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Continuada a Distância
Curso de
Sexualidade Humana
Aluno:
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos nas Referências Bibliográficas.
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Sumário
MÓDULO I
I- Introdução
1- História
III-Psicossexualidade
1- Aprendizado sexual na infância
2- Fatores Psicossexuais
3- Masturbação
4- Homossexualidade
MÓDULO II
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10- CID 10
11- Compreensão psicodinâmica das disfunções sexuais
12- Casos clínicos
MÓDULO III
VI- Parafilias
1- Epidemiologia
2- Diagnóstico e características clínicas
3- CID 10
4- Entendimento psicodinâmico
5- Casos clínicos
Módulo IV
VII- O Desenvolvimento da Sexualidade
Glossário
Referências Bibliográficas
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MÓDULO I
I- Introdução
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1- História
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Gerontologistas, bem como pessoas idosas, chamaram a atenção para as
necessidades sexuais do idoso. Adolescentes de classe média tornaram-se
sexualmente ativos e os grupos de direitos dos homossexuais lutaram pela
aceitação de suas orientações sexuais e, em 1973, conseguiram que a
homossexualidade fosse excluída como categoria diagnóstica na terceira edição do
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III) da American
Psychiatric Association.
Historicamente, os problemas de conflitos e disfunções sexuais sempre
foram da jurisdição da psiquiatria. Alguns pioneiros como Havelock Ellis, Richard
Krafft-Ebing e Sigmund Freud concentraram-se amplamente na sexualidade
humana. Outros, mais recentemente, concentram-se mais intensivamente na
fisiologia e nas disfunções sexuais.
Os problemas de disfunção são particularmente angustiantes para os
pacientes e com frequência têm sido resistentes a tratamento. A abordagem atual às
disfunções sexuais reflete os desenvolvimentos culturais e científicos dos últimos
anos, o desenvolvimento de técnicas específicas para o tratamento desses
problemas, o interesse histórico da psiquiatria nesta área e o reconhecimento de sua
importância na prática psiquiátrica.
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1- Anatomia masculina
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Ejaculação é a propulsão vigorosa de sêmen e de líquido seminal do
epidídimo, canal deferente, vesículas seminais e próstata para dentro da uretra. A
dilatação da uretra prostática e a passagem de líquido para dentro da uretra peniana
dão ao homem uma sensação de clímax iminente. Esta é a fase de emissão do
processo ejaculatório. Na verdade, uma vez que a próstata se contraia, a ejaculação
é inevitável. O sêmen ejaculado é também impulsionado pela uretra peniana por
contrações dos músculos pélvicos e perineais estriados. Esta fase da ejaculação
está essencialmente sob controle somático.
O sêmen ejaculado consiste em aproximadamente 1 colher de chá (2,5ml)
de líquido e contém aproximadamente 120 milhões de espermatozoides. Acredita-se
que quanto maior o volume de sêmen ejaculado, mais prazeroso seja o orgasmo –
mas esta crença é altamente subjetiva.
2- Anatomia feminina
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Hipócrates foi o primeiro a descrever o clitóris na literatura médica, referindo-
se a ele como o loca de excitação sexual. Máster e Johnson (ano) descreveram o
clitóris como o órgão sexual feminino primário, porque o orgasmo depende
fisiologicamente da adequada estimulação dele.
Anatomicamente, o clitóris tem uma rede nervosa que é, proporcionalmente,
três vezes maior que a do pênis.
Kinsey (ano) verificou que, quando as mulheres se masturbam, a maioria
prefere a estimulação clitoriana a qualquer outra. Este achado foi aprofundado ainda
mais por Johnson (ano), que relatou que as mulheres preferem a haste do clitóris à
glande, porque a glande é hipersensível se estimulada excessivamente.
Um achado anatômico importante é que o prepúcio clitoriano é contíguo aos
lábios menores e que, durante o coito, o pênis não estimula o clitóris diretamente.
Antes, a penetração peniana exerce tração sobre os lábios menores, que, por sua
vez, estimulam o clitóris suficientemente para que o orgasmo ocorra.
Durante a excitação aumentada, exatamente antes do orgasmo, o clitóris se
retrai sob a crista clitoriana como resultado da contração dos músculos
isquiocavernosos. Retraído dessa forma, o clitóris afasta-se do canal vaginal, o que
torna impossível clitóris-pênis. O tamanho do clitóris varia consideravelmente e não
está relacionado com o grau de responsividade sexual da mulher.
O PONTO G – Em 1950, Ernst Graefenberg descreveu uma área em torno
da uretra feminina, na parede anterior da vagina, que veio a ser chamada de ponto
G. Esta área tem aproximadamente 0,5 a 1 cm de tamanho e torna-se ingurgitada
durante a estimulação sexual. Muitas mulheres descrevem a estimulação da área
como altamente prazerosa, podendo incluir o orgasmo. Grafenburg acreditava que o
tecido era análogo ao da próstata, podendo responder pelo jorro do líquido durante o
orgasmo, relatado por algumas mulheres, à maneira da ejaculação masculina.
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3- Endocrinologia
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III - Psicossexualidade
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A maior parte das experiências do aprendizado sexual na infância ocorre
sem que haja a intenção por parte dos pais, mas a consciência do sexo geralmente
influencia de forma efetiva o comportamento dos pais. Crianças do sexo masculino,
por exemplo, tendem a ser tratadas com mais rigor, enquanto as do sexo feminino
tendem a ser mais abraçadas. Os pais passam mais tempo com seus filhos do que
com suas filhas quando bebês, e também tendem a estar mais cientes das
preocupações de seus filhos adolescentes do que das ansiedades das filhas. Os
meninos têm maior probabilidade de receber castigos físicos. O sexo de uma criança
afeta a tolerância dos pais à agressividade e o reforço ou a extinção de certas
atividades e de interesses intelectuais estéticos e atléticos.
Os estágios do desenvolvimento psicossexual de Freud, que estudaremos
mais a frente – oral, anal, fálico, latente e genital – oferece-nos um amplo referencial.
2- Fatores Psicossexuais
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A diferenciação entre os sexos resulta da ação de andrógenos fetais, que
começa em torno da sexta semana da vida do embrião e se completa ao final do
terceiro mês.
Os transtornos intersexuais incluem uma variedade de síndromes que
caracterizam pessoas com aspectos anatômicos ou fisiológicos acentuados do sexo
oposto.
Classificação dos transtornos intersexuais:
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- Defeitos enzimáticos no genótipo XY: interrupção congênita da produção
de testosterona que produz genitais ambíguos e constituição feminina; portadores
costumam ser designados como mulheres em virtude da aparência feminina dos
genitais.
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As características físicas derivadas do sexo biológico do sujeito – tais como
físico geral, forma corporal e dimensões físicas – se inter-relacionam com um
sistema complexo de estímulos, incluindo recompensas e punições e rótulos de
gênero dados pelos pais, para o estabelecimento da identidade de gênero.
A formação da identidade de gênero está baseada em atitudes parentais e
culturais, na genitália externa do bebê e na influência genética, que está
fisiologicamente ativa por volta da sexta semana de vida.
Muito embora influências familiares, culturais e biológicas possam dificultar o
estabelecimento do próprio senso de masculinidade ou feminilidade, as pessoas em
geral desenvolvem uma identificação relativamente segura com seu sexo biológico –
uma identidade de gênero estável.
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- Orientação sexual: a orientação sexual descreve o objeto dos impulsos
sexuais de uma pessoa:
Heterossexual – tem como objeto o sexo oposto.
Homossexual – tem como objeto o mesmo sexo.
Bissexual – tem como objeto ambos os sexos.
- Comportamento sexual
Resposta fisiológica: a resposta sexual é uma genuína experiência
psicofisiológica. A excitação é desencadeada por estímulos tanto físicos quanto
psicológicos, os níveis de tensão são experimentados de forma física e emocional, e,
com o orgasmo, normalmente ocorre a percepção subjetiva de um pico de reação e
liberação físicas.
O desenvolvimento psicossexual, as atitudes psicológicas em relação à
sexualidade, e as atitudes em relação ao parceiro sexual estão diretamente
envolvidos e afetam a fisiologia da resposta sexual humana.
Homens e mulheres normais experimentam uma sequência de respostas
fisiológicas à estimulação sexual. A quarta edição do Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR) define um ciclo de resposta de
quatro fases:
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Os mamilos de ambos os sexos tornam-se eretos, embora isto seja mais
comum nas mulheres do que nos homens. O clitóris da mulher torna-se duro e
túrgido e os lábios menores espessam-se, em consequência da ingurgitação venosa.
A excitação inicial pode durar de alguns minutos a várias horas. Com
estimulação continuada, os testículos do homem aumentam de tamanho em 50% e
se elevam. O clitóris eleva-se e se retrai para trás da sínfise pubiana. Como
resultado, o clitóris não fica facilmente acessível. À medida que a área é estimulada,
entretanto, ocorre a tração nos lábios menores e prepúcio.
O tamanho dos seios, na mulher, aumenta em 25%. A ingurgitação contínua
do pênis e da vagina produz alterações específicas da cor, particularmente nos
lábios menores, que se tornam um vermelho púrpura profundo. Ocorrem contrações
voluntárias dos grandes grupos musculares, aumento da frequência cardíaca e
respiratória e elevação da pressão sanguínea. Esta fase dura de 30 segundos a
vários minutos.
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Fase 4: Resolução. A resolução consiste do desingurgimento do sangue da
genitália e leva o corpo de volta ao estado de repouso. Se ocorrer orgasmo a
resolução é rápida; se não, pode levar de duas a seis horas, com irritabilidade e
desconforto. A resolução pelo orgasmo caracteriza-se por uma sensação subjetiva
de bem-estar, relaxamento geral e muscular.
Após o orgasmo, os homens têm um período refratário que pode durar de
alguns minutos até muitas horas; neste período, não podem ser estimulados até o
orgasmo. O período refratário não existe nas mulheres, que são capazes de
múltiplos e sucessivos orgasmos.
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As mulheres relatam responder a histórias românticas comum herói terno e
galante, cuja paixão pela heroína o impele a um compromisso duradouro.
Um fator complicador é que a sensação subjetiva feminina de estimulação
nem sempre é congruente com seu estado fisiológico de excitação. De forma mais
específica, sua sensação de excitação pode refletir uma prontidão para ser
estimulada, mais do que a lubrificação fisiológica.
Por outro lado, pode experimentar os sinais físicos da excitação sem estar
ciente deles. Tal situação dificilmente ocorre nos homens.
3- Masturbação
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Com a aproximação da puberdade, a explosão dos hormônios sexuais e o
desenvolvimento das características sexuais secundárias, a curiosidade sexual
intensifica-se, e a masturbação aumenta. Os adolescentes são fisicamente capazes
de coito e orgasmo, mas são inibidos, em alguns casos, por limitações sociais.
As pressões, muitas vezes, conflitantes para estabelecer sua identidade
sexual e controlar seus impulsos produzem uma forte tensão sexual fisiológica, que
exige liberação, e a masturbação é um modo normal de reduzir tais tensões sexuais.
De modo geral, os homens aprendem a masturbar-se até atingir o orgasmo,
mais cedo do que as mulheres e masturbam-se com maior frequência.
Uma importante diferença emocional entre o adolescente e a criança é a
presença de fantasias de coito durante a masturbação no adolescente. Essas
fantasias são um fator importante no desenvolvimento da identidade sexual; na
segurança comparativa da imaginação, o adolescente aprende a realizar o papel
sexual adulto. Essa atividade autoerótica costuma ser mantida até os primeiros anos
da vida adulta, quando normalmente é substituída pelo coito.
Casais que se relacionam sexualmente não abandonam de todo a
masturbação. Quando o coito é insatisfatório ou não está disponível em razão de
doença ou ausência do parceiro, a autoestimulação serve a uma função adaptativa,
combinando prazer sensual e liberação de tensão.
A maior parte das mulheres prefere estimular o corpo do clitóris e a glande,
porque esta é hipersensível à estimulação intensa. A maioria dos homens masturba-
se manipulando vigorosamente o corpo do pênis e a glande.
Os tabus morais contra a masturbação geraram mitos de que esta causaria
doença mental ou diminuição da potência sexual, mas não há evidências científicas
que corroborem tais informações.
A masturbação torna-se sintoma psicopatológico somente quando se
constitui uma compulsão que foge ao controle da pessoa. Nesse caso, é um sintoma
de perturbação emocional, não por ser sexual, mas por ser compulsiva. A
masturbação é um aspecto universal e inevitável do desenvolvimento psicossexual
e, na maioria dos casos, é adaptativa.
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4- Homossexualidade
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As visões de Freud sobre as causas da homossexualidade feminina incluíam
uma falta de resolução da inveja do pênis em associação com conflitos edipianos
não resolvidos.
Freud não considerava a homossexualidade como uma doença mental. Em
Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, ele descreve que a homossexualidade
“é encontrada em pessoas que não exibem outros desvios do normal (...) cuja
eficiência não está prejudicada e que, na verdade, distinguem-se por um
desenvolvimento intelectual e cultura ética especialmente altos”.
Em Carta a uma mãe americana, Freud escreveu, “a homossexualidade
certamente não é uma vantagem, mas não é nada que cause vergonha, nenhum
vício, nenhuma degradação, não podendo ser classificada como uma doença;
consideramos a homossexualidade como sendo uma variação das funções sexuais,
produzida por um certo comprometimento do desenvolvimento sexual”.
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A maior parte dos homossexuais masculinos recorda o princípio de atrações
românticas e eróticas por parceiros do mesmo sexo durante o início da
adolescência. Para mulheres, o começo de sentimentos românticos por parceiras do
mesmo sexo também pode estar na pré-adolescência.
Entretanto, um reconhecimento claro de preferência por parceiros do mesmo
sexo tipicamente ocorre no meio ou final da adolescência ou apenas na idade
adulta. Mais mulheres do que homens homossexuais parecem ter experiências
heterossexuais durante suas vidas homossexuais primárias.
As características comportamentais dos homossexuais femininos e
masculinos são tão variadas quanto àquelas dos sujeitos heterossexuais de ambos
os sexos. As práticas sexuais nas quais os homossexuais engajam-se são as
mesmas praticadas pelos heterossexuais, com as limitações óbvias impostas pelas
diferenças anatômicas.
Existem padrões variáveis de duração dos relacionamentos entre os
homossexuais, como entre os heterossexuais. Alguns casais homossexuais vivem
em um relacionamento monogâmico ou primário por décadas, enquanto outros
homossexuais tipicamente mantêm contatos sexuais apenas passageiros. Embora
existam mais relacionamentos estáveis entre dois homens do que anteriormente se
pensava, estes relacionamentos parecem ser menos estáveis e mais superficiais do
que entre mulheres.
FIM DO MÓDULO I
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