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20/04/2016 Luis 

Nassif desmonta a ficha falsa de Dilma

Luis Nassif desmonta a ficha falsa de
Dilma
Em sua coluna no Último Segundo, Luis Nassif apresenta em primeira mão os laudos
técnicos demonstrando a falsificação publicada pela Folha de S.Paulo (5/4/2009) como
se fosse uma ficha da Ministra Dilma Rousseff no Dops. No último dia 28, o jornal
anunciou ter recebido os laudos, mas não expôs seu conteúdo. Nassif pediu­os à
ministra; expôs na coluna os resultados mais incisivos; e ainda coloca à disposição
dos internautas fac similes dos documentos, em seu Portal Luis Nassif. 

Os recursos de programação usados permitem ampliar os documentos e examiná­los
em detalhe. Abaixo, a íntegra da coluna no Último Segundo.

Um dos episódios jornalisticamente mais polêmicos dos últimos anos foi o caso da
suposta ficha da Ministra Dilma Rousseff no Dops. Dilma acusou o jornal de ter se valido
de uma ficha falsa. O jornal refutou, dizendo que não poderia garantir que a ficha era
verdadeira, mas tão pouco comprovar que era falsa. Dilma insistiu e enviou ao jornal dois
laudos contratados por ela, junto a peritos da Universidade Nacional de Brasília (UnB) e
Unicamp. O jornal insistiu que não poderia garantir que a ficha era falsa, por não ter o
original para comparar – um contra­senso que, levado ao pé da letra, legitimaria qualquer
falsificação.

Solicitei e recebi os dois laudos da Ministra, para poder avaliar. As conclusões são
inequívocas e desmentem o jornal. 

O laudo da Unicamp é assinado por Siome K. Goldenstein e Anderson R. Rocha, do
Instituto de Computação.

Suas conclusões:

1. A imagem publicada na Folha Online não é a mesma publicada pelo jornal.
2. A imagem foi digitalmente fabricada. A foto foi recortada de uma outra fonte, o texto foi
adicionado posteriormente de forma digital e é improvável que qualquer parte da ficha
tenha sido escaneada do Arquivo Público de São Paulo – onde a ficha estaria depositada,
segundo a Folha.
3. A moldura da ficha foi scaneada (copiada através de uma máquina scanner). Já a foto
de Dilma foi colocada digitalmente. Na foto, os pixels (pontos que compõem a
imagem)são exatamente iguais. A probabilidade de isso ocorrer em uma foto
convencional é de 10 elevado a 30.000. Para efeito de comparação, a possibilidade de
duas pessoas terem o mesmo DNA é de 10 elevado à 12ª potência.
4. As letras foram digitalmente acrescentadas.

O laudo da UnB é ainda tão definitivo quanto o da Unicamp:

1. O laudo analisou três sites que tinham a tal ficha. E se baseou naquele que tinha
melhor resolução, o Viomundo. Na sua resposta, a Folha disse que o laudo se baseou na
foto de um site que costuma criticar a imprensa – argumento tolo, já que o laudo concluía
que as três fichas tinham a mesma procedência.
2. Comparou as impressões digitais da ficha original, do DOPS, com os da ficha falsa.
Constatou que eram diferentes. A probabilidade de serem iguais era de zero.
3. Analisando as bordas da ficha, constatou que as duas dobras eram exatamente iguais,
possivelmente usando o chamado efeito espelhado.
4. Foram utilizadas as fonte MS San Serif (do sistema operacional Windows) e Courier
(BM). Em alguns casos, foram colocadas letras desalinhadas (como o S), mas também
de forma digital, porque todas as letras S são idênticas.

Antes disso, leitores do meu Blog (www.luisnassif.com.br) já tinham chegado à mesma
conclusão. Como André Borges Lopes, em um trabalho detalhado sobre a foto.

Sua conclusão: “Duvido que surja algum especialista sério no mundo capaz de afirmar
que existe alguma chance, remota que seja, dessa ficha ter sido originada pelo
escaneamento de um documento físico. Mas a Folha não precisa gastar dinheiro com
especialistas. É bem possível que qualquer estagiário do departamento de arte do jornal
seja capaz de desmascarar esse engodo." 

Fonte: Portal Luis Nassif 
Publicado em 10/07/2009

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