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6/3/2021 Holly Black: ‘Meus livros são escapistas, mas com um pé na vida real’ | VEJA

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Cultura

Holly Black: ‘Meus livros são escapistas, mas com um pé na vida real’
Em entrevista a VEJA, autora da saga 'O Povo do Ar' conta sobre de onde tira inspiração para criar fantasia – e como é seu
'frustrante' processo de escrita
Por Tamara Nassif, Raquel Carneiro 2 jun 2021, 17h21

ENTRE FADAS E HUMANOS - Holly Black: a autora aplica ensinamentos do mundo real a tramas com seres mágicos - Sharona Jacobs/Divulgação

Autora de sagas de fantasia recorrentes na lista de livros mais vendidos de VEJA, a americana Holly Black, de
49 anos, tem sido um dos escapes favoritos de adolescentes durante a quarentena. Com uma narrativa
envolvente e um universo mágico construído praticamente do zero, a autora de O Povo do Ar oferece ao público
jovem a oportunidade de sentir o mundo real através do inventado: “Meus livros são escapistas, mas re etem a
experiência humana”, conta ela a VEJA por e-mail. Para além da fonte de inspiração, Holly divide o seu
“frustrante” processo de escrita e os primeiros passos que deu no universo da fantasia, já na infância. Con ra a
entrevista abaixo:

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De onde vem sua inspiração para escreverJálivros infanto-juvenis?
é assinante? Entre aqui. x Adoro escrever sobre pessoas que têm os
pés em dois mundos, e adolescentes são isso inerentemente: estão no processo de transição da infância para a
idade adulta. É um momento de tomar grandes decisões sobre quem eles querem ser, e acho que os livros
re etem isso e fazem parte desse processo. E são histórias que se conectam com o mundo real. Histórias sobre
magia são sempre metafóricas e nos permitem falar sobre a realidade, mesmo que de forma enviesada. Os
lobisomens, por exemplo, nos fazem observar a raiva com outros olhos. Changelings (crianças humanas de
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alma feérica) simbolizam o sentimento de não pertencer. Apesar de serem escapistas, meus livros sempre
precisam ter um pé em experiências humanas do mundo real, emocionalmente falando, para serem
ressonantes.

Como é seu processo criativo? Frustrante! Normalmente começo com uma imagem, ou um estado de espírito,
e um ou dois personagens que estão na minha cabeça. Em seguida, tento transformar esses pedacinhos em um
livro, criando o cenário e as regras desse novo sistema mágico, o antagonista e temáticas mais amplas. Requer
muita escrita, revisão, grandes pedaços de texto jogados fora, reformulações, etc. E ele foi bem afetado pela
pandemia: como alguns já sabem, eu vivo na mesma cidade que minha amiga, e às vezes co-autora, Cassandra
Clare. Em tempos pré-pandêmicos, eu costumava trabalhar em uma grande mesa na casa dela, junto com nossa
colega Kelly Link. Neste último ano, no entanto, passei muito tempo escrevendo no meu escritório,
regularmente invadido por meu lho de oito anos que gosta de me mostrar várias coisas. Não vejo a hora de
poder sair de casa e voltar a escrever junto com elas em breve.

Você cresceu em uma mansão vitoriana em Nova Jersey com a sua mãe, uma apaixonada por histórias sobre
fantasmas, fadas, etc. É daí que veio sua paixão por fantasia? Eu sempre amei fantasia, e a possibilidade de
que o mundo é muito maior e mais esquisito do que supomos. Cresci acreditando que o sobrenatural era
possível, o que adicionou doses saudáveis de medo às histórias que me eram contadas, mas também bastante
fascínio. Acho até que fui atraída pela riqueza do folclore em todas as fases da minha vida. Minha mãe, em
particular, tinha um livro ilustrado de história do folclore de fadas, ilustrado por Brian Froud e Alan Lee. Os
desenhos eram assustadores, assim como muitas das histórias, mas eram bonitos também. Isso deixou uma
grande marca em mim, assim como uma coleção de folclore de vampiros que li na mesma época.

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Que impacto esse tipo de história teve durante a sua juventude? Bom, viver em uma casa que caia aos
pedaços e que já parecia ser parte do cenário de uma história mágica certamente impactou a forma com que eu
via o mundo. Eu sempre fui uma criança sonhadora, com a cabeça nas nuvens, mas, principalmente, acho que
essas histórias me zeram querer procurar outros leitores que amavam o que eu amava, com quem eu poderia
conversar sobre fantasia e folclore.

Em O Príncipe Cruel, a protagonista sofre na mão de jovens brigões. Você foi vítima de bullying durante a
adolescência? Acho que nunca fui perguntada sobre isso antes. Sofria bullying constantemente durante a
minha adolescência, em especial entre os 10 e os 13 anos, o que tornou a escola uma experiência
verdadeiramente miserável. Mas esse momento
1 conteúdodarestante.
minha não» inspirou O Príncipe Cruel, apesar da
vidaagora
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fantasia remeter a isso em alguns momentos.

Que tipo de retorno recebe dos fãs, especialmente durante a pandemia? O quão importante é estar em
contato com eles? É muito bom poder conversar com pessoas de todos os lugares do mundo que leem o meu
trabalho, apesar de ser uma distração para escrever! Tento limitar meu tempo online, mas sempre respondo às

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cartas de fãs, mesmo que demore muito. Agora na pandemia, o que eu tenho ouvido é que os livros viraram,
mais do que nunca, uma válvula de escape. Alguns dizem que têm achado difícil ler qualquer coisa durante a
pandemia, enquanto outros estão relendo obras favoritas, como uma espécie de conforto. A literatura foi uma
grande ajuda para mim e para a minha família também – mesmo sem poder estar no mundo lá de fora,
viajamos através dos livros.

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