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Wenl
Ética.
3' EDIÇÃO
ISBN: 978-85-67674-97-1
3° edição
1. Direito. 2. Estatuto da Advocacia e da OAB. 3.Exame Recife — PE
de Ordem. I. Título
CDU 341415
2016
O Copyright 2016
Armador
Autor AGRADECIMENTOS E DEDICATÓRIA
Paulo Machado
Editor
Maurício Gieseler Agradeço a Deus por tudo!
Revisão
Carla Carmelita Felipe
Vamos juntos!
Rumo ao #10ernÉtica!
O Autor
ABREVIATURAS SUMÁRIO
CAPÍTULO 1. Artigos 1° ao 5° 15
ADC — Ação Declaratória de Constitucionalidade
ADPF — Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental CAPÍTULO 2. Artigos 6° e 7" 37
ADI — Ação Direta de Inconstitucionalidade CAPÍTULO 3. Artigos 8° ao 14 65
Art. — Artigo
CAPÍTULO 4. Artigos 15 ao 17 89
CED — Código de Ética e Disciplina da OAB
CLT — Consolidação das Leis do Trabalho CAPÍTULO 5. Artigos 18 ao 21 103
CC — Código Civil CAPÍTULO 6. Artigos 22 ao 26 113
CDC - Código de Defesa do Consumidor
CP — Código Penal CAPITULO 7. Artigos 27 ao 30 129
CPC — Código de Processo Civil CAPITULO 8. Artigos 31 ao 33 147
CPP — Código de Processo Penal
CAPITULO 9. Artigos 34 ao 43 173
CRFB — Constituição da República Federativa do Brasil
DJ— Diário da Justiça CAPÍTULO 10. Artigos 44 ao 50 191
DOU — Diário Oficial da União CAPÍTULO 11. Artigos 51 ao 55 197
EAO'AB — Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil
IAB — Instituto dos Advogados Brasileiros CAPITULO 12. Artigos 56 ao 59 213
LC — Lei Complementar CAPITULO 13. Artigos 60 e 61 221
LCP — Lei das Contravenções Penais
CAPITULO 14. Artigo 62 225
OAB — Ordem dos Advogados do Brasil
NCED - Novo Código de Ética e Disciplina CAPÍTULO 15. Artigos 63 ao 67 235
RG — Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos CAPÍTULO 16. Artigos 68 e 69 243
Advogados do Brasil
STF — Supremo Tribunal Federal CAPITULO 17. Artigos 70 ao 74 245
STJ — Superior Tribunal de Justiça CAPÍTULO 18. Artigos 75 ao 77 253
TED — Tribunal de Ética e Disciplina
CAPÍTULO 19. Artigos 78 ao 87 265
CAPITULO 20. Adendo 271
BIBLIOGRAFIA 275
CAPÍTULO 1
Artigos 10 ao 5°
Lei n° 8.906,
de 4 de julho de 19941
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
TÍTULO I
DA ADVOCACIA
CAPÍTULO I
DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA
PAULO MAcrpno
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10emétical 10e.mÉtical
nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, passar a exercer a advocacia incompatível com a advocacia.
quando visados por advogados.
§ 3 0 É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra ati- Fiar.51°.I O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova
vidade. do mandato.
O advogado é indispensável à administração da justiça. § 10 O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração,
obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por
§ 1° No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e igual período.
exerce função social. § 2° A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar
§ 2° No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que
decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, exijam poderes especiais.
e seus atos constituem múnus público. § 3 0 O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10
§ 3 0 No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos (dez) dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o man-
e manifestações, nos limites desta lei. dante, salvo se for substituído antes do término deste prazo.
De toda forma, ninguém precisa estar representado por advogado para Vejamos as hipóteses constantes no art. 4°, e parágrafo único, do
se casar. Estatuto da Advocacia e da OAB:
Os estagiários que estiverem regularmente inscritos na Os atos privativos da advocacia somente podem ser exercidos por
OAB podem praticar os atos mencionados no art. 1° do Estatuto da pessoa regularmente inscrita no quadro de advogados da OAB. Nem
Advocacia e da OAB, na forma do Regulamento Geral, em conjunto mesmo os estagiários podem praticá-los isoladamente. Estes apenas
com o advogado e sob a responsabilidade deste. O Regulamento estão habilitados a desenvolver sozinhos os atos mencionados no art.
Geral também fala em conjunto com o defensor público (e o defensor 29, §§ 1° e 2°, do Regulamento Geral, conforme acima mencionado.
público é advogado: advogado público).
Entretanto, os estagiários podem praticar isoladamente, isto O Estatuto, no art. 4°, caput, não exclui as sanções civis, penais e
é, sem a presença ou assinatura do advogado, os seguintes atos, mas administrativas daí decorrentes, seja pelo prejuízo causado a terceiros,
ainda sob a responsabilidade deste (art. 29, §§ 1° e 2°, do Regulamento seja pelo exercício ilegal de profissão (art. 47 do Decreto-Lei n°
Geral): 3.688/1941 - Lei das Contravenções Penais). No caso do estagiário,
b) advogado impedido Neste último grupo, o legislador quis alcançar aqueles advogados que
passam a exercer atividade incompatível com advocacia, mas não
Para o Estatuto da Advocacia e da OAB, impedimento é a proibição comunicam à OAB, nem tampouco tomam as medidas adequadas
parcial do exercício da advocacia. Assim, o advogado pode continuar (licença ou cancelamento). Ilustrando, seria o caso de um advogado
exercendo a profissão, menos conta ou a favor das pessoas que passa no concurso para Delegado de Polícia ou é eleito prefeito
determinadas no art. 30, como, por exemplo, o auxiliar administrativo e, mesmo após o desenvolvimento de qualquer dessas atividades,
da Prefeitura de São Paulo. Caso este advogado venha a atuar em continua advogando. Da mesma forma que nos itens anteriores, os
processo contra o município de São Paulo, os atos praticados serão atos serão nulos.
nulos. Perceba que a nulidade somente alcança as hipóteses em que
ele está impedido de advogar. PROCURAÇÃO E SUBSTABELECIMENTO
A suspensão não se confunde com a licença. Aquela é uma punição O mandato se opera quando alguém recebe poderes de outrem
aplicada pela OAB; esta, um instituto no qual o advogado se afasta para praticar atos ou administrar interesses em seu nome (art. 653,
por um tempo, nas situações previstas no art. 12 do EAOAB CC). Então, mandado judicial é quando alguém (no caso, o advogado,
(requerimento com motivo justificado, doença mental curável ou que é o detentor do ius postulandi) recebe de outrem (outorgante)
exercício de atividade incompatível em caráter temporário). poderes para atuar perante o Poder Judiciário em seu nome.
Para o Estatuto da Advocacia e da OAB, o advogado postula
Durante o prazo da suspensão, que varia, em regra, de 30 dias a 12 em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. Todavia, afirmando
meses (art. 37 e §§ 1° ao 3°, EAOAB), qualquer ato privativo de urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la
advogado que for praticado pelo profissional suspenso será nulo. no prazo de 15 (dias), prorrogável por igual período (art. 5°, § 1°,
EAOAB).
d) advogado licenciado A procuração é o instrumento do mandato, na qual ficam
consignados os poderes outorgados pelo constituinte (outorgante) ao
Considerando a diferença exposta no item anterior (letra c), no prazo advogado (outorgado). Verifica-se, contudo, na legislação pátria, que a
da licença, nenhum ato de advocacia pode ser exercido pelo advogado, constituição de advogado pode ocorrer verbalmente em alguns casos:
sob pena de nulidade. (1) se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório (art. 266 do
CPP) e (2) nos juizados especiais, salvo quanto aos poderes especiais
(art. 9°, § 3°, da Lei n° 9.099/95). Diz-se, nesses casos, que a outorga
é apud acta (do latim: na ata, conforme está na ata), pois, embora seja
verbal na origem, é consignada na assentada da audiência.
26 Ecoai,.ARMADOR I 10 eu ÉTICA - isolcâo PAULO MACHADO
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10emÉtical 10emÉtica!
Por questões éticas, o substabelecimento do mandato ser sanado o defeito. Não sendo regularizado dentro do interstício
com reserva de poderes é ato pessoal do advogado da causa, mas judicial, se a providência couber ao autor, será extinto o processo;
o substabelecimento sem- poderes exige o prévio e inequívoco cabendo ao réu, reputar-se-á revel; competindo ao terceiro, será
conhecimento do cliente (art. 26 e §1° do Novo Código de Ética e excluído do processo ou decreta sua revelia, dependendo do polo em
Disciplina). que se encontre. É o que determina o art. 76 e §§ 1° e 2° do NCPC,
O Novo CED (art. 26, § 2°) continua impondo que o advogado abaixo transcritos.
substabelecido com reserva de poderes deve ajustar, antecipadamente,
seus honorários com o substabelecente.
30 PAULO MAcrian
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10emÉtica! 10emÉtical
3. (FGV - VII Exame de Ordem) Tício é advogado prestando 4. (FGV - VII Exame de Ordem) Esculápio, advogado, deseja
serviços à Junta Comercial do Estado Y. Exerce a atividade comprovar o exercício da atividade advocatícia, pois inscreveu-se
concomitantemente em escritório próprio, onde atua em causas civis em processo seletivo para contratação por empresa de grande porte,
e empresariais. Um dos seus clientes postula o seu visto em atos sendo esse um dos documentos essenciais para o certame. Diante
constitutivos de pessoa jurídica que pretende criar. Diante do narrado, do narrado, à luz das normas do Regulamento Geral do Estatuto da
à luz das normas do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e Advocacia e da OAB, o efetivo exercício da advocacia é comprovado
da OAB, assinale a alternativa correta: pela participação anual mínima em
a) Sendo um cliente do escritório, é inerente à atividade da advocacia
o visto em atos constitutivos de pessoa jurídica. a) seis petições iniciais civis.
b) Ao prestar serviços para Junta Comercial, surge impedimento b) três participações em audiências.
previsto no Regulamento Geral. c) quatro peças defensivas gerais.
c)A análise do conteúdo dos atos constitutivos pode ser realizada pelo d) cinco atos privativos de advogado.
advogado tanto no escritório quanto na Junta Comercial.
d) A atuação na Junta Comercial gera impedimento para ações
judiciais, mas não para vistos em atos constitutivos. Cli::\11 Comentários:
Considera-se efetivo exercício da atividade de advocacia a participação
anual mínima em cinco atos privativos previstos no artigo 1° do
Comentários: Estatuto, em causas ou questões distintas. A comprovação do efetivo
O art. 20 do Regulamento Geral determina que o visto do advogado exercício faz-se mediante:
em atos constitutivos de pessoas jurídicas, indispensável ao registro a) certidão expedida por cartórios ou secretarias judiciais;
e arquivamento nos órgãos competentes, deve resultar da efetiva b) cópia autenticada de atos privativos;
constatação, pelo profissional que os examinar, de que os respectivos c) certidão expedida pelo órgão público no qual o advogado exerça
instrumentos preenchem as exigências legais pertinentes. função privativa do seu oficio, indicando os atos praticados.
Estão impedidos de exercer o ato de advocacia referido os advogados É o teor do art. 5° do Regulamento Geral.
que prestem serviços a órgãos ou entidades da Administração Pública
direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta
Comercial, ou a quaisquer repartições administrativas competentes
para o mencionado registro.
Não confunda este tema com o impedimento do art. 30 do EAOAB!
São assuntos diferentes!
-g? Comentários:
Apesar de o art. 1°, II, do EAOAB di7er que são atos privativos da
advocacia a consultoria, a assessoria e a direção jurídicas, o art. 7°
do RG inclui a gerência jurídica a essa lista. Vejamos: "A função de
diretoria e gerência jurídicas em qualquer empresa pública, privada
ou paraestatal, inclusive em instituições financeiras, é privativa
de advogado, não podendo ser exercida por quem não se encontre
inscrito regularmente na OAB."
CAPÍTULO 2
Artigos 6° ao 7°
CAPÍTULO TI
DOS DIREITOS DO ADVOGADO
PAULO MAO-NDO 37
1 OemÉtical 1 OemÉtical
s't
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso salvo se prazo maior for concedidol
em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal,
a lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida
casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam
V - não ser recolhido preso, antes da sentença transitada no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe
em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e forem feitas;
comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB', e, na sua XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer
falta, em prisão domiciliar; juízo, tribunal ou autoridade, contra inobservância de preceito de lei,
VI - ingressar livremente: regulamento ou regimento;
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão
separam a parte reservada aos magistrados; de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder
b) nas salas e dependência de audiências, secretarias, cartórios, ofícios Legislativo;
de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e
prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos
presença de seus titulares; findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam
c) em qualquer edificio ou recinto em que funcione repartição judicial sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar
ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher apontamentos;
prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por
do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante
qualquer servidor ou empregado; e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento,
d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde apontamentos, em meio físico ou digital;'
que munido de poderes especiais: XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de
VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retira-
locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença; los pelos prazos legais;
VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e XVI- retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração,
gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente pelo prazo de dez dias;
marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada; XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no
IX - sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou exercício da profissão ou em razão dela;
processo. nas sessões de julgamento. após o voto do relator. em XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado;
instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos,
44 tORA Aff.ocoa I 10 &Á ÉrcA - Etecdo Psao MA01.00 45
oemÉtica! 1 OemÉtical
V — não ser recolhido preso, antes da sentença transitada em a essas garantias deve ser entendido corno ilegal e, nos casos de
julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e violações às alíneas a, b e c, como crime de abuso de autoridade,
comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua previsto no art. 3°, f; da Lei n°4.898/95.
falta, em prisão domiciliar. Na alínea d, encontramos um direito que, para ser exercido,
exige procuração com poderes especiais.
Mais uma vez a Associação dos Magistrados Brasileiros
(AMB) insurgiu-se, por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade, VII — permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer
contra a Lei n° 8.906/94. Neste caso, foi em relação à expressão locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença.
"assim reconhecidas pela OAB", e o STF, confirmando a liminar antes
concedida, julgou, nesta parte, procedente a ação, ou seja, declarou a Conforme o art. 6° do Estatuto, não há hierarquia nem
inconstitucionafidade da expressão "assim reconhecidas pela OAB". subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério
A prerrogativa de prisão domiciliar, na ausência de sala de Público. Nesse mesmo sentido, este inciso VII assegura ao advogado
Estado Maior, continua valendo. Esse é o entendimento do Supremo decidir a melhor maneira de ficar nos locais onde precisa estar para
Tribunal Federal. o exercício da advocacia, sem qualquer interferência por parte dos
agentes públicos (nem mesmo das autoridades policiais e judiciárias).
VI— ingressar livremente: Importa em desprestigio para a classe, e nenhum advogado
pode a isso condescender, quando o magistrado determina o local
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos onde o advogado deve ficar, com a clara intenção de menoscabo ou
que separam a parte reservada aos magistrados; em atitude arbitrária.
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios,
ofícios de justiça, serviços notariais e de registro e, no caso VIII— dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes
de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e de trabalho, independentemente de horário previamente marcado
independentemente da presença de seus titulares; ou outra condição, observando-se a ordem de chegada.
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição
judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar Justamente em razão de não haver hierarquia nem subordinação
ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade entre advogados e magistrados, e também de ser o advogado um
profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, dos figurantes essenciais à justiça, é assegurado o seu livre acesso
desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; aos magistrados. Entretanto, é razoável que, em razão de um ato
d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou processual estar sendo realizado, a autoridade judiciária solicite ao
possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva advogado que aguarde o término do aludido ato. O que não se admite
comparecer, desde que munido de poderes especiais; é a restrição para atendê-lo somente em alguns dias da semana e em
horários previamente estipulados.
Com essas prerrogativas, o Estatuto garante ao advogado o Saliente-se que para fins de prova (Exame de Ordem), é direito
pleno exercício de sua atuação, a fim de que possa representar os do advogado, e não do estagiário.
interesses de seus clientes de maneira eficaz. Qualquer impedimento
If)". OME
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Comentários:
Comentários: Para o art. 70, I, do EAOAB o advogado tem o direito de exercer, com
O art. 7°, X, do EAOAB diz que é direito do advogado usar da palavra, liberdade, a profissão em todo o território nacional.
pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção Assim, se ele possui inscrição principal no estado A, por exemplo,
sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a ele poderá atuar ilimitadamente nesse estado, mas poderá advogar de
fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem forma limitada (até 5 causas por ano) em qualquer outro estado (art.
como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas. 10 e §§ 1° ao 3° do EAOAB).
62 PAun MACile0 63
1 OemÉtical 10emÉtical
5. (FGV — XIII Exame de Ordem) Agnaldo é advogado na
área de Direito de Empresas, tendo como uma de suas clientes a
sociedade Cobradora Eficiente Ltda., que consegue realizar os seus
atos de cobrança com rara eficiência. Por força de sua atividade, a CAPÍTULO 3
sociedade é convidada a participar de reunião com a Associação dos Artigos 8° ao 14
Consumidores Unidos e envia o seu advogado para dialogar com a
referida instituição.
Ç;),)
Comentários:
I - capacidade civil;
11-diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição
de ensino oficialmente autorizada e credenciada;
Há muitos atos que o advogado pode praticar sem procuração, como, III - o título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
por exemplo, visitar cliente preso, tirar cópia de autos de inquérito IV - aprovação em Exame de Ordem;
policial etc.
V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;
Com a procuração com poderes gerais, o advogado pode praticar os VI - idoneidade moral;
mais variados atos, desde que a lei não exija poderes especiais (vide VII - prestar compromisso perante o Conselho.
Art. 105 do Novo Código de Processo Civil). § 10 O Exame de Ordem é regulamentado em provimento do Conselho
A questão exigiu o conhecimento de uma das hipóteses de exigência Federal da OAB.
de procuração com poderes especiais, que é ingressar livremente em § 2° O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no
qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição
seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais
de poderes especiais (art. 7°, VI, d, do EAOAB). requisitos previstos neste artigo.
§ 3° A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser
declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos
votos de todos os membros do Conselho competente, em procedimento
que segue os termos do processo disciplinar.
§ 4° Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver
sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial.
I - preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII Requisitos para inscrição com advogado
do art. 80;
II - ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. Os requisitos necessários para inscrição no qiisdro de
§ 10 O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, advogados estão no art. 8° do Estatuto. Vejamos:
realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas
respectivas instituições de ensino superior, pelos Conselho da OAB, ou 1— capacidade civil
por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados
pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de A capacidade civil aqui referida é a capacidade civil plena, que
Ética e Disciplina. nos termos da legislação civil se adquire aos dezoito anos completos
§ 20 A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo (art. 5° do Código Civil). Essa capacidade civil pode ser comprovada
território se localize seu curso jurídico. com a apresentação da carteira de identidade.
§ 30 O aluno de curso jurídico, que exerça atividade incompatível Para o preenchimento desse requisito, presume-se que a pessoa
com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva é capaz civilmente com a simples prova de sua maioridade.
instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a Não é demais lembrar que, em algumas situações, o menor
inscrição na OAB. pode ser emancipado, cessando sua incapacidade, através da colação
§ 40 O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em de grau em curso de nível superior, nos termos do art. 50, parágrafo
Direito que queira se inscrever na Ordem. único, IV, do Código Civil. E, nesse caso, o curso deve ser o de Direito
e a comprovação dar-se-á com o diploma.
V — não exercer atividade incompatível com a advocacia Esse compromisso é o juramento que dever ser feito pelo
requerente por ocasião do recebimento da carteira e do cartão de
A expressão "atividade incompatível" está relacionada à advogado.
atividade profissional da pessoa. O art. 28 do EAOAB traz num rol Trata-se de um requisito solene e personalíssimo, portanto,
taxativo (numeras clausus) as atividades incompatíveis. indelegável. Não se pode prestar o compromisso por procuração,
Uma pessoa que exerce atividade incompatível com a devendo o requerente comparecer pessoalmente.
advocacia pode prestar o Exame da Ordem, mas, caso venha a ser
Além dos requisitos arrolados no art. 8° do Estatuto, o art. 20, "A Constituição assegura a plena liberdade profissional,
§ 2°, do Regulamento Geral, trouxe mais uma exigência: não praticar exceto quando a lei determinar a satisfação de certos
conduta incompatível com a advocacia. requisitos, como é o caso da comprovação de três anos de
Cabe aqui esclarecer a diferença entre atividade incompatível atividade jurídica para quem pretender ingressar na carreira
e conduta incompatível. A primeira, como acima explicado, da magistratura ou do Ministério Público (art. 93, 1, e 129, s f
está relacionada à atividade profissional (art. 28 do EAOAB) da 3°, da CF respectivamente), ou ainda, da prova exigida pela
pessoa: atividade policial, cargos ou funções vinculados direta ou Ordem dos Advogados do Brasil para o exercício da advocacia.
indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário, militares de Ressalte-se que a restrição deve ser feita por lei (reserva de lei)
qualquer natureza (na ativa), etc.; a segunda, refere-se à vida pessoal e tem que ser proporcional à natureza da função a ser exercida."
(social) do indivíduo, como por exemplo, a embriaguez e a toxicomania
habituais, a prática reiterada de jogo de azar não autorizado por lei, De toda forma, para aqueles que se preparam para provas com
a incontinência pública e escandalosa (art. 34, parágrafo único, do questões objetivas, em especial, para o Exame da Ordem, aconselhamos
EAOAB). que sigam o disposto no art. 20, § 2°, do Regulamento Geral, ou seja: "a
A respeito disso, entendemos que somente a lei (e a lei é a conduta incompatível com a advocacia, comprovadamente imputável
8.906/94 - Estatuto da Advocacia e da OAB) pode determinar os ao requerente, impede a inscrição no quadro de advogados".
requisitos necessários ao exercício da advocacia, pois a Constituição,
no art. 5°, XIII, ao tratar do princípio da liberdade de profissão, assim Requisitos para inscrição como estagiário
impôs: "é livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". O estágio profissional, com duração de dois anos, realizado
Assim, no que pese a relevância e a obrigatoriedade do respeito nos últimos anos da faculdade de Direito, pode ser mantido pelas
ao Regulamento Geral por todos os advogados e membros da OAB, instituições de ensino superior, pelos Conselhos Seccionais da OAB
o RG não é lei, é ato normativo emanado pelo Conselho Federal da ou, ainda, por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia
OAB. credenciados pela OAB.
70 Ecarna Anntkom 10 EM ÉTICA - 3' EDIÇÃO PAULO MAO-MDO 71
1 Oe mética! 10e Ética!
A inscrição do estagiário deve ser realizada no Conselho requisitos indicados nos incisos do art. 8° do Estatuto.
Seccional do estado onde se localiza o seu curso jurídico, e não naquele De acordo como Provimento n° 91/2000 do Conselho Federal
que tenha seu domicílio civil, na eventualidade de serem diferentes. da OAB é possível que o advogado estrangeiro preste tais serviços
Podem inscrever-se o aluno de Direito (a partir dos últimos no Brasil, desde que regularmente admitido em seu país a exercer
dois anos do curso jurídico) ou o bacharel em Direito que assim a advocacia e após a autorização dada pelo Conselho Seccional da
desejarem e preencherem os requisitos mencionados no art. 9° do OAB do estado onde for exercer sua atividade profissional. Ressalte-
Estatuto. se que tal autorização será concedida sempre em caráter precário e
Exige o art. 9° que o requerente preencha alguns dos requisitos o exercício da advocacia se restringe, exclusivamente, à prática de
do art. 8°, também do EAOAB: consultoria em direito do país de origem, sendo vedados, mesmo em
conjunto com advogados ou sociedades de advogados nacionais, o
a) capacidade civil; exercício do procuratório judicial e a consultoria ou assessoria em
b) título de eleitor e quitação de serviço militar, se brasileiro; direito brasileiro. Para tanto, deve se inscrever no gila dro de advogados,
c) não exercer atividade incompatível com a advocacia; depois de preencher as exigências do art. 8°, § 2°, do EAOAB.
d) idoneidade moral; Existe uma exceção trazida pelo Provimento n° 129/2008:
e) prestar compromisso perante o Conselho. os advogados de nacionalidade portuguesa, desde que em situação
regular junto à Ordem dos Advogados Portugueses, poderão se
Além desses requisitos, o candidato deve ter sido admitido em inscrever no quadro de advogados da OAB com dispensa dos requisitos
estágio profissional de advocacia. de aprovação no Exame da Ordem, de revalidação do diploma e da
O acadêmico de Direito que exerce atividade incompatível prestação de compromisso perante o Conselho ("juramento").
com a advocacia (policial, técnico de atividade judiciária, militar das
Forças Armadas, por exemplo) pode frequentar o estágio ministrado flj: A inscrição principal do advogado deve ser feita no
pela respectiva instituição de ensino para fins de aprendizagem, sendo Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu
proibida a inscrição na OAB (art. 9°, § 3°, EAOAB). domicilio profissional, na forma do Regulamento Geral.
Inscrição para estrangeiros ou brasileiros graduados fora do pais § 1° Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade
de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física
Não vigora no atual Estatuto (Lei n° 8.906/94) o princípio do advogado.
da reciprocidade, no qual o estrangeiro somente poderá exercer a § 2° Além da principal, o advogado deve promover a inscrição
advocacia no Brasil, se o brasileiro tiver igual tratamento no país de suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a
origem daquele estrangeiro. exercer habitualmente a profissão, considerando-se habitualidade a
O art. 8°, § 2°, do EAOAB, determina que o estrangeiro intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano.
ou o brasileiro, quando graduados em Direito fora do país, podem § 3° No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra
inscrever-se no quadro de advogados da OAB. Para isso deve ser feita unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua
a prova do título de graduação em Direito, obtido pela instituição de inscrição para o Conselho Seccional correspondente.
ensino estrangeira, devidamente revalidado, bem como preencher os
§ 40 O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência pelo advogado quando passa a exercer a advocacia habitualmente em
ou de inscrição suplementar, ao verificar a existência de vício ou outro estado, diverso daquele onde tem a inscrição principal. O art. 10,
ilegalidade na inscrição principal, contra ela representando ao § 2°, do Estatuto da Advocacia considera habitualidade a intervenção
Conselho Federal. judicial que exceder de cinco causas por ano.
78 EDIMAA ~CP 1 1 O em ÉTICA • 3. Enos° Paio MAC.ADO 79
I OemÉtica! ioemÉtica!
Cancelamento d) passar a exercer atividade incompatível com a advocacia
em caráter definitivo.
O cancelamento, por sua vez, enseja a saída do advogado
dos quadros da OAB. Em outras palavras, ele passa a não mais ser As atividades incompatíveis encontram-se no art. 28 do
advogado. EAOAB, sendo algumas delas em caráter permanente, outras em
Caso o advogado faça um novo pedido de inscrição deve caráter temporário. São de natureza definitiva, por exemplo, as
fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art. 8° do atividades de membro do Poder Judiciário e de membro do Ministério
Estatuto, que são, respectivamente: capacidade civil; não exercer Público. Assim, o advogado que for aprovado em concurso público de
atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral e prestar provas e títulos para a magistratura deverá cancelar sua inscrição na
compromisso perante o Conselho, não precisando prestar novo Exame OAB.
da Ordem. O número antigo não será restaurado, ficando para dados Esclareça-se que, embora o juiz possa voltar ao exercício da
históricos da OAB. advocacia após sua aposentadoria ou exoneração, respeitado o prazo de
três anos para o juízo ou tribunal do qual se afastou (art. 95, parágrafo
A inscrição será cancelada se advogado: único, V, da Constituição Federal), a atividade aqui referida tem
natureza permanente, ensejando o cancelamento, diferentemente dos
a) assim requerer; mandados eletivos, dos cargos em comissão e dos cargos exoneráveis
ad nutum.
Diferentemente do que ocorre no requerimento de licença,
no pedido de cancelamento não há de ser apresentado um motivo e) perder qualquer um dos requisitos necessários para a
justificado. inscrição.
c) falecer;
'15223~
Comentários:
Por determinação do art. 23 do RG, o requerente à inscrição no quadro
Comentários: de advogados, na falta de diploma regularmente registrado, apresenta
Se o advogado já foi inscrito na OAB, mas teve que cancelar sua certidão de graduação em direito, acompanhada de cópia autenticada
inscrição para exercer atividade incompatível com a advocacia em do respectivo histórico escolar.
caráter definitivo, quando deixar de exercer tal cargo e quiser se
inscrever novamente, terá que ser pedida uma nova inscrição. A
inscrição antiga não se restaura. Para isso terá que prestar um novo
compromisso (juramento), eis que está passando a integrar novamente
os quadros da OAB. Os demais documentos indicados nas alternativas
já estão na OAB, desde sua primeira inscrição.
86 PAULO Manvno
87
1 OemÉtica!
CAPÍTULO 4
Artigos 15 ao 17
CAPÍTULO IV
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Po MAcwoo B9
113emÉtica! I OemÉtical
\e'
§ 5° O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da :12:e Além da sociedade, o sócio e ,o titular da sociedade
sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente
os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício
obrigados à inscrição suplementar." da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que
§ 6° - Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não possam incorrer."
podem representar em juízo clientes de interesses opostos.
§ 7°A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração
por um advogado das quotas de uma sociedade de advogados,
independentemente das razões que motivaram tal concentração."
411j COMENTÁRIOS
Não são admitidas a registro nem podem funcionar
todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem I SOCIEDADE DE ADVOGADOS
forma ou características de sociedade empresária, que adotem
denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas Quando um advogado começa a assumir uma quantidade
à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade maior de causas, surge a necessidade de se unir a outro ou a outros
unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou advogados, para juntos dividirem as tarefas (e, até mesmo, as
totalmente proibida de advogar.21 despesas) e, ao final, ratearem os ganhos obtidos. Não raro, audiências
são marcadas para o mesmo dia, em juízos, em comarcas, em estados
§ 1° A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, diferentes. Para o auxílio recíproco, os advogados constituem uma
um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sociedade de advogados.
sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo. O tema está disciplinado nos arts. 15 ao 17 do Estatuto da
§ 2° O licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível Advocacia e da OAB (que foram alterados pela Lei 13.247/16), nos
com a advocacia em caráter temporário deve ser averbado no registro arts. 37 ao 43 do Regulamento Geral e no Provimento n° 112/06 do
da sociedade, não alterando sua constituição Conselho Federal da OAB.
§ 3° É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas
jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras Natureza jurídica
finalidades, a atividade de advocacia.
§ 4° A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser De acordo com o texto original do art. 15 do Estatuto da
obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou Advocacia e da OAB, os advogados poderiam se reunir em sociedade
parcial, com a expressão Sociedade Individual de Advocacia." civil de prestação de serviços de advocacia.
Por essa redação, poderíamos dizer que a natureza jurídica de
uma sociedade de advogados é uma sociedade civil. Acontece que o
19 Redação alterada pela Lei 13.247/16.
20 Este § 7° foi acrescentado pela Lei 13.247/16.
EAOAB é uma lei de 1994 (Lei n° 8.906/94), quando ainda vigorava
21 Redação alterada pela Lei 13.247/16. o Código Civil de 1916, que, por sua vez, classificava as sociedades
22 Este § 4° foi acrescentado pela Lei 13.247/16. 23 Redação alterada pela Lei 13.247/16.
1 OemÉtical 1 OemÉtical
simples (p. ex., Pedro, Fabiana, Rafael) ou composto (Pedro Henrique individual de advocacia" (conforme art. 16, §4°, do EAOAB).
Tiago, Ana Cristina), do mesmo modo que pode ser o sobrenome
(Vidal, sobrenome simples; Meira Matos, sobrenome composto). Outras considerações
O agnome só deve constar quando houver nomes iguais na mesma
família, justamente, para que possa ser feita a distinção: Júnior, Neto, Os mandamentos do Código de Ética e Disciplina são aplicados
Sobrinho, Filho. Então, quando o Regulamento Geral disse "nome às sociedades simples de advogados ou às sociedades unipessoais de
abreviado", quis dizer, qualquer parte do nome. advocacia, no que couber.
Por autorização do Provimento n° 112/06, pode ser utilizado A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da
o símbolo "&" na denominação da sociedade de advogados (Meira & concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de
Dias, Sociedade de Advogados — por exemplo). advogados, independentemente das razões que motivaram tal
Quando vigorava o Código Civil de 1916, era possível constar concentração.
a abreviatura "S.C.", de sociedade civil no final da denominação (p. Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de
ex., Escritório de Advocacia Pedro Meira S.C.), mas, pelo fato de o advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia,
novo Código Civil não mais adotar esta classificação, hoje, não se ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma
pode utilizá-la. Advirta-se que sempre foi proibida, por motivo óbvio, sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área
a adoção das expressões "Ltda", "Cia", "S/A" e "ME". territorial do respectivo Conselho Seccional. Dessa forma, se um
Em caso de falecimento de um dos sócios, cujo nome é advogado já é sócio de um escritório de advocacia no Estado do Rio
utilizado na denominação da sociedade simples de advogados, o de Janeiro, não poderá integrar, como sócio, nenhuma outra sociedade
Estatuto determina que a permanência do nome é condicionada à simples de advogados nem constituir uma sociedade unipessoal de
previsão no contrato social (art. 16, §1°, in fine). advogados neste Estado. Poderá, todavia, ser sócio de outra sociedade
Quando houver licenciamento de um sócio para o exercício de advogados (simples ou unipessoal) no Estado de Minas Gerais, por
de atividade incompatível com a advocacia em caráter temporário, exemplo.
deverá tal fato ser averbado no registro da sociedade, não alterando Já na hipótese de constituição de filial em outro estado, o ato de
sua constituição. Por outro turno, caso o advogado passe a exercer constituição deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado
atividade incompatível em caráter definitivo, gerando o cancelamento no Conselho Seccional onde se fixar, ficando os sócios obrigados à
da inscrição, será obrigatória a alteração contratual para que seja inscrição suplementar. Essa obrigação também é exigida para o titular
retirado o nome daquele sócio. Lembre-se de que a raAo social deve da sociedade unipessoal de advocacia (art. 15, § 5°, do EAOAB).
ter o nome de pelo menos um advogado da sociedade. Neste caso, ele Os sócios de uma mesma sociedade simples de advogados não
não será mais advogado em virtude do cancelamento da inscrição. - podem representar em juízo clientes com interesses opostos.
Em relação à grande novidade trazida pela Lei 13.247/16, As procurações passadas aos advogados devem ser outorgadas
quando se tratar de sociedade unipessoal de advocacia, a sua individualmente aos profissionais, mencionando a sociedade de que
denominação deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu façam parte. As atividades de advocacia são exercidas pelos próprios
titular, completo ou parcial, com a expressão "Sociedade Individual de advogados, ainda que os honorários se revertam à sociedade. No
Advocacia", como por exemplo, "Ana Cristina, sociedade individual entanto, podem ser praticados pela sociedade, com o uso da razão
de advocacia" ou "Ana Cristina Secioso de Sá Pereira, sociedade social, os atos indispensáveis às suas finalidades, que não sejam
ÇDQ
Comentários:
A letra A está errada, porque a natureza jurídica de uma sociedade de
advogados é uma sociedade simples.
A letra B está errada, porque a responsabilidade é ILIMITADA e não
LIMITADA (art. 17 do EAOAB).
96 Ecoa,.ARAM:0R I 1 0 DA ÉTICA - 0. 03 013 Nuo MADoto 97
10emÉtica! 10emÉticall
A letra D está errada; porque o art. 39 do Regulamento Geral permite
tal forma de advocacia. É o advogado associado.
A letra C é a correta, nos termos do art. 15, § 1°, do EAOAB.
Comentários:
O tema "sociedade de advogados" é tratado nos arts. 15 ao 17 do
EAOAB e nos arts. 37 ao 43 do Regulamento Geral. Esse tipo de
sociedade só pode ter advogados como sócios.
Tais dispositivos determinam que há proibição para que o advogado
seja sócio em mais de um escritório no mesmo estado. Assim, se
forem em estados diferentes, não há problema.
As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados
(e não coletivamente) e indicar a sociedade de que façam parte.
O Código de Ética se aplica aos advogados e à sociedade, no que
couber (art. 15, § 2°, EAOAB).
CAPÍTULO 5
Artigos 18 ao 21
CAPÍTULO V
DO ADVOGADO EMPREGADO
Palio MAOIADO 103
MemÉtica! 1NmÉtical
'ff
hospedagem e alimentação. Atualmente, este advogado pode prestar seus serviços emitindo
§ 2° As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são nota fiscal corno pessoa física ou, se assim desejar, constituir uma
remuneradas por um adicional não inferior a 100% (cem por cento) pessoa jurídica (sociedade unipessoal de advocacia), emitindo suas
sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. notas fiscais através desta PJ.
§ 3° As horas trabalhadas no período das 20 (vinte) horas de um dia
até as 5 (cinco) horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, Advogado sócio
acrescidas do adicional de 25 % (vinte e cinco por cento).
Quando um advogado começa a assumir uma quantidade
j..â Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa considerável de causas, chega o momento de se unir a outro, ou a
por este representada, os honorários de sucumbência são devidos outros, advogados, constituindo, juntos, uma sociedade de advogados.
aos advogados empregados. Os sócios dividem as tarefas e rateiam os lucros auferidos. Esse tema
é melhor explorado no capítulo que trata das sociedades de advogado,
Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por para onde remetemos o leitor.
advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados
entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo» Advogado empregado
108 Erra. Am.o:. I "/ O al ÉT,CA • 3' "O° PAU.0 MADIAZO 109
• 10emácd 11 10emÉtical
do Eo
2- C siA
An° der-se
B)a como período de trabalho o tempo em que o advogado
estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens,
1. (CESPE - Exame de Ordem 2010.1) Assinale a opção correta no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas
acerca da situação do advogado como empregado, de acordo com as as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação (art. 20,
disposições do Estatuto da Advocacia e da OAB. § 1°, do EAOAB).
a) O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços 3 - A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a
profissionais de interesse pessoal, fora da relação de emprego. isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à
b) Nas causas em que for parte empregador de direito privado, os advocacia (art. 18 do EAOAB).
honorários de sucumbência serão devidos a ele, empregador, e não,
aos advogados empregados.
c) Considera-se jornada de trabalho o período em que o advogado
esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens
no âmbito do escritório, não sendo consideradas as horas trabalhadas
em atividades externas.
d) A relação de emprego, no que se refere ao advogado, não retira 2. (FGV - VI Exame de Ordem) Mévio é advogado empregado de
a isenção técnica inerente à advocacia, mas reduz a independência empresa de grande porte atuando como diretor jurídico e tendo vários
profissional, visto que o advogado deve atuar de acordo com as colegas vinculados à sua direção. Instado por um dos diretores, escala
orientações de seus superiores hierárquicos. um dos seus advogados• para atuar em processo judicial litigioso,
no interesse de uma das filhas do referido diretor. À luz das normas
estatutárias, é correto afirmar que
çr,))
Comentários: a) a defesa dos interesses dos familiares dos dirigentes da empresa
A letra A está correta, porque, se o advogado tem vínculo de emprego está ínsita na atuação profissional do advogado empregado.
para defender os interesses de determinada empresa, por exemplo, não b) a atuação do advogado empregado nesses casos pode ocorrer
cabe ao advogado atuar na defesa dos interesses do empregador, fora voluntariamente, sem relação com o seu emprego.
da sua relação empregatícia (art. 18, parágrafo único, do EAOAB). c) a relação de emprego retira do advogado sua independência
profissional, pois deve defender os interesses do patrão.
As demais estão erradas porque: d) em casos de dedicação exclusiva, a jornada de trabalho máxima do
1 - Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este advogado será de quatro horas diárias e de vinte horas semanais.
representada, os honorários de sucumbência são devidos aos
advogados empregados. Sá os honorários de sucumbência, percebidos
por advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados
entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo (art 21
110 Eccroak ARMADOR I 10 EM ÉTICA - 3' Eroci Na° MAIX,00 111
10ernÉtica! 10emÉtical
Çj
Comentários:
O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços
CAPÍTULO 6
profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de Artigos 22 ao 26
emprego, conforme previsão do art. 18, parágrafo único, do EAOAB.
CAPÍTULO VI
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
CAPÍTULO 7
Artigos 27 ao 30
CAPITULO VII
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
O Provimento n° 62/1988, embora tenha disposto sobre Afastamento temporário da atividade incompatível
a incompatibilidade que cuidava o inciso XII do art. 84 do antigo
Estatuto (Lei n° 4.215/63), ainda nos serve, compreendendo-se entre O § 1° do art. 28 do Estatuto determina que a incompatibilidade
os cargos incompatíveis os de perito criminal, patiloscopista e seus permanece mesmo que os ocupantes de cargos e funções incompatíveis
auxiliares (como o auxiliar de necropsia) e médico-legista. deixem de exercê-los temporariamente. Desse modo, os juízes não
Paulo Luís Netto Lôbo entende que "em virtude da crescente poderão advogar enquanto estiverem de férias ou de licença da
terceirização, a vedação envolve igualmente os que prestam serviços magistratura.
às atividades policiais diretas ou indiretas, mesmo que empregados de
empresas privadas" (obra citada, p. 170). Afastamento definitivo da atividade incompatível -
desincompatibilização
VI— militares de qualquer natureza, na ativa.
Apesar de apenas o art. 28, VI, do EAOAB determinar que a
São os militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e incompatibilidade ocorre somente enquanto no exercício da atividade
Aeronáutica), seja qual for a patente e desde que estejam na ativa. ("na ativa"), às demais hipóteses deve-se dar o mesmo entendimento.
Assim, ex-policiais, ex-fiscais podem advogar.
VII — ocupantes de cargos ou funções que tenham competência Uma ressalva há de ser feita no que diz respeito aos magistrados
de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e e aos membros do Ministério Público aposentados ou exonerados. É
contribuições parafiscais. que a Emenda Constitucional n° 45/2004 acrescentou o inciso V ao
art. 95, parágrafo único, e o § 6° ao art. 128. Assim, é vedado a eles
É o caso dos fiscais e de outros servidores que tenham o exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram,
competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos antes de decorridos três anos do afastamento de seus cargos por
ou contribuições parafiscais. Exemplificando, temos os auditores aposentadoria ou exoneração.
fiscais, fiscais de receita previdenciária, fiscais de renda e fiscais do
trabalho. Casos de impedimento
VIII — ocupantes de funções de direção e gerência em instituições I — servidores da administração pública direta, indireta e
financeiras, inclusive privadas. fundacional.
A última hipótese de incompatibilidade trazida pelo Estatuto São impedidos, ou seja, estão proibidos de exercer a advocacia
é a dos diretores e gerentes de instituições financeiras públicas ou parcialmente, os servidores da administração pública direta, indireta
privadas. e fundacional. Neste caso, eles podem advogar, menos contra a
Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade
empregadora.
1 OemÉtical ioemétied
exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada
à função que exerçam, durante o período da investidura. ÇD
,)
Alertamos sobre a possibilidade de outras leis trazerem outras Comentários:
hipóteses de "impedimentos especiais", como é o caso dos Defensores Todos exercem atividades incompatíveis, não podendo advogar em
Públicos que prestaram concurso anteriormente à Lei Complementar hipótese alguma, nem mesmo em causa própria, como determina o
ri° 80/94, podendo advogar particularmente. Os que foram aprovados art. 28, I (Chefe do Executivo — prefeito), V (policiais) e VI (gerente
em concursos posteriores só podem advogar no âmbito da Defensoria de instituição financeira, inclusive privada).
Pública.
COMENTADAS
Comentários:
A incompatibilidade determina a proibição total, e o impedimento, a
proibição parcial do exercício da advocacia.
.-"—§EITEM~
ez
5. (FGV - XII Exame de Ordem) Ângelo, comandante das Forças 6. (FGV — XIII Exame de Ordem) Juarez da Silva, advogado,
Especiais do Estado "B", é curioso em relação às normas jurídicas, professor adjunto de Direito Administrativo em determinada
cuja aplicação acompanha na seara castrense, já tendo atuado em Universidade Federal, foi procurado, na qualidade de advogado, por
órgãos julgadores na sua esfera de atuação. Mantendo a sua atividade um grupo de funcionários públicos federais que desejavam ajuizar
militar, obtém autorização especial para realizar curso de Direito, determinada ação contra a União.
no turno da noite, em universidade pública, à qual teve acesso pelo
processo seletivo regular de provas. Ângelo consegue obter avaliação Pode Juarez aceitar a causa, advogando contra a União?
favorável em todas as disciplinas até alcançar o período em que o a) Não. Juarez não pode aceitar a causa, pois está impedido de exercer
estágio é permitido. Ele pleiteia sua inscrição no quadro de estagiários a advocacia contra a Fazenda Pública que o remunera.
da OAB e que o mesmo seja realizado na Justiça Militar. Com base b) Sim. Juarez poderá aceitar a causa, pois o impedimento de exercício
no caso narrado, nos termos do Estatuto da Advocacia, assinale a da advocacia contra a Fazenda Pública que remunera os advogados
afirmativa correta. que são servidores públicos não inclui a hipótese de docentes de
cursos jurídicos.
a) O estágio é permitido, desde que ocorra perante a Justiça Militar c) Sim. Juarez poderá aceitar a causa, pois não há nenhum tipo de
especializada. impedimento para o exercício da advocacia por servidores públicos.
b) O estágio é permitido, mas, por tratar-se de função incompatível, é d) Não. Juarez não poderá aceitar a causa, pois exerce o cargo de
vedada a inscrição na OAB. professor universitário, que é incompatível com o exercício da
c) O estágio poderá ocorrer, mediante autorização especial da Força advocacia.
Armada respectiva.
Ç;),)
Comentários:
Em regra, são impedidos de exercer a advocacia os servidores da
CAPÍTULO 8
administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública Artigos 31 ao 33
que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora.
Entretanto, não se incluem nesse caso os docentes dos•
cursos jurídicos, que poderão advogar contra a Fazenda Pública que
os remunere. Tal exceção ocorre, porque a universidades também
precisam de professores que sejam advogados, sendo certo que, muitos CAPÍTULO VIII
se recusariam a lecionar nessas instituições por estarem perdendo DA ÉTICA DO ADVOGADO
clientes.
O advogado deve proceder de forma que o torne
merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe
e da advocacia.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres O Estatuto da Advocacia e da OAB, no art. 32, expôs uma
do advogado para com a comunidade, o cliente, o outro profissional regra semelhante, porém, direcionada ao profissional da advocacia:
e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência "O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional,
jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos praticar com dolo ou culpa."
disciplinares. Veja que, pela simples leitura dos artigos acima transcritos,
a responsabilidade civil do advogado é subjetiva, ou seja, exige a
verificação da culpa.
Para alguns autores, os prejuízos eventualmente causados pelo
advogado aos clientes não escaparam da órbita do Código de Defesa
COMENTÁRIOS do Consumidor (Lei n° 8.078/90), que, ao conceituar "fornecedor-,
enquadrou toda pessoa física prestadora de serviço em seu mecanismo
RESPONSABILIDADE FUNCIONAL DO ADVOGADO de proteção ao cliente:
O advogado, no exercício da sua profissão, está sujeito a ser "Árt. 3°. Fornecedor é toda pessoa fisica ou jurídica,
responsabilizado por ações ou omissões que possam vir a causar pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
prejuízo a clientes ou a terceiros. entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de
Assim, a responsabilidade funcional (ou profissional) se produção, montagem, criação, construção, transformação,
divide em três tipos: responsabilidade civil, responsabilidade penal importação, exportação, distribuição ou comercialização de
e responsabilidade disciplinar. Essas esferas são independentes produtos ou prestação de serviços."
umas das outras. O advogado pode, por exemplo, com urna conduta
inadequada, cometer uma infração disciplinar, mas não causar prejuízo Uma observação importante é que o CDC adotou como regra
ao seu cliente e nem praticar um crime. a responsabilidade objetiva. O art. 14, caput, diz que "o fornecedor
A seguir, faremos uma breve abordagem de cada uma dessas de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
responsabilidades. reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
Responsabilidade civil inadequadas sobre sua fruição e riscos." Entretanto, o próprio CDC
se excepciona no art. 14, § 4°: "A responsabilização pessoal dos
São vários os dispositivos no ordenamento jurídico pátrio que profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa".
tratam da responsabilidade civil aplicada ao advogado. Aqui, confirma-se que a responsabilidade civil do advogado, pelos
Podemos começar citando o art. 186 do Código Civil, que danos causados aos clientes, decorrentes de seus serviços advocatícios,
traz a regra geral da responsabilidade civil e que também alcança o exigem a verificação da culpa.
advogado: "Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito."
a) Violação de segredo profissional (art. 154, CP) "Art. 37. O sigilo profissional cederá em face de
circunstâncias excepcionais que configurem justa causa,
A escolha do advogado pelo cliente e a relação profissional como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra
entre os dois são calcadas na fidúcia. Para tanto, o cliente deve se sentir ou que envolvam defesa própria."
e) Patrocínio infiel
do advogado público, da advocaciapro bono, entre outros. O Título profissionais que honram e engrandecem a sua classe.
trata da "Ética do Advogado" (arts. 1° ao 54), o Título II, do "Processo Inspirado nesses postulados, o Conselho Federal da Ordem
Disciplinar" (art. 55 ao 72) e o Título III, "Das disposições gerais e dos Advogados do Brasil, no uso das atribuições que lhe
transitórias" (arts. 73 ao 80). são conferidas pelos arts. 33 e 54, V, da Lei n. 8.906, de 04
Assim como a Constituição da República Federativa do Brasil, de julho de 1994, aprova e edita este Código, exortando os
o Novo Código de Ética e Disciplina é iniciado com um preâmbulo, no advogados brasileiros à sua fiel observância."
qual estão inseridos os princípios norteadores da ética do advogado,
com os seguintes dizeres: Deveres do advogado
"O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS Logo no primeiro artigo, o Código de Ética exige do advogado
ADVOGADOS DO BRASIL, ao instituir o Código de conduta compatível com os seus preceitos, bem como com os do
Ética e Disciplina, norteou-se por princípios que formam Estatuto da Advocacia e da OAB, do Regulamento Geral, dos
a consciência profissional do advogado e representam provimentos e dos demais princípios da moral individual, social e
imperativos de sua conduta, os quais se traduzem nos profissional.
seguintes mandamentos: lutar sem receio pelo primado da De forma explícita, o parágrafo único do art. 2°, do Código de
Justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo Ética e Disciplina diz que são deveres do advogado:
respeito à Lei, fazendo com que o ordenamento jurídico
seja interpretado com retidão, em perfeita sintonia com os "Art. 2° O advogado, indispensável à administração da
fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos
ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da
seus elementos essenciais; proceder com lealdade e boa-fé moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer
em suas relações profissionais e em todos os atos do seu o seu ministério em consonância com a sua elevada função
oficio; empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu pública e com os valores que lhe são inerentes.
patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e
proporcionando-lhe a realização prática de seus legítimos Parágrafo único. São deveres do advogado:
interesses; comportar-se, nesse mister, com independência
e altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e 1- preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade
poderosos; exercer a advocacia com o indispensável senso da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e
profissional, mas também com desprendimento, jamais indispensabilidade da advocacia;
permitindo que o anseio de ganho material sobreleve a II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro,
finalidade social do seu trabalho; aprimorar-se no culto dos veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé;
princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo III - velar por sua reputação pessoal e profissional;
a tomar-se merecedor da confiança do cliente e da sociedade IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento
como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoal e profissional;
pessoal; agir, em suma, com a dignidade e a correção dos
Art. 23. É direito e dever do advogado assumir a defesa Extrema importância tem o modo como o advogado irá tratar
criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa o público, os colegas, as autoridades e os funcionários do juizo.
do acusado. Por isso, o Novo Código de Ética e Disciplina passou a tratar o
Parágrafo único. Não há causa criminal indigna de defesa, assunto com mais riqueza de detalhes no capítulo intitulado "DAS
cumprindo ao advogado agir, como defensor, no sentido RELAÇÕES COM OS COLEGAS, AGENTES POLÍTICOS,
de que a todos seja concedido tratamento condizente com AUTORIDADES, SERVIDORES PÚBLICOS E TERCEIROS"
a dignidade da pessoa humana, sob a égide das garantias (arts. 27 ao 29).
constitucionais.
"Art. 27. O advogado observará, nas suas relações com os
Art. 24.0 advogado não se sujeita à imposição do cliente que colegas de profissão, agentes políticos, autoridades, servidores
pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem fica na públicos e terceiros em geral, o dever de urbanidade, tratando
contingência de aceitar a indicação de outro profissional para a todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em
com ele trabalhar no processo. que preservará seus direitos e prerrogativas, devendo exigir
igual tratamento de todos com quem se relacione.
Art. 25. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo,
simultaneamente, como patrono e preposto do empregador § 1° O dever de urbanidade há de ser observado, da mesma
ou cliente. forma, nos atos e manifestações relacionados aos pleitos
eleitorais no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil.
Art. 26. O substabelecimento do mandato, com reserva de § 2° No caso de ofensa à honra do advogado ou à imagem da
poderes, é ato pessoal do advogado da causa. instituição, adotar-se-ão as medidas cabíveis, instaurando-se
processo ético-disciplinar e dando-se ciência às autoridades
§ 100 substabelecimento do mandato sem reserva de poderes competentes para apuração de eventual ilícito penal.
exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente.
Art. 28. Consideram-se imperativos de urna correta atuação "Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter
profissional o emprego de linguagem escorreita e polida, meramente informativo e deve primar pela discrição e
bem como a observância da boa técnica jurídica. - podendo configurar captação de clientela ou
sobriedade, não
mercantilização da profissão.
Art. 29. O advogado que se valer do concurso de colegas
na prestação de serviços advocatícios, seja em caráter Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional
individual, seja no âmbito de sociedade de advogados ou hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo
de empresa ou entidade em que trabalhe, dispensar-lhes-á anterior, sendo vedados:
tratamento condigno, que não os torne subalternos seus
nem lhes avilte os serviços prestados mediante remuneração I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e
incompatível com a natureza do trabalho profissional ou televisão;
inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários que for II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas
aplicável. assemelhadas de publicidade;
III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores
Parágrafo único. Quando o aviltamento de honorários for ou em qualquer espaço público;
praticado por empresas ou entidades públicas ou privadas, IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com
os advogados responsáveis pelo respectivo departamento ou a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns
gerência jurídica serão instados a corrigir o abuso, inclusive e outras;
intervindo junto aos demais órgãos competentes e com poder V - o fornecimento de dados de contato, como endereço
de decisão da pessoa jurídica de que se trate, sem prejuízo e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais,
das providências que a Ordem dos Advogados do Brasil acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim
possa adotar com o mesmo objetivo." quando de eventual participação em programas de rádio ou
televisão, ou em veiculação de matérias pela intemet, sendo
PUBLICIDADE PROFISSIONAL permitida a referência a e-mail;
VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos
A questão da publicidade dos serviços advocatícios está ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de
abordada nos arts. 39 ao 47 do Novo Código de Ética e Disciplina, captação de clientela.
que manteve a permissão da publicidade, mas com algumas restrições.
Não se admite, em nosso país, o uso de expressões que possam captar Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação
clientes, nem a divulgação da advocacia em conjunto com outra dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização de
atividade. Veda-se, ainda, a veiculação pelo rádio e pela televisão e a placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas,
denominação de nome fantasia. desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39.
A fim de se alcançar todos os detalhes acerca deste relevante
tema, vejamos a seguir as novas redações: Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de
comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar
Comentários:
A Ética permite a publicidade com algumas restrições a partir do art.
39 do Novo Código de Ética e Disciplina.
Uma dessas restrições é a captação de clientela através de distribuição
de panfletos.
CAPÍTULO 9
Artigos 34 ao 43
CAPÍTULO IX
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos 1 o X)C[X - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.
(dez) dias da comunicação da renúncia;
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, parágrafo único. Inclui-se na conduta incompatível:
quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria
Pública; a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;
XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, b) incontinência pública e escandalosa;
alegações forenses ou relativas a causas pendentes; c) embriaguez ou toxicomania habituais.
XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou
de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da As sanções disciplinares consistem em:
parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;
XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, I - censura;
imputação a terceiro de fato definido como crime; II - suspensão;
XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada III - exclusão;
do órgão ou autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, IV - multa_
depois de regularmente notificado;
XVII- prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato Parágrafo único. As sanções devem constar dos assentamentos do
contrário à lei ou destinado a fraudá-la; inscrito, após o trânsito em julgado da decisão, não podendo ser objeto
XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para de publicidade a de censura.
aplicação ilícita ou desonesta;
XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados A censura é aplicável nos casos de:
com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte;
XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte I - infrações definidas nos incisos I a XVI e X>MC do art. 34;
adversa, por si ou interposta pessoa; II - violação a preceito do Código de Ética e Disciplina;
XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de III - violação a preceito desta lei, quando para a infração não se tenha
quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele; estabelecido sanção mais grave.
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou
em confiança; Parágrafo único. A censura pode ser convertida em advertência, em
XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços oficio reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito, quando
devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; presente circunstância atenuante.
XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;
XXV - manter conduta incompatível com a advocacia; A suspensão é aplicável nos casos de:
XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na
OAB; I - infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34;
XXVII- tomar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; II - reincidência em infração disciplinar.
XXVIII - praticar crime infamante;
174 175
arra.> Awatta 10 ax ÉRCA - EDIÇÃO PAULO Mwoiano
10e mÉtka! 10emÉtied
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§ 1° A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício parágrafo único. Os antecedentes profissionais do inscrito, as
profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de 30 (trinta) atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstAncias e as
dias a 12 (doze) meses, de acordo com os critérios de individualização consequências da infração são considerados para o fim de decidir:
previstos neste capítulo.
§ 2° Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensã
o a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra
perdura até que satisfaça integralmente a dívida, inclusive com sanção disciplinar;
correção monetária. b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.
§ 3° Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até
que preste novas provas de habilitação. rAws..ãti É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção
disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação,
ki.rWS,..1. A exclusão é aplicável nos casos de: em face de provas efetivas de bom comportamento.
I - aplicação, por 3 (três) vezes, de suspensão; parágrafo único. Quando a sanção disciplinar resultar da prática de
II - infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente
reabilitaç'ão criminal.
Parágrafo único. Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão é
necessária a manifestação favorável de 2/3 (dois terços) dos membros NiCiii; Fica impedido de exercer o mandato o profissional a
do Conselhos Seccional competente. quem forem aplicadas as sanções disciplinares de suspensão ou
exclusão.
tArt 39,3 A multa, variável entre o mínimo correspondente ao
valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é aplicável E-kkrt.;:ffiL. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares
cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo 'prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial
circunstâncias agravantes. do fato.
iAr
:Liti Na aplicação das sanções disciplinares são consideradas, § 1° Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por
para fins de atenuação, as seguinte circunstâncias, entre outras: mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo
ser arquivado de oficio, ou a requerimento da parte interessada, sem
I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional; prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação.
II - ausência de punição disciplinar anterior; § 2° A prescrição interrompe-se:
III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer
órgão da OAB; I - pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida
IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública. feita diretamente ao representado;
II - pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador
da OAB.
179
178 &or.+ AW.DOR 10 am Nu • 3.8104 PfutO
10emÉtica! 31 Oe
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necessidade da suspensão exercício profissional até que o representado Essas infrações podem ser dividas em três grupos: leves,
faça novo exame de ordem" (processo n° 1.875/98/SCA-SP, Relator graves e gravíssimas. Advirta-se que a lei não faz essa classificação.
Clovis Cunha da Gama Malcher Filho (PA), al 26.05.99). Nós assim fizemos para melhor entendimento do leitor.
No que pese os respeitáveis entendimentos, defendemos um Dessa forma, as infrações leves são punidas com censura
posicionamento diferente, no sentido de que "prestar novas provas de (que, conforme já vimos, pode ser convertida em mera advertência,
habilitação" não é prestar novo Exame da Ordem. Uma, porque se o se presentes circunstâncias atenuantes), as graves com suspensão e as
legislador quisesse que o advogado punido por inépcia profissional gravíssimas com exclusão.
se submetesse a novo Exame, assim teria dito expressamente. Outra,
porque o Estatuto somente faz referência à aprovação no Exame da Infrações punidas com censura
Ordem para quem desejar se inscrever no quadro de advogados da
OAB (art. 8°, IV). O art. 36 do Estatuto determina que a censura será aplicada
A exclusão é a sanção mais grave aplicada pela OAB. nos casos de:
O advogado que for excluído terá sua inscrição cancelada (art. 11,
EAOAB) e, consequentemente, não poderá advogar até seja . • " : -
a) infrações,definidas nos 'incisósJ aXVI e XXIX'dô,árt.,34;''
reabilitado. Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão é
N.yi0é9ão,ao Códigdsde'Etica e, Disciplina; „
necessária a manifestação favorável de 2/3 (dois terços) dos membros
AviolaçãO a precOto desta lei; qiiiando para a infração não 'Se tenhá
do Conselho Seccional competente.
estabelecido sanção "mais grave.1
Por fim, a multa é uma sanção acessória, ou seja, ela não será
aplicada isoladamente, sendo aplicada em conjunto com uma censura
ou com uma suspensão sempre que houver circunstâncias agravantes, \Teremos a seguir as infrações dos incisos I a XVI e XXIX do
como a reincidência. O valor da multa pode variar de 1 (uma) a 10 art. 34:
(dez) anuidades.
As sanções disciplinares (censura, suspensão, exclusão e I — exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar,
multa) devem constar nos assentamentos do inscrito após o trânsito por qualquer meio, o seu exercício aos não-inscritos, proibidos ou
em julgado da decisão, não podendo ser objeto de publicidade a de impedidos;
censura, justamente porque nesta não há problema em alguém o II — manter sociedade profissional fora das normas e preceitos
contratar. Na suspensão e na exclusão, a OAB deve ter todo o cuidado estabelecidos nesta lei;
para que ninguém contrate o profissional. Os atos praticados por III — valer-se de agenciador de causas mediante participação nos
advogado suspenso ou excluído são nulos (art. 4° e parágrafo único honorários a receber;
do EAOAB). IV — angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
V — assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim
Das infrações e suas respectivas sanções extrajudicial que não tenha feito ou em que não tenha colaborado;
VI — advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé
O art. 34 do Estatuto da Advocacia e da OAB tem 29 incisos, quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou
trazendo uma série de infrações disciplinares. em pronunciamento judicial anterior;
184 Ecoam Amo= 10 e, Ént.4 - 3' ~to P/11.0 MAcavo3 185
MemÉticd
10emÉtica!
Prescrição intercorrente (art. 43, § 10, do EAOAB)
ESTOESCOMENTAD
Dar-se-á a prescrição intercorrente quando, durante o decorrer
do processo, o mesmo fica paralisado por mais de 3 (três) anos, 1. (FGV— XVI Exame de Ordem) Ao final de audiência de instrução
pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado ex officio e julgamento realizada em determinada vara criminal, o juiz solicita
ou por requerimento da parte interessada. Os eventuais responsáveis que o advogado não deixe o recinto, bem como que ele atue em outras
pela paralisação deverão ser punidos pela OAB. duas audiências que ali seriam realizadas em seguida. O advogado
recusa-se a participar das outras duas audiências mencionadas, até
Interrupção da prescrição (art. 43, § 20, do EAOAB) mesmo por haver Defensor Público disponível.
Interrompe-se a prescrição, devendo ter sua contagem Com base no caso exposto, assinale a afirmativa correta.
reiniciada, em duas situações: a) O advogado não cometeu infração ética, porque apenas resta
configurada infração disciplinar na recusa do advogado a prestar
assistência jurídica quando há impossibilidade da Defensoria Pública.
b) O advogado cometeu infração ética, porque ele já estava na sala de
audiências.
c) O advogado não cometeu infração ética, porque é vedado ao
advogado participar de duas
d) O advogado cometeu infração ética, porque ele tem o dever de
contribuir para a boa administração da justiça.
Comentários:
Consoante o art. 34, XII, do EAOAB constitui infração disciplinar o
advogado se recusar a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica,
mas somente quando nomeado em virtude de impossibilidade da
Defensoria Pública, o que não ocorreu no caso em tela.
190 arra,.A4MADCR 10 Em É-nca - 3. EDIÇJO PAULO MA0.120 191
1 OemÉtica! 10emÉticd
III - as Subseções; IN.W.,W Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB
IV - as Caixas de Assistência dos Advogados. têm legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente, contra
qualquer pessoa que infringir as disposições ou os fins desta lei.
§ 10 O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica própria,
com sede na capital da República, é o órgão supremo da OAB. Parágrafo único. As autoridades mencionadas no caput deste artigo
§ 2° Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica têm, ainda, legitimidade para intervir, inclusive como assistentes,
própria, têm jurisdição sobre os respectivos territórios dos Estados- nos inquéritos e processos em que sejam indiciados, acusados ou
membros, do Distrito Federal e dos Territórios. ofendidos os inscritos na OAB.
§ 3° As Subseções são partes autônomas do Conselho Seccional, na
forma desta lei e de seu ato constitutivo. _~61, Para os fins desta lei, os Presidentes dos Conselhos da
§ 4°As caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de personalidade OAB e das Subseções podem requisitar cópias de peças de autos e
jurídica própria, são criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão da
contarem com mais de 1.500 (mil e quinhentos) inscritos. Administração Pública direta, indireta e fundacional.27
§ 5° A OAB, por constituir serviço publico, goza de imunidade
tributária total em relação a seus bens, rendas e serviços.
§ 6° Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo quando reservados
ou de administração interna, devem ser publicados na imprensa oficial
ou afixados no fórum, na íntegra ou em resumo.
Mna, O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de 27 O Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de lnconstitucionalidade n° 1.127-
órgão da OAB é de exercício gratuito e obrigatório, considerado 8 (DOU de 26.05.2006), deu interpretação a este dispositivo, sem reduzir o texto,
serviço público relevante, inclusive para fins de disponibilidade e nos seguintes termos: "de modo a fazer compreender a palavra 'requisitar' como
dependente de motivação, compatibilização com as finalidades da lei e atendimento
aposentadoria.
de custos desta requisição. Ficam ressalvados, desde já, os documentos cobertos
por sigilo".
ESTÂ6'COM ENT
CAPÍTULO 11
Artigos 51 ao 55
CAPÍTULO II
DO CONSELHO FEDERAL
..ál
" Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas sessões
do Conselho Federal, têm lugar reservado junto à delegação
respectiva e direito somente à voz.
da advocacia; ,
h) cassar, ou modificar,- de ofício ou mediante representação,
d) representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos • qualquer ato, de órgão ou autoridade da OAB, contrário à presente
órgãos e eventos internacionais da advocacia; lei, ao Regulamento, Geral, ao Código" de Ética e Disciplina e aos
. • . - .•' • Provimentos, ouvida a•autoridade ou o órgão em causa; - —
• Pelo_ EAOAB, esta competência é _do Conselho Federal.
Porém, o Regulamento Geral, no art. 80, parágrafo único, determina O Conselho Federal é guardião da legislação dafadvocacia e
que os ,Conselhos Seccionais podem representar a OAB em geral ou da OAB. ;
os advogados ,brasileirOs em eventos internacionais ou no exterior, • . • .
quando autorizados pelo Presidente Nacional da OAB, que , é o i) julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos
Presidente do Conselho Federal. ' Seccionais nos casos previstos neste Estatuto é' no Regulamento
Geral;
e) editar e alterar o Regulamento Geral,. o Código de i Etica e • , J ;
Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários; , O Conselho Federal, órgão supremo da OAB, tem competência
para julgar em última instância os recursos na Ordem.
O Regulamente Geral e o Código de Ética e Disciplina não são
leis em sentido material. São atos normativos criados pelo Conselho
I CemÉtic:a! 10ernÉtic4
j) dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os O Estatuto da Advocacia e da OAB entrou em vigor no ano de
respectivos símbolos privativos; 1994, quando a Constituição Federal arrolava no art. 103 as pessoas
legitimadas a propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e,
Para que haja uniformidade, o Conselho Federal é o ()reão no art. 105, aquelas com legitimidade para propor a Ação Declaratória
responsável pela identificação dos inscritos na OAB e pelos símbolos de Constitucionalidacle (ADC). Acontece que, por ocasião da Emenda
privativos da advocacia. Constitucional n° 45/2004, que trouxe a reforma do Judiciário, passou
a ser determinado no art. 103 que as mesmas pessoas legitimadas a
k) apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as propor a ADI, agora, também podem propor a ADC, e o Conselho
contas de sua diretoria; Federal da OAB lá está.
A Lei n° 9.882/99, no art. 2°, 1, prevê que os legitimados para
1) homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as a Ação Direta de Inconstitucionalidade têm competência para propor
contas dos Conselhos seccionais; Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental, ra7".ão pela qual a
OAB também pode propor a ADPF.
m) elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o
preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito o) colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar,
nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos competentes
exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do para criação, reconhecimento ou credenciamento desses cursos;
próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;
Também em cumprimento às finalidades da OAB (art. 44,
É competência do Conselho Federal elaborar a lista sêxtupla EAOAB), o Conselho Federal desempenha o relevante papel de
quando a destinação for para os tribunais de abrangência nacional opinar, antecipadamente, nos pedidos de criação, reconhecimento e
ou interestadual, ou seja, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal credenciamento dos cursos jurídicos nos órgãos competentes.
Superior do Trabalho ou os tribunais federais cuja competência
territorial alcance mais de um estado. Sendo tribunal estadual, a p) autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a operação ou
competência passa a ser dos Conselhos Seccionais. alienação de seus bens imóveis;
A proibição para 'a inclusão de membros do próprio Conselho
Federal ou de outro órgão da OAB é justa e ética, já que são os Atente-se para o quorum exigido neste inciso: maioria
conselheiros que irão escolher os seis indicados para o Tribunal absoluta.
Judiciário, evitando-se assim que possa haver qualquer privilégio ou
tráfico de influência. q) participar de concursos públicos, nos casos previstos na
Constituição e na lei, em todas as suas fases, quando tiverem
n) ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais abrangência nacional ou interestadual;
e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança
coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação Deve a OAB, através do Conselho Federal, participar de forma
lhe seja outorgada por lei; efetiva nos concursos públicos de âmbito nacional ou interestadual,
CAPÍTULO III
DO CONSELHO SECCIONAL
j) participar da elaboração dos concursos públicos, em todas n) eleger as listas, constitucionalmente previstas, para
as suas fases, nos casos previstos na Constituição e nas leis, no preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, no âmbito de
âmbito do seu território; sua competência e na forma do provimento do Conselho Federal,
vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer
Compete ao Conselho Seccional participar de forma efetiva órgão da OAB;
nos concursos públicos de âmbito estadual, quando houver previsão na
Constituição e em leis específicas como, por exemplo, nos concursos Será competência do Conselho Seccional elaborar a lista
públicos para o ingresso na Magistratura, no Ministério Público e em sêxtuplo., quando a indicação for para tribunais de abrangência
outras carreiras jurídicas. estadual. Se o tribunal tiver abrangência nacional ou interestadual, a
O representante da OAB, indicado pelo Conselho Seccional, competência será do Conselho Federal (art. 54, XIII, EAOAB).
tem atuação em todas as fases do concurso, desde a fase da elaboração A proibição para a inclusão de membros do próprio Conselho
do edital, fiscalizando e intervindo quando houver suspeita de Seccional ou de outro órgão da OAB é justa e ética, já que são os
irregularidades. conselheiros que irão escolher os seis indicados para o respectivo
Quando os concursos tiverem abrangência nacional ou tribunal judiciário, evitando-se, com isso, que haja qualquer privilégio
interestadual, a competência será do Conselho Federal (art. 54, XVII, ou tráfico de influência.
EAOAB).
CAPÍTULO 1V
DA SUBSEÇÃO
p) desempenhar outras atribuições previstas no Regulamento A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que
Geral. fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia.
O Regulamento Geral tem função supletiva aos casos omissos § 1°A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios,
no Estatuto da Advocacia e da OAB. ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando
com um mínimo de 15 (quin7p) advogados, nela profissionalmente
domiciliados.
§ 2° A Subseção é administrada por urna diretoria, com atribuições e
composição equivalentes às da diretoria do Conselho Seccional.
§ 3° Havendo mais de 100 (cem) advogados, a Subseção pode ser
integrada, também, por um Conselho em número de membros fixado
pelo Conselho Seccional.
§ 4° Os quantitativos referidos nos parágrafos primeiro e terceiro
deste artigo podem ser ampliados, na forma do regimento interno do
Conselho Seccional.
§ 5° Cabe ao Conselho Seccional fixar, em seu orçamento, dotações
específicas destinadas à manutenção das Subseções.
§ 6° O Conselho Seccional, mediante o voto de 2/3 (dois terços) de
seus membros, pode intervir nas Subseções, onde constatar grave
violação desta Lei ou do Regimento Interno daquele.
I - dar cumprimento efetivo ás finalidades da OAB; a) dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB (art. 44 do
II - velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e EA0Al3);
fazer valer as prerrogativas do advogado; b) velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia,
III - representar a OAB, perante os poderes constituídos; fazendo valer as prerrogativas da advocacia;
IV - desempenhar as atribuições previstas no Regulamento Geral ou c) representar a OAB perante os poderes constituídos;
por delegação de competência do Conselho Seccional. d) desempenhar as atribuições previstas no Regulamento Geral
Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete ou por delegação de competência do Conselho Seccional.
exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do
Regimento Interno deste, e ainda: Caso haja mais de 100 (cem) advogados domiciliados
a) editar seu Regimento Interno, a ser referendado pelo Conselho profissionalmente na respectiva área da subseção, esta pode contar
Seccional; com um Conselho (Conselho da Subseção), cujo número de membros
b) editar resoluções, no âmbito de sua competência; será fixado pelo Conselho Seccional, competindo-lhe, agora, exercer
c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo as mesmas funções do Conselho Seccional, na forma do Regimento
Tribunal de Ética e Disciplina; Interno deste, e ainda:
d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário,
instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho a) editar seu Regimento Interno, a ser referendado pelo Conselho
Seccional. Seccional (e não pelo Conselho Federal);
b) editar resoluções no âmbito de sua competência;
c) instaurar e instruir processos disciplinares.
Ç,J
Comentários:
Nos termos do art. 48 do RU, a alienação ou oneração de bens
imóveis depende de aprovação do Conselho Federal ou do Conselho
Seccional, competindo à Diretoria do órgão decidir pela aquisição de
qualquer bem e dispor sobre os bens móveis.
232 EIXTOAA ~oca 1 10 ex ÉTICA - 3 EGÇÃO PAULO hbONDO 233
`t. 10emáml
CAPÍTULO 15
Artigos 63 ao 67
CAPITULO VI
DAS ELEIÇÕES E DOS MANDATOS
.ij 6 O mandato em qualquer órgão da OAB é de 3 (três) anos, IV - no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o Conselho
iniciando-se em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da eleição, Federal elegerá, em reunião presidida pelo conselheiro mais antigo,
salvo o Conselho Federal. por voto secreto e para mandato de 3 (tês) anos, sua diretoria, que
tomará posse no dia seguinte;"
Parágrafo único. Os conselheiros federais eleitos iniciam seus V -- será considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos
mandatos em primeiro de fevereiro do ano seguinte ao da eleição. votos dos Conselheiros Federais, presente a metade mais 1 (um) de
seus membros."
06' Extingue-se o mandato automaticamente, antes de seu
término, quando: Parágrafo único. Com exceção do candidato a Presidente, os demais
integrantes da chapa deverão ser conselheiros federais eleitos.
I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de
licenciamento do profissional;
II - o titular sofrer condenação disciplinar;
III - o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias
Al4qj COMENTÁRIOS
consecutivas de cada órgão deliberativo do Conselho ou da diretoria
da Subseção, ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo
ELEIÇÕES E MANDATOS NA 0A13
ser reconduzido no mesmo período de mandato.
As eleições na OAB são realizadas trienalmente. Assim, todos
Parágrafo único. Extinto qualquer mandato, nas hipóteses deste
os mandatos na OAB têm a duração de três anos.
artigo, cabe ao Conselho Seccional escolher o substituto, caso não
As eleições dos membros de todos os órgãos da OAB se
haja suplente.
realizam na segunda quinzena do mês de novembro do último ano
do mandato, mediante cédula única e votação direta dos advogados
A eleição da Diretoria do Conselho Federal, que tomará
regularmente inscritos.
. posse )30 dia 1° de fevereiro, obedecerá às seguintes regras:
O voto é obrigatório para todos os advogados, sob pena de
multa equivalente a 20 % (vinte por cento) do valor da anuidade, a
I - será admitido o registró, junto ao Conselho Federal, de candidatura
não ser que a ausência seja justificada por escrito. Os estagiários não
à presidência, desde 6 (seis) meses até 1 (um) mês antes da eleição;
votam.
II- o requerimento de registro deverá vir acompanhado do apoiamento
O advogado que tem inscrição suplementar pode exercer opção
de, no mínimo, 6 (seis) Conselhos Seccionais;
de voto, comunicando ao Conselho Seccional no qual tem inscrição
IH - até 1 (um) mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da
principal.
chapa completa, sob pena de cancelamento da candidatura respectiva;
29 A redação deste inciso IV foi alterada pela Lei n° 11.179, de 22 de setembro de
2005.
30 A redação deste inciso V foi alterada pela Lei n° 11.179, de 22 de setembro de
2005.
"Art. 31. O advogado, no exercício de cargos ou funções Para outros detalhes sobre o assunto, recomendamos ao leitor
em órgãos da Ordem dos Advogados do Brasil ou na a leitura dos arts. 128 a 137 do Regulamento Geral.
representação da classe junto a quaisquer instituições,
órgãos ou comissões, públicos ou privados, manterá conduta
consentânea com as disposições deste Código e que revele
plena lealdade aos interesses, direitos e prerrogativas da
classe dos advogados que representa_
242 enc., Ansnarcn 10 em Énr, - 3' EWA° PAULO MAG-INJu 243
10emÉtic:al
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CAPÍTULO 17
Artigos 70 ao 74
CAPÍTULO II
DO PROCESSO DISCIPLINAR
§ 1° O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de 1. (FGV - VI Exame de Ordem) Após recebida representação
admissibilidade da representação e os procedimentos disciplinares. disciplinar sem fundamentos, cabe ao relator designado pelo presidente
§ 2° O processo disciplinar tramita em sigilo, até ao seu término, do Conselho Seccional da OAB, à luz das normas aplicáveis,
só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a a) arquivar o processo ato continuo.
autoridade judiciária competente. b) propor ao presidente o arquivamento do processo.
c) designar data para a defesa oral pelo advogado.
Fia,W3 Recebida a representação, o Presidente deve designar d) julgar improcedente a representação.
relator, a quem compete a instrução do processo e o oferecimento
de parecer preliminar a ser submetido ao Tribunal de Ética e
Disciplina.
Comentários:
§ 1° Ao representado deve ser assegurado amplo direito de defesa, Nos termos do art. 73, § 2°, do EAOAB, se, após a defesa prévia,
podendo acompanhar o processo em todos os termos, pessoalmente o relator se manifestar pelo indeferimento liminar da representação,
ou por intermédio de procurador, oferecendo defesa prévia após este deve ser decidido pelo Presidente do Conselho Seccional, para
ser notificado, razões finais após a instrução e defesa oral perante o determinar seu arquivamento. Veja que quem arquiva é o Presidente.
Tribunal de Ética e Disciplina, por ocasião do julgamento. O relator somente pode propor o arquivamento.
§ 2° Se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo indeferimento
liminar da representação, este deve ser decidido pelo Presidente do•
Conselho Seccional, para determinar seu arquivamento.
§ 3° O prazo para defesa prévia pode ser prorrogado por motivo
relevante, a juizo do relator.
§ 4° Se o representado não for encontrado, ou for revel, o Presidente 2. (FGV - VI Exame de Ordem - Duque de Caxias) Entre as
do Conselho ou da SUbseção deve designar-lhe defensor dativo. competências do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB, NÃO se
§ 5° É também perniitida a revisão do processo disciplinar, por erro de inclui, à luz das normas aplicáveis do Estatuto da Advocacia e do
julgamento ou por condenação baseada em falsa prova. Código de Ética,
O Conselho Seccional pode adotar as medidas a) instaurar de oficio processo sobre ato que considere em tese infração
administrativas e judiciais pertinentes, objetivando a que o à norma de ética profissional.
profissional suspenso ou excluído devolva os documentos de b) mediar pendências entre advogados, bem como conciliar questões
identificação. sobre partilha de honorários.
c) responder a consultas "em tese", aconselhando e orientando sobre
ética profissional.
ç;,))
Comentários:
O processo disciplinar da OAB tem suas regras delineadas nos arts.
70 ao 77 do EAOAB e nos arts. 55 ao 71 do NCED.
Entre essas regras, o art. 72, § 2°, do EAOAB determina que o processo
disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às
suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária
competente.
250 EtrroRa AANKKA 10 a. ÉTICA - Eoçao PAL.° M.0.00 251
ioemÉtical
CAPÍTULO 18
Artigos 75 ao 77
CAPÍTULO III
DOS RECURSOS
PAULO MAWADO
253
oemácal 1NmÉtica!
Novidade trazida pelo Novo CED, no art. 72, foi a questão das
Corregedorias-Gerais:
Ali COMENTÁRIOS
O Tribunal de Ética e Disciplina (TED) tem suas competências buiès da mesma natureza, servan 4e‘la?-11
arroladas no art. 71 do Novo Código de Ética e Disciplina, quais viinento do Conselho Federál sobre a matéria.
sejam: Orlegedoria-Oerà1 do Processo Disciplinar. coordenará
I - julgar, em primeiro grau, os processos ético-disciplinares; s do 011$,e1 eia Conselhos çccionais.woltadas
II - responder a consultas formuladas, em tese, sobre matéria ético- OÇS:discipliare
disciplinar;
- exercer as competências que lhe sejam conferidas pelo Regimento
Interno da Seccional ou por este Código para a instauração, instrução
Do processo disciplinar na OAB
e julgamento de processos ético-disciplinares;
IV - suspender, preventivamente, o acusado, em caso de conduta
O poder de punir disciplinarmente os inscritos na Ordem
suscetível de acarretar repercussão prejudicial à advocacia, nos termos
compete ao Conselho Seccional do estado onde ocorreu a infração,
do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil;
exceto se a falta for cometida perante o Conselho Federal. Em
V - organizar, promover e ministrar cursos, palestras, seminários e
verdade, compete ao Tribunal de Ética e Disciplina daquele Conselho
outros eventos da mesma natureza acerca da ética profissional do
Seccional julgar os processos disciplinares instruídos pelas Subseções
advogado ou estabelecer parcerias com as Escolas de Advocacia, com
ou por relatores do próprio Conselho Seccional. A representação
o mesmo objetivo;
contra membros do Conselho Federal também deve ser processada e
VI - atuar como órgão Mediador ou conciliador nas questões que
julgada pelo Conselho Federal (art. 70 do EAOAB).
envolvam: As regras do processo disciplinar são tratadas tanto na Lei
a) dúvidas e pendências entre advogados; 8.906/94 (EA0AB), quanto no Código de Ética e Disciplina. O Novo
b) partilha de honorários contratados em conjunto ou decorrentes de CED trouxe mais detalhes a respeito do aludido tema no Capítulo 1
substabelecimento, bem como os que resultem de sucumbência, nas
do Título II (arts. 55 a 71). Vejamos:
mesmas hipóteses;
c) controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de
advogados.
255
254 Ebrroaa Agawza.a 10 EM ÉTICA - EDIÇÃO Peo. Maca.°
10errÉtica! ioerriÉticd
"Art. 55. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou Art. 58. Recebida a representação, o Presidente do
mediante representação do interessado. Conselho Seccional ou o da Subseção, quando esta
dispuser de Conselho, designa relator, por sorteio, um de
§ 1° A instauração, de ofício, do processo disciplinar dar-se-á seus integrantes, para presidir a instrução processual.
em função do conhecimento do fato, quando obtido por meio
de fonte idônea ou em virtude de comunicação da autoridade § 1° Os atos de instrução processual podem ser delegados
competente. ao Tribunal de Ética e Disciplina, conforme dispuser o
§ 2° Não se considera fonte idônea a que consistir em regimento interno do Conselho Seccional, caso em que
denúncia anônima. caberá ao seu Presidente, por sorteio, designar relator.
§ 2° Antes do encaminhamento dos autos ao relator, serão
Art. 56. A representação será formulada ao Presidente juntadas a ficha cadastral do representado e certidão negativa
do Conselho Seccional ou ao Presidente da Subseção, por ou positiva sobre a existência de punições anteriores, com
escrito ou verbalmente, devendo, neste último caso, ser menção das faltas atribuídas. Será providenciada, ainda,
reduzida a termo. certidão sobre a existência ou não de representações em
andamento, a qual, se positiva, será acompanhada da
Parágrafo único. Nas Seccionais cujos Regimentos Internos informação sobre as faltas imputadas.
atribuírem competência ao Tribunal de Ética e Disciplina para § 3° O relator, atendendo aos critérios de admissibilidade,
instaurar o processo ético disciplinar, a representação poderá emitirá parecer propondo a instauração de processo
ser dirigida ao seu Presidente ou será a este encaminhada por disciplinar ou o arquivamento liminar da representação, no
qualquer dos dirigentes referidos no caput deste artigo que a prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição do feito
houver recebido. pelo Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção para
outro relator„ observando-se o mesmo prazo.
Art. 57. A representação deverá conter: § 4° O Presidente do Conselho competente ou, conforme o
caso, o do Tribunal de Ética e Disciplina, proferirá despacho
- a identificação do representante, com a sua qualificação declarando instaurado o processo disciplinar ou determinando
civil e endereço;' o arquivamento da representação, nos termos do parecer do
II - a narração dos fatos que a motivam, de forma que permita relator ou segundo os fundamentos que adotar.
verificar a existência, em tese, de infração disciplinar; § 5° A representação contra membros do Conselho Federal
III - os documentos que eventualmente a instruam e a e Presidentes de Conselhos Seccionais é processada e
indicação de outras provas a ser produzidas, bem como, se julgada pelo Conselho Federal, sendo competente a Segunda
for o caso, .o rol de testemunhas, até o máximo de cinco; Câmara reunida em sessão plenária. A representação contra
IV - a assinatura do representante ou a certificação de quem membros da diretoria do Conselho Federai, Membros
a tomou por termo, na impossibilidade de obtê-la. Honorários Vitalícios e detentores da Medalha Rui Barbosa
será processada e julgada• pelo Conselho Federal, sendo
competente o Conselho Pleno.
257
256 Enroctik AFMACCR 1 10 EM - axr,Ao PAULO MMGRADO
10e.mÉtica! MemÉticd
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§ 6° A representação contra dirigente de Subseção é § 7° Concluída a instrução, o relator profere parecer preliminar,
processada e julgada pelo Conselho Seccional. a ser submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina, dando
enquadramento legal aos fatos imputados ao representado.
Art. 59. Compete ao relator do processo disciplinar § 8° Abre-se, em seguida, prazo comum de 15 (quinze) dias
determinar a notificação dos interessados para prestar para apresentação de razões finais.
esclarecimentos ou a do representado para apresentar
defesa prévia, no prazo de 15 (quinze) dias, em qualquer Art. 60. O Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina,
caso. após o recebimento do processo, devidamente instruido,
designa, por sorteio, relator para proferir voto.
§ 1° A notificação será expedida para o endereço constante
do cadastro de inscritos do Conselho Seccional, observando- § 10 Se o processo já estiver tramitando perante o Tribunal
se, quanto ao mais, o disposto no Regulamento Geral. de Ética e Disciplina ou perante o Conselho competente, o
§ 2° Se o representado não for encontrado ou ficar revel, o relator não será o mesmo designado na fase de instrução.
Presidente do Conselho competente ou, conforme o caso, o § 2° O processo será incluído em pauta na primeira sessão
do Tribunal de Ética e Disciplina designar-lhe-á defensor de julgamento após a distribuição ao relator, da qual serão
dativo. as partes notificadas com 15 (quinze) dias de antecedência.
§ 3° Oferecida a defesa prévia, que deve ser acompanhada dos § 30 O representante e o representado são notificados pela
documentos que possam instruí-la e do rol de testemunhas, Secretaria do Tribunal, com 15 (quinze) dias de antecedência,
até o limite de 5 (cinco), será proferido despacho saneador e, para comparecerem à sessão de julgamento.
ressalvada a hipótese do § 2° do art. 73 do EAOAB, designada, § 4° Na sessão de julgamento, após o voto do relator, é
se for o caso, audiência para oitiva do representante, do facultada a sustentação oral pelo tempo de 15 (quinze)
representado e das testemunhas. minutos, primeiro pelo representante e, em seguida, pelo
§ 4' O representante e o representado incumbir-se-ão representado.
do comparecimento de suas testemunhas, salvo se, ao
apresentarem o respectivo rol, requererem, por motivo Art. 61. Do julgamento do processo disciplinar lavrar-
justificado, sejam elas notificadas a comparecer à audiência se-á acórdão, do qual constarão, quando procedente
de instrução do processo. 15 a representação, o enquadramento legal da infração,
§ 5° O relator pode determinar a realização de diligências a sanção aplicada, o quórum de instalação e o de
que julgar convenientes, cumprindo-lhe dar andamento deliberação, a indicação de haver sido esta adotada com
ao processo, de modo que este se desenvolva por impulso base no voto do relator ou em voto divergente, bem como
oficial. as circunstâncias agravantes ou atenuantes consideradas
§ 6° O relator somente indeferirá a produção de e as razões determinantes de eventual conversão da
determinado meio de prova quando esse for ilícito, censura aplicada em advertência sem registro nos
impertinente, desnecessário ou protelatório, devendo fazê-lo assentamentos do inscrito.
fundamentadamente.
Art. 64. As consultas submetidas ao Tribunal de Ética e § 1° Tem legitimidade para requerer a revisão o advogado
Disciplina receberão autuação própria, sendo designado punido com a sanção disciplinar.
relator, por sorteio, para o seu exame, podendo o § 2° A competência para processar e julgar o processo de
Presidente, em face da complexidade da questão, designar, revisão é do órgão de que emanou a condenação final.
subsequentemente; revisor. § 3° Quando o órgão competente for o Conselho Federal, a
revisão processar-se-á perante a• Segunda Câmara, reunida
Parágrafo único. O relator e o revisor têm prazo de 10 (dez) em sessão plenária.
dias cada um para elaboração de seus pareceres, apresentando- § 4° Observar-se-á, na revisão, o procedimento do processo
os na primeira sessão seguinte, para deliberacão. disciplinar, no que couber.
§ 5° O pedido de revisão terá autuação própria, devendo os
Art. 65. As sessões do Tribunal de Ética e Disciplina autos respectivos ser apensados aos do processo disciplinar
obedecerão ao disposto no respectivo Regimento Interno, a que se refira.
aplicando-se lhes, subsidiariamente, o do Conselho
Seccional.
Art. 69. O advogado que tenha sofrido sanção disciplinar se no primeiro dia útil seguinte (art. 69, § 2°, do EAOAB).
poderá requerer reabilitação, no prazo e nas condições O prazo para a defesa prévia pode ser prorrogado por motivo
previstos no Estatuto da Advocacia e da Ordem dos relevante, a jili7o do relator (art. 73, § 3°, do EAOAB).
Advogados do Brasil (art. 41).
Suspensão preventiva
§ 1° A competência para processar e julgar o pedido de
reabilitação é do Conselho Seccional em que tenha sido É possível que o Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho
aplicada a sanção disciplinar. Nos casos de competência Seccional no qual o advogado tenha inscrição principal o suspenda
originária do Conselho Federal, perante este tramitará o preventivamente nos casos de condutas com grave repercussão à
pedido de reabilitação. dignidade da advocacia. Para tanto, há de ser respeitado o direito
§ 2° Observar-se-á, no pedido de reabilitação, o procedimento de o acusado ser ouvido em sessão especial, especialmente mamada
do processo disciplinar, no que couber. para esse fim, para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo
§ 3° O pedido de reabilitação terá autuação própria, devendo se não atender à notificação. Nesta sessão, especialmente designada
os autos respectivos ser apensados aos do processo disciplinar pelo Presidente do Tribunal, são facultadas ao representado, ou ao
a que se refira. seu defensor, a apresentação de defesa, a• produção de provas e a
§ 4° O pedido de reabilitação será instruído com provas de sustentação oral, restritas, no entanto, para a questão do cabimento,
bom comportamento, no exercício da advocacia e na vida ou não, da medida cautelar.
social, cumprindo à Secretaria do Conselho competente Na suspensão preventiva, o processo disciplinar deve ser
certificar, nos autos, o efetivo cumprimento da sanção concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias.
disciplinar pelo requerente.
§ 5° Quando o pedido não estiver suficientemente instruído, Dos recursos
o relator assinará prazo ao requerente para que complemente
a documentação; não cumprida a determinação, o pedido Das decisões emanadas pelo Presidente do Conselho Seccional,
será liminarmente arquivado. pelo Tribunal de Ética e Disciplina ou, ainda, pela Diretoria da
Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados caberá recurso
Dos prazos para o Conselho Seccional (art. 76 do EAOAB).
Já das decisões proferidas pelo Conselho Seccional, desde que
Os prazos necessários para a manifestação de advogados, não sejam unânimes ou, sendo unânimes, contrariarem o Estatuto, o
estagiários e terceiros, nos processos em geral na OAB, são de 15 Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, os Provimentos,
(quinze) dias, inclusive para a interposição de recursos (art. 69 do as decisões do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional
EAOAB). (requisitos de admissibilidade), caberá recurso ao Conselho Federal,
Em caso de comunicação mediante oficio reservado, ou de órgão supremo da OAB. O Presidente do Conselho Seccional, além
notificação pessoal, o prazo contar-se-á a partir do dia útil imediato ao dos interessados, tem legitimidade para interpor esse recurso.
da notificação do recebimento (art. 69, § 1°, do EAOAB) e nos casos
de publicação na imprensa oficial do ato ou da decisão, o prazo inicia-
Parágrafo único. Os mandatos dos membros dos órgãos da OAB, Brasilia, 4 de julho de 1994; 173° da Independência e 106° da
eleitos na primeira eleição sob a vigência desta Lei, e na forma do República.
Capitulo VI do Titulo II, terão início no dia seguinte ao término dos
atuais mandatos, encerrando-se em 31 de dezembro do terceiro ano Itamar Franco
do mandato e em 31 de janeiro do terceiro ano do mandato, neste caso
com relação ao Conselho Federal.
Ern Não se aplica o disposto no art. 28, inciso II, desta Lei,
Alj COMENTÁRIOS
aos membros do Ministério Público que, na data de promulgação
da Constituição, se incluam na previsão do art. 29, § 3', do seu Ato
Em relação às disposições finais, a leitura já é autoexplicativa.
das Disposições Constitucionais Transitórias.
Porém, aproveitando o tema, colacionamos abaixo o teor das
kisiw O estagiário, inscrito no respectivo quadro, fica
dispensado do Exame Ordem, desde que comprove, em até
Disposições Gerais e Transitórias do Novo Código de Ética e
Disciplina:
2 (dois) anos da promulgação desta Lei, o exercício e resultado
"Art. 73. O Conselho Seccional deve oferecer os meios
do estágio profissional ou a conclusão, com aproveitamento, do
e o suporte de apoio material, logístico, de informática
estágio de Prática Forense e Organização Judiciária, realizado
e de pessoal necessários ao pleno funcionamento e ao
junto à respectiva faculdade, na forma da legislação em vigor.
desenvolvimento das atividades do Tribunal de Ética e
7 O Instituto dos Advogados Brasileiros e as instituições a
ele filiadas têm qualidade para promover perante a OAB o que
julgarem do interesse dos advogados em geral ou de qualquer dos
seus membros.
268 Eorrom AFP.ÉCR I 10 EM. ÉTCP - 3' mçÁo PAULO MAGHOO 269
1 Oe mézicaif
CAPÍTULO 20
ADENDO
NILO MACHADO
271
(IamÉtical OemÉtica!
Prática
Penal
PRÁTICA CIVIL