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Principais direitos assegurados à gestante

No Brasil, entre direitos previstos para a mãe que trabalha, podemos citar, como
principais: 1. Garantia de emprego a contar da confirmação da gravidez até cinco
meses após o parto (art. 10, inciso II, alínea b do ADCT); 2. Licença maternidade de
120 dias, sem prejuízo do salário (art. 392 da CLT); dispensa do horário de trabalho
pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e
outros exames complementares (§ 4º, inciso II do art. 392 da CLT); intervalos para a
amamentação, até que a criança complete 6 meses de idade (art.  396 da CLT); licença
para levar o filho ao médico (art. 473, XI da CLT).

Garantia do emprego da gestante


A estabilidade da gestante está prevista no art. 10, inciso II, alínea b, do Ato das
Disposições Transitórias da Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre a
proibição de dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante desde a
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Caso a norma seja descumprida
pelo empregador, a empregada terá direito à reintegração no emprego, ou a receber os
salários do período da estabilidade.
É necessário esclarecer que a estabilidade se inicia com a gravidez da empregada,
comprovada pelo exame médico ou laboratorial, e não da comunicação do fato ao
empregador, entendimento já pacificado no Tribunal Superior do Trabalho.
A garantia ou estabilidade provisória da gestante representa uma grande conquista das
mulheres, porque seria pouco provável que, nesse período de gestação, ela
conseguisse ser contratada por outro empregador. Além disso, a garantia de
permanência no emprego até 5 meses após o parto concede à mãe um tempo razoável
para se recuperar do parto e, sobretudo, para cuidar da criança nos seus primeiros
meses de vida.
É importante lembrar que o artigo 391 da CLT dispõe que casar ou engravidar não
configuram motivo para rescisão contratual ou restrições ao direito da mulher ao
emprego. Se isso acontecer, o empregador terá que pagar multas que lhe serão
aplicadas pela autoridade do Ministério do Trabalho. O dispositivo busca evitar a
discriminação da mulher no mercado de trabalho em razão da maternidade.
Licença maternidade e salário-maternidade
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 7º, XVIII, assim como a CLT, eu seu
art. 392, asseguram à gestante uma licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo do
emprego e do salário no período. O afastamento, no caso, é obrigatório e o contrato de
trabalho é interrompido. A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu
empregador da data do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o
28º dia antes do parto e a ocorrência deste.
No período da licença, a gestante tem direito a receber os salários integrais,
constituindo o que se denomina "salário-maternidade", benefício de natureza
previdenciária, regulamentado pela Lei n.º 8.213/91 e pelo Decreto 3.048/1999.

Possibilidade de ampliação do período de licença maternidade


A partir da Lei 1.770/08, é possível às empresas privadas aderir, a seu critério, ao
programa "Empresa Cidadã". Nesses casos, as empregadas terão direito de prorrogar a
licença maternidade por 60 dias, quando receberão os salários da própria empresa que,
em troca, poderá deduzir o valor integralmente no Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica.
A licença de seis meses (180 dias) atendeu a recomendações médicas e a uma
reivindicação antiga de diversas entidades de classe e movimentos sociais. De acordo
com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a mãe deve amamentar o bebê por, no
mínimo, seis meses.

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