Você está na página 1de 59

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA


CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES.
DEPARTAMENTO DE ARTES E HUMANIDADES
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DANÇA

Dança de Salão: Em busca de ‘novos caminhos’ no processo de


Ensino-Aprendizagem.

Aluno: Vinícius Monteiro Lopes


Orientador: Paulo Cézar da Silva

Viçosa – MG
Fevereiro de 2014
2

Vinícius Monteiro Lopes

Dança de Salão: Em busca de ‘novos caminhos’ no processo de


Ensino-Aprendizagem.

Trabalho de Conclusão
de Curso apresentado ao
Departamento de Artes e
Humanidades, como
requisito parcial para
obtenção do Título de
Licenciatura e
Bacharelado em Dança
pela Universidade
Federal de Viçosa.

Orientador:
Paulo Cézar da Silva

Viçosa – MG
Fevereiro 2014.
3

Dança de Salão: Em busca de ‘novos caminhos’ no


processo de Ensino-Aprendizagem.

Vinícius Monteiro Lopes

Trabalho de Conclusão do Curso de graduação


em Licenciatura e Bacharelado em Dança

COMISSÃO EXAMINADORA

_______________________________________________

Prof: Especialista. Paulo Cézar da Silva


(Orientador – Departamento de Artes e Humanidades)

______________________________________________

Profª: Especialista. Juliana Santos Anselmo Sobreira


(Diretora, bailarina e coreografa da Escola de Dança Aplauso)

________________________________________________

Profª: Alexa Costa de Freitas Alexandre


(Bacharel e Licenciada em Dança/UFV)

Viçosa – MG
Fevereiro 2014.
4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho às minhas duas mães, meu irmão e familiares


que sempre me apoiaram fazendo o possível e o impossível para
estarem sempre ao meu lado, me incentivando, dando força para
seguir em frente e vencer os obstáculos encontrados ao longo desta
jornada que aqui se finda.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a todos os meus familiares, pois são eles que me fizeram e
fazem capaz de seguir sempre em frente, batalhando e vencendo obstáculos. Em especial
agradeço as minhas duas mães e a meu irmão e grande amigo Nelson Felipe.
Agradeço â minha parceira de longa data Rose, que aos trancos e barrancos se
manteve ao meu lado, me confortando, apoiando, instruindo e dando muito amor e carinho!
A todas às colegas da turma de 2009, “Maris”, Lívia, Dani, Isa, Fê, Val, Kati, Lina,
Brenda, Má, Majú, Aline e em especial as minhas melhores amigas Glaucia e Dalilla pois
sempre foram boas companheiras e foram com elas que passei os melhores momentos de
minha graduação tanto dentro de sala de aula quanto fora dela.
A meu orientador e amigo Paulo Cézar que mesmo com minhas faltas e falhas ao
longo do processo de elaboração do presente estudo, sempre se manteve calmo (mesmo não
estando) e disposto a ajudar.
Em especial a professora “Teinha” (Maristela M.S. Lima), no qual tenho grande
carinho, não só por ter começado a trabalhar em seus projetos desde meu ingresso na UFV (o
que me possibilitou um crescimento tanto pessoal, quanto profissional), mas também pelo seu
caráter e seu jeito “doidinho” de ser, sempre com um sorriso no rosto e alegria de viver!
A minha amiga Verinha deixo meus sinceros agradecimentos, pois só a presença dela
já engrandece o Curso, com sua dedicação, carinho, comprometimento com o trabalho e com
os estudantes. Sinceramente não sei o que seria de mim neste Curso se não fosse sua amizade
e seus avisos sobre as entregas de documentos mil.
6

SUMÁRIO:

Lista de Figuras___________________________________________________________7
Lista de Anexos____________________________________________________________8

1. Trabalho de Conclusão de Curso – TCC 2014/1


1.1Introdução________________________________________________________11
1.2 Objetivos: geral e específico________________________________________12

1.3Justificativa_______________________________________________________12
1.4 Metodologia____________________________________________________14

2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. História da Dança de Salão________________________________________15
2.2. Dança de Salão e a Saúde do Aluno __________________________________18

2.3. Curso de Extensão de Dança de Salão da UFV _________________________20


2.4. Estratégias de ensino aprendizagem - Dinâmicas e Jogos/Brincadeiras________22

3. ANÁLISE DESCRITIVA DO QUESTIONÁRIO______________________________24

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS______________________________________________32
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS________________________________________35
7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Idade dos participantes______________________________________________25


Figura 2 - Como o aluno ficou sabendo do Curso?_________________________________25
Figura 3 - Porque da procura pelo Curso?________________________________________26

Figura 4 - Já teve alguma experiência com Dança de Salão?_________________________26


Figura 5 - Já dançou socialmente em bailes ou festas?______________________________26
Figura 6 - Qual a importância da Dança de Salão para você hoje?_____________________27
Figura 7 - A Dança de Salão é considerada uma atividade física. [...]?_________________ 27
Figura 8 - Sente falta de aulas teóricas sobre a Dança de Salão no curso?_______________28

Figura 9 - Acha que neste formato de Curso [...] caberia um momento para a parte teórica que
abrange todo o histórico da Dança de Salão [...]?__________________________________28

Figura 10 – [...] o que citaria como diferencial na metodologia [...] utilizada neste
curso?____________________________________________________________________29

Figura 11 - Sentem tensão, nervosismo e ansiedade com a forma de ensino do


professor?_________________________________________________________________29

Figura 12 - Você acha que a estratégia didática utilizada no curso está sendo
satisfatória?_______________________________________________________________ 29

Figura 13 - Como as estratégias didáticas têm colaborado para a aprendizagem no


Curso?___________________________________________________________________ 30

Figura 14 - Você se sente menos inibido (a) em seu meio social depois que começou a
frequentar as aulas de dança de salão no curso?___________________________________ 30

Figura 15 - Você acha que a metodologia [...] usada neste curso ajudou os alunos mais
inibidos perderem pouco de sua timidez?________________________________________31

Figura 16 - Durante o curso o professor propôs aos alunos que criassem novas figuras em
Dança de Salão a partir das movimentações ensinadas anteriormente?_________________31

Figura 17 - Você acha que as estratégias lúdicas [...] utilizadas no curso descaracterizam a
Dança de Salão?___________________________________________________________32

Figura 18 - Você acha que as estratégias lúdicas de ensino através de dinâmicas e brincadeiras
utilizadas no curso são válidas [...]?_____________________________________________32
8

LISTA DE ANEXOS

Anexo I - Termo de Livre Consentimento________________________________________39


Anexo II - Modelo de Questionário aplicado ao Curso de Extensão____________________40
Anexo III - Questionário com dados compilados__________________________________ 43
Anexo IV - Atividades Lúdicas propostas no Curso de Extensão_____________________ 46
Anexo V – Modelo de Questionário aplicado pela professora Cátia Mary Volp 1_________ 49

1
Este modelo de questionário serviu de base para estruturar as questões que se adequassem e contemplassem
averiguação de dados para esta pesquisa.
9

RESUMO

A pesquisa tem caráter teórico-prático e teve como base de estudos a Dança de Salão,
Dinâmicas e Jogos/Brincadeiras por intermédio do Lúdico, além da observação de aulas
praticas de Dança de Salão para construir estratégias didáticas que são denominadas de:
“novos caminhos” o que possibilitou dialogar sociabilização, lazer e qualidade de vida com a
aprendizagem técnica artística da Dança de Salão - bem estar físico-mental e social através de
estímulos à expressão e criatividade.
Durante a pesquisa foi analisado e constatado que as estratégias didáticas utilizadas no
ensino da Dança a dois no Curso de Extensão em Dança de Salão pela Universidade Federal
de Viçosa durante o período de 2013/2014, obtiveram resultados relevantes no campo de
ensino-aprendizagem da modalidade.
Palavras-chave: Dança de Salão, Lúdico e Ensino-Aprendizagem.
10

ABSTRACT

The research has theoretical-practical character and was based on studies of Ballroom
Dancing, Dynamics and Games through the playful, in addition to the observation of
Ballroom Dance practices to build educational strategies that are called: "new paths" which
enabled dialogue socialization, leisure and quality of life with the artistic technique of
learning Ballroom Dancing-mental-physical wellbeing and through social stimuli to the
expression and creativity.
During the survey was analyzed and found that the teaching strategies used in the
teaching of Dancing in the Extension Course in Ballroom Dancing at Universidade Federal de
Viçosa during the period of 2013/2014, achieved relevant results in the field of teaching and
learning.
Key-words: Ballroom dancing, Playful, Teaching-Learning.
11

1. INTRODUÇÃO

Ao longo de minha participação ativa 2 verifiquei que os alunos buscavam o Curso, a


procura dos benefícios relacionados ao lazer e à saúde proporcionada pela Dança de Salão, o
que pude comprovar através dos relatos dos alunos (ver anexo), que afirmaram a relevância e
preponderância destes argumentos (lazer e saúde), como fonte motivadora da procura dos
mesmos por esta prática. Nesta experiência observei a necessidade da adaptação das
estratégias de ensino aplicadas, visando proporcionar lazer de forma diferenciada aos alunos.
O Curso de Extensão incita o entendimento das possibilidades de criação em Dança,
aguçando a capacidade dos alunos de se expressarem por meio de diferentes modalidades e
ritmos. Através de cada experiência e/ou troca de vivências e saberes os corpos dançantes
constroem e reconstroem movimentos, gestos e histórias, no qual, alunos e professores
dialogam valores, sentimentos, emoções, sentidos e significados no corpo e através do corpo
durante as aulas, diálogos que se expandem e normalmente ultrapassam o espaço físico das
aulas. Sendo assim analisei a ludicidade3, que se relaciona com a utilização de jogos,
brincadeiras e dinâmicas nos processos de ensino, e como eles dialogam com as necessidades
dos alunos.
Como professor proponho ‘novos caminhos’ - através da aplicação do lúdico na
modalidade de Dança de Salão no qual esta “ferramenta” foi mola propulsora que estimulou
esta análise e pesquisa e tem sido um ponto forte nos processos de ensino que venho
desenvolvendo.
Para alcançar os desígnios desta pesquisa foi feita uma revisão bibliográfica sobre a
utilização de dinâmicas e brincadeiras que possibilitou dar suporte e embasamento teórico
sobre a aplicação das mesmas na Dança de Salão, viabilizando também, o estudo sobre a
utilização de estratégias de ensino que abarcam principalmente o lúdico adaptando-a ao
ensino da execução técnica de passos e deslocamentos específicos de cada modalidade
abarcada no Curso, proporcionando um ensino lúdico e divertido, possibilitando maior
descontração do aluno, diminuindo barreiras no aprendizado da modalidade que às vezes são
impostas pelos próprios alunos sem que percebam, como: a tensão de aprender algo novo, as
ideias pré-concebidas acerca da Dança, a insegurança e medo do desconhecido, dentre outros.

2
Quatro anos seguidos: primeiro semestre de 2009 como aluno, segundo semestre como monitor e os últimos
seis semestres como professor estagiário.
3
Nos Dicionários da língua portuguesa são apresentados os significados comumente atribuídos ao lúdico,
qualificado como um adjetivo “que tem o caráter de jogos, brinquedos e divertimentos”, os quais constituem “a
atividade lúdica das crianças” (Ferreira, 1986, p.1051 apud Gomes, 2004, p.1).
12

Validando assim a necessidade de pesquisas que dialoguem diferentes áreas de


conhecimento – Técnicas de Dança de Salão e Lúdico no Ensino-Aprendizagem, conforme
Zamoner:
É preciso repensar e abarcar na prática pedagógica o aprofundamento dos elementos
didáticos. Na realização de nosso planejamento, é necessário pensar sobre
cinesiologia, cultura, história, geografia e todos os demais aspectos pertinentes à
atividade. (Zamoner, 2005, p.84).

De acordo com o pensamento acima, vimos que o Curso de Extensão foi e é uma porta de
aprendizagem e pesquisa teórico prática para os seus professores e monitores, que em sua maioria são
graduandos do Curso de Dança, pois o professor tem o dever de atuar como pesquisador da área
acadêmica bem como compartilhar seus conhecimentos, instigar e motivar seus alunos tanto a prática
quanto a pesquisa.

1.2 OBJETIVOS

Geral: Analisar as estratégias de ensino lúdicas que abarcam dinâmicas e jogos como “novos
caminhos” para práxis4 no Curso de Extensão de Dança de Salão da UFV.

Específicos:

- Verificar através dos questionários as fontes que motivam os participantes do Curso de


Dança de Salão, e os benefícios que sentem através de uma prática lúdica.
- Verificar se é viável trabalhar o ensino da Dança de Salão de forma lúdica com intuito
de proporcionar momentos de lazer5, utilizando as movimentações de determinadas
modalidades por meio de dinâmicas e brincadeiras.

1.3 JUSTIFICATIVA

Notada a necessidade de adaptação das aulas do Curso de Extensão, para melhor


atender as necessidades dos alunos que diziam buscar lazer e qualidade de vida 6, e tomando
como base seus relatos, analisei e refleti sobre as estratégias de ensino que abarcam dinâmicas
e jogos/brincadeiras como “novos caminhos” para práxis utilizada no Curso de Extensão em

4
Consultar <http://moodle3.mec.gov.br/ufms/file.php/1/gestores/vivencial/pdf/praxis.pdf> Acesso em: 03 de
novembro de 2013.
5
Nota do autor: Momento livre em que o individuo por espontânea vontade opta por fazer o que gosta.
6
Qualidade de vida: É um conceito amplo que abrange a complexidade do construto e inter-relaciona o meio
ambiente com aspectos físicos, psicológicos, nível de independência, relações sociais e crenças pessoais (Fleck,
2000, p.34).
13

Dança de Salão para entender a viabilidade e seus benefícios, considerando práxis conforme
Oliveira:
É através do processo de reflexão-ação-reflexão que surge a práxis docente, pois o
professor deixa de ser um mero objeto de investigação e se torna o próprio sujeito da
investigação, não se limitando apenas a generalizações dos conteúdos abordados
pelos alunos, mas tornando-se o agente de mudanças, capaz de com seu senso critico
adaptar o método conforme a situação da comunidade escolar. (Oliveira7, s/d).

Para contextualizar a importância do desenvolvimento do estudo do lúdico na práxis


em Dança, concordo com Santos (2009) afirmando que: o professor tem importante e enorme
função de sempre buscar caminhos para melhor atender as necessidades de aprendizagem de
seus alunos, sanando os problemas encontrados em salas de aulas, contribuindo no - “...
constante desafio na arte de ensinar e aprender” Santos (2009, p.109).
Tomando as relações e os diálogos entre professor e aluno, fundamental na práxis
tenho Tonail (2011, p.15), que exemplifica e fundamenta teoricamente essa pesquisa,
afirmando que não se deve olhar a Dança de Salão como algo fechado - à possibilidade de
ampliação, pois a sociedade sofre constantes mudanças, assim como os indivíduos diante da
contemporaneidade, possibilitando releituras e novas relações sobre o tema; considerando
também que, a sociedade se efetiva nas relações entre indivíduo e suas necessidades de
expressão e comunicação, onde, a subjetividade - o “eu” nas relações entre criatividade e
ações atuam e interferem nos espaços em que estão inseridos. Compreender o valor desta arte
- Dança de Salão, e saber usufruí-la, proporciona bem estar físico-mental, aumentando a
qualidade de vida.
Segundo Tonial (2011, p.14) pesquisas são escassas no meio profissional e acadêmico
da Dança de Salão. Proponho então um estudo relevante tanto para a área acadêmica quanto
para profissionais da Dança de Salão, pois, apresento aos professores da área uma diferente
forma de abordagem dos processos de ensino aprendizagem; no qual, a utilização do lúdico
através de dinâmicas e brincadeiras dialoga com as tradicionais formas de ensino da
modalidade.
A abordagem do lúdico como estratégia de ensino é uma ação necessária, plausível e
relevante à análise dos processos de aprendizagem que se utilizam de dinâmicas e
brincadeiras, pois o lúdico está diretamente ligado ao lazer, possibilitando aulas e alunos

7
Disponível em < http://www.infoescola.com/pedagogia/praxis-docente/> Acesso em: 04 de novembro de 2013.
14

descontraídos, confortáveis e propícios ao aprendizado, minimizando medos e tensões8 que


geralmente ocorrem ao aprender algo novo.
Os resultados positivos desta ação abriram novas portas para os processos de ensino-
aprendizagem em Dança de Salão; de acordo com Dallabona:

Se bem aplicada e compreendida, a educação lúdica poderá contribuir para a


melhoria do ensino, quer na qualificação ou formação crítica do educando, quer para
redefinir valores e para melhorar o relacionamento das pessoas na sociedade. (s/d,
p.2)

Temos esta ação norteadora como ponto relevante na pesquisa, pois, tais estratégias
caracterizam e diferenciam as práticas desenvolvidas no Curso de Extensão em relação a
outras metodologias e estratégias aplicadas em academias onde fiz aulas e atuei como
professor.

1.4 METODOLOGIA

Foi utilizada como base desta pesquisa uma análise crítica para refletir sobre as
estratégias de ensino utilizadas atualmente no Curso de Extensão em Dança de Salão, através
do qual desenvolvi um estudo quanti-qualitativo9 pautado em revisão bibliográfica e na
experiência pessoal como monitor e professor do Curso. Os estudos e análises se deram por
meio de questionários10 (ver anexo II) entregues aos atuais alunos do Curso para constatar a
fonte propulsora da procura pelas aulas de Dança de Salão, e os benefícios que os alunos
observam e/ou sentem a partir do ensino-aprendizagem através de práticas lúdicas e também
da reflexão sobre a metodologia11 utilizada ao longo do Curso de Extensão em Dança de
Salão durante minha participação desde o ingresso na Graduação em Dança pela UFV em
2009.

8
A palavra vem no sentido de tensão muscular, observado durante as aulas do Curso, claramente evidente nos
alunos, quando os mesmos experimentavam novas movimentações.
9
A investigação quantitativa atua em níveis de realidade e tem como objetivo trazer à luz dados, indicadores e
tendências observáveis. A investigação qualitativa, ao contrário, trabalha com valores, crenças, representações,
hábitos, atitudes e opiniões (Minayo & Sanches, 1993, apud Serapioni, 2000, p.188).
10
Questionário elaborado a partir de modelo desenvolvido pela professora Cátia Mary Volp e disponibilizado
pela ex-coordenadora do Curso de Extensão em Dança de Salão professora Maristela Moura Lima (ver em
anexo).
11
“Metodologia é o conjunto de métodos e técnicas aplicadas para um determinado fim. É o caminho percorrido,
a maneira utilizada para atingir o objetivo. Num plano de aula, a metodologia deve estar embasada numa
intenção ampla do professor, quanto às questões filosóficas, psicológicas e culturais e restrita – quanto à
aprendizagem dos conteúdos em si” (Maia, 2011). Disponível em <
http://educadoresdesucesso.blogspot.com.br/2011/02/o-que-e-metodologia.html > Acesso em: 29 de novembro
de 2013.
15

Atuei na pesquisa como observador participante, considerando minha experiência


enquanto ex-aluno, monitor do Curso e atual professor; possibilitando investigar se estratégias
de ensino permeadas por dinâmicas e brincadeiras possibilitaram que o processo de
aprendizagem fosse facilitado e prazeroso. Quem explica a importância da investigação é
Tonial (2011, p.15): não se deve olhar a Dança de Salão como algo fechado a possibilidades
de ampliação, pois o mundo sofre constantes mudanças assim como os indivíduos que o
habitam, possibilitando releituras e novas relações sobre o tema, pois a sociedade se dá a
partir do indivíduo, que com sua subjetividade modifica o ambiente ao redor. Compreender o
valor desta arte que é a Dança de Salão e saber usufruí-la, proporciona bem estar físico-
mental, aumentando a qualidade de vida dos indivíduos em vários aspectos.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 História da Dança de Salão


Para contextualizar a pesquisa, se fez necessário um breve histórico da Dança de Salão
que segundo Perna apud Santos (2009) começa no século. XIV onde era chamada de dança
social e era dividida em Base Dance (datada entre 1350-1550) e o Pavane (Dança em
andamento12 lento e compasso13 binário, datada entre1450-1650). Pavana (Antiga dança de
caráter solene e grave, presumidamente de origem italiana, de Pádua), dançadas apenas por
nobres e aristocratas.

As adaptações foram inevitáveis. Afinal não havia professores e as informações


distanciadas de referências visuais se construíram a partir das diferentes
interpretações de quem as ouviam. Juntamente com espírito brincalhão dos
portugueses e o ritmo dos africanos, a dança de salão começa a criar um novo estilo
de dançar a dois. Difere-se da dança da corte e se populariza. (Santana 2012, p.7).
Segundo Mjorge (2007) os ingleses tiveram papel importante na Dança de Salão, pois
viajaram pelo mundo estudando a origem de cada ritmo realizado nos salões, para que se
pudesse conhecer melhor a história e como tais ritmos eram dançados originalmente,
buscando assim melhores estratégias de ensino e aprimorando seus conhecimentos através da
vivência em cada país por onde passaram14. Por exemplo, a Valsa:

12
“Por definição, Andamento é a velocidade em que a música é executada” (Braccini, 2010) Disponível em
<http://musicateorica.blogspot.com.br/2010/02/capitulo-12-andamento.html> Acesso em: 24 de novembro de
2013.
13
“O compasso é o elemento que permite ao intérprete ou ouvinte organizar o ritmo de uma música. É através
dos compassos que conseguimos agrupar objetivamente o ritmo das notas”. (Bartz, s/d).
14
Disponível em: < http://pt.shvoong.com/humanities/1654074-hist%C3%B3ria-da-dan%C3%A7a-
sal%C3%A3o/> Acesso em: 12 de outubro de 2013.
16

A Valsa Vienense é a mais antiga das danças de salão tradicionais. Desta surgem
suas variações que deram origem ao Foxtrot. A Polca teve sua época de glória nos
salões, principalmente na primeira metade do século XX. Em consequência do
aumento do trânsito naval entre os continentes, música e danças do Novo Mundo e
também da África (depois de passar pela América do Norte no caso dos ritmos
ligados ao Jazz e da América Latina no caso dos ritmos como Rumba, Samba,
ChaChaCha, Salsa, etc.) chegaram à Europa para a partir dali terem sua
popularidade difundida pelo mundo todo. (Roveri, 2008, p. 15).

Temos assim a migração da cultura artística da Europa para América, que de acordo
com Perna (2001, apud Peixoto, 2002, p.9) no século. XVI, os portugueses trazem para o
Brasil a Dança de Salão que ainda não era dançada a dois, o fazendo também mais tarde os
imigrantes europeus. Perna ainda afirma que a Valsa foi à primeira dança enlaçada a dois no
Brasil em meados de 1837, seguida da Polca15 em 1845, pela Companhia Francesa, no Teatro
São Pedro Alcântara. Mas de acordo com Mjorge (2007) no Brasil, a Dança de Salão
começou a ser implantada em meio a I Guerra Mundial (meados de 1914), com a suíça Louise
Poças Leitão, que fugindo da guerra, se instalou em São Paulo, Brasil. Leite afirma que
Madame Louise funda a “Escola de Dança e boas maneiras” começando a ensinar os ritmos
europeus, Valsa e a Mazurca.
Complementando esta revisão histórica, Leite (2008, p.11) diz que em seguida,
surgem outras escolas de Dança de Salão e que, devido ao vasto território brasileiro com seu
povo pluricultural em termos de arte/dança, surgem diferentes estratégias de ensino em Dança
de Salão, atendendo a demanda de cada região. Devido à imigração novos ritmos musicais
foram sendo trazidos para o Brasil e aos poucos ganhando também características do povo
que aqui se encontra os modificando como o é o caso do Tango, além dos ritmos que foram
criados como o Samba. Um autor que confirma este tipo de coalizão é Santos:

Foi da fusão dos ritmos africanos com a música e dança europeia que surgiram os
principais gêneros musicais e danças brasileiras, como o lundu, o maxixe e o samba
de gafieira. No Brasil, o destaque das danças brasileiras é o samba e as suas
variantes. Porém, existem muitos outros ritmos que foram essenciais para as músicas
de dança em todo o mundo, como o maxixe ou a lambada. (Santos 2009, p.26).
Muitas destas fusões são desenvolvidas e migradas para diferentes regiões e, acabam
sendo perpetuadas no “boca a boca e corpo a corpo” essa transmissão de conhecimento são
afirmadas pela mídia. De acordo com Leite (2008, p.10) esta propagação tem sido muito
presente nos últimos anos no Brasil devido aos meios de comunicações televisivos, tais como:
“[...] comerciais e filmes de longa metragem. [...] A transmissão televisiva, por meio dos
programas exibidos atualmente, tais como: Dança dos Famosos, exibido na Rede Globo e o

15
“Famosa dança europeia, dominou os salões na segunda metade do século XIX” (Bregolato, 2007, p.165).
17

Dançando por um sonho, exibido no SBT, [...]”. Tais programas interferem também no
público alvo com afirma Gomes:

Primeiramente percebemos uma diversificação do público. A dança de salão que


antes era considerada pelos jovens como uma atividade para a terceira idade, passa a
conquistar cada vez mais o seu interesse; A procura por suas modalidades nas
academias de dança aumentou consideravelmente, não para de chegar alunos
interessados em aprender a fazer o que viram na TV. (Gomes16, s/d).

A partir deste ponto iremos de forma resumida descrever um pouco da historicidade


da Dança de Salão em Viçosa, mais especificamente na UFV, que segundo Lima (2010, p.1),
teve seu início em 1983, no Curso de Educação Física, pelas professoras Hildergard Krause
e Cátia Mary Volp17, uma das fundadoras do Departamento de Educação Física da
Universidade Federal de Viçosa em 1975, onde lecionou até o ano de 1986 . O histórico dos
trabalhos com Dança no Curso de Educação Física está relacionado às atividades que eram
desenvolvidas no final dos anos 70, junto com a Divisão de Assuntos Culturais (DAC), por
iniciativa das professoras citadas acima, que em 1978, auxiliaram a instituir a disciplina de
Dança de Salão como a primeira do gênero a ser oferecida em uma universidade brasileira,
foi oferecida aos estudantes como uma das opções da EFI-192, Educação Física Obrigatória,
em atendimento à portaria do MEC.
De acordo Moreira (2006), esta iniciativa colaborou para a criação do Curso de
Extensão de Dança de Salão, que é oferecido semestralmente à comunidade universitária e
viçosense desde 1986. O Curso de Extensão em Dança de Salão teve seu início na
Universidade Federal de Viçosa em 1986, foi criado pelas professoras do curso de Educação
Física (na época): Cátia Mary Volp e Hildergard Krause.
Depois da criação da Graduação em Dança na Universidade Federal de Viçosa em
2002, o Curso de Extensão em Dança de Salão, passou a ser coordenado e orientado pela
professora do Curso de Dança na época Maristela Lima (Doutora em Dança na Educação pela
Temple University nos Estados Unidos em 1983). O Curso de Extensão tem um número
satisfatório de alunos com média de 30 casais por semestre, e é oferecida a comunidade
viçosense, discentes e/ou funcionários da UFV sendo eles de todas as idades.
A importância da Dança de Salão em Viçosa e na UFV tem tamanha relevância que a
mesma tornou-se disciplina obrigatória com possibilidade também de ser ministrada como
disciplina optativa, além de, ao longo destes vinte e cinco anos de curso acontecerem várias

16
Disponível em: <http://www.anima.eefd.ufrj.br/danca/ARTIGO9.htm> Acesso em: 07 de dezembro de 2013.
17
Possui graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade de São Paulo (1974), mestrado em
Educação Física - The University Of Iowa (1981) e doutorado em Psicologia Escolar pela Universidade de São
Paulo (1994). Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/0871682726299502> Acesso em: 02 de dezembro de 2013.
18

oficinas e cursos vinculados ou não ao de Extensão ou a disciplina de Dança de Salão na


UFV, sendo ministrados por professores convidados e por ex-alunos formados na instituição,
que deram continuidade a sua formação com a pós-graduação e atuando como professores
nesta área, tal a relevância desta disciplina, considerando que poucos Cursos de graduação em
Dança no Brasil oferecem esta modalidade.
Na atualidade, existem alguns Cursos de Graduação em Dança no Brasil que oferecem
a modalidade Dança de Salão como parte de sua grade curricular, como é o caso da
Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Estácio
de Sá, entre outras; também temos algumas Universidades e instituições de ensino que
oferecem há alguns anos opções de pós-graduação em Dança de Salão. Tais espaços propõem
discussão, formação e construção de saber especializado, que é de salutar para qualificar o
profissional como pesquisador, bailarino e professor, pois, viabilizam aporte teórico e prático
para que os alunos construam um saber específico da modalidade, capacitando-os a atuarem
com conhecimentos que irão nortear suas ações no campo do ensino/docência, pesquisa,
extensão nas diferentes áreas: saúde, estética, educação e seus diálogos.
No período de 2002 a 2010 no Brasil com a ampliação dos cursos superiores e com a
economia em alta, a importância que a Dança alcançou na área de produção e conhecimento
foi resultado da organização da própria classe, o que possibilitou aos profissionais da arte
‘sobreviver’ do seu trabalho; segundo site “Eguia do Estudante” (s/d)18, “O Ministério da
Cultura estima que 56% das cidades brasileiras possuam grupos de dança. A meta do órgão
para os próximos anos é subir esse percentual para 73%”. Apesar de ser um dado relevante no
cenário da Dança no Brasil, infelizmente esse dado nos revela que são 56% das cidades com
grupos de dança e não com graduação profissionalizante em Dança; provavelmente, menos
ainda disponibilizam de espaço que viabilizem o ensino da Dança de Salão nas diferentes
áreas com a qualidade e seriedade.

2.2 A Dança de Salão e a Saúde do Aluno

De acordo com Cabral (s/d), com o passar dos anos o corpo humano já não responde
com tanta eficiência aos nossos comandos como acontecia outrora na juventude, isso acontece
porque nosso corpo é um organismo multicelular 19. Ao longo da vida, alterações fisiológicas

18
Disponível em < http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/artes-design/danca-691916.shtml>
Acesso em: 14 de novembro de 2013.
19
Disponível em <http://www.brasilescola.com/saude/envelhecimento.htm> Acesso em 22 de setembro de 2013.
19

acontecem em nosso organismo, prejudicando assim seu bom funcionamento, mas outros
fatores estão associados, como genética, o ambiente em que vivemos e como vivemos nele.
Segundo Cabral (s/d), a genética explica o envelhecimento através da mitose,
causando o encurtamento das sequências de DNA20, prejudicando assim a capacidade de
renovação celular, incluso fatores ambientais, emocionais e psicológicos; assim, se o
ambiente em que o indivíduo está inserido é afetado por poluição, degradação ambiental,
conflitos familiares ou profissionais, assim como o excesso de trabalho, estes podem também
levar ao enfraquecimento do organismo, além do cansaço mental. Tomamos então a Dança de
Salão como abordagem terapêutica para um público que seja afetado por estes fatores,
conforme Gaion (2012, p.16): “(...) papel positivo das Danças de Salão sobre os estados de
ânimos, no equilíbrio, na força muscular e no risco de quedas, além de prevenir o declínio
cognitivo”.
Em se tratando de doenças relacionadas ao modo de vida levada pelas pessoas
atualmente, por conta da falta de tempo devido ao trabalho excessivo, acúmulos de funções,
levando a uma alimentação indevida diferente do que recomendam os nutricionistas, o uso de
drogas e entorpecentes e dos avanços tecnológicos, vemos um nível de sedentarismo altíssimo
em alguns países. De acordo com Garcia e Monteiro (2006, p.1), o formidável avanço
tecnológico ao longo da evolução humana nos proporcionou enorme conforto no decorrer da
história, mas que também gerou um modo de vida sedentário e este sedentarismo colabora
para a aquisição de patologias21.
Ajudando a driblar o sedentarismo causado por esses avanços tecnológicos, a Dança
de Salão nos dias de hoje é alvo de procura para atividade física, e que também pode
proporcionar melhor qualidade de vida, tanto no âmbito social quanto da saúde física, pois, a
Dança de Salão de acordo com Ried (2002, p.25 a 28), melhora a capacidade cardiovascular, a
postura corporal no dia a dia, evitando desgastes articulares e lesões na coluna ou hérnias de
disco futuramente.
A Dança de Salão ajuda na socialização contribuindo com pessoas em quadros
depressivos e/ou de estresse e que procuram essa modalidade como forma de voltar a viver
com alegria e em convívio com o meio social. Gonzaga22 (1996), afirma que a Dança

20
DNA é a sigla para ácido desoxirribonucléico, que é um composto orgânico cujas moléculas contêm as
instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e de alguns
vírus. O seu principal papel é armazenar as informações necessárias para a construção das proteínas e RNA.
Disponível em: <http://www.significados.com.br/dna/> Acesso em 05 de novembro de 2013.
21
Patologia: 1.Estudo das causas, características e efeitos das doenças, observadas na estrutura e função do corpo.
2.Condição produzida pela doença. (SACCONI, A. Luiz. Minidicionário Sacconi da língua portuguesa).
22
GONZAGA, Luis. “Técnicas de Dança de Salão.” Editora SPRINT – RJ – 1996.
20

beneficia o bem estar e a saúde física como correção de má postura, melhora da


psicomotricidade além de diminuir problemas associados à saúde mental como depressão e
ansiedade. Ried (2002, p.23) afirma que há empresas que oferecem a seus funcionários a
prática de Dança de Salão, visando prevenir o nível de estresse, favorecer a socialização entre
os mesmos, além de melhorar o nível de concentração. Gaion relata que:

[...] projetos e estudos que envolvem a “Danças de Salão” como proposta de


atividade física voltada para a saúde vem sendo amplamente difundidos, tendo seus
benefícios comprovados nas mais diversas populações e faixas etárias. Neste sentido
destacam-se melhorias na coordenação motora, agilidade, ritmo e percepção
espacial, desenvolve a musculatura corporal de forma integrada e natural, permite
uma melhora na auto-estima e quebra de diversos bloqueios psicológicos, possibilita
convívio e aumento do rol de relações sociais, torna-se uma opção de lazer e
promove inclusive melhora de doenças e outros problemas. (GAION, 2012, p.16).

No século XX a percepção de que a saúde do corpo, educação somática/consciência


corporal23 são essenciais para levar a vida em harmonia consigo e com os outros, fizeram com
que as pessoas, incluindo a terceira idade, se preocupassem em ter boa alimentação e a fazer
atividades físicas que suprissem suas necessidades fisiológicas mais básicas. Com isso a
dança tem sido procurada como uma dessas atividades físicas. Segundo Veras (2002) o
envelhecimento hoje em dia é visto com mais seriedade do ponto de vista da saúde, é preciso
associar o envelhecimento a qualidade de vida24.
Veras (2002) e Almeida (2005) em suas pesquisas e proposições refletem e
contextualizam os aspectos referentes à saúde em diálogo com os benefícios que a Dança
pode proporcionar - consideram a Dança uma atividade física com benefícios psicológicos e
emocionais – de tal forma, temos na atualidade cada vez um número maior de pessoas que
procuram a modalidade, em específico a Dança de Salão, para obter melhor qualidade de vida.

2.3 Curso de Extensão de Dança de Salão

As aulas ministradas durante o período de minha atuação como professor no Curso de


Extensão na UFV, não perderam as características e o formato proposto e aplicado nos
últimos anos pela professora Cátia Mary Volp; pois, o seu modelo didático e metodológico de
23
“Para os professores de educação somática a saúde é um estado de bem estar global da pessoa em seu meio
ambiente. Segundo esta visão da saúde, os diferentes desequilíbrios das funções fisiológicas, psíquicas,
cognitivas e afetivas são abordados pelo professor de educação somática como fazendo parte de um todo
somático”. (BOLSANELLO, 2005, p.2).
24
Qualidade de vida: É um conceito amplo que abrange a complexidade do construto e inter-relaciona o meio
ambiente com aspectos físicos, psicológicos, nível de independência, relações sociais e crenças pessoais. (Fleck,
2000, p.34).
21

ensino-aprendizagem dos ritmos foi mantido, assim como a ordem sequencial das
modalidades. Desta forma, os “novos caminhos” propostos envolveram pequenas adequações
e adaptações na construção e aplicação dos planos de aulas, que foram desenvolvidos a partir
e sobre os bons resultados do modelo metodológico utilizado pela professora Maristela
Moura, que segue as referências utilizadas e propostas pela professora Cátia Mary Volp.
Conteúdo este que tive contato através da apostila, das aulas práticas e das orientações
oferecidas na disciplina de Dança de Salão (DAN-212) e no Curso de Extensão em Dança de
Salão desenvolvido e coordenado nos últimos anos pela professora Maristela Moura na UFV;
o qual propunha preparação de aulas selecionando o ritmo apropriado a ser ensinado aos
alunos, seguindo as características próprias do mesmo: contexto histórico do ritmo e da
modalidade (música e dança), passos, deslocamentos, figuras, postura, floreios, intenção de
movimento (expressão corporal), cadência, entre outros que ao longo do aprendizado
conduzem os alunos até uma evolução técnica expressiva. Incluía-se também, uma seleção
musical apropriada que colabore para uma progressão dinâmica da aplicação de cada aula e de
toda a modalidade - de músicas de compasso lento para rápido, de marcação forte definida
para marcação branda e de difícil percepção.
Conforme os últimos anos, segundo a metodologia proposta o ensino das modalidades
ou ritmos que são oferecidos pelo Curso de Extensão de Dança de Salão na seguinte ordem, se
se iniciam pelo Bolero seguido do Forró, Samba de Gafieira, Valsa, Salsa e Tango, pois,
acredita-se que nessa ordem, as modalidades ajudam no desenvolvimento de aprendizagem
dos alunos de forma sequencial com uma progressão rítmica, técnica e de complexidade, no
qual a modalidade anterior auxilia na aprendizagem da seguinte.
Para o ensino das modalidades ou ritmos, Cátia Mary Volp propunha que se deve
começar com o “Passo Liso” (é dançado a dois nos ritmos de marcha-rancho, MPB e
baladinhas/rock-soltinho, mas não é uma modalidade de Dança de Salão), pois, este tem
marcação binária e permite passos, deslocamentos, figuras e floreios tanto do Bolero quanto
do Forró/Arrasta-pé, sua marcação lembra uma marcha, e assim, facilita processo de
aprendizagem dos alunos iniciantes; no qual utilizamos de seu ensino como abordagem
introdutória das demais modalidades.
Sequencialmente utilizamos a marcação rítmica do “passo-une-passo”, no qual
propomos uma didática de ensino onde, os alunos, em círculo e mãos dadas se deslocam para
esquerda e direita, caminhando para frente e para trás de forma uníssona em sincronia, na
progressão os alunos soltam as mãos. Temos a utilização do círculo para que todos se vejam e
executarem o movimento ao mesmo tempo. Somei a esta estrutura de ensino referências
22

lúdicas - dinâmicas e/ou jogos/brincadeiras para que através da descontração e da ludicidade


os alunos assimilassem melhor o que foi apresentado, em seguida, propunha a mesma linha de
pensamento: atividades de criação e improviso permeadas e estruturadas nos conceitos de
jogo, com intuito de estimular a criatividade dos mesmos, possibilitando um feedback
referente ao que foi ensinado e assimilado pelos alunos.
Dando sequência ao ensino aprendizagem do “passo-une-passo”, utilizei uma nova
orientação espacial, no qual todos os alunos se posicionam de frente para o espelho em fileiras
lado a lado; o professor se coloca a frente dos alunos como modelo e referência, irão então
repetir o “passo-une-passo” sozinhos, depois em casais na posição de aprendizagem25 com
deslocamento para frente e para trás experimentando as conduções do cavalheiro.
Foram feitas adaptações nas estratégias de ensino, tidas como necessárias devido aos
motivos que levaram os alunos a procurarem o Curso, o lazer em primeiro lugar, seguido pelo
aprendizado da Dança de Salão. As estratégias de ensino foram elaboradas tomando como
base o lúdico, abarcando dinâmicas e jogos/brincadeiras para melhor atender aos alunos.
Onde, conforme os autores citados ao longo do texto pode-se perceber bons resultados na
prática, quando a ação dialógica entre o ensino técnico da Dança de Salão atrelado ao lúdico
pelo docente parte de premissas consistentes de pesquisa; ações estas que possibilitam atingir
a qualidade de vida/lazer através do entretenimento, diminuindo o nível de estresse,
ansiedade, timidez, e proporcionar bem estar físico e mental, bem estar aliado ao apreender do
novo com estímulo à criatividade, expressão e comunicação – ações permeadas pelo lúdico
com intuito de atingir o lazer e a qualidade de vida/saúde.

2.4 ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM - Dinâmicas e


Jogos/Brincadeiras:

Entendemos que o conceito de dinâmica abrange muitas áreas do saber, mas no


decorrer das práticas no Curso de Extensão, a mesma foi abordada e desenvolvida a partir do
enfoque coletivo – dinâmica de grupo, que tem a capacidade de facilitar o entrosamento de
indivíduos que dividem o mesmo ambiente, auxiliando os participantes a enfrentarem e até a
superarem seus conflitos. Lima (2011), afirma que Kurt Lewin, psicólogo alemão 26, na década

25
Consiste no casal se posicionar de frente um para o outro, ambos segurando no antebraço do parceiro para se
manter uma distância considerável entre os corpos, possibilitando contato visual e distância que viabilize
condução e deslocamento com maior espaço e segurança.
26
Kurt Lewin (1892-1947) Doutor formado em Berlim no ano de 1914, fundador do Centro de Pesquisas de
Grupo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde realizou inúmeros trabalhos e formou
23

de 40 percebeu quão imprescindível era revisar os métodos de pesquisa experimentais, que na


época começaram a ser empregados no seguimento da Psicologia Social; partindo deste
estudo Lewin publicou um trabalho cujo termo - dinâmica de grupo - foi utilizado pela
primeira vez. Lima (2011) propõe que:

Se pensarmos no significado da palavra dinâmica como a área de estudos sobre o


movimento e as forças que o produzem, uma dinâmica de grupo pode ser
compreendida como qualquer proposta que traga movimento dentro dos grupos e que
evidencie as forças que atuam sobre os mesmos. (Lima, 2011, p.3).

Quando trabalhamos com um grupo e propomos uma atividade com enfoque nas
potencialidades da dinâmica do mesmo, tem-se o intuito de ampliar o nível de socialização
entre os participantes, semear boa convivência e respeito; para tal, também fizemos uso dos
recursos viabilizados pelos jogos, que segundo Huizinga (1938) tem características lúdicas e
possibilitam descanso e mudança de foco dos trabalhos cotidianos, servindo também como
acalentador da alma.
O jogo auxilia e aprimora o desempenho do aluno, pois atua em diversas áreas do
saber, podendo ser de caráter competitivo ou cooperativo. Na presente pesquisa se fez o uso
de jogos de cooperação nos quais os alunos são levados a colaborar uns com os outros para
que o aprendizado seja ainda mais concreto, possibilitando assim, crescimento individual
tanto quanto maior noção de coletividade. Temos assim que:
O uso de jogos para treinar, aprender e executar atividades reais em ambientes
realísticos pode melhorar o desempenho dos alunos, pois possibilita a vivência de
experiências de aprendizagem produzidas individualmente de acordo com o estilo de
cada aluno. (Prikladnicki, s/d, p.3)

Um dos jogos utilizados durante o Curso foi o do “Pique-pega” dançado, no qual


adaptei brincadeiras de criança para deixar as aulas mais lúdicas, a base do jogo se manteve
onde um indivíduo está no “pega” e os outros alunos tem que serem pegos por quem está no
pique, nesse caso em especifico os alunos jogavam o pique fazendo as movimentações,
figuras e floreios da Dança de Salão vistas em aula (ver anexo IV). Através dessas atividades
pode-se obter aulas de caráter mais recreativo (lúdico).
Considerando as relações entre as artes e as primeiras características motivadoras das
mesmas desde os tempos remotos, pode-se inferir conforme os autores citados, que o lúdico
de forma intrínseca percorre o campo da história do ensino-aprendizagem da Arte, o mesmo

profissionais na área da Psicologia, Filosofia e Sociologia. Disponível em: < http://www.infopedia.pt/$kurt-


lewin;jsessionid=c4P5sHJYYxUZb6FqbeR21Q> Acesso em 13 de janeiro de 2014.
24

se pode afirmar do trabalho com a Dança de Salão que aproximam duas “irmãs gêmeas” - a
música e a dança. Considerando também segundo Huizinga (1938), que todas as danças
surgem em um contexto social coletivo, de interação e integração, podendo dizer que se
desenvolvem em ambientes de festas, “(...) ela é sempre, em todos os povos e em todas as
épocas, a mais pura e perfeita forma de jogo.” (Huizinga, 1938, p. 119).
Dinâmicas de grupo pressupõem um proponente (professor) e um público alvo
(alunos) - alguma coisa estará "em jogo" – uma ação que antevêm a relação entre indivíduos
que terão que atuar e desempenhar papéis específicos diante da proposição do professor;
dinâmica que tem início, meio e fim que pressupõe um objetivo/meta, com regras e
características próprias. No caso do Curso de Extensão, visou-se o aprendizado de uma
modalidade, ritmo e ou em específico de um passo, floreio, deslocamento; no qual, as
Dinâmicas em grupos atreladas a utilização de jogos, permitem que o professor tenha claro os
objetivos da mesma, para que os alunos possam durante a própria ação obter e atingir os
resultados esperados – surgem e se efetivam os “novos caminhos” que nortearam esta
pesquisa, para apreensão das modalidades de forma prazerosa, descontraída e lúdica.

No domínio da dinâmica de grupo, mas que em qualquer outro domínio psicológico, a


teoria e a prática estão metodicamente ligadas de uma maneira que, se corretamente
conduzida, pode fornecer respostas a problemas teóricos e fortalecer, ao mesmo
tempo, essa aproximação racional de nossos problemas sociais práticos que é uma das
exigências fundamentais de sua solução. (Lewin apud, Lima, 2011, p.3).

3. ANÁLISE DESCRITIVA DOS QUESTIONÁRIOS

A construção do questionário se deu com a ajuda do orientador da pesquisa e teve


como base um questionário sobre Dança de Salão elaborado pela criadora do Curso de
Extensão em Dança de Salão a professora Cátia Mary Volp. O questionário foi aplicado aos
dezenove alunos que participaram assiduamente do Curso no segundo semestre letivo de 2013
(considerando que as observações já aconteciam desde o primeiro semestre letivo de 2013) e
teve como propósito coletar dados acerca da faixa etária, gênero, histórico e conhecimento
sobre Dança de Salão; em específico verificar os motivos que levaram os alunos procurarem
Curso, também, os benefícios (biológico, psicológico, social e emocional) que sentiram
através das práticas das modalidades, verificando se a utilização de estratégias lúdicas
auxiliaram nos processos de apreensão do novo saber somados aos motivos da procura da
Dança.
25

Os dados possibilitariam também, esboçar melhores informações referentes à


aplicação das estratégias de ensino, viabilizando uma análise quanti-qualitativa que norteasse
e contextualizasse esta pesquisa. A aplicação dos questionários foi precedida da assinatura dos
alunos em um termo de consentimento livre de participação como voluntário da presente
pesquisa.
Com base na análise dos questionários, constatou-se que 45% dos alunos tinham idade
entre dezoito e vinte e cinco anos, com 20% acima de cinquenta anos, 15% possuíam de vinte
e seis a trinta anos e, outros 15% de 36 a quarenta anos, por ultimo 5% dos alunos tinham
entre trinta e um a trinta e cinco anos. Os dados mostraram que 69% dos alunos ficaram
sabendo do Curso através de amigos, 25% através de correios eletrônicos e 6% por jornais. A
recomendação via amigos, o famoso ‘boca-boca’ reforça a compreensão que o curso agrega
valores e bons resultados ao longo dos anos e, também é um ambiente de socialização e para
fazer novas amizades.

Figura 1. Fonte: elaborado pelo autor. Figura 2. Fonte: elaborado pelo autor.

Em conversa informal com alunos foi constatada a grande incidência de alunos da


UFV, que relatavam procurar o Curso para ‘fugir’ um pouco da rotina dos estudos, o que foi
comprovado no questionário, onde 39% dos alunos buscaram o Curso com o intuito de
conseguir lazer e a aprendizagem de algo novo que estivesse associado a uma atividade física,
31% buscavam aprender a dançar, 18% qualidade de vida e 4% desejavam aprender a Dançar
para finalidades sociais, atividade física e outros. Ao perguntar se já haviam feito aulas de
Dança de Salão, 68% nunca haviam feito aulas e 32% sim; se já haviam dançado socialmente
em bailes ou festas 58% disseram não e 42% sim.
26

Figura 3. Fonte: elaborado pelo autor. Figura 4. Fonte: elaborado pelo autor.

Figura 5. Fonte: elaborado pelo autor.

Sobre a importância da Dança de Salão, 71% expuseram que está no vínculo da Dança
com a atividade física e saúde, no aumento da autoestima, concentração e coordenação
motora, somado ao espaço que é proporcionado para o lazer, além da diminuição de estresse
para além das práticas da aula, propiciando aos alunos melhor qualidade de vida, 17%
apontaram a socialização vivenciada nas aulas, e outros 12% disseram que a mesma permite a
busca de novos conhecimentos e a apreensão de novos saberes.
27

Figura 6. Fonte: elaborado pelo autor.

Em relação à Dança de Salão ser considerada uma atividade física, foi perguntado aos
alunos se sentiram e perceberam diferenças em seu estado corporal27 durante e após as aulas,
63% disseram que sim (alguns ressaltaram com maior ênfase a disposição física e postura
corporal) e os outros 37% não incluíram esta em sua lista:

Figura 7. Fonte: elaborado pelo autor.

Quando indagados se faltavam aulas mais teóricas no Curso, 100% disseram que não.
Sobre a estrutura e a divisão das aulas para o ensino de cada modalidade e/ou ritmo, a maioria
respondeu (94%) que no formato em que o Curso é oferecido não caberia momento para
teoria, pois se esperava que o mesmo fosse, em sua totalidade prático; a minoria, 6% acharam
que havia sim espaço para aporte histórico. Importante ressaltar que mesmo sem espaço

27
Propõe-se ‘estado corporal’ como os elementos que envolvem os benefícios ligados a saúde física: postura,
forma de andar, respirar, maior animo e/ou disposição física.
28

específico para teoria no curso, cada ritmo é apresentado com seus aspectos históricos, com as
referencias culturais e artísticas especificas de cada modalidade.

Figura 8. Fonte: elaborado pelo autor. Figura 9. Fonte: elaborado pelo autor.

Em relação às práticas de ensino utilizadas, quando questionados sobre as opções


metodológicas selecionadas pelo professor ao longo do Curso, sendo que os mesmos
deveriam considerar as experiências prévias que tiveram com a Dança de Salão (e ou com o
ensino aprendizagem em outras áreas), 30% disseram que a aula é mais divertida e
descontraída, 27% responderam que não há pressão e cobrança de resultados por parte do
professor na forma de ensinar, e outros 27% relataram que conseguem se concentrar melhor
na aula, e assim, aprender com maior facilidade, 16% relataram que as aulas lúdicas são mais
produtivas e menos cansativas e 0% dos alunos responderam que não se adaptaram ao
método, ou que o mesmo tenha prejudicado seu desenvolvimento nas aulas.
29

Figura 10. Fonte: elaborado pelo autor.

Ao perguntar se sentiram tensão, nervosismo e ansiedade diante da forma de ensino do


professor, 100% dos alunos responderam que não, que estavam satisfeitos com a didática
utilizada e o andamento das aulas do Curso.

Figura 11. Fonte: elaborado pelo autor. Figura 12. Fonte: elaborado pelo autor.

Quando questionados a respeito de como as estratégias didáticas colaboraram para a


aprendizagem no Curso, 19% alegaram que as mesmas deixaram os alunos a vontade, sem
pressão no aprender e executar os movimentos propostos; 18% relataram que as estratégias
ajudaram no processo de socialização do grupo, 17% disseram que se sentiram estimulados
criativamente, 14% responderam que esta forma de dar aula tornou as aulas menos
30

enfadonhas e chatas, 11% relataram que diminuiu o nível de estresse ao longo do curso e fora
dele, e outros 11%, que as práticas lúdicas colaboraram enfaticamente no processo de
aprendizagem, 7% apontaram que foi viabilizado um trabalho em equipe tanto dentro como
fora da dança e, 3% responderam que as práticas ajudaram na percepção do próprio corpo e de
suas possibilidades. Ao serem questionados se ficaram menos inibidos em seu meio social
após estarem frequentando as aulas de Dança de Salão, 74% relataram que sim e os outros
26% que não.

Figura 13. Fonte: elaborado pelo autor. Figura 14. Fonte: elaborado pelo autor.

Temos que a Dança de Salão aumenta a autoestima de seus praticantes, pois o torna
mais confiante de suas ações, o deixa menos tímido, além de proporcionar o auto
conhecimento corporal ou consciência corporal, facilitando assim, sua movimentação e
expressão, aumentando o equilíbrio, força muscular, percepção espacial e outros benefícios.
Segundo Santana (2009, p.99), a Dança de Salão aumenta a capacidade do aluno de se
expressar, facilita sua comunicação a partir da diminuição de sua timidez. Gomes apud Pinto
(2004) cita alguns benefícios da prática lúdica que ajudam a diminuir a timidez:

O lúdico é considerado, por Leila Pinto (1995), como vivência privilegiada do lazer
que materializa experiência cultural, movida pelos desejos de quem joga e coroada
pelo prazer. Para a autora, concretizar o lúdico é “renovar relações interpessoais,
experiências corporais, ambientes, temporalidades e energias; é reencontrar consigo
mesmo, com o que gosta e deseja [...].”. (Gomes, 2004, p.3 apud Pinto, 1995).

Tendo em vista que o lúdico pode proporcionar tantos benefícios para nossa saúde
acredito que aliar a prática lúdica à Dança de Salão pode aumentar a gama de benefícios á
31

saúde do aluno, proporcionado maior qualidade de vida, além de maximizar as possibilidades


de estratégias de ensino que o professor pode usufruir em suas aulas.
Em relação aos aspectos psicológicos, os alunos ao serem questionados sobre a
influência da timidez nos processos de aprendizagem, tanto antes quanto depois das práticas
das modalidades responderam: 94% que a utilização de uma metodologia lúdica (brincadeiras/
jogos, dinâmicas, outros) ajudou os alunos mais inibidos a perderem pouco a pouco parte da
timidez; os mesmos afirmaram que o professor ao longo do Curso, através de sua postura, de
sua fala, de suas proposições metodológicas instigou os alunos a criatividade, através de
espaços e dinâmicas específicas, no qual, os alunos utilizaram a base que foi aprendida em
aulas anteriormente para explorarem outras formas de utilizar e dialogar os passos,
deslocamentos e ações corporais de cada ritmo.
Ao longo das práticas teve-se como foco aguçar a criatividade, através de atividades
lúdicas e descontraídas que instigassem a criação e o improviso, ações em forma de jogo e
brincadeiras possibilitaram que os alunos diminuíssem a timidez conforme os autores citados
relataram. Os exercícios propostos não tinham um compromisso ‘pontual e direto’ de criar e
de expor os alunos, ao contrário estimulava as relações interpessoais, pois no decorrer das
dinâmicas lúdicas os alunos precisavam confiar mais em si mesmos e também em seus
parceiros. Um número significativo de 6% relatou que não foi observado alterações no perfil e
na característica individual de timidez (alguns alunos ao entrarem no Curso se apresentavam
desinibidos e comunicativos).

Figura 15. Fonte: elaborado pelo autor. Figura 16. Fonte: elaborado pelo autor.
32

Quando questionados se as estratégias lúdicas de ensino através de dinâmicas e


brincadeiras utilizadas no Curso descaracterizam a Dança de Salão, todos os alunos (100%)
responderam que não; a maioria afirmou que as estratégias lúdicas de ensino permeadas por
dinâmicas e brincadeiras utilizadas ao longo do Curso foram de grande valia e somaram-se as
formas tradicionais de ensino utilizadas nas academias.

Figura 17. Fonte: elaborado pelo autor. Figura 18. Fonte: elaborado pelo autor.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tomando por consideração o contexto social onde a Dança de Salão é oferecida, seja
em Academias, Escolas de Dança e/ou cursos em meio acadêmico, é preciso se atentar aos
motivos que levaram e levam os alunos a procurarem estes espaços; afim de, além do ensino
da modalidade em questão, perceber a realidade e contexto em que se estão inseridos e no
qual se aplicará as aulas - satisfazer o aluno proporcionando-lhe alcançar seus objetivos
através de aulas de qualidade, que possuam embasamento consistente e sólido do que é
ministrado e da forma que é ensinada pelo professor.
Estes espaços de ensino aprendizagem devem se atentar as escolhas das estratégias,
estruturas, didáticas e ações metodológicas apropriadas; considerando que, muitas vezes o
professor e/ou professores terão que desenvolver e ou adequar as que já existem.
A partir das conversas informais com os participantes do Curso é que esta pesquisa e
minha ação docente na busca por “novos caminhos” foi viabilizada, o que instrumentou e me
33

instigou na elaboração dos questionários (ver capítulo análise descritiva do questionário e


anexo), que resultaram na confirmação de que o meu público alvo em sua maioria, procurava
a Dança de Salão para obter melhor qualidade de vida através do lazer. Desta forma, houve
uma adequação em primeiro momento e depois uma adaptação da metodologia utilizada
anteriormente por Cátia Mary Volp, com a inclusão de estratégias de ensino voltadas para o
lúdico, com a utilização de jogos/brincadeira e dinâmicas que se adequassem a necessidade de
descontração, de sociabilização e entretenimento atrelado ao ensino dos ritmos específicos
sem descaracterizá-los, mas, ao contrário propiciando maior e melhor apreensão dos mesmos
por parte dos alunos.
Considerando que as estratégias de ensino começaram a ser aplicadas a partir da
segunda metade de 2012, percebeu-se que as mesmas estavam contemplando boa parte, senão
todas, as necessidades dos alunos, conforme pode ser verificado através dos gráficos - o
ensino da técnica da Dança de Salão nas diferentes modalidades ou ritmo através de uma
práxis lúdica. No qual, brincadeiras, dinâmicas e jogos estruturaram e permearam a aplicação
de todos os planos de aulas, proporcionando momentos de descontração, viabilizando um
espaço e atmosfera de prática de lazer, que por consequência eliminou boa parte dos
bloqueios, medos e receios que alguns alunos traziam, e que normalmente dificultavam a
evolução da aprendizagem dos mesmos no decorrer das aulas e do Curso - o apreender
prazeroso, saudável e significativo.
Além da relevância do processo de ensino-aprendizagem através do lúdico, as
respostas dos questionários demonstraram que, por parte dos alunos, as atividades
desenvolvidas se adequaram e aparentemente satisfizeram os interesses dos mesmos em
primeira instância. Desta forma, as discussões permeadas nesta pesquisa contemplam
pesquisadores acadêmicos e profissionais que atuam em diferentes segmentos da Dança de
Salão; pois, como visto no corpo do texto, se trata de uma pesquisa que investiga “novos
caminhos”, numa área que se apresenta ainda com escassas referências bibliográficas e
pesquisas.
Então de forma positiva o projeto também amplia o leque de possibilidades para
futuros profissionais que devem se ater com maior afinco e estudo as questões relacionadas às
metodologias de ensino utilizadas em suas aulas, sendo essencial considerar com maior
relevância o contexto e o centro de interesses dos alunos – se adaptar, criar e adaptar os
meios, as ações, os instrumentos, as estratégias, didáticas, recursos metodológicos para atingir
a real necessidade do educando/alunos. Mas, de forma alguma pretendo encerrar a discussão,
“Dança de Salão: em busca de “novos caminhos” no processo de Ensino-Aprendizagem”,
34

pelo contrário, acredito estarmos ainda ‘engatinhando’ dentro de um patamar de ação,


pesquisa e reflexão que muito tem a enriquecer para os profissionais da área.
35

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, Patricia L. CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERAPIA DE GRUPO –


uma pequena apresentação da história e do desenvolvimento de algumas propostas de
trabalhos com grupo. Revista IGT na Rede, V.8, Nº 15, 2011/ ISSN 1807-2526.

ALMEIDA, C. Maria. UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA DA DANÇA DE SALÃO.


Faculdade de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e ESEF de
Jundiaí - 2005.

BRACCINI, Joana. TEORIA MUSICAL. Blog- Disponível em: <


http://musicateorica.blogspot.com.br/2010/02/capitulo-12-andamento.html> Acesso em: 13
de novembro de 2013.

BARTZ, Guilherme. CLASSIFICAÇÃO DE COMPASSOS. Site. Estação Cultural, espaço


de música e artes. Disponível em:<
http://www.estacaomusical.com.br/aprendendomusica/20/classificacao-de-compassos>
Acesso em: 13 de dezembro de 2013.

BOLSANELLO, Débora. EDUCAÇÃO SOMÁTICA: o corpo enquanto experiência.


Université du Québec à Montreal – Canada. Motriz, Rio Claro, v.11 n.2 p.99-106, mai./ago.
2005.

BREGOLATO, A. Roseli. CULTURA CORPORAL DA DANÇA – Coleção educação


física escolar: no princípio de totalidade e na concepção histórico-crítico-social; v. I – São
Paulo, 2007.

CABRAL, Gabriela. ENVELHECIMENTO- Saúde e bem- estar- Equipe Brasil Escola.


Disponível em: <http://www.brasilescola.com/saude/envelhecimento.htm> Acesso em: 10 de
novembro de 2010.

DALLABONA, R. Sandra. O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: jogar, brincar,


uma forma de educar. Curso de Especialização em Psicopedagogia- Instituto Catarinense de
Pós-Graduação/ICPG – (S/d).

Encontro de Extensão Universitária. EXPERCIÊNCIAS EM EXTENSÃO


UNIVERSITÁRIA: difusão de projetos acadêmicos / organizadores Mário Antonio da
Silva, Valéria Maria Barreto Motta dos Santos, Juliana Prado. – Londrina: UniFil, 2012.

FERRERIA, H.B. Aurélio. MINIDICIONÁRIO SÉCULO XXI ESCOLAR: O


minidicionário da língua portuguesa. 4ª Edição – Rio de Janeiro – Editora Nova Fronteira –
2000.

FLECK, P. A. Marcelo. O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE


VIDA DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (WHOQOL-100): características e
perspectivas. Ciência & Saúde coletiva. Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre – Brasil. 2000.
36

GARCIA, B. Alessandro; MONTEIRO, C.A. Rui. EDUCAÇÃO FÍSICA: HISTÓRIA,


POLÍTICA E ATUALIDADE INCERTA. Revista digital, ano 10 – nº 93. Buenos Aires –
2006. Disponível em: <www.efdeportes.com/efd93/lei.htm> Acesso em: 01 de setembro de
2013.

LATTES, Plataforma.< http://lattes.cnpq.br/> Acesso em: 02 de dezembro de 2013.

GOMES, A. Camila. DANÇA DE SALÃO E MEIOS DE COMUNICAÇÃO: Um olhar


sobre a influência da televisão (2). Artigo disponível em:
<http://www.anima.eefd.ufrj.br/danca/ARTIGO9.htm> Acesso em: 07 de dezembro de 2013.

GOMES, L. Christianne Verbete Lúdico. In: GOMES, Christianne L. (Org.). DICIONÁRIO


CRITICO DO LAZER. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004.

HUIZINGA, Johan. HOMO LUDENS. Livro relançado pela Editora Perspectiva S.A - 4ª
edição - SP – Brasil. (1990).

IN INFOPÉDIA. KURT LEWIN. Portal: Infopéida: Enciclopédia e Dicionários Porto


Editora - 2003. Disponível em <http://www.infopedia.pt/$kurt-
lewin;jsessionid=c4P5sHJYYxUZb6FqbeR21Q__>. Acesso em: 13 de janeiro de 2014.

LEITE, F. Mariana. “A PROPOSTA PEDAGÓFICA DE ENSINO DE DANÇA DE


SALÃO DE JAIME ARÔXA”. Trabalho de conclusão de curso- Faculdade de Dança,
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2008.

MAIA, Naurelita. O QUE É METODOLOGIA? – Portal: Educadores de sucesso – postado


em cinco de fevereiro de 2011. Disponível em <
http://educadoresdesucesso.blogspot.com.br/2011/02/o-que-e-metodologia.html>. Acesso em:
29 de novembro de 2013.

MOREIRA, I. Kátia. A CRIAÇÃO DO CURSO DE DANÇA NA UFV NA


PERSPECTIVA DE SEUS IDEALIZADORES. Trabalho de conclusão de curso-
Faculdade de Dança, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006.

OLIVEIRA, Emanuelle. PRÁXIS DOCENTE. Portal Info Escola® Navegando e


Aprendendo. Disponível em <http://www.infoescola.com/pedagogia/praxis-docente/>. Acesso
em: 12 de novembro de 2013.

OSES, Adilson. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Ensino, Pesquisa e Extensão


para a Sociedade Brasileira. Disponível em
<https://www2.dti.ufv.br/ccs_noticias/scripts/exibeNoticia.php?codNot=13327>. Acesso em:
04 de dezembro de 2013.

PEIXTO, A. Carlos. PORQUE OS HOMENS E MULHERES BUSCAM A DANÇA DE


SALÃO. Monografia de requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Dança
Educativa Moderna pelo Departamento de Educação Física da Universidade Federal de
Viçosa- Viçosa- 2002.
37

PORTAL on-line. EDUCAÇÃO CONTIUNADA-EXTENSÃO. Pontifícia Universidade


Católica do Rio Grande do Sul. Disponível em
<http://www3.pucrs.br/portal/page/portal/educon/index/extensao/oque_ext> Acesso em: 22 de
novembro de 2013.

RIBEIRO, L. Sabrina. PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM: do Conceito à


Análise do Atual Processo. Revista on-line da ABPq. Disponível em: <
http://www.abpp.com.br/artigos/37.htm> Acesso em: 02 de outubro de 2013.

RIED, Bettina. FUNDAMENTOS DA DANÇA DE SALÃO: programa internacional de


dança de salão; programa básico competitivo internacional. Copyright: © Bettina Ried,
2002. 222 p.

ROVERI, E. Rúbia. DANÇA DE SALÃO: Perspectivas de Satisfação e Motivos de


Adesão. Trabalho de conclusão (bacharelado – Educação Física) – Universidade Estadual
Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro- 2008.

SACCONI, L. Antonio. MINIDICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA. 2ª.ed. São


Paulo: Escala Educacional. 2007.

SANTANA, D. Denise; SILVA, R.I. Rodrigo. DANÇA DE SALÃO: Sua influência na


qualidade de vida. In. Premio de Produção Cientifica Reynaldo Camargo Neves- Unifil-
2012. Disponível em
<http://www.unifil.br/portal/arquivos/publicaçoes/paginas/2012/11/528_946_publipg.pdf>
Acesso em 15 de outubro de 2013.

SANTOS, G. Solange. “PENSO, LOGO DANÇO”: método para ensino da Dança de


Salão. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo-2009.

TONIAL, Tiago. Dança de salão e lazer na sociedade contemporânea: um estudo sobre


academias de Belo Horizonte. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas
Gerais, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional- 2011.

VERAS, Renato. A ERA DO IDOSO. Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) da


Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ. Disponível em:
<http://www.terceiraidade.jex.com.br/geriatria/a+era+do+idoso> Acesso em: 10 de dezembro
de 2010.

ZAMONER, Maristela. DANÇA DE SALÃO: a caminho da licenciatura. Editora Zamoner


Ltda. Curitiba – 2005.
38

ANEXOS
39

Anexo I - Termo de Livre Consentimento.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA


CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES E HUMANIDADES
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O Sr. (a) está sendo convidado(a) para participar como voluntário(a) da pesquisa “Dança de Salão - Novos
caminhos e estratégias de ensino-aprendizagem: dinâmicas e a ludicidade no Apreender.”, coordenado pelo professor
Paulo Cézar da Silva do Curso de Dança do Departamento de Arte e Humanidades da Universidade Federal de Viçosa,
tendo como pesquisador aluno Vinícius Monteiro Lopes do Curso de Graduação em Dança. O projeto tem como
objetivo analisar as estratégias de ensino aplicadas no Curso de Extensão em Dança de Salão (2009 e 2013) sediado no
Pavilhão de Ginástica da EFI; pretende-se verificar a viabilidade de trabalhar o ensino da Dança de Salão por meio de
jogos, dinâmicas e brincadeiras que tornam as aulas mais lúdicas. A análise se dará através de pesquisa bibliográfica,
observações de campo, aplicação de questionários aos participantes e entrevistas aos ex-professores que atuaram neste
período no curso de Extensão, com o intuito de coletar dados pertinentes às estratégias de ensino utilizadas no mesmo.
A presente pesquisa poderá contribuir para ampliar o “leque” de possibilidades de ensino em Dança de Salão, tanto para
estudantes quanto professores de Dança de Salão. O risco referente a este projeto está relacionado com algum possível
desconforto ao responderem o questionário e entrevistas. Portanto este risco se caracteriza mínimo, podendo ser
anulados considerando-se que se irá proteger a identidade dos participantes, omitindo os nomes verdadeiros e/ou
utilizados nomes fictícios. A participação dos sujeitos como voluntários na presente pesquisa não resultarão qualquer
ônus. Os participantes podem a qualquer momento, ter informações a respeito de procedimentos, relacionados à
pesquisa, inclusive para sanar eventuais dúvidas, além da liberdade de retirar seu consentimento e de deixar de
participar da pesquisa a qualquer momento que desejarem, sem nenhum prejuízo aos mesmos e sem a necessidade de
explicarem o motivo. Declaro que fui informado (a) dos objetivos e condições da realização da pesquisa de maneira
clara e detalhada e esclareci as minhas dúvidas. Declaro que autorizo de livre e espontânea vontade, a participação do
sujeito identificado abaixo. Declaro que recebi uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e em caso de
dúvidas não esclarecidas de maneira adequada pelo pesquisador responsável, de discordância com procedimentos ou
irregularidade de natureza ética e de acordo com a Resolução posso buscar auxílio junto ao Comitê de Ética em
Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa – CEP/UFV, no seguinte endereço e contatos:
Prédio Arthur Bernardes, campus da Universidade Federal de Viçosa – UFV CEP: 36570-000.
Tel: (31) 3899-2492 Email: cep@ufv.br Site: www.cep.ufv.br

IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA

Nome: ________________________________________ Idade: ____ Tel: ______________

_________________________________ ____________________________________

Prof. Paulo Cézar da Silva Vinícius Monteiro Lopes


Coordenador e Orientador da pesquisa Pesquisador
______________________________

Sujeito da pesquisa.
40

ANEXO II

MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO AO CURSO DE EXTENSÃO.

Sexo : ( )M ( )F Idade: ( ) 18 à 25 anos ( ) 26 à 30 anos ( ) 31 à 35


Anos

( ) 36 à 40 anos ( ) acima de 50 anos

1. Por que procurou o curso de extensão em Dança de Salão?

( ) lazer associando a aprendizagem de algo novo envolvendo atividade física.


( ) aumentar a qualidade de vida.
( ) atividade física.
( ) aprender a dançar.
( ) aprender a dançar para finalidades sociais.
( ) Outros. ______________________________________________________.

2. Como ficou sabendo do Curso?

( ) Jornal ( ) Cartaz ( ) Endereço eletrônico ( ) amigos

( ) outros _______________________________________________________.

3. Você já havia feito aulas de Dança de Salão anteriormente?


( ) sim ( ) não
3.1 Quais as modalidades e a duração das mesmas?

_____________________________________________________________________
___________________________________________________________

4. Já dançou socialmente em bailes ou festas?

( ) sim ( ) não

5. Considerando experiências passadas em Dança de Salão, o que citaria como


diferencial na metodologia (forma de ensino do professor) utilizada neste curso? Pode
marcar mais de uma alternativa se necessário.
( ) aulas divertidas, descontraídas.
( ) a aulas lúdicas são mais produtivas e menos cansativas.
( ) consigo me concentrar melhor e aprender com maior facilidade.
( ) atrapalha meu desempenho.
( ) não há pressão e cobrança de resultados por parte do professor na forma de
ensinar.
( ) não me adaptei a metodologia do curso.
( ) não vejo diferença.
( ) outros ______________________________________________________.
41

6. Sentem tensão, nervosismo e ansiedade com a forma de ensino do professor?


( ) sim ( ) não
( ) outros________________________________________________________.

7. Você acha que a estratégia didática utilizada no curso esta sendo satisfatória?

( ) sim ( ) não

8. Como as estratégias didáticas têm colaborado para a aprendizagem no Curso? (pode


marcar mias de uma opção).

( ) ajudando enfaticamente no processo de aprendizagem do aluno.


( ) facilitando o processo criativo do aluno.
( ) tornando as aulas menos enfadonhas/chatas.
( ) ajudando no processo de socialização do grupo.
( ) deixando os alunos a vontade e menos pressionado ao executar os movimentos
ensinados.
( ) diminuindo meu nível de estresse ao longo do curso e fora dele.
( ) permitindo que eu conheça melhor o meu corpo.
( ) me ajudando a trabalhar em equipe tanto dentro como fora da dança.
( ) outros________________________________________________________.

9. Você se sente menos inibido (a) em seu meio social depois que começou a frequentar
as aulas de dança de salão no curso?
( ) sim ( ) não.

10. Você está satisfeito com o andamento do Curso?

( ) sim ( ) não.

11. Qual a importância da Dança de Salão para você hoje? Comente.

_________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
12. A Dança é considerada também atividade física, você percebeu alguma diferença em
seu corpo (postura corporal, forma de andar, respiração, maior animo e/ou disposição
corporal).

( ) sim ( ) não
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________

13. Você sente falta de espaço para aulas teóricas sobre a Dança de Salão no curso?
42

14. Acha que neste formato de Curso de Extensão em Dança de Salão caberia um
momento para a parte teórica que abrange todo o histórico da Dança de Salão ou se
espera que o curso seja mais pratico, pois o interesse maior é o lazer aliado a pratica
de exercício físico? Se necessário comente.

15. Você acha que a metodologia (brincadeiras, jogos, dinâmicas, outros) usada neste
curso ajudou os alunos mais inibidos perderem pouco de sua timidez?

( ) sim ( ) não

___________________________________________________________________
_________________________________________________________

16. Durante o curso o professor propôs aos alunos que criassem novas figuras em Dança
de Salão a partir das movimentações ensinadas anteriormente?

___________________________________________________________________
_________________________________________________________

17. Você acha que as estratégias lúdicas de ensino através de dinâmicas e brincadeiras
utilizadas no curso descaracterizam a Dança de Salão?

___________________________________________________________________
_________________________________________________________

18. Você acha que as estratégias lúdicas de ensino através de dinâmicas e brincadeiras
utilizadas no curso são validas e somam-se as formas tradicionais de ensino utilizadas
nas academias?

( ) sim ( ) não.
43

Anexo III
Questionário com Dados Compilados:

- Questionário Aplicado aos Alunos do Curso de Extensão em Dança de Salão 20013-2

Número de Participantes:

Sexo : (9) M (10) F Idade: (9) 18 à 25 anos (3) 26 à 30 anos

(1) 31 à 35 Anos (2) 36 à 40 anos (4) acima de 50 anos

1. Por que procurou o curso de extensão em Dança de Salão?

(9) lazer associando a aprendizagem de algo novo envolvendo atividade física.


(4) aumentar a qualidade de vida.
(1) atividade física.
(7) aprender a dançar.
(1) aprender a dançar para finalidades sociais.
OutroS: prazer.

2. Como ficou sabendo do Curso?

(1) Jornal ( ) Cartaz (4) Endereço eletrônico (11) amigos

(3) outros.

a. Você já havia feito aulas de Dança de Salão anteriormente?

(6) Sim (13) Não

b. Quais as modalidades e a duração das mesmas?

Bolero, Samba, Valsa, Forró, Passo liso e Tango.

3. Já dançou socialmente em bailes ou festas?

(8) Sim (11) Não

4. Considerando experiências passadas em Dança de Salão, o que citaria como


diferencial na metodologia (forma de ensino do professor) utilizada neste curso?
Pode marcar mais de uma alternativa se necessário.
(9) aulas divertidas, descontraídas.
(5) a aulas lúdicas são mais produtivas e menos cansativas.
(8) consigo me concentrar melhor e aprender com maior facilidade.
( ) atrapalha meu desempenho.
44

(8) não há pressão e cobrança de resultados por parte do professor na forma de


ensinar.
( ) não me adaptei a metodologia do curso.
( ) não vejo diferença.
(2) outros: ter um casal de professores.

5. Sentem tensão, nervosismo e ansiedade com a forma de ensino do professor?

( ) sim (19) Não ( ) outros.

6. Você acha que a estratégia didática utilizada no curso esta sendo satisfatória?

(19) Sim ( ) Não

7. Como as estratégias didáticas têm colaborado para a aprendizagem no Curso?


(pode marcar mias de uma opção).
(8) ajudando enfaticamente no processo de aprendizagem do aluno.
(12) facilitando o processo criativo do aluno.
(10) tornando as aulas menos enfadonhas/chatas.
(13) ajudando no processo de socialização do grupo.
(14) deixando os alunos a vontade e menos pressionado ao executar os movimentos
ensinados.
(8) diminuindo meu nível de estresse ao longo do curso e fora dele.
(2) permitindo que eu conheça melhor o meu corpo.
(5) me ajudando a trabalhar em equipe tanto dentro como fora da dança.
( ) outros.

8. Você se sente menos inibido (a) em seu meio social depois que começou a
frequentar as aulas de dança de salão no curso?
(14) Sim (5) Não.

9. Você está satisfeito com o andamento do Curso?


(19) Sim ( ) Não.

10. Qual a importância da Dança de Salão para você hoje? Comente.

Importância associada ao lazer, atividade física e bem estar e socialização.

11. A Dança é considerada também atividade física, você percebeu alguma diferença
em seu corpo (postura corporal, forma de andar, respiração, maior animo e/ou
disposição corporal).

(12) Sim (7) Não. (Sim :disposição física e postura corporal)


45

12. Você sente falta de espaço para aulas teóricas sobre a Dança de Salão no curso?

(19) Não

13. Acha que neste formato de Curso de Extensão em Dança de Salão caberia um
momento para a parte teórica que abrange todo o histórico da Dança de Salão ou se
espera que o curso seja mais pratico, pois o interesse maior é o lazer aliado a
pratica de exercício físico? Se necessário comente.

(1) Sim (17) Não

14. Você acha que a metodologia (brincadeiras, jogos, dinâmicas, outros) usada neste
curso ajudou os alunos mais inibidos perderem pouco de sua timidez?

(17) Sim (1) Não

15. Durante o curso o professor propôs aos alunos que criassem novas figuras em
Dança de Salão a partir das movimentações ensinadas anteriormente?

(18) Sim

16. Você acha que as estratégias lúdicas de ensino através de dinâmicas e brincadeiras
utilizadas no curso descaracterizam a Dança de Salão?

(18)Não

17. Você acha que as estratégias lúdicas de ensino através de dinâmicas e brincadeiras
utilizadas no curso são validas e somam-se as formas tradicionais de ensino
utilizadas nas academias?

(18) Sim ( ) Não.

18. Você acha que as estratégias lúdicas de ensino através de dinâmicas e brincadeiras
utilizadas no curso são validas e somam-se as formas tradicionais de ensino
utilizadas nas academias?

( 18 ) sim ( ) não.
46

ANEXO IV

ATIVIDADES LÚDICAS PROPOSTAS NO CURSO DE EXTENSÃO EM DANÇA DE


SALÃO

 Condução dançada sem movimentação pré-estabelecida: Para esta dinâmica o


professor pode propor que os alunos fiquem em pares na posição de aprendizagem28
ou segurando um bastão na posição horizontal, um de frente para o outro com os
braços erguidos noventa graus ou ainda com as palmas das mãos em contato um com
o outro, o próximo passo será propor que se movimentem no salão da maneira que
julgarem melhor e ao som do ritmo a ser aprendido na ocasião (neste momento o aluno
tem que se envolver na música e dançar do jeito que seu corpo pedir). Ao começarem
a dançar, hora o cavalheiro irá conduzir a dama e hora à dama irá conduzir o
cavalheiro.
Objetivos: Essa dinâmica serve para aguçar a criatividade dos alunos, desenvolver a
autoestima, possibilitar que o cavalheiro seja conduzido e assim perceber as
dificuldades da dama ao ser conduzida e no caso da dama, ela irá conduzir para
entender melhor as dificuldades da condução. Para o professor essa dinâmica tem
grande valia, pois ajuda perceber como os alunos entendem no corpo o ritmo a ser
trabalhado.
Observação: O professor deve deixar claro para os alunos a questão da postura
correta da Dança de Salão e que o conduzido deve ligeiramente se opor a
movimentação fazendo força contraria para que haja maior equilíbrio entre os corpos
do casal e que o braço do conduzido não poderá ultrapassar a linha do tronco ao
receber a condução. É interessante para melhor assimilação da condução que seja feito
o rodizio 29 entre os casais; em um nível mais avançado a condução poderá ser feita
com apenas uma das mãos em contato com o parceiro (a) e também o conduzido com
os olhos fechados para que a confiança entre o casal seja ainda maior.

28
Consiste em o casal um de frente para o outro segurando um o antebraço do outro para que se possa manter
uma distancia considerável entre os corpos.
29
Consiste na troca de casais com o intuito de o cavalheiro treinar sua condução com outra dama e a dama
treinar ser conduzida por outro cavalheiro.
47

 “Pique-pega” dançado: consiste em espalhar os alunos de forma que fiquem distantes


um dos outros e parados em seu lugar, mas que ainda sim consigam se ver. Em
seguida coloque uma música do ritmo proposto no momento e escolha um aluno (a)
para começar o “pique” se movimentando até outro aluno fazendo a(s) movimentação
aprendidas em aula.
Observação: esta brincadeira fica mais prazerosa após os alunos terem vistos mais de
uma movimentação e/ou figuras da Dança de Salão para que não tenha que se
locomover fazendo a mesma figura ou passo básico até chegar ao outro aluno e passar
o “pique”, é importante salientar ao aluno que estiver no “pega” que escolha antes de
começar quem ele quer pegar, e que não vá direto a ele e sim rodeie o espaço, faça um
caminho indireto dando voltas no salão até chegar ao seu objetivo. Em um primeiro
momento deve ser jogado individualmente e posteriormente com os casais formados.
Objetivos: Treinar a criatividade do aluno assim como sua capacidade de mudança de
direções no espaço físico onde as aluas acontecem. Esse jogo é interessante pois ajuda
na percepção das dificuldades dos alunos quanto aos deslocamentos no Salão além de
possibilitar que o professor trace um pequeno perfil do aluno, evidenciando suas
qualidades e defeitos acerca da Dança de Salão, tais como timidez excessiva,
ansiedade e baixa autoestima.

 Dançando com obstáculos: construa um caminho no chão de forma que os alunos


sejam obrigados a mudar sempre de direção e em determinados pontos coloque
obstáculos para que dificulte o percurso durante a movimentação. Ao propor essa
brincadeira/jogo o professor deverá deixar claro para o aluno que ele deve percorrer o
percurso dançando as movimentações vistas em aula e que os obstáculos servem não
só para dificultar a passagem, mas também para indicar que o aluno deve fazer um
floreio se o ritmo executado no momento permitir.
Observação: O caminho pode ser desenhado no chão com giz, fita adesiva, bastões de
ginástica ou o material que julgar apropriado. Os obstáculos podem ser as próprias
fitas atravessadas no caminho ou objetos como cadeireiras, ou o material que estiver à
disposição do professor. Em um primeiro momento deve-se passar pelo caminho
individualmente e em seguida com os casais formados.
Objetivos: Aguçar a criatividade, destreza, raciocínio rápido, equilíbrio, noções de
lateralidade e espaço.
48

 Criando Novas Figuras: o professor em um primeiro momento propõe e ensina uma


sequência de movimento aos alunos, no segundo momento pede que os mesmos
desconstruam a sequência criando outra, podendo também acrescentar novas
movimentações criadas por eles ou vistas em aula, e, no terceiro e ultimo momento
cada casal mostra sua sequência.
Observação: É de suma importância salientar que mesmo sendo um momento de
criação dos alunos o professor caso perceba necessidade pode e deve interferir nos
processos, sempre instigando o melhor dos alunos, os motivando, fazendo-os acreditar
que são capazes (mesmo porque eles realmente são).
Objetivo: dar autonomia ao casal os instigando a usar de seu conhecimento adquirido
ao longo das aulas e seu potencial para a criação de “novos passos” e de uma
sequência nova. Para o professor ajuda a perceber se os alunos de fato entenderam as
movimentações e as possibilidades de criação.
49

ANEXO V
MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO PELA PROFESSORA CÁTIA MARY
VOLP
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59

Você também pode gostar