temática aberta que possibilite uma participação activa
dos alunos na construção das aulas.

i) Princípio de Ludicidade

Este princípio, os autores defendem a ludicidade como ferramenta importante no processo de


ensino aprendizagem dos alunos. Portanto, os professores devem lançar mão de actividades
prazerosas como jogos e brincadeiras, tornando as aulas de Educação Física um ambiente
agradável e satisfatório para os alunos.

j) Princípio de Compreensão e transferência de habilidades

Os autores defendem que o ensino estimule a compreensão dos conteúdos. As aulas devem
priorizar elementos que possibilite o aluno compreender a lógica das actividades. No
conteúdo jogo, por exemplo, os autores defendem o ensino da táctica.

Outro aspecto defendido é que o ensino da Educação Física possibilite ao aluno transferir as
habilidades aprendidas em uma manifestação da cultura corporal para outra. Dessa forma, os
conteúdos deixam de ser desenvolvidos de forma individualizada, passando a ser tematizados
em categorias.
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Tais categorias são organizadas a partir das características que as diferentes manifestações
possuem em comum, como exemplo, na categoria de jogos de invasão estão agrupados os
conteúdos Handebol, futsal e basquete, dentre outros. As aulas de Educação Física passam a
dar ênfase no ensino aprendizagem dessas características, possibilitando que os alunos
transfiram essa habilidade aprendida para os demais conteúdos.

Cabe ressaltar que na literatura esse Princípio Metodológico no ensino em Educação Física
surge no debate específico do ensino do jogo. Todavia, acreditamos que esse princípio pode
ser incorporado ao debate das diversas manifestações da cultura corporal. Isso porque
independente do conteúdo ensinado, este possui um objectivo interno que necessita ser
compreendido pelo aluno, dando sentido à sua prática.

k) Princípio de Modificação estrutural do conteúdo

Modificação estrutural do conteúdo foi um princípio elaborado pelos autores e defendem que
o ensino das diferentes manifestações deve levar em consideração a experiência do aluno,
possibilitando que o mesmo participe na construção do processo de ensino e aprendizagem.
Assim, os conteúdos deixam de ser apresentados apenas no seu formato tradicional, podendo
sofrer modificações de acordo com a experiência do aluno.

O conteúdo pode ser modificado em relação ao implemento utilizado, número de


participantes, finalidade e etc. Cabe ressaltar que tais modificações também são realizadas
pelo professor. Nesse caso, o docente pode utilizar essa estratégia com objectivo de enfatizar
determinado tema, como por exemplo, debater questões tácticas, reflectir sobre as questões
de género e etc.

l) Princípio de Utilização de recursos tecnológicos

A categoria utilização de recursos tecnológicos foi observada em 4 artigos. De acordo com a


literatura, a utilização da tecnologia no processo de ensino aprendizagem pode acontecer de
duas formas. A primeira como estratégia para auxiliar o debate sobre determinado tema. Ao
tratar, por exemplo, as questões históricas de determinado conteúdo os autores sugerem a
utilização de vídeos, imagens, pesquisas da internet e etc33,34.

A segunda utilizando a tecnologia como tema das aulas com o objectivo de desenvolver a
consciência crítica dos alunos. Assim, os autores defendem o debate de questões relacionadas
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a influência da mídia nas manifestações da cultura corporal, a utilização correta da internet,


dentre outros.

m) Princípio de Discussão

A interacção entre professores e alunos é um dos principais elementos no processo de ensino


e aprendizagem. Através dessa relação a aprendizagem e as vivências de movimentos são
possíveis. Neste sentido, potencializa-la favorece maiores oportunidades de aprendizado e
vivência.

As aulas de Educação Física devem ser entendidas como um espaço de construção do


sentido, onde o professor dispõe de condições para que os alunos construam conhecimentos.
Todavia, esta interacção só é possível quando o professor se coloca na figura do facilitador da
aprendizagem. Ele deve ser o elemento que estimula e organiza os conhecimentos, não só os
construídos por ele, mas também os gerados pelos alunos, possibilitando que o conhecimento
seja resultado dessa interacção e tenha significado para os alunos.

O reforço exagerado da autoridade do professor pode resultar na ausência de interacção em


sala de aula. Em muitos casos, o professor não possibilita abertura para o aluno, como em
perguntas retóricas às quais o professor responde de imediato, sem dar espaço para os alunos
ou quando o professor apresenta um determinado gesto motor e solicita apenas que os alunos
reproduzam. Estas formas de silenciamento favorecem a predominância de aulas
excessivamente expositivas. Nesse sentido, as estratégias utilizadas pelos professores de
Educação Física devem ser capazes de proporcionar o envolvimento de todos.

Importância da táctica e técnica no desporto individual e colectivo


A execução técnica é importante para se praticar uma modalidade esportiva, mas sozinha, não
garante uma acção inteligente dos jogadores/atletas. O uso da táctica é indispensável nos
desportos colectivos. Não basta chutarmos forte em direcção ao golo, ou sacarmos uma bola
com força no voleibol.

O objectivo da técnica é o de alcançar a eficácia para resolver as situações da melhor maneira


possível. Enquanto isso, a táctica também é central pois ela visa alcançar bons resultados em
uma competição: marcar um golo, ganhar um jogo e se adaptar às circunstâncias de um
determinado momento.
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A táctica e técnica no desporto pode ser individual ou colectiva. Nos dois casos a oposição do
adversário é um elemento necessário para defini-la. Basicamente, elas consistem na resolução
das acções de jogo, seja antes da competição ou durante o seu desenvolvimento, a partir das
condições técnicas individuais e da combinação das acções em grupo. Cada grupo ou
indivíduo que compete em uma modalidade esportiva estabelece uma táctica
antecipadamente. Além disso, geralmente há treinos para praticar o que será implementado.

Por que a técnica e a táctica são importantes no desporto?


A técnica é, em suma, o que faz um atleta bom, regular, notável ou excelente. É a capacidade
de traduzir em acções concretas o que o jogo exige e o que a cabeça do protagonista planeja e
decide. Portanto, é evidente que esse é um componente indispensável para o sucesso
esportivo. O objectivo da técnica é o de alcançar a eficácia para resolver as situações da
melhor maneira possível.

Enquanto isso, a táctica também é central pois ela visa alcançar bons resultados em uma
competição: marcar um golo, ganhar um jogo e se adaptar às circunstâncias de um
determinado momento. A táctica potencializa a técnica porque faz com que um jogador
desempenhe a posição ou função que melhor lhe convém de acordo com as suas
características.
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Conclusão
Os princípios metodológicos do desporto individual e colectivo podem auxiliar o
planeamento e execução das aulas de educação física, pois lançam luzes de forma mais nítida
acerca das acções que os professores podem implementar no momento de ensino. De um
modo geral, amplia as experiências conceituais e de movimento dos alunos e de professores
sobre a educação física e a relação desta com o mundo.
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Bibliografia
MATIAS, C.J.; GRECO, P.J. Cognição & acção nos jogos esportivos colectivos. Ciências &
Cognição, Rio de Janeiro, 2010

MATIAS, C.J.; GIACOMINI, S.D.; GRECO, P.J. Conhecimento táctico no voleibol: factor
determinante ou não para se estar na selecção brasileira de voleibol. Revista Portuguesa de
Ciências do Desporto, Porto, 2004.

MOURA DL, Soares AJG. Cultura, identidade crítica e intervenção em educação física
escolar. Pensar prato 2012.

CORREIA MM. Trabalhando com jogos cooperativos. Campinas: Papiros; 2006.

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