Você está na página 1de 40

CONCURSO PMERJ 2023 – BANCA IBADE

Língua Portuguesa

Orações Subordinadas Substantivas

QUESTÃO 01
PREFEITURA MUNICIPAL DE BURITIS (MG) / FUCAP / 2019

Todos nós desejamos viver em um mundo melhor, mais pacífico, fraterno e ecológico. O problema é que as
pessoas sempre esperam que esse mundo melhor comece no outro. É comum ouvirmos pessoas falando que
têm boa vontade para ajudar, mas, como ninguém as convida para nada, nem se organizam, então não
podem contribuir como gostariam para um mutirão de limpeza da rua, por exemplo, ou para o plantio de
árvores. Pessoas assim acabam achando mais fácil reclamar que ninguém faz nada, ou que a culpa é dos
governantes ou empresas, mas não se perguntam se estão fazendo a sua parte. Por outro lado, é importante
não ficar esperando a perfeição individual – por isso é inatingível. O fato de que adquirimos consciência
ambiental não nos faz perfeitos.

É necessário que tenhamos o compromisso de ser melhores todo dia, procurando sempre nos superar.

BERNA, Vilmar. Como fazer educação ambiental? (fins pedagógicos adaptado)

Em “O problema é que as pessoas esperam que esse mundo melhor comece no outro”, a oração
destacada é:

A. Coordenada sindética
B. Subordinada substantiva objetiva indireta
C. Subordinada substantiva objetiva direta
D. Subordinada adjetiva

Gabarito: C

Resolução
A questão exige conhecimentos sobre orações coordenadas e subordinadas. Vamos fazer uma breve
revisão?
As orações podem ser divididas em coordenadas, quando forem independentes entre si, ou subordinadas,
quando uma oração é sintaticamente dependente de outra.
> Orações coordenadas: são orações independentes, que possuem sentido completo em si mesmas, e são
ligadas por conjunções coordenativas. Podem ser classificadas como aditivas, adversativas, alternativas,
conclusivas ou explicativas.
1. Aditiva: é introduzida pelas conjunções e, nem (= e não), não só... mas/como (também), bem como.
Comprei não só livros, como cadernos e canetas.
2. Adversativa: é introduzida pelas conjunções mas, porém, contudo, no entanto, entretanto, todavia, não
obstante.
Fui ao cinema, mas estava fechado.
3. Alternativa: é introduzida pelas conjunções ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, já... já.
Ora estudava, ora rezava.
4. Conclusiva: é introduzida pelas conjunções logo, pois (entre vírgulas), portanto, por conseguinte, por isso,
assim, desse modo, então.
Estudou dias e noites a fio; passou, pois, no concurso dos sonhos.
5. Explicativa: é introduzida pelas conjunções porque, porquanto, pois (no início da oração), que.
Choveu, porque a rua está molhada.
As orações subordinadas são divididas em: substantivas, adjetivas e adverbiais.
> Orações subordinadas substantivas: introduzidas pelas conjunções integrantes QUE ou SE, são
dependentes sintaticamente da oração principal. São ditas substantivas porque exercem uma função sintática
típica de substantivo, como: sujeito, objeto direto, objeto indireto, aposto, predicativo, complemento nominal e
agente da passiva. São orações que podem ser substituídas pela palavra isso. Note os exemplos:
1. Oração subordinada substantiva subjetiva:
É claro que o sol vai voltar amanhã. (Isso é claro)
2. Oração subordinada substantiva objetiva direta:
Não sei se ela vai dizer sim. (Não sei isso)
3. Oração subordinada substantiva objetiva indireta:
Desconfio de que alguém use mesóclise hoje em dia. (Desconfio disso)
4. Oração subordinada substantiva completiva nominal:
O aventureiro tem necessidade de descobrir novos horizontes. (Tem necessidade disso)
5. Oração subordinada substantiva apositiva:
Tenho este sonho: que todos passem logo no concurso.
6. Oração subordinada substantiva predicativa:
Nossa intenção é terminar o livro até o fim da semana. (Nossa intenção é essa)
7. Oração subordinada substantiva de agente da passiva:
As vagas foram conquistadas por quem se preparou.
> Orações subordinadas adjetivas: são introduzidas por um pronome relativo e são equivalentes a um adjunto
adnominal. Podem ser restritivas ou explicativas:
1. Oração subordinada adjetiva restritiva: individualiza/restringe o ser, e não pode vir entre vírgulas. Exerce a
função típica de adjunto adnominal.
Meu filho que mora no Brasil estuda para concursos.
2. Oração subordinada adjetiva explicativa: explica, acrescenta informações sobre o ser; vem entre vírgulas e
exerce a função típica de aposto explicativo.
Meu filho, que mora no Brasil, estuda para concursos.
> Orações subordinadas adverbiais: são introduzidas por uma conjunção adverbial e informam uma
circunstância adverbial oracional. Podem ser:
1. Causais: porque, que, porquanto, já que, visto que...
Já que estudei bastante, agora vou descansar um pouco.
2. Comparativas: como, tal qual, assim como...
Corria como um leopardo (corre)
3. Concessivas: embora, posto que, conquanto, ainda que...
Ainda que eu falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
4. Condicionais: se, caso, salvo se, sem que, a não ser que...
Se você é jovem ainda, amanhã velho será, a menos que o coração sustente a juventude que nunca morrerá.
5. Conformativas: conforme, consoante, segundo, como...
Conforme disse, dedique-se aos estudos.
6. Consecutivas: tão que, tanto que, sem que...
Tomei tanto café que não conseguia ficar parado.
7. Finais: para que, a fim de que, porque, de modo que...
Ele queria sair para ver o mar e as coisas que via na televisão.
8. Proporcionais: à medida que, ao passo que...
Quanto mais conheço os homens, mais estimo meus cachorros.
9. Temporais: quando, mal, logo que, assim que...
Quando Ismália enlouqueceu, pôs-se na torre a sonhar...
Feita essa revisão, passemos à questão:
Em "O problema é que as pessoas esperam que esse mundo melhor comece no outro", nota-se que o verbo
"esperam" é transitivo direto, e a oração destacada exerce a função sintática de complemento verbal direto:
quem espera, espera alguma coisa.
OBS. Lembre-se do macete: as orações subordinadas podem ser substituídas por "isto": o problema é que as
pessoas esperam isto.
Nesse sentido, podemos concluir que a oração introduzida pela conjunção integrante "que" é subordinada
substantiva objetiva direta, e a alternativa a ser marcada é a letra C.

QUESTÃO 02
MINAS GERAIS ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS / IBFC / 2019

Ofertas de Aninha (Aos moços)

Eu sou aquela mulher/ a quem o tempo /muito ensinou.


Ensinou a amar a vida./Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota./Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos./Ser otimista.
Creio numa força imanente/ que vai ligando a família humana numa corrente luminosa/ de fraternidade
universal.
Creio na solidariedade humana.
Creio na superação dos erros/ e angústias do presente.
Acredito nos moços.
Exalto sua confiança,/generosidade e idealismo.
Creio nos milagres da ciência e na descoberta de uma profilaxia/ futura dos erros e violências/ do presente.
Aprendi que mais vale lutar/ do que recolher dinheiro fácil. Antes acreditar do que duvidar. (Cora Coralina)
Analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.

I. “Aprendi que mais vale lutar”. A expressão em destaque tem a função sintática de Oração Subordinada
Substantiva Objetiva Direta.

II. “Creio na superação dos erros”. A expressão em destaque tem a função sintática de objeto indireto.

III. “Não desistir da luta”. A expressão em destaque tem a função sintática de complemento nominal.

A. Apenas a afirmativa III está correta.


B. Apenas a afirmativa I está correta.
C. Apenas a afirmativa II está correta.
D. As afirmativas I, II e III estão corretas.

Gabarito: B

Resolução
Trata-se de uma questão sobre Sintaxe. A questão requereu a alternativa correta, fazendo a análise entre
alternativas propostas, observa-se que:
I. “Aprendi que mais vale lutar”. CORRETA -A expressão em destaque tem a função sintática de Oração
Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
Objeto direto: é um complemento verbal.
II. “Creio na superação dos erros”. ERRADA- Complemento nominal- é um termo preposicionado que
completa o sentido de um substantivo abstrato, de um adjetivo ou de um advérbio.
III. “Não desistir da luta”. ERRADA -Objeto indireto/ Objeto indireto: é um complemento verbal precedido de
preposição.
QUESTÃO 03
PREFEITURA MUNICIPAL DE OURO VERDE (SP) / CONSESP / 2017

“Eu queria que você desse uma olhada na carta.”

A oração destacada é uma oração

A. principal.
B. subordinada substantiva objetiva direta.
C. subordinada substantiva objetiva indireta.
D. subordinada substantiva subjetiva.

Gabarito: B

Resolução
Na frase “Eu queria que você desse uma olhada na carta”, notamos a presença da conjunção "que"
estabelecendo uma relação de subordinação entre as orações (ou seja, uma oração não tem sentido sem a
outra, elas são dependentes).

Devemos então analisar a oração iniciada pela conjunção que.

Para descobrir que tipo de oração subordinada ela representa, analisamos a estrutura sintática da frase.

Temos o sujeito "eu", e o verbo "queria".

O verbo querer pede um objeto direto. Portanto, a oração "que você desse uma olhada na carta" cumpre a
função de objeto direto.

Podemos dizer que é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

QUESTÃO 04
SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DA PARAÍBA / IBADE / 2017

O amor romântico prega coisas mentirosas, diz psicanalista

Hamurabi Dias

O amor. Um dia ele chega para todo mundo, acredite você leitor (leitora), ou não. Na contemporaneidade, o
sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro “O Amor Líquido”, transforma a célebre frase marxista -
“tudo que é sólido se desmancha no ar" - em ponto de partida para debater a fragilidade dos laços humanos e
lançar o conceito de “líquido mundo moderno”. Em síntese, o autor traz uma reflexão crítica de como esse
mundo “fluido”, uma das principais características dos compostos líquidos, fragilizou os relacionamentos
humanos. O sociólogo observa que o amor tornou-se, na sociedade moderna, como um passeio no shopping
Center - ícone do capitalismo - e como tal deve ser consumido instantaneamente e usado uma só vez, sem
preconceito. É o que considera a sociedade consumista do amor. Pois bem, é nesta linha fluida, sem
preconceito e destarte liberal, com frases como “Ter parceiro único pode se tornar coisa do passado” e “Variar
é bom, todo mundo gosta”, que a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, crítica do que considera “amor
romântico”, lança os dois volumes do “O Livro do Amor”. “O Livro do Amor” é um estudo que começa desde a
pré-história, seguindo por todos os períodos da humanidade, até chegar à atualidade. “Descobri coisas muito
interessantes, como que o amor é uma construção social, e que em cada época ele se apresenta de uma
forma”, avalia. No século XX, o livro é dividido em três partes. Para a psicanalista o que mudou o amor na
contemporaneidade foram duas invenções: o automóvel e o telefone. “Pela primeira vez na história as
pessoas puderam marcar encontro pelo telefone, mesmo com os moralistas defendendo que era uma
indecência a voz do homem entrar pelo ouvido da mulher”, lembrou. Regina Navarro Lins acredita que muito
dos nossos comportamentos atuais têm origem em períodos históricos passados, como o “amor romântico",
surgido lá... no século XII. “Eu aponto também as tendências de como o amor está se transformando. A
repressão diminuiu, ainda bem. O sexo é da natureza, é desejável, mas a nossa cultura judaico- cristã sempre
viu o sexo com maus olhos. Nos últimos dois mil anos foi visto como algo abominável, a repressão sexual foi
horrorosa”, apontou. Sobre o tão alardeado amor romântico, Lins inicia sua crítica observando o caráter
sub-humano que foi atribuído à mulher ao longo dos anos. “A mulher foi considerada incompetente e burra. O
cavalheirismo é uma ideia péssima para as mulheres.
Gentileza é outra coisa. O cavalheirismo implica sempre em o homem tratar a mulher como se ela fosse
incompetente. Não tem sentido, se observarmos como a mulher foi considerada no passado, até hoje
pessoas defenderem a ideia de que a mulher não pode puxar uma cadeira”, comparou a psicanalista. Regina
Navarro defende também que o amor romântico é baseado na idealização do outro, a invenção de uma
pessoa, atribuindo a ela características que não tem. “Depois passa a vida 'azucrinando' o outro para mudar o
jeito de ser, para se enquadrar naquilo que se imaginou. Esse tipo de amor prega coisas mentirosas, como de
que não existe desejo por mais ninguém, de que os amados vão se completar e nada mais vai faltar, que um
terá todas as suas necessidades completadas pelo outro. É um amor prejudicial, o que critico é o que ele
propõe. As pessoas só vão viver bem em um relacionamento se houver a liberdade de ir e vir", observou.

Disponível em: <http://www.bomdiafeira.com.br/noticias/palcocultural/9534/0+a


mor+rom%C3%A2ntico+prega+coisas+mentirosas,+diz+psican alista&gt;. Acesso em: 23 de outubro de 2017.
(Adaptado).

A oração destacada em “Regina Navarro defende também QUE O AMOR ROMÂNTICO É BASEADO NA
IDEALIZAÇÃO DO OUTRO,” é subordinada:

A. substantiva objetiva indireta


B. substantiva objetiva direta
C. substantiva completiva nominal
D. adjetiva restritiva
E. adverbial causal.

Gabarito: B

Resolução

Para solucionar a questão corretamente são necessários conhecimentos de Língua Portuguesa sobre
Sintaxe, mais especificamente sobre Período Composto por Subordinação.

No enunciado é apresentado o texto intitulado "O amor romântico prega coisas mentirosas, diz psicanalista",
em seguida, tem-se a seguinte oração destacada:
"Regina Navarro defende também que o amor romântico é baseado na idealização do outro"

Então questiona-se: qual a sua relação sintática de subordinação? Vamos analisá-la:

Note que a oração destacada desempenha o papel de objeto direto do verbo transitivo direto "defender",
assim, trata-se de uma oração subordinada substantiva - porque exerce a função sintática de substantivo no
período composto por subordinação - objetiva direta - porque exerce a função de objeto direto da oração
principal.

Logo, a oração classifica-se sintaticamente como: oração subordinada substantiva objetiva direta.
Dessa forma, a alternativa correta é a letra B.
QUESTÃO 05
PREFEITURA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE AVARÉ (SP) / CONSESP / 2016

“Desejo que tenhas sorte.”

A oração acima é subordinada:

A. objetiva indireta.
B. objetiva direta.
C. predicativa.
D. subjetiva.

Gabarito: B

Resolução

Desejo que tenhas sorte.

Nesse caso, desejo é VTD, que exige complemento (objeto direto).

Logo, a oração "que tenhas sorte" exerce a função de objeto direto do verbo "desejo" e é chamada de oração
subordinada substantiva objetiva direta.

Nesse caso, o "que" é uma conjunção integrante que inicia uma oração subordinada substantiva objetiva
direta

Para ajudar na identificação:


Desejo que tenhas sorte
Desejo algo
Desejo ISTO

QUESTÃO 06
PREFEITURA MUNICIPAL DE PASSO DO SOBRADO (RS) / OBJETIVA / 2016

A oração “O garoto perguntou qual era o telefone da moça.” classifica-se como:

A. Subordinada substantiva.
B. Subordinada substantiva objetiva direta
C. Subordinada substantiva completiva nominal.
D. Subordinada substantiva predicativa.

Gabarito: B

Resolução

A questão nos exige conhecimento acerca de Sintaxe do Período Composto.

Primeiramente faremos um breve resumo acerca das funções sintáticas das orações.

Objeto Direto: uma oração exerce a função de objeto direto quando completa o sentido de um verbo sem o
auxílio de preposição. Essa oração recebe a seguinte nomenclatura: oração subordinada substantiva objetiva
direta.
Ex: O candidato falou que não tinha estudado direito.

Objeto Indireto: uma oração exerce a função de objeto indireto quando completa o sentido de um verbo com o
auxílio de preposição. Essa oração recebe a seguinte nomenclatura: oração subordinada substantiva objetiva
indireta.
Ex: Meus pais insistem em fazer a festa.

A oração em questão é classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta, pois completa o
sentido do verbo "perguntou" sem ser introduzida por preposição.

QUESTÃO 07
PREFEITURA MUNICIPAL DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC) / FEPESE / 2017

Analise a oração: A mãe reclamava de que seus esforços não eram recompensados. A oração sublinhada no
período anterior classifica-se como subordinada:

A. adjetiva restritiva.
B. substantiva predicativa.
C. substantiva apositiva.
D. substantiva objetiva direta.
E. substantiva objetiva indireta

Gabarito: E

Resolução

Cabe, em primeiro momento, relembrar alguns conceitos:

VERBO TRANSITIVO - Verbo que necessita obrigatoriamente de um complemento para que o seu sentido
seja completo. Dividi-se em:

VERBO TRANSITIVO DIRETO - Quando se liga ao seu completo diretamente, isto é, SEM intermédio de
preposições. O complemento deste tipo de verbo denomina-se "OBJETO DIRETO".

VERBO TRANSITIVO INDIRETO - Quando se liga ao seu completo INdiretamente, isto é, ATRAVÉS de
preposições. O complemento deste tipo de verbo denomina-se "OBJETO INDIRETO".

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA - São orações que exercem funções que seriam comuns aos
substantivos, como: "sujeito", "objeto direto", "objeto indireto", "complemento nominal", "predicativo" ou
"aposto".

Agora que relembramos isto, ao analisar a oração "A mãe reclamava de que seus esforços não eram
recompensados", pode-se concluir que o verbo "reclamava" é transitivo INdireto (a mãe reclamava "DE que"),
isto é, necessita obrigatoriamente de um objeto indireto para que seu sentido seja completo. Assim sendo, a
oração "de que seus esforços não eram recompensados" é o complemento do verbo "reclamava", tendo a
função de objeto indireto. Logo, se classifica como uma oração subordinada substantiva objetiva indireta.
QUESTÃO 08
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA / CESC UFRR / 2019

Escolha a opção que exemplifica uma oração subordinada substantiva objetiva indireta:

A. Necessito de uma coisa: que trabalhes.


B. Adoro os versos de Camões, que releio sempre.
C. Todas as mulheres aplaudiram, quando as cantoras encerraram o show.
D. Uma vez que você quis assim, nada mais posso fazer.
E. Necessitamos de que trabalhe para o sustento da família.

Gabarito: E

Resolução

Essa questão requer conhecimentos sobre orações subordinadas e orações coordenadas.

O enunciado da questão pede que seja encontrada, nas alternativas, uma oração subordinada substantiva
objetiva indireta.

As orações subordinadas substantivas exercem funções realizadas por sintagmas nominais (substantivos) em
relação à oração principal. São introduzidas por uma conjunção integrante e podem ser substituídas por
"ISSO", o que facilita a identificação da função sintática exercida por elas.

A oração subordinada objetiva indireta exerce a função de objeto indireto para um termo da oração principal
(verbo). Logo, vem SEMPRE precedida de preposição, pois objeto indireto é um complemento verbal
preposicionado. Ex: Melissa não gosta de que lhe mande estudar. (Melissa não gosta disso).

Nesse período, a oração subordinada complementa o verbo transitivo indireto da oração principal
(necessitamos), sendo introduzida por uma preposição (de). Tem-se, assim, uma oração subordinada
substantiva objetiva indireta.

QUESTÃO 09
PREFEITURA MUNICIPAL DE TERRA BOA (PR) / FAU UNICENTRO / 2016

A classificação da oração destacada está correta em todas as opções, EXCETO em:

A. Embora fizesse calor, levei agasalho. (subordinada adverbial concessiva).


B. Os homens cujos princípios não são sólidos acabam se corrompendo. (subordinada adjetiva restritiva).
C. Ele não só foi o melhor do time, mas também fez o gol da vitória. (coordenada sindética aditiva).
D. Ela sabia que ele estava fazendo o certo. (subordinada substantiva objetiva indireta).
E. É bom que você compareça à minha festa. (subordinada substantiva subjetiva).

Gabarito: D

Resolução

A oração inserida pelo pronome relativo QUE não está precedida de preposição, logo se trata de uma oração
subordinada substantiva objetiva direta. Substituindo a oração a partir do pronome relativo por ISSO temos:

Ela sabia o quê? Ela sabia ISSO - ausência de preposição.


Orações Subordinadas Substantivas são orações que exercem papel de substantivo, podendo ser
encontradas nas frases com funções de sujeito, complemento, objeto, predicado e aposto.

QUESTÃO 10
PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMEIRA (PR) / FAU UNICENTRO / 2016

“Tronquinho e Pão de Queijo” estreia nesta segunda-feira no Gloob

Animação nacional, terceira do canal, trata da busca pela felicidade.

Antes de morrer, o avô de Tronquinho pede que o neto, um menino de 10 anos, cumpra uma promessa
importante: encontrar a felicidade. Essa é a busca incessante do garoto nos 26 episódios de “Tronquinho e
Pão de Queijo”, animação que o Gloob estreia nesta segunda-feira, às 15h45m.
Parceria do canal com a Gava Produções e coprodução da Rio Filme, o desenho, uma comédia de aventura,
reitera a proposta do Gloob de investir no produto nacional: em 2013, o canal lançou “Osmar — A primeira
fatia do pão de forma”, e em julho deste ano foi a vez de “SOS Fada Manu”.
— Desde que o canal foi lançado, em 2012, nós apostamos na produção nacional, parte de uma identificação
que queremos gerar com nosso público e que acontece através da produção local. Temos uma plataforma de
recebimento de projetos e aceitamos aqueles que têm registro na Ancine — explica Paula Taborda, gerente
de conteúdo e programação do Gloob.
A história do menino Tronquinho foi criada por Rodrigo Gava e Eduardo Campos há tempos e demorou dois
anos para ser produzida para o Gloob. Inicialmente, a ideia da dupla era transformar as aventuras do
personagem em um curta-metragem. Mas os planos não foram adiante.
— Na nossa cabeça, o personagem seria muito burro. Só que a ideia não evoluiu, não fizemos o filme, e
achamos que ele não seria interessante para uma animação. Então, transformamos Tronquinho num menino
ingênuo que tem, como contraponto, seu cachorrinho Pão de Queijo, superinteligente — adianta Rodrigo.
Munido de um mapa mágico, Tronquinho vai atrás da tal felicidade anunciada pelo avô, sem imaginar que se
trata de um sentimento. Por isso, ele procura em pessoas ou lugares, mas acaba não achando. No meio
dessa caminhada lúdica, ainda se depara com a Bruxa Mocrécia, que atrapalha seus planos.
— Por conta da sua ingenuidade, ele sempre acha que está fazendo a coisa errada, quando está no caminho
certo. A brincadeira é que a cada episódio ele leva a felicidade a quem cruza seu caminho — descreve
Eduardo Campos.
Embora tenha sido desenvolvida com um olho no mercado internacional, “Tronquinho” conserva
características bem brasileiras, como observa Paula Taborda.
— Animação viaja com facilidade para outros países, é algo com o qual as crianças estão acostumadas. Mas
a gente produz localmente com olhar global. Eu trabalho a música, o humor brasileiro, referências nos
cenários... Em “Detetives do prédio azul”, por exemplo, o prédio tem porteiro. E isso é algo muito do Brasil.
Natália Castro, Jornal O Globo

No trecho: “A professora insistiu muito em que os alunos tivessem aulas de recuperação.”, apresenta uma
oração subordinada substantiva:

A. Predicativa.
B. Completiva nominal.
C. Objetiva direta.
D. Subjetiva.
E. Objetiva Indireta.

Gabarito: E
Resolução

A questão cobra o conhecimento dos tipos de orações subordinadas substantivas.

Essas orações são aquelas introduzidas por uma conjunção integrante (que/se) , que podem exercer na
oração principal função de: sujeito, objeto direto, predicado, objeto indireto, aposto, complemento nominal,
etc.

Algumas observações pertinentes para a resolução da questão:


Oração x Período
Oração - É uma frase verbal, toda oração é marcada por um verbo.
Período - É uma frase composta por uma ou mais orações. O período que possui apenas uma oração é
chamado período simples e o período com mais de uma oração é o período composto, cujas orações podem
ser ligadas por coordenação ou subordinação.

Orações Subordinadas substantivas: São iniciadas por uma conjunção integrante (que/se) e sintaticamente
dependentes da oração principal. Veja alguns dos seus tipos:
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: Tem função de Objeto direto do verbo da oração principal.
Ex: "Disse que ela era esforçada."

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta:Tem função de Objeto Indireto do verbo da oração
principal.
Ex: "Desconfio de que ele seja uma má pessoa"

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Subjetiva: Exerce função de sujeito do verbo da oração principal.
Ex: "É importante que se faça exercícios com regularidade."

Oração Subordinada Substantiva Predicativa: Exerce função de predicativo do sujeito do verbo da oração
principal.
Ex: "A intenção é que eu gabarite o teste."

Oração Subordinada Substantiva Apositiva: Tem função de aposto de um termo da oração principal.
Ex: Tenho uma vontade: que eu seja aprovada.

Da análise sintática feita, observa-se que a oração introduzida pela conjunção integrante "que" tem função de
objeto indireto e completa o sentido do verbo transitivo indireto "insistiu" da oração principal.

A professora insistiu muito em (oração principal) / que os alunos tivessem aulas de recuperação. (Oração
Subordinada).

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta:Tem função de Objeto Indireto do verbo da oração
principal. veja o exemplo:
Ex: "Desconfio de que ele seja uma má pessoa"

QUESTÃO 11
PREFEITURA MUNICIPAL DE RAFARD (SP) / INSTITUTO INDEC / 2011

No período: “As pessoas preconceituosas sempre se esquecem de que somos todos mortais”.

A oração destacada classifica-se como:

A. Oração subordinada substantiva objetiva direta


B. Oração subordinada substantiva objetiva indireta
C. Oração subordinada substantiva subjetiva
D. Oração subordinada substantiva completiva nominal

Gabarito: B

Resolução
A questão nos exige conhecimento acerca de Sintaxe do Período.

Primeiramente faremos um breve resumo acerca da função sintática das orações subordinadas substantivas.

Objeto Direto: uma oração exerce a função de objeto direto quando completa o sentido de um verbo sem ser
introduzida por preposição. Essa oração recebe o seguinte nome: oração subordinada substantiva objetiva
direta.
Ex: João falou que estava muito cansado naquela noite.

Objeto Indireto: uma oração exerce a função de objeto indireto quando completa o sentido de um verbo sendo
introduzida por uma preposição. Essa oração recebe o seguinte nome: oração subordinada substantiva
objetiva indireta.
Ex: Meus pais insistem em reclamar de mim.

A oração grifada no enunciado da questão é classificada como oração subordinada substantiva objetiva
indireta, pois completa o sentido do verbo "esquecem" com o auxílio da preposição "de".

QUESTÃO 12
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL / IDECAN / 2014

Relacione adequadamente as classificações das orações subordinadas às respectivas orações.

1. Subjetiva.
2. Objetiva direta.
3. Objetiva indireta.
4. Completiva nominal.
5. Predicativa.
6. Apositiva.

( ) Cada leitura permite que se aprenda algo novo.


( ) Tenho esperança de que a educação melhore.
( ) Lembrei‐me de que já estava atrasado.
( ) Meu desejo é que sejas classificado.
( ) Só quero uma coisa: que leias melhor.
( ) É importante que todos leiam.

A sequência está correta em:

A. 1, 6, 3, 5, 2, 4.
B. 2, 4, 6, 1, 5, 3.
C. 1, 2, 3, 4, 5, 6.
D. 6, 5, 4, 3, 2, 1.
E. 2, 4, 3, 5, 6, 1.

Gabarito: E
Resolução
(2) Cada leitura permite que se aprenda algo novo. Objetiva direta.

A oração destacada completa o sentido do verbo transitivo direto "permite". Quem permite, permite algo.
(4) Tenho esperança de que a educação melhore. Completiva nominal.

A oração destacada completa o sentido do substantivo abstrato "esperança". Quem tem esperança, tem
esperança de algo.
(3) Lembrei‐me de que já estava atrasado. Objetiva indireta.

A oração destacada completa o sentido do verbo transitivo indireto "lembrei-me". Quem se lembra, lembra-se
de algo.

(5) Meu desejo é que sejas classificado. Predicativa.


A oração destacada caracteriza o "desejo" e vem ligada ao verbo de ligação "é", funcionando como
predicativo do sujeito.

(6) Só quero uma coisa: que leias melhor. Apositiva.


A oração destacada exerce função de aposto, explica algo sobre um termo da oração principal, nesse caso, o
que o sujeito quer.

(1) É importante que todos leiam. Subjetiva.


A oração destacada exerce função de sujeito da oração "é importante". O que é importante? Que todos leiam.

As orações subordinadas substantivas são introduzidas por conjunções integrantes (geralmente QUE e SE) e
exercem função substantivas, podendo ser substituídas por ISSO e flexões.

Veja:
- Cada leitura permite isso.
- Tenho esperança disso.
- Lembrei-me disso.
- Meu desejo é esse.
- Só quero uma coisa: isso.
- Isso é importante.

QUESTÃO 13
PREFEITURA MUNICIPAL DE CABO DE SANTO AGOSTINHO (PE) / AOCP / 2010

'Umidificador pode ser tão prejudicial à saúde quanto o ar seco', diz médico.

Aparelho ligado durante toda a noite pode provocar excesso de umidade.

Rede varejista registrou aumento de 561% na venda de aparelho.

O uso excessivo de umidificadores de ar pode ser tão prejudicial à saúde quanto o ar seco, segundo o médico
Clystenes Odyr Soares Silva, pneumologista da Escola Paulista de Medicina. Desde o início do inverno, esse
recurso vem sempre cada vez mais procurado no comércio para amenizar os efeitos do ar seco.

Dados de uma rede varejista, com 597 lojas no país, registraram aumento significativo na venda de
umidificadores de ar desde junho. Se comparado com o mesmo período do ano passado, o mês de junho teve
aumento de 561% na venda dos aparelhos. Em julho, o aumento foi de 528% com relação ao mesmo mês de
2009. A primeira quinzena de agosto registrou 129% de aumento em relação à primeira quinzena de agosto
de 2009.

O pneumologista explica que só existe uma maneira de melhorar o ar seco, que é umidificá-lo. “Por princípio,
qualquer método que melhore a umidade do ar é recomendado, seja ele, por exemplo, com balde de água ou
umidificador de ar”, diz o especialista.

Mas ele explica que os umidificadores de ar requerem atenção, porque podem provocar excesso de
umidificação do ambiente. Segundo ele, um quarto com umidificador ligado 24 horas, por vários dias, pode
levar a um excesso de umidade nas paredes e provocar o aparecimento de mofo e bolor. “Isso para quem tem
problema respiratório é tão ruim quanto o ar seco”, explica.

Por isso, ele não recomenda dormir com o aparelho ligado durante toda a noite e afirma que o ideal seria
ligá-lo com antecedência de três a quatro horas, e desligá-lo ao deitar-se. “Quando a pessoa for para o
quarto, já estará uma situação boa de umidade”, diz. Mas, segundo ele, quem tem o aparelho mais
sofisticado, com o timer, pode programar esse mesmo tempo durante o sono, já que o aparelho desliga
sozinho.

O ar seco, segundo ele, desidrata as mucosas do nariz, garganta e faringe, e pode levar à inflamação. “Por
isso para pessoas com renite, faringite, sinusite e asma, o ar seco também piora a situação”, explica.
Ele diz que medidas mais simples podem ser usadas para hidratar o ar, sem preocupação. Um balde com
água ou uma toalha molhada podem ficar no quarto durante toda a noite. Ele lembra também a importância
da hidratação do corpo. “Beber água e hidratar o nariz com soro também são formas de combater o tempo
seco”, alerta o especialista.

O tempo seco atinge regiões de várias partes do país. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),
a região central do Brasil é a que mais sofre nesta época. Há 110 dias não chove no Distrito Federal e a
umidade relativa do ar chegou a 12% no dia 4 de setembro. Quando o índice fica abaixo dos 30%, a defesa
civil decreta estado de atenção, abaixo dos 20%, é decretado estado de alerta. Segundo o Inmet, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, oeste de São Paulo, Minas Gerais, Piauí, Tocantins, oeste da Bahia e sul
do Pará são os mais afetados pelo inverno seco. O motivo, segundo o instituto, é que, como essas áreas são
afastadas do litoral, o clima é seco e isso favorece a baixa umidade. O bloqueio de massa de ar quente e
seco nessas regiões impede a chegada de chuva, que traria umidade.
http://g1.globo.com

“O motivo, segundo o instituto, é que [...] o clima é seco...”

A oração destacada é

A. subordinada substantiva predicativa.


B. subordinada substantiva completiva nominal.
C. subordinada substantiva subjetiva.
D. subordinada substantiva objetiva indireta.
E. subordinada substantiva objetiva direta.

Gabarito: A

Resolução

A questão exige conhecimento acerca das orações subordinadas substantivas. São 7 tipos: subjetiva, objetiva
direta, objetiva indireta, completiva nominal, predicativa do sujeito, apositiva e agente da passiva.
Para descobrir qual o tipo de oração separe a oração principal, como no exemplo abaixo:
O motivo é [que o clima é seco]

Suj. V.L Or. Sub. Sub.Predicativa


Perceba que temos o SUJEITO e o VERBO DE LIGAÇÃO a única coisa que falta é o PREDICATIVO do
sujeito. (afinal o verbo de ligação liga o sujeito ao seu predicado)

O que estiver faltando será a nossa oração: no caso PREDICATIVA.

Na oração subordinada substantiva predicativa temos um SUJEITO + VERBO DE LIGAÇÃO.


Para descobrir qual o tipo de oração deixarei somente a oração principal abaixo, perceba que temos o
SUJEITO e o VERBO DE LIGAÇÃO a única coisa que falta é o PREDICATIVO do sujeito. (afinal o verbo de
ligação liga o sujeito ao seu predicado)

O motivo é [que o clima é seco]


Suj. V.L Or. Sub. Sub.Predicativa
Logo trata-se de uma oração subordinada substantiva PREDICATIVA.

QUESTÃO 14
PREFEITURA MUNICIPAL DE TABOÃO DA SERRA (SP) / ZAMBINI / 2019

Assinale a alternativa que apresenta uma oração subordinada substantiva predicativa:

A. Ignoramos como se salvaram.


B. Não sou quem você pensa.
C. É bom que você venha.
D. Quem avisa amigo é.

Gabarito: B

Resolução
A questão exige conhecimentos sobre a estruturação do período composto por subordinação,
especificamente sobre a oração subordinada substantiva predicativa, isto é, aquela que funciona como
predicativo do sujeito da oração principal.

O predicativo do sujeito é o termo do predicado que tem a função de atribuir uma qualidade ao sujeito,
normalmente vem ligado ao sujeito através de um verbo de ligação.
Geralmente, o período em que há oração subordinada substantiva predicativa organiza-se da seguinte forma:
sujeito + verbo de ligação + oração subordinada substantiva predicativa.

Em "Não sou quem você pensa.", temos duas orações:


"Não sou" - oração principal, formada por advérbio + sujeito desinencial (eu) + verbo de ligação;
"quem você pensa"- oração subordinada que caracteriza o sujeito da oração anterior, funciona, portanto,
como um predicativo do sujeito.

Desta forma, a oração "quem você pensa" pode ser classificada como oração subordinada substantiva
predicativa.
QUESTÃO 15
PREFEITURA MUNICIPAL DE TREMEMBÉ (SP) / INSTITUTO EXCELÊNCIA / 2019

A classificação em oração subordinada surge quando um determinado período é composto por duas ou mais
orações. Assinale a alternativa CORRETA para a frase abaixo.

“O pior é que ele não estará presente na festa”.

A. Refere-se a oração subordinada substantiva predicativa.


B. Refere-se a oração subordinada substantiva objetiva direta.
C. Refere-se a oração subordinada substantiva adjetiva.
D. Nenhuma das alternativas.

Gabarito: A

Resolução

Analisando a oração apresentada, podemos concluir que a palavra "que" é uma conjunção integrante e inicia
uma oração subordinada substantiva predicativa, exercendo a função de predicativo da oração anterior.
► A conjunção integrante inicia orações substantivas, desempenhando funções típicas de substantivos, como
objeto direto, objeto indireto, sujeito, complemento nominal, predicado, aposto. As conjunções integrantes não
possuem valor semântico próprio e são apenas duas: “que” e “se”.
► Para conseguir identificar que se trata de uma conjunção integrante, basta trocar a oração substantiva "por
isto/isso".
→ “O pior é que ele não estará presente na festa” → "O pior é isso / isso é o pior".

QUESTÃO 16
PREFEITURA MUNICIPAL DE VIRADOURO (SP) / CONSULTORIAEG / 2017

Classifique a oração destacada no período abaixo:

“O importante é que todos estejam aqui logo cedo.”

A. Oração subordinada substantiva predicativa.


B. Oração subordinada substantiva objetiva indireta.
C. Oração subordinada substantiva objetiva direta.
D. Oração subordinada substantiva subjetiva.
E. Oração subordinada substantiva completiva nominal.

Gabarito: A

Resolução

Podemos identificar qual o tipo de oração que está grifada, observando o verbo da oração principal.

O verbo da oração principal é: "É". Esse verbo é de ligação, então seu complemento sempre será um
predicativo do sujeito. Um predicativo do sujeito é aquilo que tem a função de atribuir uma característica ao
sujeito.

Neste caso o sujeito da oração é "o importante" e a característica ligada a ele é "que todos estejam aqui logo
cedo", ou seja, o que está grifado é o importante.
Com isso podemos ver que a oração destacada exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração
principal "É", com isso concluímos que a oração grifada é subordinada substantiva predicativa.

Portanto temos que a alternativa que representa a resposta, é a alternativa A.

QUESTÃO 17
DEPARTAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO DE BAURU (SP) / DAE BAURU / 2016

Em “Meu íntimo desejo é que ele volte urgentemente”, a oração grifada exerce a função sintática de:

A. sujeito;
B. predicativo;
C. objeto indireto;
D. objeto direto;

Gabarito: B

Resolução

A questão nos exige conhecimento acerca de Sintaxe do Período Composto.

A oração grifada acima exerce função sintática de predicativo do sujeito e é classificada como oração
subordinada substantiva predicativa.

Essa classificação se dá pelo fato de a oração sublinhada exprimir uma característica do sujeito.
Além disso, a frase acima apresenta a seguinte estrutura: sujeito, verbo de ligação e predicativo do sujeito.

QUESTÃO 18
DEPARTAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO DE BAURU (SP) / DAE BAURU / 2015

No período abaixo, a oração em destaque é:

“O importante é que ela saiu da depressão”.

A. Oração subordinada substantiva predicativa.


B. Oração coordenada aditiva.
C. Oração subordinada substantiva completiva nominal.
D. Oração coordenada conclusiva.

Gabarito: A

Resolução

A questão exige do candidato o conhecimento a respeito das orações subordinadas.

As orações subordinadas são aquelas que dependem sintaticamente de uma outra oração.

Elas podem ser divididas em: substantivas, adjetivas ou adverbiais.


1) As orações subordinadas substantivas são normalmente iniciadas por uma conjunção integrante. São
orações que desempenham funções sintáticas de sujeito; objeto direto ou indireto; complemento nominal;
aposto; ou predicativo. Para facilitar a sua identificação, um método simples é tentar promover a troca da
oração substantiva pela palavra "isto". Exemplo:
Só quero que você estude. Oração subordinada substantiva objetiva direta. Equivale a: "Só quero isto".
2) As orações subordinadas adjetivas exercem a função de um adjetivo na frase em que se encontram. Elas
podem ser explicativas, quando adicionam uma qualidade acessória e são separadas por vírgulas, ou
restritivas, inseridas sem o uso das vírgulas.

Exemplos:
A mulher gosta de homens que arrumem a casa todos os dias. => oração subordinada adjetiva restritiva.

Os turistas que viajaram ontem estão de partida. => oração subordinada adjetiva restritiva. Aqui, percebe-se
que apenas os turistas que viajaram no dia anterior estão de partida. A ideia é restringida a um determinado
grupo.

Os turistas, que viajaram ontem, estão de partida. Temos aqui uma oração subordinada adjetiva explicativa.
Diferentemente das orações restritivas, aqui o sentido é englobar todos os turistas. Percebe-se que a ideia é
frisar que todos os turistas viajaram ontem, e agora todos estão de partida.
3) Por fim, as orações subordinadas adverbiais apresentam uma relação semântica de circunstância, como
um advérbio, com função sintática de adjunto adverbial da oração principal. Elas podem ser temporais,
causais, concessivas, condicionais, conformativas, finais, proporcionais, comparativas, consecutivas.

Exemplos:
Visitarei meus tios quando terminar a pandemia. => oração subordinada adverbial temporal. A conjunção
"quando" traz a ideia de tempo à oração.

Ele estuda tanto quanto seu irmão mais velho. => oração subordinada adverbial comparativa. Há comparação
entre o método de estudo dos irmãos.

À medida que ficamos mais velhos, tornamo-nos mais experientes. => oração subordinada adverbial
proporcional. Há uma relação direta de proporção entre as duas orações.

Considerando a teoria acima mencionada, vamos à análise da oração do enunciado da questão:

O importante é que ela saiu da depressão.


Temos aqui um exemplo de oração subordinada substantiva, pois a oração pode ser substituída pelo vocábulo
"isto". Veja:

O importante é isto.

Como a oração vem logo após um verbo de ligação, indicando um estado emocional do indivíduo, ela exerce
a função sintática de predicativo do sujeito.

Desse modo, temos uma oração subordinada substantiva predicativa.

QUESTÃO 19
PREFEITURA MUNICIPAL DE ANDRELÂNDIA (MG) / IBGP / 2019

ADOLESCENTES QUE ENGRAVIDAM SOFREM MAIOR RISCO DE PROBLEMAS FÍSICOS,


PSICOLÓGICOS E SOCIAIS

Taxa de filhos de mães adolescentes no Brasil é maior que a média mundial. Adolescentes que engravidam
têm alto risco de uma série de danos, e as mulheres mais pobres são as mais atingidas
Os índices de gravidez na adolescência no Brasil servem para nos lembrar de que ainda temos muitas
dificuldades a enfrentar nessa área. Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)
mostram que, dos quase 3 milhões de nascidos em 2016, 480 mil eram filhos de mães entre 15 e 19 anos,
compondo uma taxa de 16% de todos os nascimentos. Apesar de ter havido uma queda de aproximadamente
20% nesse número em dez anos, ainda temos 68 bebês de mães adolescentes para cada mil meninas entre
15 e 19 anos, enquanto a taxa mundial é estimada em 46 para cada mil meninas dessa faixa etária.

Explicar os motivos que levam a esse cenário não é tão simples, mas os especialistas consultados para esta
reportagem foram unânimes em duas hipóteses: independentemente da classe social, os adolescentes estão
transando cada vez mais cedo. Ao mesmo tempo, falta educação sexual. A preocupação com o uso de
método contraceptivo sempre recai sobre a mulher, e geralmente elas têm conhecimento sobre a importância
de se prevenir. “A grande maioria das gestantes adolescentes tem noção da necessidade de usar métodos
contraceptivos. Sabe que existe camisinha, pílula ou DIU. Mas entre saber e usar, há um abismo”, afirma a
dra. Fernanda Surita, ginecologista do Hospital da Mulher de Campinas-SP. Os profissionais apontam, ainda,
para um fenômeno chamado “pensamento mágico”. O casal dificilmente acredita que a gravidez vá de fato
acontecer com eles. Muitos pensam que “é só uma vez, então não vai acontecer nada”.

A ginecologista dra. Beatriz Barbosa trabalha no Hospital Maternidade Vila Nova Cachoerinha, na zona norte
de São Paulo, desde 2003. Às quartas-feiras ela atende no ambulatório somente gestantes, muitas delas
adolescentes. A médica expressa seu desânimo com a situação, dizendo que muitas vezes se sente como se
“enxugasse gelo”. Apesar do esforço que toda equipe faz para aconselhar as pacientes, principalmente no
pós-parto, ela conta que o risco de atender uma grávida reincidente é alto. Ela se recorda de um episódio de
uma menina que engravidou 10 meses após o primeiro parto. Conta que levou um susto quando viu a ficha
dela em cima da mesa e achou que era um erro. “Mas não era. Foi muito rápido. Mal tinha dado tempo de ela
se recuperar e já ia enfrentar tudo de novo.”

No breve tempo em que fiquei aguardando para entrevistar a médica, encontrei duas garotas que não deviam
ter mais que 15 anos. Tentei conversar com uma delas, que estava acompanhada da mãe, mas sem sucesso.
“Aqui é assim praticamente toda semana. Atendo uma média de 20 pacientes, a grande maioria adolescentes.
Já cheguei a atender uma de 12 anos. Apesar dos índices do Ministério apontarem para uma queda nos
índices de gravidez precoce, na prática clínica não é isso que notamos”, comenta Beatriz.

Muitos ginecologistas acreditam que é preciso reforçar a orientação sobre a necessidade de usar métodos
contraceptivos, principalmente os de longa duração. Isso ajudaria bastante nos casos em que a jovem se
esquece de tomar a pílula. “O SUS oferece o DIU de cobre, mas a adesão é muito baixa e o produto chega
até a vencer nas unidades de saúde”, comenta César Eduardo Fernandes, presidente da Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

ADOLESCENTES GRÁVIDAS SOFREM COM FALTA DE ESTRUTURA


Ser mãe adolescente, sem nenhum tipo de planejamento nem apoio familiar, ocasiona diversos problemas na
vida da gestante e perpetua um ciclo de pobreza e exclusão social difícil de ser quebrado. Adolescentes
pobres têm cinco vezes mais risco de engravidar que as mais ricas. Com filhos, dificilmente elas conseguirão
conciliar os estudos, entrar no mercado de trabalho e ter independência financeira.

Muitas atrasam o pré-natal (momento extremamente importante para garantir a integridade física do bebê)
porque não se sentem preparadas para contar para a família que estão grávidas. Dessa maneira, a janela
para identificar e resolver algum problema de saúde potencialmente grave, como sífilis, fica limitada, o que
aumenta ainda mais o risco de instabilidade dali em diante. Ao mesmo tempo, elas ainda são muito jovens,
então elas demonstram preocupações quase infantis. “Elas chegam assustadas e com algumas dúvidas que
não condizem com a situação. Perguntam ‘mas como esse bebê vai sair daqui?’”, afirma Beatriz Barbosa.
Tanto o Hospital Cachoeirinha, em São Paulo, como o Hospital da Mulher, em Campinas, promovem
atendimento especializado multidisciplinar para dar suporte a essas gestantes. As áreas de nutrição (a
maioria chega abaixo do peso e desnutrida), de assistência social e de psicologia são as mais acionadas.

Apesar de cada uma abordar uma vertente, todas procuram identificar se a garota não foi vítima de violência
sexual. “Estabelecemos um acolhimento para entender, primeiramente, a dinâmica familiar em que a jovem
está inserida. Depois disso, tentamos inseri-la em políticas públicas como bolsa família, cesta básica
emergencial, cursos para gestante etc.”, explica Dalva Rossi, assistente social do Hospital da Mulher de
Campinas.

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E POUCO DIÁLOGO EM CASA


Nem todos os adolescentes que têm filhos muito cedo apresentam histórico de desestruturação familiar, mas
é muito comum serem prole de gerações que também tiveram filhos antes dos 20 anos. A falta de conversa
sobre sexo em casa também costuma ser tradição nessas famílias.
Eles não conversam sobre o assunto em casa e, provavelmente, nem na escola. Na verdade, o ensino sobre
os temas sexualidade e prevenção da gravidez sofreu grande retrocesso no país em meados de 2011,
quando se instaurou uma polêmica envolvendo o material educativo Escola sem Homofobia (que ficou
tachado de “kit gay”). Na época, todo o suporte didático que era distribuído desde 2003 para crianças a partir
dos 12 anos foi recolhido sob a justificativa de que “incentivavam o homossexualismo (sic) e a
promiscuidade”. “Falta espaço para discutir sexualidade porque ainda a encaramos como tabu. Os pais
acham que se falarem com os filhos sobre o assunto vão estimular a relação sexual precoce, o que é um
mito”, afirma Rossi.

RISCOS DE UMA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Além do aspecto social, a gravidez na adolescência está associada a uma série de riscos à saúde da mulher
e do bebê. Elevação da pressão arterial (eclâmpsia e pré-eclâmpsia) com risco de crises convulsivas são
alguns dos problemas que podem acometer a grávida muito jovem com maior frequência que em outras
faixas etárias.

Entre os agravos mais comuns no bebê, estão a prematuridade e o baixo peso ao nascer. “O índice de
mortalidade entre filhos de mães adolescentes é muito alto. Cerca de 20% da mortalidade infantil no Brasil
decorrem do óbito precoce de bebês nascidos de mães entre os 15 e 19 anos”, destaca a dra. Evelyn
Eisenstein, membro do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Qualquer pessoa consegue imaginar a desorganização que ter filhos de forma não planejada pode provocar
na vida. No caso específico de mulheres jovens, cada uma dessas condições é um agravante com alto
impacto no futuro de famílias que provavelmente já se encontram em situação vulnerável. Como acontece na
maioria das vezes quando tratamos questões envolvendo pessoas socialmente mais vulneráveis, o mais
eficaz é concentrar os esforços em políticas públicas na prevenção.

Sobre o autor: Juliana Conte é jornalista, repórter do Portal Dráuzio Varella desde 2012. Interessa-se por
questões relacionadas a manejo de dores, atividade física e alimentação saudável.
Disponível em:
https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/adolescentes-que-engravidam-sofrem-maior-risco-de-problemas-
fisicos-psicologicose-sociais/ Acesso em: 21 de maio 2019.

A classificação das orações em destaque SÓ foi corretamente identificada em:

A. Os índices de gravidez na adolescência no Brasil servem para nos lembrar de que ainda temos muitas
dificuldades a enfrentar nessa área. [Oração subordinada substantiva objetiva direta].
B. O casal dificilmente acredita que a gravidez vá de fato acontecer com eles. [Oração subordinada
adjetiva restritiva]
C. Ela se recorda de um episódio de uma menina que engravidou 10 meses após o primeiro parto.
[Oração subordinada adverbial temporal].
D. [...] foi recolhido sob a justificativa de que “incentivavam o homossexualismo (sic) e a promiscuidade”.
[Oração subordinada substantiva completiva nominal].

Gabarito: D

Resolução

Esta questão trabalha com a classificação de orações subordinadas.

Vamos revisar as seguintes categorias de oração:


- Orações subordinadas adjetivas restritivas;
- Orações subordinadas substantivas completivas nominais;
- Orações subordinadas substantivas objetivas diretas;
- Orações subordinadas substantivas objetivas indiretas.

A oração "de que incentivavam o homossexualismo" pode ser classificada como oração subordinada
substantiva completiva nominal, pois atua como um complemento nominal para o termo "justificativa".

Orações subordinadas substantivas são orações iniciadas por conjunções integrantes (que ou se), que
desempenham a função de substantivo, podendo possuir diversas funções sintáticas dentro do período.
Lembre-se: uma técnica para verificar se a oração apresenta a função de substantivo é substituí-la por um
pronome demonstrativo como "isso":
foi recolhido sob a justificativa disso.

QUESTÃO 20
CÂMARA MUNICIPAL DE PALMAS DO TOCANTINS (TO) / COPESE (UFT) / 2018

Leia o texto a seguir e responda a questão.

A carteira
…De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de
alguns instantes.

Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:
— Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
— É verdade, concordou Honório envergonhado.

Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de pagar amanhã uma dívida,
quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo recheado. A dívida não parece grande para um
homem da posição de Honório, que advoga; mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as
circunstâncias, e as dele não podiam ser piores. Gastos de família excessivos, a princípio por servir a
parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida da solidão; baile daqui, jantar dali, chapéus,
leques, tanta cousa mais, que não havia remédio senão ir descontando o futuro. Endividou-se. Começou
pelas contas de lojas e armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro, quinhentos a
outro, e tudo a crescer, e os bailes a darem se, e os jantares a comerem-se, um turbilhão perpétuo, uma
voragem.

— Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar da casa.
— Agora vou, mentiu o Honório.

A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes remissos; por desgraça perdera
ultimamente um processo, em que fundara grandes esperanças. Não só recebeu pouco, mas até parece que
ele lhe tirou alguma cousa à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas nos jornais.

D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher, bons ou maus negócios. Não contava nada a
ninguém. Fingia-se tão alegre como se nadasse em um mar de prosperidades. Quando o Gustavo, que ia
todas as noites à casa dele, dizia uma ou duas pilhérias, ele respondia com três e quatro; e depois ia ouvir os
trechos de música alemã, que D. Amélia tocava muito bem ao piano, e que o Gustavo escutava com indizível
prazer, ou jogavam cartas, ou simplesmente falavam de política. [...]

Eram cinco horas da tarde. Tinha-se lembrado de ir a um agiota, mas voltou sem ousar pedir nada. Ao enfiar
pela Rua da Assembleia é que viu a carteira no chão, apanhou-a, meteu no bolso, e foi andando.

Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando, andando, andando, até o Largo da
Carioca. No Largo parou alguns instantes, – enfiou depois pela Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na
Rua Uruguaiana. Sem saber como, achou-se daí a pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem
saber como, entrou em um Café. Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando para fora. Tinha medo
de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a
causa principal das reflexões, a consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não
lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de censura. Podia
lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não
podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham
os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam mesmo a
dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, ninguém iria entregar-lha; insinuação que lhe deu ânimo.

Tudo isso antes de abrir a carteira. Tirou-a do bolso, finalmente, mas com medo, quase às escondidas;
abriu-a, e ficou trêmulo. Tinha dinheiro, muito dinheiro; não contou, mas viu duas notas de duzentos mil-réis,
algumas de cinquenta e vinte; calculou uns setecentos mil réis ou mais; quando menos, seiscentos. Era a
dívida paga; eram menos algumas despesas urgentes. Honório teve tentações de fechar os olhos, correr à
cocheira, pagar, e, depois de paga a dívida, adeus; reconciliar se-ia consigo. Fechou a carteira, e com medo
de a perder, tornou a guardá-la.

Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a, com vontade de contar o dinheiro. Contar para quê? era dele?
Afinal venceu-se e contou: eram setecentos e trinta mil-réis. Honório teve um calafrio. Ninguém viu, ninguém
soube; podia ser um lance da fortuna, a sua boa sorte, um anjo... Honório teve pena de não crer nos anjos...
Mas por que não havia de crer neles? E voltava ao dinheiro, olhava, passava-o pelas mãos; depois, resolvia o
contrário, não usar do achado, restituí-lo. Restituí-lo a quem? Tratou de ver se havia na carteira algum sinal.
"Se houver um nome, uma indicação qualquer, não posso utilizar-me do dinheiro," pensou ele.

Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu, bilhetinhos dobrados, que não leu, e por fim
um cartão de visita; leu o nome; era do Gustavo. Mas então, a carteira?... Examinou-a por fora, e pareceu-lhe
efetivamente do amigo. Voltou ao interior; achou mais dous cartões, mais três, mais cinco. Não havia duvidar;
era dele.

A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro, sem praticar um ato ilícito, e, naquele caso,
doloroso ao seu coração porque era em dano de um amigo. Todo o castelo levantado esboroou-se como se
fosse de cartas. Bebeu a última gota de café, sem reparar que estava frio. Saiu, e só então reparou que era
quase noite. Caminhou para casa. Parece que a necessidade ainda lhe deu uns dous empurrões, mas ele
resistiu.
"Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso fazer."
Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco preocupado e a própria D. Amélia o parecia também.
Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava alguma cousa.
— Nada.
— Nada?
— Por quê?
— Mete a mão no bolso; não te falta nada?
— Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso. Sabes se alguém a achou?
— Achei-a eu, disse Honório entregando-lha. Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado para
o amigo. Esse olhar foi para Honório como um golpe de estilete; depois de tanta luta com a necessidade, era
um triste prêmio. Sorriu amargamente; e, como o outro lhe perguntasse onde a achara, deu-lhe as
explicações precisas.
— Mas conheceste-a?
— Não; achei os teus bilhetes de visita.

Honório deu duas voltas, e foi mudar de toilette para o jantar. Então Gustavo sacou novamente a carteira,
abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o outro não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D.
Amélia, que, ansiosa e trêmula, rasgou-o em trinta mil pedaços: era um bilhetinho de amor.

Fonte: adaptado de: ASSIS, Machado. Disponível em:


<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000169.pdf> Acesso em: 6 fev. 2018.

Assinale a alternativa CORRETA, quanto à classificação da oração: “Tinha medo de abrir a carteira”.

A. Subordinada substantiva objetiva direta.


B. Subordinada substantiva objetiva indireta.
C. Subordinada substantiva completiva nominal.
D. Subordinada substantiva apositiva.

Gabarito: C

Resolução

A questão exigiu conhecimento de orações subordinadas substantivas.

Em um período composto, as orações subordinadas possuem relação de dependência com a chamada


oração principal. Geralmente as orações principais possuem estrutura sintática completa (sujeito +
predicado), mas as subordinadas não. Existem três tipos de orações subordinadas: as substantivas, as
adjetivas e as adverbiais.

As orações subordinadas substantivas exercem função sintática própria de substantivo dentro do período.

Elas sempre serão iniciadas pelas conjunções integrantes que e se. Existem seis tipos dessas orações:
1) Subjetivas = representam o sujeito da oração principal. O verbo da oração principal virá sempre na 3ª
pessoa do singular; o sujeito, representado na oração subordinada, será um sujeito oracional (porque
apresenta verbo).

É assim que se fala, rapaz!


2) Predicativas = representam o predicativo do sujeito da oração principal. Em geral, a oração principal
terminará com o verbo de ligação ser.
O certo é que você siga as malditas normas.
3) Objetivas diretas = representam o objeto direto da oração principal, a qual apresenta um verbo transitivo
direto (ou bitransitivo).

Eu desejo que você aprenda a nadar logo.


4) Objetivas indiretas = representam o objeto indireto da oração principal, a qual apresenta um verbo
transitivo indireto (ou bitransitivo). Isso significa que, logo antes da conjunção integrante, haverá uma
preposição (característica própria dos objetos indiretos).

Não se esqueça de que você me deve a alma!


5) Completivas nominais = representam o complemento nominal da oração principal. Esta, portanto, deve
apresentar um nome que exija um complemento preposicionado (marca própria dos complementos nominais).

Não tenho certeza de que você entendeu o que eu falei.


6) Apositivas = representam o aposto da oração principal. Geralmente, virão separadas por dois-pontos,
vírgula ou travessão.
Só quero de você o seguinte: que aprenda as regras!

Trata-se de uma oração subordinada substantiva completiva nominal, mas ela não está na sua forma
desenvolvida, e sim na forma reduzida.

Orações reduzidas são aquelas que não são introduzidas por pronomes relativos ou conjunções (nem
integrantes, nem adverbiais) e que possuem verbos nas suas formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.

Em geral, elas podem ser desenvolvidas, utilizando-se justamente os conectivos tradicionais que nela não
aparecem.

A frase Tinha medo de abrir a carteira pode ser desenvolvida para Tinha medo de que abrisse a carteira. Daí,
teríamos:
* Tinha medo (oração principal contendo o nome "medo", o qual terá seu sentido complementado)
* de que abrisse a carteira (oração subordinada substantiva completiva nominal, pois representa o
complemento nominal da oração principal). Saliente-se que tais orações também devem ser preposicionadas
(marca própria dos complementos nominais).

QUESTÃO 21
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAXIAS (MA) / INSTITUTO MACHADO DE ASSIS / 2018

Marque a alternativa em que há Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal:

A. Confesso que sua resposta me surpreendeu


B. Aconselha-o a que passasse à frente de todos na fila.
C. Estava ansioso por que falassem o contrário
D. Não me oponho a que você tenha prioridade na fila

Gabarito: C

Resolução

A questão exige do candidato o conhecimento sobre as orações subordinadas substantivas.

O candidato deve analisar qual das alternativa traz uma oração subordinada substantiva completiva nominal.
A oração subordinada substantiva completiva nominal é aquela que exerce a função de complemento
nominal, ou seja, completa um substantivo.

A oração subordinada substantiva é aquela oração que deriva de um substantivo, exercendo a função dele.

Divide em:
a) oração subordinada substantiva subjetiva: exercerá a função de sujeito da oração.
b) oração subordinada substantiva objetiva direta: exercerá a função do objeto direto da oração.
c) oração subordinada substantiva objetiva indireta: exercerá a função de objeto indireto da oração.
d) oração subordinada substantiva predicativa exercerá a função predicativo.
e) oração subordinada substantiva apositiva: exercerá a função de aposto da oração.
f) oração subordinada substantiva completiva nominal: exercerá a função de complemento nominal da oração.

A oração destacada trata-se de uma oração subordinada substantiva completiva nominal.

Veja que a oração subordinada completa o termo ANSIOSO.

QUESTÃO 22
PREFEITURA MUNICIPAL DE BREJINHO (PE) / CONPASS / 2016 / PREFEITURA MUNICIPAL DE
CAAPORÃ (PB)

Identificamos uma oração subordinada substantiva completiva nominal no seguinte período:

A. O rapaz se lembrou de que a americana vivia em um país diferente do nosso.


B. Convém que você aprenda outras línguas.
C. A verdade é que o brasileiro está sempre com esperança no futuro.
D. Quanto mais o tempo passava, mais o frio aumentava.
E. O brasileiro estava convicto de que o futuro sempre seria melhor.

Gabarito: E

Resolução

A questão em análise requer conhecimento sobre orações subordinadas.

Orações subordinadas são aquelas que possuem como função termo de outra oração (oração principal), ou
seja, quando a oração estiver agindo como sujeito, objeto ou predicado de outra.
Chama-se, nestes casos, de período composto por subordinação.

As orações subordinadas podem ser:


Substantivas: quando a oração for equivalente a um SUBSTANTIVO, podendo atuar como sujeito, objeto
direto ou indireto, complemento nominal, predicativo, aposto ou agente da passiva.
Adjetivas: quando a oração for equivalente a um ADJETIVO, sendo introduzida por um pronome relativo e
atuando como adjunto adnominal.
Adverbiais: quando a oração for equivalente a um ADVÉRBIO ou locução adverbial, funcionando como
adjunto adverbial.

Oração subordinada substantiva completiva nominal é aquele que exerce função de complemento nominal.
Ou seja, completa o sentido de um termo presente na oração principal, seja ele um substantivo abstrato,
adjetivo ou advérbio.
O uso de preposição é imprescindível na aparição do complemento nominal, e, consequentemente, na oração
subordinada substantiva completiva nominal.

Na frase:
"O brasileiro estava convicto de que o futuro sempre seria melhor."
O brasileiro estava convicto = oração principal.
de = preposição.
de que o futuro sempre seria melhor = oração subordinada substantiva completiva nominal.
O adjetivo convicto necessita de um complemento, já que quem está convicto, está convicto de alguma coisa,
não é verdade?

O complemento se dá com a oração de que o futuro sempre seria melhor, por meio do uso da preposição de.

LEMBRE-SE: substantivo abstrato são aqueles que expressam a prática da ação de um verbo, exprimindo
qualidade ou sentimentos (emoções).

QUESTÃO 23
PREFEITURA MUNICIPAL DE SERRA GRANDE (PB) / CONPASS / 2018

“Estou certo de que ninguém ouviu minha reclamação”.

Nesse período temos uma oração subordinada:

A. substantiva completiva nominal


B. adverbial consecutiva
C. substantiva objetiva indireta
D. adverbial condicional
E. adjetiva explicativa

Gabarito: A

Resolução

O enunciado trata do conteúdo relacionado à Sintaxe.

• Sintaxe é a parte da gramática que estuda a acomodação das palavras na frase e a das frases no discurso,
assim como a relação lógica das frases entre si.

Assim, as orações subordinadas apresentam relação de dependência:


• A Oração subordinada exerce uma função sintática em relação à oração principal, complementa, deste
modo, o seu sentido é dependente da principal. As orações subordinadas são classificadas em adjetivas,
substantivas e adverbiais.

Note que a oração "de que ninguém ouviu minha reclamação” é complemento da palavra "certo" presente na
oração principal.

Oração subordinada completiva nominal: exerce a função de complemento nominal em relação à Oração
Principal.
QUESTÃO 24
CÂMARA MUNICIPAL DE DIRCE REIS (SP) / JOTA CONSULTORIA / 2016

É oração completiva nominal:

A. Temos certeza que elas voltarão logo.


B. Eles insistiram em ficar mais tempo.
C. Sonhei com meu pai.
D. Pensei em voltar mais cedo.
E. Nós só confiamos em você.

Gabarito: A

Resolução

As orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem a função sintática de substantivos,
completando o sentido da oração principal. Perceba que para que elas existam, é imprescindível uma
duplicidade oracional, contendo ao menos a oração principal e a subordinada.

São normalmente introduzidas pelas conjunções integrantes "que" e "se".

Henrique Nuno traz em sua obra um método prático para identificar uma oração como substantiva: troque-a
por um substantivo equivalente ou pelo pronome demonstrativo ISSO. É super fácil!

Atente ainda para o fato de que essas orações também podem vir introduzidas por pronomes e advérbios
interrogativos.
Ex: Não sei quem (por que, onde, quando, como, quanto) trabalhou.

No "mundo dos concursos" essa construção é mais rara, as bancas costumam abordar o tema fazendo uso
das conjunções costumeiras, "que" e "se".

* Há 6 tipos de O.S.S:
1) Subjetiva --> Quando a oração corresponde ao sujeito da principal (é chamado também de sujeito
oracional).
Ex: É fundamental que ele participe --> É fundamental ISSO ("que ele participe" é sujeito da oração principal)

2) Objetiva direta --> Corresponde ao objeto direto da oração principal.


Ex: Ela recomenda que estejamos prontos amanhã --> Ela recomenda ISSO

3) Objetiva indireta --> Corresponde ao objeto indireto da oração principal.


Ex: Convenci-me de que você agiu corretamente --> Convenci-me DISSO

4) Completiva nominal --> Corresponde ao complemento nominal da oração principal.


Ex: Estou certo de que a vitória está próxima --> Estou certo DISSO

5) Predicativa --> Corresponde ao predicativo da oração principal.


Ex: Meu desejo é que ele cresça saudável --> Meu desejo é ISSO (verbo de ligação introduz predicativo)

6) Apositiva --> Por fim, essa oração equivale a eventual aposto existente na oração principal.
Ex: Só lhe desejo isto: a sua felicidade --> Só lhe desejo isto: ISSO (o aposto está explicando a palavra "isto")
Veja: "Temos certeza que elas voltarão logo"
Inicialmente, gostaria de fazer uma observação quanto à concordância nominal dessa frase.

A palavra "certeza" neste contexto, pede a preposição "de" --> quem tem certeza, tem certeza de algo.

Embora haja que entenda pela facultatividade dessa preposição, a norma culta a exige, de modo que o
correto seria: "Temos certeza de que elas voltarão logo".

Mas pulemos esse detalhe e vamos prestar atenção na estrutura da oração.


"Certeza" é substantivo e, como tal, pode receber determinado tipo de complemento. Aqui ingressamos
naquela velha dúvida sobre a natureza dele: adjunto adnominal ou complemento nominal?

Por se tratar de um substantivo abstrato, já podemos constatar que tudo aquilo que vem depois da expressão
"certeza" se trata de um complemento nominal. Observe (vou acrescentar a preposição "de" porque meus
ouvidos se incomodam sem ela rsrsrs):

"Temos certeza (de) que elas voltarão logo" --> Temos certeza DISSO

Note, a palavra "que" exerce função de conjunção integrante e por esse motivo inaugura as orações
subordinadas substantivas (ou seja, temos uma oração que equivale a um substantivo, por isso costumamos
substituí-la por ISSO).

Vamos fracionar as orações:


1) Temos certeza --> oração principal;
2) (de) que elas voltarão logo --> oração subordinada substantiva.

Assim, como explanado acima, tendo em vista que a expressão "(de) que elas voltarão logo" é complemento
nominal de "certeza", é possível concluir que se trata de uma oração subordinada substantiva completiva
nominal.

QUESTÃO 25
PREFEITURA MUNICIPAL DE JUAZEIRO DO NORTE (CE) / CETREDE / 2019

É importante que os policiais corruptos se afastem.

Qual a classificação da oração em destaque?

A. Substantiva subjetiva.
B. Substantiva objetiva direta.
C. Substantiva predicativa.
D. Adjetiva restritiva.
E. Adverbial comparativa.

Gabarito: A

Resolução

A questão exige conhecimentos de análise sintática e classificação das orações subordinadas.

A oração subordinada possui uma relação de dependência em relação a outra oração, chamada de oração
principal. A oração subordinada pode ser de dois tipos:
1) oração subordinada reduzida - sem conector + verbo em forma nominal (gerúndio, particípio ou infinitivo);
ou
2) oração subordinada desenvolvida - com conector + verbo conjugado.

Sendo que a oração subordinada desenvolvida por ser classificadas em:


i) oração subordinada desenvolvida adverbial: expressa determinada circunstância em relação à oração
principal a depender do sentido da conjunção empregada (causa, consequência, comparação, concessão,
condição, conformidade, tempo, proporção, finalidade).
ii) oração subordinada desenvolvida substantiva: exerce função sintática em relação à oração principal;
podendo ser subjetiva, predicativa, apositiva, objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal.
iii) oração subordinada desenvolvida adjetiva: é introduzida por um pronome relativo e refere-se a um termo
da oração principal, assim, pode ter sentido explicativo (se antes do pronome relativo há vírgula) ou sentido
restritivo (se antes do pronome relativo não há vírgula).
Interessa analisarmos sintaticamente o período composto da alternativa. Veja:

O1: É importante
O2: que os policiais corruptos se afastem.

O vocábulo “que” é uma conjunção integrante e inicia uma nova oração (O2) que dá sentido à oração anterior
(O1) que sozinha não tem sentido completo, assim auxilia na representação da ideia iniciada na oração
anterior (O1).

A conjunção “que” apenas une orações, não tem carga semântica, não retoma nenhum termo antecedente e
sempre introduz uma oração subordinada substantiva.

A oração subordinada substantiva (O2) exerce função sintática em relação à oração principal (O1).
No caso, observa-se a presença na oração O1 do verbo de ligação “é”, que tem a função de ligar (conectar) o
sujeito oracional (“que os policiais corruptos se afastem”) ao predicativo do sujeito (“importante”).

A lista de verbos de ligação conta com 10 verbos. Veja: SER, PERMANECER, FICAR, VIVER (com o sentido
de estar), ANDAR (com o sentido de estar), ESTAR, CONTINUAR, PARECER, TORNAR-SE, VIRAR (com o
sentido de tornar-se).

Logo, a oração subordinada (O2) é classificada como substantiva subjetiva, uma vez que exerce a função
sintática de sujeito da oração principal.

QUESTÃO 26
PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRPIRITUBA (PB) / CPCON / 2019

No fragmento textual abaixo transcrito, como se classifica a oração subordinada em destaque?

“Chamo de hipertecnologias a inteligência artificial, a robótica e a biotecnologia. Estima-se que, em um


futuro próximo, essas três modalidades de tecnologia convergirão e, com isso, haverá um grande salto
tecnológico, algo jamais visto na história. [...]”

Fonte: (Revista Filosofia – Ano III, no 150 – (www.portalespaçodosaber.com.br).

A. Adjetiva restritiva.
B. Substantiva objetiva direta.
C. Substantiva subjetiva.
D. Adjetiva explicativa.
E. Substantiva apositiva.
Gabarito: C

Resolução

A questão versa sobre orações subordinadas, dentro de sintaxe do período.

Analisando o trecho: "Estima-se que, em um futuro próximo, essas três modalidades de tecnologia
convergirão [...]" o verbo "estimar" é transitivo direto e a oração está na voz passiva sintética.

CUIDADO: Ao realizar a análise sintática de orações na voz passiva, a oração subordinada iniciada pelo
"que" (conjunção integrante) exerce a função de sujeito, e não de objeto.

Voltando a análise: ISSO é estimado. ISSO = "que essas três modalidades de tecnologia convergirão"

O trecho destacado exerce a função de sujeito, e a oração deve ser classificada como "oração subordinada
substantiva subjetiva".

Em relação a classificação de período, ele pode ser simples ou composto:


1 - Simples: Enunciado que possui uma única oração (oração absoluta).
2 - Composto: Enunciado que possui mais de uma oração, e pode ser formado por coordenação (orações
independentes) ou subordinação (orações dependentes)
2.1 - Orações coordenadas:

A depender da existência de conectivo, as orações coordenadas podem ser classificadas em:


2.1.1 - Assindéticas: não são introduzidas por conjunção (síndeto).
Ex.: Estudei, fiz a prova, fui aprovado.

2.1.2 - Sindéticas: são introduzidas por conjunção (síndeto).


Ex.: Não estudei e não fui aprovado.

ATENÇÃO: Não se deve classificar uma oração considerando APENAS a conjunção que a introduz.
2.2 - Orações subordinadas:

Essas são sintaticamente dependentes uma da outras, ou seja, a estrutura interna (funções sintáticas)
depende de outra oração.
Ex.: A vizinha disse que todo concurseiro é vagabundo.
(oração principal)/(oração subordinada)

A segunda oração exerce a função sintática de objeto direto do verbo dizer.

As orações subordinadas subdividem-se em:


2.2.1 - Substantivas;
2.2.2 - Adverbiais; e
2.2.3 - Adjetivas.

A oração subordinada substantiva desempenha a função sintática de sujeito, predicativo do sujeito, objeto
direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva ou aposto (funções próprias de um
substantivo). E são introduzidas por uma conjunção integrante (que ou se).

Uma dica para facilitar a análise sintática é a substituição da conjunção integrante pelo pronome
demonstrativo ISSO, exemplo:
Essa mulher precisa disso (de + isso) / “isso” exerce a função de objeto indireto do verbo precisar.

A oração subordinada adverbial desempenha a função sintática de um advérbio, enquanto a subordinada


adjetiva desempenha a função de um adjetivo.

QUESTÃO 27
PREFEITURA MUNICIPAL DE JAICÓS (PI) / AV MOREIRA / 2019

Uma Galinha

Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém
olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam
dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi, pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances,
alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve
estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno
deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço
junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum
esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos
cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A
perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco
afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar,
sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a
presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava
ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer
por um momento. E então parecia tão livre. Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em
fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se
poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única
vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se
fora a mesma.

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi
presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com
certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu.
De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois,
nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou
respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava
as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a
tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos
gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não
era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria
nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um
pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa
brusquidão:
— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
— Eu também! Jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do
colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se
lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos,
menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de
apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem,
resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como
num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua
espécie já mecanizado. Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se
recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar
impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente.

Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando
deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos
séculos. Até que um dia mataram- na, comeram-na e passaram-se anos.

Texto extraído do livro “Laços de Família”, Editora Rocco — Rio de Janeiro, 1998, pág. 30. Selecionado por
Ítalo Moriconi, figura na publicação “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século”.

Observe o período: “É verdade que não se poderia contar com ela para nada.”

A oração em negrito temos uma:

A. Subordinada substantiva subjetiva.


B. Oração subordinada substantiva predicativa.
C. Oração subordinada substantiva completiva nominal.
D. Oração subordinada adjetiva explicativa.
E. Oração subordinada substantiva objetiva direta.

Gabarito: A

Resolução

A oração em destaque desempenha a função de sujeito da oração principal. Vejamos:


1° ora. 2°ora.
É verdade/que não se poderia contar com ela para nada.
V. sujeito

Veja que não há sujeito na 1° oração. Assim, a 2° oração está desempenhando esse papel.
1° oração principal.
2° oração subordinada substantiva subjetiva.

Precisamos conhecer as orações subordinadas, em especial as substantivas, para respondermos


corretamente.

Vamos entender alguns termos antes.


É subordinada porque depende da oração principal para fazer sentido.
Substantiva porque exerce o papel de um substantivo nas frases ou nos períodos simples. Que papel é
esse? O de sujeito, objeto (direto e indireto), aposto, predicativo e complemento nominal.

Normalmente são iniciadas pela conjunção integrante que ou se

Disto isto, as orações subordinadas substantivas podem ser:


- subjetivas: cumpre e desempenha a função de sujeito da oração principal:
1°or. 2°or.

É certo / que você será aprovado.


V. sujeito
1° oração é a principal.
2° oração subordinada substantiva subjetiva. Olhe para a oração principal, não há sujeito nela. Se
perguntarmos: o que é certo? a resposta será a 2° oração. Ela, por inteiro, é o sujeito da or. principal.
- objetiva direta: exerce a função de objeto direto:
1°or. 2°or.

Respondi-lhe / que já tinha lido aquele livro.

Veja que se perguntarmos ao verbo o que eu respondi? a reposta será a 2° oração - sem preposição,
portanto, objeto direto.
1° oração é a principal.
2° oração subordinada substantiva objetiva direta.
- objetivas indiretas: função de objeto indireto:

Joana gosta / de que faças isso.


1° ora. 2°ora.
- completiva nominal: exercem a função de complemento nominal:

Maria tem certeza / de que passamos na prova.


1° ora. 2°ora.

Não confunda a completiva nominal com a objetiva indireta. As duas apresentam preposição, entretanto, a
completiva nominal complementa o substantivo não o verbo, beleza?!
- predicativa: tem a função de predicativo do sujeito:

A verdade é / que você é insuportável.


V.L predicativo
- apositiva: tem o mesmo papel do aposto e vem sempre depois dos dois-pontos ( : ):

A Maria precisa reconhecer isto: que jamais reprovarei no concurso.

Não esqueça: oração principal é aquela que não possui conjunção e que pode ser ligada a qualquer oração
subordinada. Nela encontramos a informação principal, de maior relevância para o sentido das orações.
QUESTÃO 28
CÂMARA MUNICIPAL DE BREJÃO (PE) / ADVISE / 2018

“Comerciais de água engarrafada costumam associá-la a pureza e vida saudável e, se vendas servem de
referência, parece que funciona.” (linhas 1 a 3). É correto afirmar que a partícula “que” destacada introduz
uma oração subordinada:

A. Adjetiva restritiva.
B. Substantiva subjetiva.
C. Substantiva objetiva direta.
D. Substantiva predicativa.
E. Substantiva completiva nominal.

Gabarito: B

Resolução

A questão exige do candidato conhecimento acerca das orações subordinadas.


Relembrando...

Oração subordinada adjetiva

São as orações que equivalem a adjetivos. Dividem-se em dois tipos:


1) Restritivas: são aquelas que caracterizam o termo antecedente, tomando o seu sentido restrito, limitado.
Exemplo:

Os médicos que são profissionais conscientes merecem nosso respeito.

Nessa frase, o termo antecedente "médicos" está no sentido restritivo, porque nem todos são considerados
profissionais conscientes e somente aqueles que são merecem nosso respeito.
2) Explicativa: são as que caracterizam o termo antecedente, tomando o seu sentido de modo amplo. É
sempre entre vírgulas. Exemplo:

Os médicos, que são profissionais conscientes, merecem nosso respeito.

Aqui, o antecedente "médicos" é no sentido amplo, ou seja, todos eles são conscientes e todos merecem
nosso respeito.

Observação: lembre-se de que as orações adjetivas são introduzidas por pronome relativo.

Oração subordinada substantiva


São as orações que equivalem a substantivos (que exercem a sua função sintática) e são introduzidas pela
conjunção integrante "que/se". Veja algumas:
1) Subjetiva: funcionam como sujeito do verbo da oração principal.
Ex.: É necessário que você volte.
2) Objetiva direta: funcionam como objeto direto do verbo da oração principal.
Ex.: Eu quero que você estude.
3) Predicativa: funcionam como predicativo do sujeito da oração principal.
Ex.: O bom é que ela sempre foi calma.
4) Completiva nominal: funcionam como complemento nominal de um substantivo ou adjetivo contidos na
oração principal.
Ex.: Tenho necessidade de que você volte.
"Comerciais de água engarrafada costumam associá-la a pureza e vida saudável e, se vendas servem de
referência, parece que funciona".
Cuidado com a pegadinha que a banca fez. Inicialmente, há a impressão de que as orações anteriores
funcionam como o sujeito e o "que funciona" seria o objeto direto. No entanto o raciocínio é o seguinte:

Parece que "tudo isso" funciona.

Veja que agora fica mais simples perceber que a oração "que tudo isso funciona" exerce a função de sujeito
do "Parece".
- Mas, professor, então o verbo "parece" é intransitivo nesse caso?
Isso mesmo! Nesse caso, o verbo "parecer" é unipessoal (que só é conjugado na terceira pessoa). Em outras
palavras, não há "alguém" que parece algo, para esse caso. Veja outros em que isso acontece:
Urge que você fique aqui.
Convém que você estude.
Acontece que eu te amo.
Obs.: o verbo parecer, em algumas ocorrências, pode ser conjugado normalmente. Ou seja, não será
unipessoal. Veja:
Eu me pareço muito com você.

QUESTÃO 29
CÂMARA MUNICIPAL DE MONGAGUÁ DE SÃO PAULO (SP) / CM MONGAGUÁ / 2016

“Era verdade que havia alguns cangaceiros…

A oração em destaque é subordinada:

A. Adjetiva restritiva.
B. Adjetiva explicativa.
C. Substantiva explicativa.
D. Substantiva objetiva direta.
E. Substantiva subjetiva.

Gabarito: E

Resolução

A palavra "que" pode introduzir orações subordinadas substantivas (como uma conjunção integrante) ou
adjetivas (como um pronome relativo).

As orações subordinadas substantivas exercem função sintáticas dos substantivos em um período composto,
podendo exercer o papel de:
sujeito;
objeto direto;
objeto indireto;
complemento nominal;
predicativo do sujeito;
aposto.
Incialmente vamos analisar a oração do enunciado reescrita com apenas um verbo:

Era verdade a existência de cangaceiros.


Aqui temos a seguinte classificação:
"era" = verbo de ligação;
"verdade" = predicativo do sujeito;
"a existência de cangaceiros" = sujeito da oração.

Se trocarmos o substantivo "existência" por um verbo ("havia"), teremos uma oração subordinada substantiva,
conforme podemos ver abaixo:
"Era (verbo de ligação) verdade (predicativo do sujeito) que havia alguns cangaceiros (oração com valor de
sujeito)".

Podemos confirmar que a oração iniciada pela conjunção integrante "que" tem valor de sujeito se
perguntarmos ao verbo quem executa a ação:

O que era verdade?


Resposta: que havia alguns cangaceiros.

Assim, temos uma oração subordinada substantiva subjetiva (valor de sujeito), conforme ALTERNATIVA E.

Por fim, as demais alternativas trazem outras classificações que não são apropriadas à oração em destaque:
Alternativa A: Adjetiva restritiva.
Alternativa incorreta. Ocorre quando a oração tem valor de adjunto adnominal.
Alternativa B: Adjetiva explicativa.
Alternativa incorreta. Ocorre quando a oração tem valor de aposto explicativo.
Alternativa C: Substantiva explicativa.
Alternativa incorreta. Não existe essa classificação para orações subordinadas substantivas.
Alternativa D: Substantiva objetiva direta.

QUESTÃO 30
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DE CAIANA (PB) / CONPASS / 2015

No período “Foi necessário que esperássemos 20 minutos”, o termo destacado classifica-se como:

A. oração subordinada substantiva objetiva direta


B. oração subordinada substantiva apositiva
C. oração subordinada substantiva subjetiva
D. oração subordinada substantiva objetiva indireta
E. oração subordinada substantiva predicativa

Gabarito: C

Resolução

O enunciado apresentou uma frase e sublinhou parte dela, perguntando sobre a classificação do termo
sublinhado.

Para responder a questão o aluno precisa saber identificar os tipos de orações subordinadas que temos na
gramática portuguesa.

Esta é a classificação correta. "que esperássemos 20 minutos" funciona como sujeito da oração principal "Foi
necessário".

Façamos a pergunta ao verbo: o que foi necessário? que esperássemos 20 minutos.

Sempre que uma frase for construída dessa forma, ela será substantiva subjetiva. Vamos a alguns exemplos:
➤ Foi (verbo de ligação) necessário (predicativo do sujeito) isto (restante: oração subjetiva).
➤ Pareceu-me (verbo unipessoal) que o concurso foi muito disputado (restante: oração subjetiva).
➤ Conheceram-se (verbo transitivo direto na voz passiva sintética) as razões de sua indicação ao cargo
(restante: oração subjetiva).

QUESTÃO 31
PREFEITURA MUNICIPAL DE VIRADOURO (SP) / CONSULTORIAEG 2017

Em: “O povo só quer uma coisa: que os corruptos sejam presos”, a oração sublinhada classifica-se como:

A. Oração subordinada substantiva apositiva.


B. Oração subordinada substantiva completiva nominal.
C. Oração subordinada substantiva subjetiva.
D. Oração subordinada substantiva objetiva direta.
E. Oração subordinada substantiva predicativa.

Gabarito: A

Resolução

Podemos ver que após o uso dos dois pontos temos uma oração que está sendo usada para explicar algo.

Esse tipo de oração exerce o papel de um aposto. O aposto é um termo que se junta a outro de valor
substantivo para explicá-lo ou especificá-lo melhor. No caso, a frase grifada explica o substantivo "uma coisa".

O aposto normalmente é separado com vírgulas ou dois pontos, como ocorre na oração dada.

Com isso podemos concluir que a frase grifada é uma oração subordinada substantiva apositiva. Portanto
temos que a alternativa que representa a resposta, é a alternativa A.

QUESTÃO 32
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PIAUÍ / CRESCER
CONCURSOS / 2017

Evitar o emprego de adjetivação excessiva e usar o aposto em lugar da oração apositiva, são procedimentos
para:

A. Manter a formalidade e uniformidade do texto.


B. Redigir textos concisos.
C. Dar estilo ao texto.
D. Trazer harmonia e polidez ao texto.

Gabarito: B

Resolução

O aposto é o termo que amplia o significado de um termo anterior.

Xuxa, a rainha dos baixinhos, mudou de emissora há um tempo.

O termo sublinhado é um aposto, visto dar uma informação adicional ao termo que veio antes. Poderia ser
retirado sem prejuízo para o sentido global da frase.
A oração apositiva exerce função de aposto em relação à oração principal em períodos compostos.

Não consigo confessar uma coisa: que não tenho o dinheiro suficiente.

A oração sublinhada funciona como aposto, pois explica o termo "uma coisa" da oração principal.

Se em lugar de uma oração tivesse sido usado o aposto, a redação ficaria concisa, ou seja, reduzida em
poucas palavras.

Não consigo confessar uma coisa: insuficiência de dinheiro.

O mesmo acontece com a "adjetivação", os adjetivos atribuem aos substantivos determinadas características.

Quanto menos adjetivos forem usados, mais conciso será o texto.

QUESTÃO 33
PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA CASTILHO (SP) / SOLLER / 2012

Os canadenses descobriram que até nas universidades prolifera um tipo de leitor: o que lê bem e não
entende. Estudo com 400 alunos da Universidade de Alberta mostrou um déficit de compreensão não
detectado em 5% de toda a população. São pessoas que, quando investem numa leitura, esquecem o
significado específico de uma passagem. Fazem uma generalização que se fixa na memória de curto prazo
(capacidade de armazenar informação para processamento imediato) e, ao concluir a leitura, esquecem o que
estava no 1° parágrafo, por exemplo. Manter e executar muitas instruções em série é um sacrifício para elas,
pois o hábito de leituras as fez assim. Tais pessoas podem passar despercebidas em testes de precisão de
leitura, se tais sondagens se limitarem a identificar dificuldades rudimentares de leitura. Para os
pesquisadores, é útil a esse leitor escrever a ideia principal de cada parágrafo ao lê-lo. E adquirir o hábito de
ler textos variados, que não sejam de uma única especialidade. (Revista Língua ano 7 n°78 abril 2012)

Em: “Os canadenses descobriram que até nas universidades prolifera um tipo de leitor: o que lê bem e não
entende”, temos uma oração:

A. Subordinada substantiva apositiva.


B. Subordinada adjetiva explicativa.
C. Subordinada adverbial causal.
D. Coordenada alternativa.

Gabarito: A

Resolução

A questão exigiu conhecimento do tema PERÍODO COMPOSTO. Esse pode ser formado por uma relação de
coordenação (orações independentes) ou por subordinação (oração principal independente mais uma oração
subordinada que pode ter valor de substantivo, adjetivo ou advérbio).

O aposto é o termo sintático que se junta a outro termo de valor substantivo ou pronominal com a finalidade
de explicar, enumerar ou especificar. Exemplo: O monte Everest, o mais alto do mundo, está na revista.

Analisando o período em estudo:


“Os canadenses descobriram / que até nas universidades prolifera um tipo de leitor: /o que lê bem e não
entende”
Nesse caso, "o que lê bem e não entende" está enumerando as características do termo "tipo de leitor" e, por
isso, trata-se de oração subordinada substantiva com valor apositiva (exerce a função de aposto de um termo
da oração principal).

QUESTÃO 34
PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIBONDO (AL) / ADVISE / 2011

De acordo com a língua portuguesa é correto dizermos que a oração abaixo é:

Oração: Em primeiro lugar, não manter ilusões: é pouco o que os partidos podem fazer para que a voz de
seus parlamentares alcance a sociedade.

A. Período composto por coordenação.


B. Oração subordinada substantiva completiva nominal.
C. Oração subordinada substantiva adverbial.
D. Oração subordinada substantiva apositiva.
E. Oração subordinada substantiva objetiva direta.

Gabarito: D

Resolução

A questão destaca uma oração para perguntar sobre classificação de orações. Dentre as alternativas, estão:

Período composto por coordenação - São orações caracterizadas por terem seus períodos compostos ligados
com ou sem a presença de conectivos.

Oração subordinada substantiva completiva nominal – possuem relação de dependência com a oração
principal dentro do mesmo período e fazem papel de complemento nominal.

Oração subordinada adverbial - São orações que possuem relação de dependência com a oração principal
dentro do mesmo período e fazem papel de adjunto adverbial.

Oração subordinada substantiva apositiva – possuem relação de dependência com a oração principal dentro
do mesmo período e fazem papel de aposto de um termo da oração.

Oração subordinada substantiva objetiva direta – possuem relação de dependência com a oração principal
dentro do mesmo período e fazem papel de objeto direto da oração.

A oração subordinada substantiva apositiva é caracterizada por possuir relação de dependência com a oração
principal dentro do mesmo período e fazem papel de aposto (termo que resume ou explica outro na oração).

Exemplo:
- “Minha mãe tinha um ditado: que a esperança é a última que morre.”
- “Eu sempre sonhei com uma coisa: que um dia seria promovido.”

E no exemplo da questão:
"Em primeiro lugar, não manter ilusões: é pouco o que os partidos podem fazer para que a voz de seus
parlamentares alcance a sociedade."

A oração é um aposto da oração principal, ou seja, é uma explicação mais ampla do termo citado na oração
principal (ilusões).
QUESTÃO 35
PREFEITURA MUNICIPAL DE ANTÔNIO MARTINS (RN) / CONCSEL / 2011

Aponte a alternativa correta sobre a classificação das orações.

I - O certo é que todos só sabem criticá-lo.


II - Eu lhe disse apenas isto: não me aborreça com tolices.
III - “Quem sabe se os dois não tinham uma receita de felicidade”. Carlos Drummond de Andrade.
IV - “Estava era louca para que o dia amanhecesse depressa”. Aníbal Machado.

As orações acima se classificam, respectivamente:

A. Substantiva objetiva direta, Substantiva apositiva, Substantiva objetiva diretiva, Substantiva completiva
nominal;
B. Substantiva completiva nominal, Substantiva completiva nominal, Substantiva apositiva, Substantiva
objetiva direta;
C. Substantiva Predicativa, Substantiva apositiva, Substantiva objetiva diretiva, Substantiva objetiva indireta;
D. Substantiva Predicativa, Substantiva apositiva, Substantiva objetiva diretiva, Substantiva completiva
nominal.

Gabarito: D

Resolução

I - O certo é que todos só sabem criticá-lo.


Oração Principal: "O certo(sujeito) é (verbo de ligação)"
Oração Subordinada: "que (conjunção integrante) todos só sabem criticá-lo (locução verbal)"

Na oração principal temos o sujeito e um verbo de ligação, quando há a presença de um verbo de ligação, a
oração subordinada será o predicado do sujeito.

Dessa forma, temos uma oração subordinada substantiva predicativa.


II - Eu lhe disse apenas isto: não me aborreça com tolices.
Oração Principal: Eu (sujeito) lhe disse (verbo)apenas isto:
Oração Subordinada: não me aborreça (verbo) com tolices.

Na oração principal temos o sujeito e o verbo (que não é de ligação), além do objeto direto (isto) e a presença
da pontuação ":".

O aposto é um termo que tem a função de explicar, enumerar, distribuir e especificar um substantivo ou
pronome na oração.

Nesse caso, a oração subordinada especifica o entendimento do pronome demonstrativo "isto" da oração
principal, tendo uma função de aposto para o termo.

Quando uma oração tem função de aposto, ela é classificada como Oração Subordinada Substantiva
Apositiva.

Para identificar com maior facilidade, o sinal de dois pontos " : " indica a presença da oração subordinada
substantiva apositiva.
III - “Quem sabe se os dois não tinham uma receita de felicidade”. Carlos Drummond de Andrade.
Oração Principal: "Quem (sujeito) sabe (verbo)"
Oração Subordinada: "se (conjunção) os dois não tinham (verbo) uma receita de felicidade."

Se a oração principal possui sujeito, verbo (que não seja de ligação) e não possui o objeto da ação. A oração
subordinada exercerá a função de objeto do verbo.

A conjunção "se" indica uma transitividade direta do verbo e a oração objetiva.

Dessa forma, é uma Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.


IV - “Estava era louca para que o dia amanhecesse depressa”. Aníbal Machado.
Oração principal: Estava era (locução verbal de ligação) louca (estado do sujeito).
Oração Subordinada: para que (conjunção) o dia amanhecesse (verbo) depressa.

Na oração principal não possuímos sujeito declarado de forma explícita, o que poderia nos levar a interpretar
de forma equivocada a sintaxe do período. Porém o sujeito da oração é elíptico, ou seja, oculto. "Ela estava
era louca".

Seguindo com a análise, temos o sujeito (elíptico) e o predicado (era louca). Dessa forma, qual é a função da
oração subordinada?

Observe que a oração subordinada tem uma relação com a palavra "louca", que é um termo abstrato de valor
nominal.

Se a oração complementa o entendimento de um valor nominal, temos uma Oração Subordinada Substantiva
Completiva Nominal.

Por fim, então temos a classificações das orações, sendo:


I - Subordinada Substantiva Predicativa
II - Subordinada Substantiva Apositiva
III - Subordinada Substantiva Objetiva Direta
IV - Subordinada Substantiva Completiva Nominal

Você também pode gostar