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Sexualidade Humana
MÓDULO II
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mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos nas Referências Bibliográficas.
MÓDULO II
1- Introdução
2- Definição
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Um transtorno sexual pode ser sintoma de problemas biológicos, conflitos
intrapsíquicos, dificuldades interpessoais, ou de uma combinação desses fatores. A
função sexual pode ser afetada por estresse de qualquer tipo, por transtornos
emocionais ou por uma falta de conhecimento sexual.
Ao considerar cada um dos transtornos, os clínicos precisam excluir
condições médicas adquiridas e uso de substâncias farmacológicas que possam
explicar ou contribuir para a disfunção. Em alguns casos, o paciente sofre de mais
de uma disfunção – por exemplo, ejaculação precoce e transtorno erétil masculino.
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Critérios diagnósticos do DSM IV para transtorno de desejo sexual hipoativo
Especificar tipo:
Tipo ao longo da vida
Tipo Adquirido
Especificar tipo:
Tipo generalizado
Tipo situacional
Especificar tipo:
Devido a fatores psicológicos
Devido a fatores combinados
Fonte: DSM IV
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- Caso clínico (Fonte: DSM IV casos clínicos)
O Sr. E Sra. B. estão casados há 14 anos e têm três filhos com idades entre
8 e 12 anos. Eles são ambos inteligentes e de boa instrução. A Sra. B. tem sido
capaz de participar passivamente do ato sexual como um dever, mas nunca o
apreciou desde que estão casados.
Antes do casamento, embora eles tenham tido relações apenas duas vezes,
a Sra. B. tinha sido altamente estimulada por beijos e carícias e achava que usara
sua atratividade para seduzir seu marido ao casamento.
Entretanto, ela sentira intensa culpa pelos dois episódios de relação sexual
pré-conjugal; durante a lua-de-mel, começou a considerar o sexo uma tarefa que
não podia ser prazerosa.
Embora periodicamente se entregasse passivamente à relação sexual, ela
quase não tinha desejo espontâneo por sexo. Nunca se masturbava, nunca tinha
chegado ao orgasmo; considerava todas as variações, como sexo oral,
completamente repulsivas; e estava preocupada com uma fantasia de como sua
família a desaprovaria se alguma vez ela se envolvesse em uma atividade dessas.
A Sra. B. estava quase totalmente certa de que nenhuma mulher que ela
admirava, em qualquer geração, tinha apreciado o sexo, e que a despeito da “nova
moda” da sexualidade, apenas mulheres vazias e grosseiras poderiam agir como
animais. Tais opiniões tinham levado a um padrão de sexo regular, mas infrequente,
que no máximo é acomodatício e dá pouco ou nenhum prazer a ela ou a seu marido.
Sempre que a Sra. B. chega perto de ter uma sensação de excitação sexual,
inúmeros pensamentos negativos lhe vêm à mente, como “O que eu sou, uma
vagabunda?”, “Se eu gostar disso, ele simplesmente vai querer com mais
frequência” ou “Como vou poder me olhar no espelho, depois de uma coisa como
esta?” Tais pensamentos quase inevitavelmente são acompanhados por uma
sensação de frieza e uma insensibilidade ao prazer sensual. Como resultado, o sexo
é invariavelmente uma experiência infeliz. Qualquer desculpa, como cansaço ou
estar ocupada, é suficiente para racionalizar a fuga do sexo.
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Contudo, intelectualmente, a Sra. B se pergunta, “Há alguma coisa errada
comigo?” Ela está procurando ajuda para descobrir se é normal ou não. Seu marido,
embora extraordinariamente tolerante à situação, é muito infeliz com sua vida
sexual, mas tem esperanças de que possa haver uma solução.
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- Transtorno de aversão sexual: caracterizado por aversão ou esquiva do
contato sexual genital com um parceiro sexual ou por masturbação.
Especificar tipo:
Tipo ao longo da vida
Tipo adquirido
Especificar tipo:
Tipo generalizado
Tipo situacional
Especificar tipo:
Devido a fatores psicológicos
Devido a fatores combinados
Fonte DSM IV
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Sigmund Freud conceituou o baixo desejo sexual como resultado da inibição
durante a fase fálica do desenvolvimento e de conflitos edípicos não-resolvidos.
Alguns homens fixados no estágio fálico do desenvolvimento têm medo da
vagina e acreditam que serão castrados se aproximarem-se dela. Freud denominou
vagina dentada: como os homens, de forma inconsciente, acreditam que a vagina
possui dentes e evitam o contato com a genitália feminina.
Da mesma forma, as mulheres podem sofrer de conflitos evolutivos não-
resolvidos que inibem o desejo. A ausência deste também pode resultar de estresse
crônico, ansiedade ou depressão.
Abstinência de sexo por um período prolongado, às vezes, resulta na
supressão de impulsos sexuais. A perda do desejo também pode ser uma expressão
de hostilidade em relação ao parceiro ou sinal de deterioração do relacionamento.
Em um estudo com jovens casados que pararam de ter relações sexuais por
dois meses, os conflitos conjugais eram a razão citada com maior frequência para a
cessação ou a inibição da atividade sexual.
A presença do desejo depende de diversos fatores: impulso biológico,
autoestima adequada, capacidade de aceitar a si mesmo como uma pessoa sexual,
boas experiências sexuais anteriores, disponibilidade de um parceiro apropriado e
bom relacionamento com o parceiro em áreas não sexuais. Dificuldades em relação
a qualquer um desses fatores ou sua ausência podem resultar em desejo diminuído.
Ao fazer o diagnóstico, o profissional deve avaliar a idade do paciente, sua
saúde geral e o nível de estresse, além de tentar estabelecer uma linha de base de
interesse sexual antes do início do transtorno. Isto é, qual o interesse sexual antes e
depois do transtorno. A necessidade de contato e a satisfação sexual variam entre
as pessoas e ao longo do tempo.
Em um grupo de 100 casais com casamentos estáveis, 8% relataram ter
relações menos de uma vez por mês. Em outro grupo, um terço referiu falta
episódica de relações sexuais por períodos médios de oito semanas. Casais têm
relações sexuais três vezes por mês, em média.
O diagnóstico não deve ser feito a não ser que a falta de desejo seja uma
fonte de sofrimento para o paciente.
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- Caso clínico (Fonte: DSM IV casos clínicos)
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O tratamento tinha consistido de duas semanas de terapia de casais
intensiva, com sucesso. A atividade sexual tornou-se frequente, com penetração
vaginal e ejaculação. O marido começou a exibir o comportamento sensual em
relação a outras mulheres, o que ocasionou algumas situações sociais
embaraçosas, mas na promiscuidade.
A ansiedade da esposa com relação à própria sexualidade e a adoção de
um papel mais passivo levou-a a procurar tratamento por conta própria. Após um
ano de psicoterapia, suas ansiedades foram mitigadas; a relação sexual e os
relacionamentos interpessoais entre o paciente e sua esposa estavam em um nível
satisfatório até o surgimento do problema atual.
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4- Transtornos da excitação sexual
Especificar tipo:
Tipo ao longo da vida
Tipo adquirido
Especificar tipo:
Tipo generalizado
Tipo situacional
Especificar:
Devido a fatores psicológicos
Devido a fatores combinados
Fonte DSM IV
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A prevalência do transtorno da excitação sexual feminina tende a ser
subestimada. Mulheres que têm disfunção na fase de excitação, muitas vezes,
também apresentam dificuldade em atingir orgasmos.
Muitos fatores psicológicos (por exemplo, ansiedade, culpa e medo) estão
associados ao transtorno da excitação sexual feminina. Em muitas, os transtornos
da fase de excitação estão associados à falta de desejo.
Estudos fisiológicos sobre disfunções sexuais indicam que um padrão
hormonal pode contribuir para a responsividade naquelas com disfunção na fase de
excitação.
Algumas evidências indicam que mulheres com disfunções sexuais estão
menos cientes da excitação fisiológica e experimentam menos calor ou menos
sensibilidade nos genitais.
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Critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno erétil masculino
Especificar tipo:
Tipo ao longo da vida
Tipo adquirido
Especificar tipo:
Tipo generalizado
Tipo situacional
Especificar:
Devidos a fatores psicológicos
Devido a fatores combinados
Fonte DSM IV
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Se o transtorno foi adquirido, o homem já alcançou a penetração vaginal em
algum momento de sua vida sexual, mas depois se tornou incapaz de fazê-lo. No
tipo situacional, é capaz de ter coito em certas circunstâncias, mas não em outras;
por exemplo, pode ter um desempenho satisfatório com uma prostituta, mas ser
impotente com a esposa.
Suas causas podem ser orgânicas ou psicológicas, ou ainda uma
combinação de ambas, mas em homens jovens e de meia-idade a causa costuma
ser psicológica. A obtenção da história detalhada é de importância primária para se
determinar a causa da disfunção. Se o homem relata ter ereções espontâneas em
momentos nos quais não planeja ter relação sexual, ereções matinais, boas ereções
com masturbação ou com outras parceiras que não sua parceira habitual, as causas
orgânicas da impotência podem ser consideradas insignificantes, e procedimentos
diagnósticos dispendiosos podem ser evitados.
O transtorno erétil masculino causado por uma condição médica geral ou por
uma substância farmacológica será discutido mais à frente.
Freud atribuiu um tipo de impotência à incapacidade de conciliar em relação
à mulher, sentimentos de afeição com sentimentos de desejo por ela. Homens com
tais sentimentos conflitantes podem funcionar somente com mulheres que veem
como desvalorizadas.
Outros fatores citados como influentes na impotência incluem um superego
punitivo, incapacidade de confiar e sentimentos de inadequação ou sensação de não
ser desejável como parceiro. O homem pode ser incapaz de expressar impulsos
sexuais em virtude de medo, ansiedade, raiva ou proibições morais.
Em um relacionamento estabelecido, a impotência pode refletir dificuldades
entre os parceiros, em especial quando o homem não consegue comunicar suas
necessidades ou raiva de forma direta e construtiva. Além disso, os episódios de
impotência são reforçadores, com o aumento da ansiedade antes de cada encontro
sexual.
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- Caso clínico (Fonte: DSM IV casos clínicos)
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O exame físico do casal não revelou anormalidades e não havia evidências
de que qualquer um dos parceiros fosse persistentemente deprimido.
5- Transtorno do orgasmo
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Critérios diagnósticos do DSM IV para transtorno do orgasmo feminino
Especificar tipo:
Tipo ao longo da vida
Tipo adquirido
Especificar tipo:
Tipo generalizado
Tipo situacional
Especificar tipo:
Devido a fatores psicológicos
Devido a fatores combinados
DSM IV
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O transtorno do orgasmo feminino é definido pela incapacidade de a mulher
alcançar o orgasmo pela masturbação ou coito. Aquelas que conseguem alcançar o
orgasmo por meio de um desses métodos não são, necessariamente, consideradas
como anorgásticas, embora alguma inibição sexual pode ser detectada.
Pesquisas sobre a fisiologia da resposta sexual feminina mostraram que os
orgasmos causados pela estimulação do clitóris e aqueles causados pela
estimulação da vagina são fisiologicamente idênticos.
A teoria de Freud de que as mulheres devem abandonar a sensibilidade
clitoriana em prol da vagina para alcançar a maturidade sexual atualmente é
considerada equivocada; mas algumas mulheres relatam obter uma sensação
especial de satisfação com o orgasmo propiciado pelo coito. Alguns estudiosos
atribuem isso ao sentimento psicológico de intimidade engendrado pelo ato do coito,
mas outros sustentam que o orgasmo gerado pelo coito é uma experiência
fisiologicamente diferente. Muitas mulheres atingem o orgasmo durante o coito com
uma combinação de estimulação manual do clitóris e da estimulação peniana
vaginal.
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Numerosos fatores psicológicos estão associados com o transtorno
orgástico feminino. Esses incluem, entre outros, rejeição pelo parceiro sexual,
temores de danos à vagina; hostilidade para com os homens; e sentimentos de
culpa com relação aos impulsos sexuais.
Para algumas mulheres, o orgasmo é equivalente a uma perda do controle
sobre si, ou a um comportamento agressivo, destrutivo ou violento. O temor desses
impulsos pode ser expresso através da inibição da excitação ou do orgasmo. As
expectativas culturais e restrições sociais que pesam sobre as mulheres também
são relevantes. Muitas cresceram acreditando que o prazer sexual não é um direito
natural das mulheres ditas “decentes”.
As mulheres não-orgásticas podem não ter outros sintomas ou podem ter
experiências frustrantes de várias maneiras, incluindo queixas pélvicas, como dor
abdominal inferior e corrimento vaginal, bem como aumento da tensão, irritabilidade
e fadiga.
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Critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno do orgasmo masculino
Especificar tipo:
Tipo ao longo da vida
Tipo adquirido
Especificar tipo:
Tipo generalizado
Tipo situacional
Especificar tipo:
Devido a fatores psicológicos
Devido a fatores combinados
Fonte: DSM IV
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No transtorno do orgasmo masculino, o homem não alcança a ejaculação
durante o coito ou o faz com grande dificuldade.
Alguém com o tipo ao longo da vida nunca foi capaz de ejacular durante o
coito. O transtorno diagnosticado como adquirido se desenvolve após um
funcionamento anterior normal.
Alguns pesquisadores pensam que orgasmo e ejaculação devem ser
diferenciados, em especial no caso de homens que ejaculam, mas se queixam de
sensação subjetiva de prazer diminuída ou ausente durante a experiência orgástica.
A incidência deste transtorno é muito mais baixa do que a de ejaculação
precoce ou impotência. O tipo ao longo da vida indica psicopatologia grave. O
paciente pode pertencer a uma família rígida e puritana, pode perceber o sexo como
pecaminoso e os genitais como sujos. Pode ainda, ter desejos incestuosos
conscientes ou inconscientes e culpa.
Em geral, apresenta dificuldade com a proximidade não apenas na relação
sexual, mas também em outras áreas. Em alguns casos, a condição é agravada pelo
transtorno de déficit de atenção, no qual a falta de concentração impede uma
estimulação suficiente para a ocorrência do clímax.
Em um relacionamento estabelecido, o transtorno do orgasmo masculino
adquirido tende a refletir dificuldades interpessoais. O transtorno pode ser a forma
de o homem enfrentar mudanças reais ou fantasiosas no relacionamento, tais como
planos de gravidez, em relação ao qual está ambivalente, perda da atração sexual
em relação à parceira ou exigências de mais comprometimento por parte desta,
expressas no desempenho sexual. Em alguns casos, a incapacidade de ejacular
pode ser também, a expressão de uma hostilidade não-expressa em relação à
mulher.
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- Ejaculação precoce: é caracterizada pelo alcance do orgasmo e a
ejaculação antes do esperado de forma frequente ou persistente.
Especificar tipo:
Tipo ao longo da vida
Tipo adquirido
Especificar tipo:
Tipo generalizado
Tipo situacional
Especificar tipo:
Devido a fatores psicológicos
Devido a fatores combinados
Fonte: DSM IV
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homem um ejaculador precoce quando não é capaz de controlar a ejaculação
durante a penetração pelo tempo suficiente para satisfazer sua parceira em pelo
menos metade de seus episódios de coito.
Como as outras disfunções, a ejaculação precoce não é diagnosticada
quando causada exclusivamente por fatores orgânicos ou quando é secundária a
qualquer outra síndrome psiquiátrica.
Alguns pesquisadores dividem os que são acometidos pela ejaculação
precoce em dois grupos: aqueles que são fisiologicamente predispostos a um clímax
rápido em razão do menor tempo de latência dos nervos e aqueles com uma causa
psicológica.
A dificuldade de controle ejaculatório pode estar associada à ansiedade em
relação ao ato sexual, com medo inconsciente da vagina ou um aprendizado cultural
negativo em relação ao coito.
Homens cujos primeiros contatos sexuais ocorreram em grande parte com
prostitutas que exigiram que o ato acontecesse rapidamente; ou em situações nas
quais serem descobertos seria embaraçoso (por exemplo, no banco traseiro do
carro) podem ter sido condicionados a atingir o orgasmo de forma mais rápida.
Em jovens, o problema pode resolver-se com o tempo. Em relacionamentos
estabelecidos, a parceira tem maior influência no ejaculador precoce, e um
casamento estressante exacerba o transtorno.
A história do desenvolvimento e a psicodinâmica, encontradas no transtorno
de ejaculação precoce e na impotência são semelhantes.
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6- Transtornos sexuais dolorosos
Especificar tipo:
Tipo ao longo da vida
Tipo adquirido
Especificar tipo:
Tipo generalizado
Tipo situacional
Especificar tipo:
Devido a fatores psicológicos
Devido a fatores combinados
Fonte: DSM IV
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A dispareunia é a dor genital recorrente ou persistente que se manifesta
tanto em homens como em mulheres, durante ou após o ato sexual. É muito mais
comum em mulheres, e, muitas vezes, coincide com o vaginismo. Episódios
repetidos de vaginismo podem levar à dispareunia, e vice-versa, e, em qualquer um
dos casos, as causas somáticas devem ser descartadas.
A dispareunia não deve ser diagnosticada quando for encontrada uma base
orgânica para a dor ou quando for causada exclusivamente por vaginismo ou pela
falta de lubrificação.
Na maioria dos casos, os fatores dinâmicos são relevantes. A dor pélvica
crônica é uma queixa comum em mulheres com história de estupro ou abuso sexual
na infância. O coito doloroso pode resultar de tensão e ansiedade em relação ao ato
sexual, que fazem com que os músculos vaginais sejam contraídos de forma
involuntária. A dor é real e torna o ato sexual desagradável ou insuportável, e a
antecipação dessa dor pode fazer com que a mulher evite o coito. Se o parceiro
continua a relação sexual, a despeito do estado de prontidão da mulher, a condição
é agravada.
A dispareunia também pode ocorrer em homens, mas é incomum e costuma
estar associada a uma condição orgânica, como herpes, prostatite ou doença de
Peyronie, que consiste em placas escleróticas no pênis que causam sua curvatura.
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- Vaginismo: é a contratura muscular involuntária do terço externo da
vagina que interfere na penetração peniana e no ato sexual.
Especificar tipo:
Tipo ao longo da vida
Tipo adquirido
Especificar tipo:
Tipo generalizado
Tipo situacional
Especificar tipo:
Devido a fatores psicológicos
Devido a fatores combinados
Fonte: DSM IV
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O vaginismo é menos prevalente do que o transtorno do orgasmo feminino.
Com maior frequência, aflige mulheres escolarizadas ou membros de grupos
socioeconômicos privilegiados. Mulheres com o transtorno podem desejar o coito de
forma consciente, mas inconscientemente impedir a entrada do pênis. Um trauma
sexual, como um estupro, pode causar a condição, pois mulheres com conflitos
psicossexuais podem perceber o pênis como uma agressão.
Em alguns casos, a dor, ou a sua antecipação, na primeira experiência
causa vaginismo. Clínicos observaram que uma criação religiosa estrita na qual o
sexo é associado ao pecado é frequente nestas pacientes.
Outras mulheres têm problemas em relacionamentos duais e quando se
sentem emocionalmente “abusadas” pelos parceiros, podem protestar
inconscientemente, dessa forma não-verbal.
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Selecionar código e termos com base na disfunção sexual predominante:
Nota para codificação: Incluir o nome da condição médica geral no Eixo I, por
exemplo, transtorno erétil masculino devido ao diabete melito; codificar também a
condição médica geral no Eixo III.
Fonte: DSM IV
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- Disfunção erétil masculina devido a uma condição médica geral: a
incidência do transtorno erétil masculino psicológico, em oposição ao orgânico, tem
sido o foco de muitos estudos. Estatísticas indicam que entre 20 e 50% dos casos
têm base orgânica.
- Doenças cardiovasculares
Doença aterosclerótica
Aneurisma da aorta
Síndrome de Leriche
Insuficiência cardíaca
- Distúrbios hepáticos
Cirrose (geralmente associada à dependência de álcool)
- Distúrbios pulmonares
Insuficiência respiratória
- Genéticas
Síndrome de Klinefelter
Anormalidades penianas estruturais e vasculares congênitas
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- Distúrbios nutricionais
Desnutrição
Deficiência de vitaminas
- Transtornos endócrinos
Diabete melito
Disfunção do eixo hiofisário-adrenal-testicular
Acromegalia
Doença de Addison
Adenoma cromófobo
Neoplasia adrenal
Mixedema
Hipertiroidismo
- Distúrbios neurológicos
Esclerose múltipla
Mielite transversa
Doença de Parkinson
Epilepsia do lobo temporal
Doenças traumáticas e neoplásicas da medula espinal
Tumor no sistema nervoso central
Esclerose lateral amiotrófica
Neuropatia periférica
Paresia geral
- Fatores farmacológicos
Álcool e outras substâncias indutoras de dependência (heroína, metadona,
morfina, cocaína, anfetaminas e barbitúricos)
Drogas prescritas (psicotrópicos, agentes anti-hipertensivos, estrógenos e
antiandrógenos)
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- Envenenamento
Chumbo
Herbicidas
- Procedimentos cirúrgicos
Prostatectomia
Ressecção abdominal-perinal do colo
Simpatectomia (frequentemente interfere na ejaculação)
Cirurgia aortolíaca
Cistectomia radical
Linfadenectomia retroperitoneal
- Outras
Radioterapia
Fratura pélvica
Qualquer doença sistêmica grave ou condição debilitante
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- Transtorno do desejo sexual hipoativo devido a uma condição médica
geral: o desejo costuma diminuir após uma doença grave ou cirurgia, em especial
quando a imagem corporal é afetada por procedimentos como mastectomia,
ileostomia, histerectomia e prostatectomia.
Doenças que exaurem a energia da pessoa, condições crônicas que exigem
adaptação física e psicológica e doenças sérias que causam depressão podem
diminuir de forma acentuada o desejo sexual tanto em homens quanto em mulheres.
Drogas que inibem o sistema nervoso central (SNC) ou reduzem a produção
de testosterona podem diminuir o desejo.
- Antidepressivos tricíclicos
Imipramina (Tofranil)
Clomipramina (Anafranil)
Nortriptilina (Aventyl)
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- Inibidores da monoaminoxidase
Tranilcipromina (Parnate)
Fenelzina (Nardil)
Isocarboxazida (Marplan)
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- Outra disfunção sexual masculina devido a uma condição médica
geral: quando outra característica disfuncional é predominante (por exemplo,
transtorno do orgasmo) ou quando não há uma única característica mais evidente, é
usada a categoria outra disfunção sexual masculina devido a uma condição médica
geral.
O transtorno do orgasmo masculino pode ter causas fisiológicas e ocorrer
após cirurgias no trato geniturinário, como a prostatectomia. Também pode estar
associado à doença de Parkinson e outros distúrbios neurológicos que envolvam a
seção lombar ou sacral de medula espinal.
A droga anti-hipertensiva monossulfato de guanetidina (Ismelin), a metildopa
(Aldomet), fenotiazinas, as drogas tricíclicas e os inibidores seletivos da recaptação
de serotonina (ISRSs), entre outros, foram implicados na ejaculação retardada.
O transtorno do orgasmo masculino também deve ser diferenciado da
ejaculação retrógada, na qual a ejaculação ocorre, mas o fluido seminal passa para
a bexiga. Esta sempre tem causa orgânica, pode se desenvolver após uma cirurgia
geniturinária e também está associada a medicamentos com efeitos anticolinérgicos
adversos como as fenotiazinas, em especial a tioridazina (Mellaril).
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- Inibidores da monoaminoxidase
Tranilcipromina (Parnate) + -
Fenelzina (Nardil) + +
Pargilina (Eutonyl) - +
Isocarboxazida (Marplan) - +
- Antipsicóticos
Flufenazina (Prolixin) + -
Tioridazina (Mellaril) + +
Clorprotixeno (Taractan) - +
Mesoridazina (Serentil) - +
Ferfenazina (Trilafon) - +
Trifluoperazina (Stelazine) - +
Reserpina (Serpasil) + +
Haloperidol (Haldol) - +
-Agente antiansiedade
Clordiazepóxido (Librium) - +
-Drogas anti-hipertensivas
Clonidina (Catapres) + -
Metildopa (Aldomet) + +
Espironolactona (Aldactone) + -
Hidroclorotiazida + -
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Guanetidina (Ismelin) + +
-Outras drogas
Agentes antiparkinsoanos + +
Clofibrato (Atromid-S) + -
Digoxina (Lanoxin) + -
Glutemida (Doriden) + +
Indometacina (Indocina) + -
Pentolamina (Regitine) - +
Propanolol (Inderal) + -
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8- Disfunção sexual induzida por substância
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Nota: Este diagnóstico deve ser feito em vez de um diagnóstico de
intoxicação com substância apenas quando a disfunção sexual excede àquela
habitualmente associada à síndrome de intoxicação e quando a disfunção é
suficientemente grave a ponto de indicar atenção clínica independente.
Especificar se:
Com prejuízo do desejo
Com prejuízo da excitação
Com prejuízo do orgasmo
Com dor sexual
Especificar se:
Com início durante a intoxicação: se são satisfeitos os critérios para
intoxicação com a substância e se os sintomas se desenvolvem durante a síndrome
de intoxicação.
Fonte: DSM IV
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O abuso de substâncias recreativas afeta a função sexual de várias formas.
Em pequenas doses, muitas delas melhoram o desempenho sexual, diminuindo a
inibição ou a ansiedade ou causando uma elevação temporária do humor. Com o
uso continuado, no entanto, a turgescência erétil, a capacidade orgástica e a
capacidade ejaculatória se tornam comprometidas.
O abuso de sedativos, ansiolíticos, hipnóticos e, particularmente, opiáceos e
opioides quase sempre deprime o desejo. O álcool pode promover a iniciativa da
atividade sexual removendo inibições, mas também afeta o desempenho. A cocaína
e as anfetaminas produzem efeitos semelhantes. Ainda que não haja evidências
diretas indicando que o impulso sexual é melhorado, os usuários, no início, têm
sentimentos de maior energia e podem tornar-se sexualmente ativos. A disfunção
surge com o tempo, sendo que os homens passam por dois estágios: a experiência
de ereção prolongada sem ejaculação e, posteriormente, a perda gradual da
capacidade erétil.
Pacientes que estão se recuperando de dependência de substâncias podem
necessitar de terapia para reconquistar a função sexual, em parte em virtude do
reajustamento psicológico a um estado de não-dependência.
Muitos abusadores de substâncias sempre tiveram dificuldades com
interações íntimas. Outros, que passaram os anos cruciais do desenvolvimento sob
a influência de uma substância, perderam as experiências que os teriam capacitado
a aprender habilidades sociais e sexuais.
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Quase todos os agentes farmacológicos, em particular aqueles usados na
psiquiatria, foram associados a efeitos na sexualidade. Em homens, esses efeitos
incluem diminuição do impulso sexual, insuficiência erétil (impotência), diminuição do
volume da ejaculação e ejaculação retardada ou retrógada.
Em mulheres, pode ocorrer diminuição do impulso sexual, diminuição da
lubrificação vaginal, orgasmo inibido ou retardado e diminuição ou aumento de
contrações vaginais.
As drogas também podem melhorar as respostas sexuais e aumentar o
impulso sexual, mas isso é menos comum do que os efeitos adversos.
Drogas psicoativas
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Os antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos têm efeitos anticolinérgicos que
interferem na ereção e retardam a ejaculação. Como esses efeitos variam entre os
antidepressivos cíclicos, aqueles com menos efeitos (por exemplo, desipramina
[Norpramin]) produzem menos reações adversas. No caso dos tricíclicos e
tetracíclicos, não foram documentados dados suficientes sobre mulheres, mas
poucas parecem ter qualquer queixa.
Alguns homens relatam maior sensibilidade da glande, que é prazerosa e
não interfere na ereção, embora retarde a ejaculação.
A venlafaxina (Effexor) e os ISRSs quase sempre têm efeitos adversos em
função do aumento nos níveis de serotonina. A diminuição do impulso sexual e a
dificuldade de chegar ao orgasmo ocorrem em ambos os sexos.
Os IMAOs produzem comprometimento da ereção, ejaculação retardada ou
retrógada, secura vaginal e inibição do orgasmo.
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Álcool – O álcool suprime de modo geral a atividade do SNC e, assim, pode
produzir transtornos eréteis em homens. Seu efeito gonadal direto diminui os níveis
de testosterona em homens, mas, de maneira paradoxal, pode produzir um ligeiro
aumento nos níveis de testosterona das mulheres. Esse achado pode explicar os
relatos femininos e aumento da libido após a ingestão de pequenas quantidades de
álcool.
O uso prolongado reduz a capacidade do fígado de metabolizar compostos
estrógenos, o que nos homens produz sinais de feminilização (por exemplo,
ginecomastia como resultado da atrofia testicular).
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9- Disfunção sexual sem outra especificação
Esta categoria inclui disfunções sexuais que não satisfazem os critérios para
qualquer disfunção sexual específica. Exemplos:
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- Orgasmo feminino prematuro: os dados sobre o orgasmo feminino
prematuro são esparsos, e não há uma categoria própria para este transtorno no
DSM IV. Foram relatados casos de pessoas que tomavam antidepressivos (por
exemplo, fluoxetina e clomipramina) e experimentam orgasmos espontâneos
associados a bocejos.
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* Certas práticas resultam no que foi denominado asfixia autoerótica. Nesta,
a pessoa masturba-se enquanto se enforca para aumentar as sensações eróticas e
a intensidade do orgasmo por meio do mecanismo da hipoxia leve. Embora os
praticantes tenham a intenção de libertar-se do laço após o orgasmo, estima-se que
entre 500 e 1000 pessoas morram enforcadas acidentalmente a cada ano. A maioria
dos praticantes são homens, o travestismo com frequência está associado a este
hábito, e a maioria das mortes ocorrem entre adolescentes. Tais práticas
masoquistas em geral estão associadas a transtornos mentais graves, como
esquizofrenia e transtornos maiores de humor.
10- CID-10
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Critérios diagnósticos da CID-10 para disfunção sexual não causada por
transtorno ou doença orgânica
Comentários
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Aversão sexual e ausência de prazer sexual
Aversão sexual
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(2) A ereção ocorre, mas somente nos momentos em que o intercurso
não está sendo considerado.
(3) Ocorre ereção parcial, insuficiente para manter o intercurso, mas não
ereção completa.
(4) Não ocorre qualquer tumescência peniana.
Além disso, para mulheres:
C. Há fracasso de resposta genital, experimentado como insuficiência da
lubrificação vaginal, juntamente com tumescência inadequada dos lábios.
A disfunção assume uma das seguintes formas:
(1) Geral: a lubrificação é insuficiente em todas as circunstâncias
relevantes.
(2) A lubrificação pode ocorrer no início, mas não persiste pelo tempo
suficiente para permitir a penetração peniania confortável.
(3) Situacional: a lubrificação ocorre somente em algumas situações (por
exemplo, com um parceiro, mas não com outro, durante masturbação
ou quando o intercurso vaginal não está sendo cogitado).
Disfunção orgásmica
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Para homens, um dos seguintes pode ocorrer:
• o orgasmo acontece somente durante o sono, nunca durante o estado
de vigília;
• o orgasmo nunca ocorre na presença de parceira;
• o orgasmo se dá na presença de parceira, mas não durante o
intercurso.
Ejaculação precoce
Vaginismo não-orgânico
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(b) qualquer tentativa de contato sexual leva ao medo generalizado e
ao esforço de evitar a penetração vaginal (por exemplo, espasmos
dos músculos adutores das coxas).
Dispareunia não-orgânica
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11- Compreensão Psicodinâmica das Disfunções Sexuais
A pulsão tem raízes biológicas e pode ser afetada por fatores físicos, como
os níveis hormonais, doenças físicas e medicações.
O desejo está mais intimamente ligado a fatores cognitivos conscientes ou
ideacionais. Por exemplo, na presença de um componente pulsional normal, um
sujeito pode não querer fazer sexo em decorrência de proibições religiosas ou por
medo de pegar AIDS.
O terceiro elemento, o motivo, está intimamente relacionado a necessidades
inconscientes de relações de objeto e é o componente com maior probabilidade de
ser o foco da intervenção terapêutica.
O clínico deve avaliar todos os elementos, tentando compreender por que
não estão integrados em um todo funcional. Numerosos fatores podem interferir na
motivação de um sujeito. Um dos cônjuges pode estar tendo um caso extraconjugal
e simplesmente não estar interessado no companheiro. Ou um dos cônjuges pode
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ter um ressentimento e uma raiva crônica em relação ao outro, de forma que as
relações sexuais estão fora de questão.
Problemas no relacionamento não-sexual do casal provavelmente são
responsáveis pela maior parte das situações de inibição do desejo sexual (IDS). As
distorções do parceiro sexual também podem ter um papel importante nos
transtornos da motivação. Em muitos casais que iniciam a terapia sexual ou
conjugal, os cônjuges estão relacionando-se inconscientemente um com o outro
como se o fizessem com o genitor do sexo oposto. Quando isto ocorre, as relações
sexuais podem inconscientemente ser sentidas como incestuosas, de forma que os
parceiros lidam com a ansiedade associada a este tabu por meio da total evitação
do sexo.
Em um caso de terapia sexual, por exemplo, a esposa era altamente
resistente a fazer exercícios. Quando esta resistência foi investigada dinamicamente,
ela foi capaz de admitir frente ao terapeuta que parte dela queria que seu marido
fracassasse na terapia sexual. Ela revelou seu medo de que seu marido se tornasse
um “mulherengo” como seu pai caso ele adquirisse novamente um funcionamento
sexual adequado. Esta distorção transferencial com seu marido ameaçou arruinar o
sucesso da terapia sexual.
Mesmo pessoas solteiras, em terapia ou análise, podem vivenciar ligações
do tipo transferencial com parceiros sexuais em potencial, o que resulta em
transtornos da motivação.
Os temas e dinâmicas que emergem na terapia sexual de orientação
analítica são os mesmos vistos na terapia psicanalítica, tais como sonhos
relevantes, medo de punição, sentimentos agressivos, dificuldade em confiar no
parceiro, medo de intimidade, sentimentos edípicos e medo de mutilação genital.
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12- Casos clínicos
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convencia-se de que ela também iria “livrar-se” dele para ficar com outro homem,
assim como sua mãe o colocou de lado para ficar com seu pai. O Sr. Y tinha medo
de confrontar-se com esta tristeza novamente, o que o levou a evitar os
relacionamentos sexuais.
Este insight também colocou o Sr. Y em contato com uma considerável
ansiedade de castração. Ele percebeu que estava profundamente preocupado com
o fato de que seu pênis pudesse ser machucado durante o sexo, uma preocupação
que ele eventualmente associava a seu medo de retaliação por ter tomado o lugar
do pai na cama de sua mãe.
Caso 2 – Uma viúva de 34 anos apresentou-se para terapia com uma queixa
de vaginismo. Seu casamento de três anos, que não fora consumado, acabou
quando seu marido foi morto em um acidente de carro. Aproximadamente um ano
após ter perdido o marido, a paciente envolveu-se com um homem casado. Ela
estava muito apaixonada por ele e ficava muito excitada durante seus encontros
sexuais. Embora conseguisse atingir o orgasmo pela estimulação manual ou oral,
ela não podia suportar a penetração.
Sentiu-se motivada a procurar ajuda para seu problema – embora nunca
tenha considerado uma terapia quando estava casada, a despeito dos pedidos do
marido para que o fizesse – porque tinha certeza de que seu amante deixaria a
esposa por ela se eles pudessem ter uma experiência mais completa juntos.
O vaginismo da paciente resultava, em parte, de conflitos evolutivos não
resolvidos. Seus pais tinham sido pessoas amorosas, mas rígidas, provenientes de
ambientes socioeconômicos diferentes.
Seus valores frequentemente divergiam. Brigavam constantemente por
causa da filha quando ela entrou na adolescência: a mãe insistia que ela cursasse
um segundo grau voltado para a universidade, enquanto o pai defendia um curso
técnico mais prático. A paciente ficou ao lado da mãe e sentiu que seu pai, a quem
ela sempre percebera como um homem frio, ficara mais distante ainda.
Algumas de suas dificuldades eram consequências de problemas edípicos
não resolvidos: tanto o marido como o amante eram mais de 20 anos mais velhos do
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que ela, e seu amante, refletindo a situação dos pais dela, era casado com uma
mulher mais bem-sucedida do que ele. Além disso, tinha se identificado com alguns
dos sentimentos negativos de sua mãe em relação aos homens. A mãe certa vez
expressara à paciente a esperança de que ela não se casasse. O vaginismo
protegia a paciente da intimidade com os homens, que conscientemente queria, mas
que, inconscientemente, percebia como prejudiciais e perigosos.
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