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Um pouco de história
Mesopotâmia é um termo grego que significa “entre rios”
(meso/meio, pótamos/rios). O nome dado pelos gregos descreve bem a
região: um grande planalto delimitado pelos vales dos rios Tigre e Eufrates,
que nascem nas montanhas da Armênia e deságuam no Golfo Pérsico,
formando grandes deltas. A Mesopotâmia apresenta duas regiões
geográficas bem distintas: a região Norte, montanhosa e árida, e a Sul,
beneficiada pelas cheias dos rios, de solo muito fértil para a agricultura.
Os sumérios chegaram ao delta dos rios Tigre e Eufrates por volta
de cinco mil anos a.C., vindos, provavelmente, do Vale do Indo. Próximo ao
local onde posteriormente se ergueria a cidade de Ur, os primeiros
sumérios, saídos do neolítico, fabricavam objetos de cobre, cerâmica e
tijolos para construção, que usaram para erguer as primeiras cidades de que
a humanidade tem notícia: Quish, Uruk, Eridu, Ur, Lagash e Nipur. No
decorrer do quarto milênio a.C., com a chegada à região de um novo grupo
sumério, teve início o período de Uruk. Foram introduzidas novas técnicas
de metalurgia e olaria, com aprimoramento dos artefatos de metal e
cerâmica. Os templos, por sua vez, se tornaram maiores, mostrando o
crescimento do poder dos sacerdotes. No final desse período foi criada a
escrita cuneiforme, usada cada vez mais intensamente nos períodos que se
seguiram.
Além das cidades, dos grandes templos e palácios, o povo sumério
construiu canais de irrigação e açudes, que abasteciam as cidades nos
períodos de seca. Esses canais formavam um complexo sistema hidráulico
que, por volta do ano 3000 a.C., garantia a colheita de cereais como o trigo
e a cevada, além de contribuir para evitar as temidas inundações. Os
sumérios conheciam o arado semeador, a grade e os carros de roda. Além de
cereais, cultivavam o linho, o gergelim, árvores frutíferas, raízes e
leguminosas. Além da agricultura, dedicavam-se à criação de animais e ao
artesanato em junco, argila, madeira, couro e metais. Em decorrência dos
excedentes de produção, os sumérios desenvolveram o comércio com
outros povos e criaram um bem elaborado sistema financeiro, com a
utilização de recibos, escrituras e cartas de crédito. Em meados do terceiro
milênio a.C., grupos de nômades vindos da Síria, chamados acadianos,
começaram a penetrar nos territórios sumérios e acabaram por dominar suas
cidades. Por volta do ano 2000 a.C., os amoritas, povos semitas vindos do
deserto sírio-árabe, estabeleceram-se na região. Sob o reinado de Hamurabi,
conquistaram a Suméria e a Acádia, formando o Primeiro Império
Babilônico.
Em torno de 1800 a.C., Hamurabi estabeleceu um código de leis,
com base nas leis dos sumérios, composto por 282 artigos. O texto inicial
do Código de Hamurabi expõe como Anu, o senhor dos Anunaki, e Bel,
senhor dos céus e da terra, decretaram todos os destinos e deram ao
poderoso Marduk, filho de Ea, o domínio sobre a humanidade. Em seguida,
Hamurabi afirma ter sido escolhido pelos deuses para trazer à terra
esclarecimento e justiça. As leis do código assegurariam o bem-estar dos
homens na terra, impedindo que os fortes ferissem os fracos, castigando os
maus e destruindo os criminosos. As leis instituídas pelo Código de
Hamurabi buscavam disciplinar a vida social e a econômica, garantindo a
ordem e o respeito à propriedade privada.
No final do segundo milênio a.C., os assírios, povo semita que
habitava as margens do rio Tigre, conquistaram as cidades mesopotâmicas,
expandindo em seguida os seus domínios até o Egito. O centro
administrativo do império era a cidade de Nínive, situada à margem
ocidental do rio Tigre. Um de seus mais notáveis soberanos foi
Assurbanípal (c. 690 - 627 a.C.), criador da Biblioteca de Nínive, que
reunia milhares de textos em escrita cuneiforme. No início do primeiro
milênio a.C., um povo de origem também semita, os caldeus, se estabeleceu
na Mesopotâmia. Os caldeus foram os principais responsáveis pela derrota
dos assírios e pela organização do Segundo Império Babilônico, que teve o
seu ponto alto com Nabucodonosor (c. 605 - 563 a.C.). Após a morte desse
rei, Babilônia entrou em declínio, até ser invadida, por volta de 539 a.C.,
pelo Império Aquemenida, liderado por Ciro II, o Grande.
SÉTIMA TÁBUA
Ele é Asaru, que conduz a água nos canais e faz a erva crescer.
Ele criou o grão e definiu o tempo de semear e de colher.
[1]
Notas
Apsu personifica as águas subterrâneas, representando, na cosmologia suméria, o oceano primordial
de água doce de onde provêm as fontes, os rios e as águas fertilizantes da chuva. É a água que flui,
sustentando a vida sobre a terra e dando sabedoria aos homens e deuses. Na cosmologia babilônica,
Apsu é marido de Tiamat e pai dos primeiros deuses. Após sua morte, tornou-se o lar de Ea e dos
Sete Sábios Divinos, os Apkalu, que foram enviados sob a forma de peixes, antes do dilúvio, para
ensinar à humanidade as artes da civilização. O nome Apsu também pode ser encontrado grafado
Absu, Apzu ou Abzu.
[2]
Tiamat representa o caos fecundo das águas salgadas, matriz de toda a forma de vida. Geradora de
deuses, monstros e tempestades, foi esposa de Apsu e mãe da primeira geração de deuses. O termo
Mummu, que aqui surge como um epíteto de Tiamat, pode significar mãe, aquela que gera vida, que
dá voz, já que a raiz da palavra “mummu” é acadiana, com o significado de “falar”.
[3]
As águas doces de Apsu e as águas salgadas de Tiamat permaneciam misturadas, formando um único
corpo primordial que pairava em um universo inerte.
[4]
Lahmu e Lahamu são os primeiros seres que emergem das águas de Apsu e Tiamat. Alguns textos os
descrevem como duas grandes serpentes, seres sinuosos que reproduzem com seu movimento a
ondulação das águas. Pesquisadores acreditam que Lahmu e Lahamu sejam Tiamat e Apsu
encarnados como macho e fêmea, deus e deusa, para que gerassem Kishar e Anshar. O termo Lahmu
também pode ser interpretado como “turvo”, referindo-se certamente à fértil lama, depositada nos
deltas dos rios Tigre e Eufrates, origem das fartas colheitas naquela região.
[5]
Anshar e Kishar, filhos das divindades primordiais Lahmu e Lahamu, representam a linha do
horizonte que divide o céu (An) e a Terra (Ki), ou ainda, os pólos celestes. O deus sumério Anshar,
depois absorvido pela religião acádia, reúne os termos “céu” (An) e “pleno” (shar). Era esposo da
deusa Kishar (o termo Ki significa “terra”), com quem gerou o deus Anu.
[6]
Anu é uma palavra sumeriana que significa céu. Na religião suméria, Anu era filho de Nammu,
deusa mãe das águas primordiais, e esposou Ki, deusa da terra, com quem gerou Enlil, o poderoso
senhor dos ventos. Deus principal entre as divindades mais antigas, Anu tinha como símbolo uma
coroa de chifres. Na tradição acadiana, também era o deus do céu, o firmamento vazio, formado a
partir da existência da linha do horizonte, ou seja, dos deuses que o geraram: Anshar e Kishar. Com
sua esposa Antu, Anu gerou os Anunnaki, deuses do mundo subterrâneo.
[7]
Nudimmud-Ea é o nome acadiano do deus sumério Enki, cujo nome aglutina os termos “en”
(senhor) e “ki” (terra). Nudimmud-Ea atua sobre as águas doces, a sabedoria e as artes. Por dominar
os encantamentos, o conhecimento mágico das palavras, trouxe a civilização aos homens e
determinou seu destino. Nudimmud-Ea, ou Enki, levou a ordem ao universo, encheu as águas de
peixes, inventou o arado, ensinou aos homens o trabalho na terra e a lida com animais. Na tradição
acadiana, Nudimmud-Ea é filho de Anu, embora em algumas variantes seja considerado filho de
Anshar. Senhor das águas, é ele quem controla as cheias e domina o mar.
[8]
Mummu é conselheiro e mensageiro de Apsu. O termo “mummu”, nesse contexto, pode significar
“aquele que fala” ou “o que transmite algo com a fala”.
[9]
Na tradução de L.W. King, os próximos cinco versos estão muito fragmentados. O texto desta versão
foi elaborado a partir dos fragmentos de frases do texto de King e dos acréscimos das traduções de
Langdon e Sandars.
[10]
A partir desse ponto, na tradução de King, as 30 linhas seguintes estão praticamente ilegíveis. O texto
desta versão foi elaborado a partir dos fragmentos de frases que restaram em King, com acréscimos
de traduções mais recentes de Langdon e Sandars.
[11]
Damkina era o nome acádio da deusa-mãe suméria Damgalnuna. Na mitologia babilônica, Damkina
desposou Ea e gerou Marduk.
[13]
A expressão “o coração de Apsu” se refere às profundezas das águas subterrâneas. Nudimmud-Ea, o
vencedor de Apsu, torna-se o senhor das águas doces, que emergem das fontes para formar rios e
lagos.
[14]
Lahmu e Lahamu, os nomes assumidos por Ea e Damkina ao gerarem Marduk, são os mesmos nomes
assumidos anteriormente por Apsu e Tiamat, ao se erguerem como deus e deusa, para gerarem
Anshar e Kishar. O primeiro termo, Lahmu, corresponde a “macho” e complementa o termo Lahamu,
“fêmea”.
[15]
Quatro é o número que expressa a matéria e desde o neolítico foi utilizado para representar o mundo
material, aquilo que é perceptível pelos sentidos. Quatro são os pontos cardeais, os ventos, os pilares
da terra, as fases da lua, as estações do ano. O número quatro representa o universo em sua
totalidade. Quatro olhos e quatro ouvidos dão a Marduk, simbolicamente, o poder de tudo ver e ouvir.
[16]
O termo “Mariyutu”, provavelmente um epíteto de Marduk, poderia ser traduzido por “meu pequeno
filho”.
[17]
A serra era arma e instrumento que caracterizava alguns dos deuses solares. Anu, deus dos céus, pai
de Enlil e Ea, criava os ventos com sua serra. No Museu Britânico há um selo acádio que mostra
Shamash, o Sol, brandindo uma serra e emitindo raios de luz, ao emergir entre os picos das
montanhas.
[18]
Na tradução de King, os onze versos seguintes estão muito fragmentados e as reconstruções desse
trecho apresentam soluções diferentes em traduções mais recentes. O texto desta versão foi elaborado
a partir dos fragmentos de frases identificados por King, considerando-se também os acréscimos das
traduções da Langdon e Sandars.
[19]
Em King, esse epíteto de Tiamat é grafado Ummu-Hubur. Em versões mais recentes, porém, aparece
a grafia Mummu-Hubur, que geralmente é traduzido como “mãe de monstros”.
[20]
O monstro-fêmea.
[21]
A relação dos monstros criados por Tiamat tem sido um dos pontos de discordância entre os
tradutores do Enuma Elish. Segundo a tradução de King, tem-se: She set up vipers and dragons, and
the monster Lahamu, and hurricanes, and raging hounds, and scorpion-men, and mighty tempests,
and fish-men, and rams. Sandars, por sua vez, traduz: She made the Worm, the Dragon, the Female
Monster, the Great Lion, the Mad Dog, the Man Scorpion, the Howling Storm, Kulili, Kusariqu.
Nesta tradução, optou-se pelas sugestões oferecidas por Pritchard, em Ancient Near East Texts:
Relating to the Old Testament with supplement.
[22]
Anunaki (grafa-se também como Anunnaki ou Anunaku) é um nome comum aos deuses sumérios e
acadianos. Estão relacionados aos Annuna, cinquenta deuses maiores, e aos Igigi, deuses menores.
Eram divindades da quinta geração, filhos de Anu, o céu, e Ki, a terra (anu-na-ki), e participavam do
conselho dos deuses, onde eram liderados por Anu. Distribuídos entre a terra e o mundo subterrâneo,
zelavam pela fertilidade do solo. Entre os Anunnaki mais importantes estão: Asaru, Asarualim,
Asarualimnunna, Asaruludu, Namru, Namtillaku, Tutu e Enki ou Ea para os acadianos.
[23]
As Tábuas do Destino davam a seu possuidor o poder supremo sobre deuses e homens. Nessas tábuas
os destinos individuais eram escritos e selados.
[24]
Os 52 versos seguintes estão muito fragmentados na edição de King. O texto desta versão, referente a
essas linhas perdidas, foi elaborado a partir das traduções de Langdon e Sandars.
[25]
King adota a grafia Ubshu-ukkinna. Trata-se do nome sumério para a sala da assembleia dos deuses,
na montanha sagrada de Duku, que era reproduzida simbolicamente nos grandes templos e
considerada a sala de reunião dos deuses na terra. O termo também pode ser grafado como Ubshu-
ukkinakku.
[26]
King adota a grafia Gaga, enquanto outros tradutores optam por Kaka ou Kakka.
[27]
Os Igigi, divindades menores do panteão sumério, trabalhavam abrindo canais e cultivando a terra. O
termo significa, possivelmente, “aquele que vigia”.
[28]
Anu era o guardião das Tabuas do Destino, antes que Tiamat as entregasse a Kingu. Foi Anu
quem gerou os Anunnaki.
[29]
Os nomes dos cavalos do carro de guerra de Marduk, como os cavalos de Ares, o deus grego da
guerra, descrevem o terror das batalhas.
[31]
Nesse trecho, King traduz o termo Apsu por “abismo”. O termo grego αβυσσος (abyssos) poderia ter
sua origem no acádio Absu (ou Apsu).
[34]
King grafa como E-sara, mas o termo é encontrado mais freqüentemente com as grafias Esharra e E-
shara, nome dado a vários templos como o de Anu em Uruk e o de Enlil na cidade de Assur. Esharra
pode ser traduzido como “casa de todos” ou ainda, “cidade”.
[35]
Os grandes deuses foram colocados por Marduk no céu, onde podem ser reconhecidos nas
constelações.
[36]
King traduz esse verso como: “The stars, their images, as the stars of the Zodiac, he fixed.” Na
tradução desse verso, contudo, não utilizamos o termo “zodíaco” (do grego zoidiakós /círculo dos
animais), por considerá-lo inadequado, já que esse conceito só foi definido no Egito helenista.
[37]
Marduk elabora um calendário lunar, de um ano de doze meses sinódicos, ou seja, cada mês com
29,5 dias, tempo correspondente ao intervalo entre duas luas novas.
[38]
O termo Nebiru (em acádio é um dos nomes de Marduk), diz respeito ao planeta Júpiter, que desde
muito cedo foi usado como um ponto de referência celeste. O termo também pode significar polo ou
pivô. Nesse caso, Nebiru também poderia indicar o Polo Norte celeste, uma importante referência
para quem observa o céu em rotação.
[39]
Na mitologia suméria, Enlil, deus dos ares, filho de Anu, era o mais importante e poderoso deus da
nova geração. Inicialmente foi líder do panteão, mas depois renunciou seu posto para Anu. Entre os
sumérios, Enlil foi o criador da humanidade e também o responsável pelo grande dilúvio. Entre os
babilônicos, foi substituído por Marduk.
[40]
O céu era dividido em três faixas paralelas por onde se distribuíam as várias constelações. Cada faixa
era o caminho de um deus. No caminho de Enlil havia trinta e três estrelas principais. No caminho de
Anu, vinte e três, e no de Ea, quinze.
[41]
Zênite é o ponto superior da esfera celeste. Para um observador que está sobre a Terra, é o ponto
que se projeta na abóboda celeste, partindo exatamente do alto de sua cabeça. Trata-se de um marco
referencial de localização para a rosa dos ventos.
[43]
Sin, ou Suen, é o nome acádio de Nana, o deus Lua sumério. Casou-se com a deusa Nikkal,
correspondente à deusa sumeriana Ningal. Tem como símbolo um disco em forma de crescente e é
responsável pelos calendários. Deus protetor dos juramentos, costumava ser representado com chifres
e longa barba. Seu templo era chamado Enushirgal. O eclipse da Lua era um sinal de desastres e
infortúnios.
[44]
Samash é o nome acadiano do deus Sol, originalmente chamado Utu pelos sumérios, filho de Ningal
e de Sim, o deus-Lua. Era irmão de Inanna, a Ishtar acadiana. O sumeriano Utu era um deus
poderoso, reverenciado como deus da justiça, pois ao cruzar a Terra, via tudo o que sobre ela
acontecia. Marduk não era Shamash, mas assumiu muitos atributos do sol como parte da elevação de
sua condição divina no período do Segundo Império Babilônico.
[45]
Esses versos descrevem as sucessivas fases da lua: nova, crescente, cheia e minguante, que ocorrem
no espaço de um mês lunar.
[46]
Na tradução de King, as cinquenta linhas seguintes estão muito avariadas. Os fragmentos de texto
sugerem que Marduk, após criar a Lua, criou o Sol. A sequência dos versos foi sugerida pela
tradução de Sandars.
[47]
O termo Durmah é sumério e significa, possivelmente, lugar alto, pois entre os nomes de Marduk, o
trigésimo oitavo é Lugal-durmah, geralmente traduzido como “senhor dos lugares altos”.
[48]
Usmu (Ushmu ou Ismud) é um deus sumério, conselheiro de Ea, dotado de duas faces como o deus
romano Jano.
[49]
Eridu era uma antiga cidade suméria, localizada a sudoeste de Ur, onde se erguia o santuário de Ea
(Enki).
[50]
As quinze linhas que seguem estão muito fragmentadas na tradução de King. As poucas palavras
legíveis sugerem a descrição de uma cerimônia em que Marduk recebe o poder, diante das gerações
de deuses. A reconstrução do texto foi feita a partir das traduções de Langdon e Sandars.
[51]
Em King, a partir dessa linha, o texto foi completamente perdido. Esta versão foi elaborada a partir
das propostas de Langdon e Sandars.
[52]
O termo Lugal-dimmer-ankia pode ser compreendido como: senhor dos céus e da terra.
[53]
Após ter sido encantado por Ea, restou de Apsu somente um abismo de águas doces, lugar de
moradia de deuses.
[54]
Em King, a partir desse verso, quase toda a sexta tábua está ilegível. Os textos de Langdon e Sandars
possibilitaram o levantamento de dados para esta versão.
[56]
Esagila era o nome do templo dedicado a Marduk na cidade de Babilônia. O termo é sumério e pode
ser traduzido como “casa da cabeça erguida”.
[58]
Ao sul de Esagila está o zigurate Etemenanki, cuja memória foi perpetuada no mito da Torre de
Babel. Pode ser essa a construção citada no texto.
[59]
Templo dedicado ao deus Assur (Enlil ou Ansar) na antiga capital da Assíria, a cidade de Assur.
Esharra significa “casa da totalidade”.
[60]
Asarluhi significa algo como “aquele que domina o destino pelo poder das palavras”.
[62]
Originalmente as ofertas nindabu consistiam em um pão ou uma medida de cereais, entregue aos
sacerdotes nos templos. Com o tempo, também se passou a oferecer tecidos, objetos artesanais,
sacrifícios de animais e queima de incensos aos deuses.
[63]
O termo Bel, assim como Lugal, significa “senhor” e Marduk também recebe os títulos de bel rabim
“grande senhor” e bêl bêlim “senhor dos senhores”.
[64]
Asaruludu significa “luz dos deuses” e na mitologia sumero-acadiana é o nome de um dos Anunnaki.
Trata-se de uma divindade benéfica e luminosa, que trazia saúde e prosperidade.
[65]
Ninigiku (nin /senhor , igi / olho e ku / prata) ou senhor dos olhos de prata, é um dos epítetos de Enki
ou Nidmud-Ea.
[66]
O “grande mar devorador” é Mummu Tiamat e os terrores do mar são dominados por Marduk.
[68]
Malah significa “barqueiro” e, mais uma vez, tem-se a idéia de Marduk em situação de domínio
sobre o mar.
[69]
O termo Mummu aparece aqui com o significado de “palavra criativa”, ou ainda, “o verbo que cria
vida”.
[71]
Marduk, ao criar o universo, deixa de ser filho para se tornar o pai dos deuses. Observa-se o mesmo
na Teogonia de Hesíodo, pois o poder supremo conquistado por Zeus faz dele o pai de todos os
outros deuses e o novo criador do universo.
[72]
O poder de Marduk sustenta Anu, a abóboda celeste. Essa imagem de um deus que sustenta o céu
com sua força e poder está em várias outras mitologias.
[73]
O termo Asharu, nome do deus dos destinos, é a origem etimológica do termo azar, que nas línguas
neolatinas aparece com diferentes acepções, podendo significar tanto desgraça e infortúnio, como
acaso, casualidade ou sorte. Na língua árabe, az-zaHar é o nome que se dá ao dado usado nos jogos e
na língua suméria asharu é o destino, que tanto pode trazer boa ou má sorte.
[74]