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Função de risco, h(t)

• Mais importante das medidas de confiabilidade


3. Função de risco ou taxa de • Trata-se da quantidade de risco associada a uma
falha unidade (componente ou sistema) no tempo t

Manutenção e Confiabilidade • Serve de base de comparação entre unidades com


características distintas:
Prof. Flavio Fogliatto
– Unidades c/ mesma confiabilidade em t podem ter
funções de risco bastante distintas

Condições para uma função ser


Como obter a função de risco função de risco
• Condição 1:
Equivalente a R(∞) = 0
+∞
∫0
h(t )dt = +∞

• Condição 2:

h(t ) ≥ 0, p / qq t

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Exemplo
Relação entre funções Exemplo (Cont.)
• Lâmpadas elétricas costumam apresentar ttfs descritos • λ = constante:
por uma dist. exponencial, c/ densidade dada por: – função de risco da distr. exponencial é constante no
f (t ) = λ e − λt
,t≥0 tempo

• Função de risco acumulada:


t t
H (t ) = ∫ h(u )du = ∫ λ du = λt
• Função de confiabilidade das lâmpadas é: 0 0


= ⎡⎣0 − ( −e − λt ) ⎤⎦ = e − λt
∞ ∞
R(t ) = ∫ f (u )du = ∫ λ e − λu du = −e− λu
t t t • Conhecido o valor de λ a partir de testes de vida
feitos com um lote das lâmpadas em questão, pode-se
f (t ) λ e− λt
• Função de risco é: h(t ) = = =λ obter principais figuras de confiabilidade do produto.
R(t ) e− λt 5 6

Categorias da função de risco e


fases da vida de produtos Categorias da função de risco
• Forma função de risco indica como uma unidade • Duas categorias básicas:
envelhece.
– (i) crescente, IFR (increasing failure rate) - incidência
• Função de risco = quantidade de risco a que uma de risco não decresce com o tempo; e
unidade está exposta no tempo t: – (ii) decrescente, DFR (decreasing failure rate) -
– valor pequeno para função implica em unidade exposta incidência de risco não cresce com o tempo.
a menor quantidade de risco • Outras categorias (derivadas das 1as): funções
crescentes e decrescentes na média.
• Função constante é caso limítrofe entre IFR e DFR.

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Graficamente Exemplos das categorias
• Crescente:
– itens que se desgastam ou degradam com o tempo
– componentes mecânicos, em sua quase totalidade
• Decrescente:
– na modelagem de confiabilidade de softwares, onde a
incidência de bugs diminui a medida em que o produto
sofre revisões
• Maioria dos produtos manufaturados apresenta
função de risco dada pela combinação das categorias.
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Curva da banheira Graficamente


• Modelo divide vida operacional de um produto em
três estágios:
– (1) de mortalidade infantil (quando ocorrem falhas
precoces),
– (2) de vida útil (onde a incidência de falhas é
relativamente estável no tempo), e
– (3) de envelhecimento (quando o produto passa a
apresentar desgaste acentuado e falhas passam a
ocorrem com maior frequência).

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Fases da curva da banheira Fases da curva da banheira
• 1o estágio: região de alta, porém decrescente, taxa de falha. • 2o estágio: fase de vida útil, menor taxa de falha do gráfico,
aprox. constante.
– Falhas = defeitos relacionados a matérias-primas e operações de
manufatura que não atendem às normas de especificação (causas – Falhas causadas por eventos aleatórios, designadas por causas
especiais). comuns e não-relacionadas a defeitos inerentes às unidades.
– Mortalidade infantil reduzida através da adoção de projetos • P. ex., sobrecargas de voltagem, vibração e impactos, aumentos na
robustos de produto, práticas de controle de qualidade na temperatura e umidade durante a operação normal das unidades.
manufatura, ou burn in:
– Falhas por causas comuns podem ser reduzidas através da
• No burn in, testam-se unidades em condições normais de uso por
melhoria nos projetos dos produtos, tornando-os mais robustos.
período de tempo suficiente p/ que defeitos precoces sejam
detectados e corrigidos antes das falhas.

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Curva da banheira ilustra


Fases da curva da banheira comportamento médio
• 3o estágio: envelhecimento, região de taxa de falha crescente, • Computadores e componentes eletrônicos costumam
dominada por falhas relacionadas ao desgaste da unidade. apresentar função de risco dominada pelo estágio de vida útil,
c/ períodos curtos de mortalidade infantil e envelhecimento:
– Exemplos: corrosão e trincas por fadiga.
– Aumento da taxa de falha normalmente indica a necessidade de – Para esses sistemas, atenção especial deve ser dada a falhas
reposição de peças no produto, informando acerca da duração aleatórias e métodos de controle do ambiente de utilização do
aproximada de sua vida de projeto. produto.
– Alternativas para amenizar intensidade do envelhecimento: • Em equipamentos e componentes mecânicos, função de risco é
• projeto de produtos c/ componentes e materiais mais duráveis, dominada pelos estágios 1 e 3 da curva da banheira, sendo o
• práticas de manutenção preventiva e corretiva estágio 2, de vida útil, praticamente ausente.
• controle de fatores ambientais de stress que possam intensificar a
taxa de falha do produto.

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Modelos de risco Modelo de risco constante
• Seis modelos de risco: • A função de risco constante é representada por:
– constante, h(t ) = λ falhas/unidade de tempo
– crescente,
– decrescente, onde λ é uma constante.
– curva da banheira piecewise linear,
– função de potência e
– exponencial. • Função de densidade correspondente é função de uma
• Utilização combinada dos modelos permite representar quase
variável exponencialmente distribuída.
totalidade dos mecanismos de risco existentes na prática.

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Modelo de risco linearmente Modelo de risco linearmente


crescente decrescente
• Corresponde ao último estágio da curva da banheira, • Provê uma representação simplificada do primeiro
normalmente representado por uma função não-linear.
estágio da curva da banheira, dada por:
• Função linear a seguir é uma simplificação desse modelo:
h(t ) = a − bt
h (t ) = λ t
onde λ é uma constante. tal que a e b são constantes, e a > bt.
• Função de densidade associada à eq. acima é dada por: • Função de densidade associada à eq. acima não
⎡ t ⎤ λt
2

f (t ) = λt exp ⎢ − ∫ λ tdu ⎥ = λ te 2 corresponde a nenhuma distribuição de probabilidade
⎣ 0 ⎦ em particular.
correspondendo à função de densidade da distribuição de
Rayleigh.
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⎧a − bt + λ , 0 ≤ t ≤ a b
Modelo de risco linear “piecewise” ⎪
h(t ) = ⎨ λ , a b ≤ t ≤ t0
da curva da banheira ⎪ c(t − t ) + λ ,
⎩ 0 t0 < t

• Modelo linear da curva da banheira é bastante • λ > 0.


versátil:
• Função decresce linearmente até λ no tempo a/b,
– ajusta-se satisfatoriamente a funções de risco permanece constante até t0, e cresce linearmente para
calculadas empiricamente. tempos maiores que t0.
• Modelo oferece aproximação linear da curva da
• Densidade associada à região de risco constante, p.
banheira, tipicamente não-linear:
ex., é:
⎧a − bt + λ , 0 ≤ t ≤ a b

h(t ) = ⎨ λ , a b ≤ t ≤ t0 f (t ) = λ exp ⎡⎣ − ( λ t + a 2 2b ) ⎤⎦ , a b < t ≤ t0
⎪ c(t − t ) + λ , t0 < t
⎩ 0
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Modelo de risco da função de


potência Modelo de risco exponencial
γ −1
γ ⎛t⎞
• Função é dada por: h(t ) = ⎜ ⎟ • Modelo de risco exponencial usado quando função de
θ ⎝θ ⎠ Weibull
risco crescer ou decrescer abruptamente,
γ γ −1 − tγ θ apresentando comportamento exponencial:
• A função de densidade associada é: f (t ) = t e
θ
h(t ) = ceα t

• Weibull permite representação não-linear plena da curva da • Natureza do modelo depende dos valores das
banheira: constantes c e α.
– Estágio 1 é obtido quando γ < 1
• Função de densidade correspondente é um caso
– Estágio 2 é obtido quando γ = 1
especial da distribuição do valor extremo.
– Estágio 3 é obtido quando γ > 1
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Classificação de distribuições de tempos-
até-falha a partir da função de risco Classificação
• Quatro distribuições comumente usadas serão
consideradas:
– Exponencial
– Weibull
– Gama
– Lognormal
IFR = taxa de falha crescente
DFR = taxa de falha decrescente

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Estimativa da função de risco a Estimação de h(t) para pequenas


partir de dados empíricos amostras

• Estimativa depende do tamanho da amostra.

• Ilustração utiliza dois exemplos.


Resultados
• Estimador de h(t) é:
Gráfico
resultante
1
hˆ(ti ) =
⎡⎣( ti +1 − ti )( n − i + 0, 7 ) ⎤⎦
Tamanho da amostra
27 28
Estimação de h(t) para grandes
Gráfico de h(t) amostras

• Estimador de h(t) é: 46 − 27
hˆ(t ) = = 0, 0000207
46(20000)
N (t ) − N (t + ∆t )
hˆ(t ) =
N (t )∆t

29 No unidd sobreviventes no tempo t ∆t é intervalo de classe 30

Gráfico de h(t) Exercícios


• Resolva os exercícios 1, 4, 5 e 16 da apostila (Cap. 3).

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