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O polêmico poema de Carlos Drummond de Andrade publicado em 1928 foi inicialmente

pouco compreendido e até mesmo repudiado devido ao excesso de repetições (afinal,


dos dez versos, sete contém a famosa expressão "tinha uma pedra").

Fato é que o poema em pouco tempo acabou por entrar no imaginário coletivo
principalmente por tratar de uma circunstância comum a todos nós: quem é que nunca
encontrou uma pedra no meio do seu caminho?

Os versos tratam dos empecilhos que vão surgindo ao longo do nosso percurso e de
como escolhemos lidar com esses pequenos (ou grandes) imprevistos que nos deslocam
do nosso itinerário inicialmente idealizado.

No meio do caminho tinha uma pedra


tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento


na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

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