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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO


LEGISLAÇÃO ESPECIAL
- LEI 5.810/94

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CAPÍTULO II
DOS SUJEITOS DO CRIME
LEGISLAÇÃO ESPECIAL Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade
qualquer agente público, servidor ou não, da
administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo,
PROGRAMA: mas não se limitando a:
- Nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei 13.869/2019) I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles
- Violência doméstica (Lei nº 11.340/2006 e suas equiparadas;
alterações) II - membros do Poder Legislativo;
- Lei nº 13.869/1990 (Lei de abuso de autoridade). III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019 VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os
efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
Dispõe sobre os crimes de abuso de
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos
julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho
pelo caput deste artigo.
de 1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de julho de
1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de
dezembro de 1965, e dispositivos do CAPÍTULO III
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal). DA AÇÃO PENAL
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal
pública incondicionada.
CAPÍTULO I
§1º Será admitida ação privada se a ação penal pública
DISPOSIÇÕES GERAIS não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
cometidos por agente público, servidor ou não, que, no substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo
abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a
ação como parte principal.
§1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de
abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com §2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de
a finalidade específica de prejudicar outrem ou 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar o
beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero prazo para oferecimento da denúncia.
capricho ou satisfação pessoal.
§2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação
de fatos e provas não configura abuso de autoridade.

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CAPÍTULO IV quando essas questões tenham sido decididas no juízo
criminal.
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS
RESTRITIVAS DE DIREITOS Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no
administrativo-disciplinar, a sentença penal que
Seção I
reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
Dos Efeitos da Condenação necessidade, em legítima defesa, em estrito
Art. 4º São efeitos da condenação: cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado
pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido,
fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos CAPÍTULO VI
danos causados pela infração, considerando os prejuízos
DOS CRIMES E DAS PENAS
por ele sofridos;
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou
manifesta desconformidade com as hipóteses legais:
função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do
judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de:
caput deste artigo são condicionados à ocorrência de
reincidência em crime de abuso de autoridade e não são I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar
sentença.
diversa ou de conceder liberdade provisória, quando
Seção II manifestamente cabível;
Das Penas Restritivas de Direitos III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando
manifestamente cabível.’
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das
privativas de liberdade previstas nesta Lei são: Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha
ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades
intimação de comparecimento ao juízo:
públicas;
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do
mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a Art. 11. (VETADO).
perda dos vencimentos e das vantagens;
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão
III - (VETADO). em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal:
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
CAPÍTULO V I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de
prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA
que a decretou;
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de
independentemente das sanções de natureza civil ou
qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família
administrativa cabíveis.
ou à pessoa por ela indicada;
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e
que descreverem falta funcional serão informadas à
quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade,
autoridade competente com vistas à apuração.
com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são testemunhas;
independentes da criminal, não se podendo mais
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade,
questionar sobre a existência ou a autoria do fato
de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida

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de segurança ou de internação, deixando, sem motivo para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das
justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura circunstâncias de sua custódia:
imediatamente após recebido ou de promover a soltura
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante
que, ciente do impedimento ou da demora, deixa de
violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade
tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo
de resistência, a:
competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à o pedido à autoridade judiciária que o seja.
curiosidade pública;
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e
II - submeter-se a situação vexatória ou a reservada do preso com seu advogado:
constrangimento não autorizado em lei;
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o
sem prejuízo da pena cominada à violência. preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se
pessoal e reservadamente com seu advogado ou
Art. 14. (VETADO).
defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial,
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se
pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou
profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: no caso de audiência realizada por videoconferência.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem ou espaço de confinamento:
prossegue com o interrogatório: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém,
silêncio; ou na mesma cela, criança ou adolescente na companhia de
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por maior de idade ou em ambiente inadequado, observado
advogado ou defensor público, sem a presença de seu o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
patrono. (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou
falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante,
quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: imóvel alheio ou suas dependências, ou nele
permanecer nas mesmas condições, sem determinação
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como
responsável por interrogatório em sede de §1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput
procedimento investigatório de infração penal, deixa de deste artigo, quem:
identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
identidade, cargo ou função. franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
Art. 17. (VETADO). II - (VETADO);
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar
durante o período de repouso noturno, salvo se após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco
capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente horas).
assistido, consentir em prestar declarações:
§2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e socorro, ou quando houver fundados indícios que
multa. indiquem a necessidade do ingresso em razão de
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio situação de flagrante delito ou de desastre.
de pleito de preso à autoridade judiciária competente

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Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
de investigação ou de processo, o estado de lugar, de multa.
coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de
Parágrafo único. (VETADO).
responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente
alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil
ou administrativa sem justa causa fundamentada ou
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
contra quem sabe inocente:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
conduta com o intuito de:
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação,
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa
procrastinando-a em prejuízo do investigado ou
por excesso praticado no curso de diligência;
fiscalizado:
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
informações incompletos para desviar o curso da
multa.
investigação, da diligência ou do processo.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem,
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça,
inexistindo prazo para execução ou conclusão de
funcionário ou empregado de instituição hospitalar
procedimento, o estende de forma imotivada,
pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou
fiscalizado.
momento de crime, prejudicando sua apuração:
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa,
acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo
além da pena correspondente à violência.
circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento procedimento investigatório de infração penal, civil ou
de investigação ou fiscalização, por meio administrativa, assim como impedir a obtenção de
manifestamente ilícito: cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências
em curso, ou que indiquem a realização de diligências
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com
multa.
prévio conhecimento de sua ilicitude.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação,
Art. 26. (VETADO).
inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar amparo legal:
procedimento investigatório de infração penal ou
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de
multa.
qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional
ou de infração administrativa: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza
de cargo ou função pública ou invoca a condição de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
agente público para se eximir de obrigação legal ou para
multa.
obter vantagem ou privilégio indevido.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de
Art. 34. (VETADO).
sindicância ou investigação preliminar sumária,
devidamente justificada. Art. 35. (VETADO).
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem Art. 36. Decretar, em processo judicial, a
relação com a prova que se pretenda produzir, expondo indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que
a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a extrapole exacerbadamente o valor estimado para a
imagem do investigado ou acusado: satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração,
pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
la:
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de
prejudicar interesse de investigado:

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Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não
exame de processo de que tenha requerido vista em autorizados em lei:
órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
andamento ou retardar o julgamento:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
judicial que determina a execução de conduta prevista
multa.
no caput deste artigo com objetivo não autorizado em
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por lei.” (NR)
meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a
da Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida
acusação:
do seguinte art. 227-A:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I
multa.
do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes
previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos
CAPÍTULO VII
com abuso de autoridade, são condicionados à
DO PROCEDIMENTO ocorrência de reincidência.
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos
delitos previstos nesta Lei, no que couber, as disposições
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
função, nesse caso, independerá da pena aplicada na
(Código de Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de
reincidência.”
setembro de 1995.
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a
vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B:
CAPÍTULO VIII
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa
DISPOSIÇÕES FINAIS de advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de do art. 7º desta Lei:
1989, passa a vigorar com a seguinte redação: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
“Art.2º .............................................................................. multa.’”

§4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de
período de duração da prisão temporária estabelecido 1965, e o §2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-
no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
deverá ser libertado. Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120
.......................................................................................... (cento e vinte) dias de sua publicação oficial.

§7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência
autoridade responsável pela custódia deverá, e 131o da República.
independentemente de nova ordem da autoridade JAIR MESSIAS BOLSONARO
judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo
Sérgio Moro
se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão
temporária ou da decretação da prisão preventiva. Wagner de Campos Rosário
§8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de Jorge Antonio de Oliveira Francisco
prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
André Luiz de Almeida Mendonça
Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996,
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019
passa a vigorar com a seguinte redação:
- Edição extra-A e retificado em 18.9.2019
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
comunicações telefônicas, de informática ou telemática,
promover escuta ambiental ou quebrar segredo da

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LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 § 1º O poder público desenvolverá políticas que visem
garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito
das relações domésticas e familiares no sentido de
resguardá-las de toda forma de negligência,
Cria mecanismos para coibir a violência discriminação, exploração, violência, crueldade e
doméstica e familiar contra a mulher, nos opressão.
termos do § 8º do art. 226 da Constituição § 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar
Federal, da Convenção sobre a Eliminação as condições necessárias para o efetivo exercício dos
de Todas as Formas de Discriminação direitos enunciados no caput.
contra as Mulheres e da Convenção
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os
Interamericana para Prevenir, Punir e
fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as
Erradicar a Violência contra a Mulher;
condições peculiares das mulheres em situação de
dispõe sobre a criação dos Juizados de
violência doméstica e familiar.
Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher; altera o Código de Processo Penal,
o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e
TÍTULO II
dá outras providências.
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
MULHER
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
CAPÍTULO I
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência
TÍTULO I
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou
Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a agregadas;
Mulher e de outros tratados internacionais ratificados
II - no âmbito da família, compreendida como a
pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a
comunidade formada por indivíduos que são ou se
criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por
contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e
afinidade ou por vontade expressa;
proteção às mulheres em situação de violência
doméstica e familiar. III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça,
independentemente de coabitação.
etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
educacional, idade e religião, goza dos direitos Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste
fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe artigo independem de orientação sexual.
asseguradas as oportunidades e facilidades para viver Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher
sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu constitui uma das formas de violação dos direitos
aperfeiçoamento moral, intelectual e social. humanos.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para
o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia,
ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.

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CAPÍTULO II Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações


não-governamentais, tendo por diretrizes:
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA A MULHER I - a integração operacional do Poder Judiciário, do
Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar
de segurança pública, assistência social, saúde,
contra a mulher, entre outras:
educação, trabalho e habitação;
I - a violência física, entendida como qualquer conduta
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e
que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
outras informações relevantes, com a perspectiva de
II - a violência psicológica, entendida como qualquer gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às
conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da conseqüências e à freqüência da violência doméstica e
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno familiar contra a mulher, para a sistematização de dados,
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante periódica dos resultados das medidas adotadas;
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma
insulto, chantagem, violação de sua intimidade,
a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e
exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo
vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no inciso IV
saúde psicológica e à autodeterminação;(Redação dada
do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição
pela Lei nº 13.772, de 2018)
Federal ;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta
IV - a implementação de atendimento policial
que a constranja a presenciar, a manter ou a participar
especializado para as mulheres, em particular nas
de relação sexual não desejada, mediante intimidação,
Delegacias de Atendimento à Mulher;
ameaça, coação ou uso da força; que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua V - a promoção e a realização de campanhas educativas
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método de prevenção da violência doméstica e familiar contra a
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em
ao aborto ou à prostituição, mediante coação, geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de
chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou proteção aos direitos humanos das mulheres;
anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes,
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer termos ou outros instrumentos de promoção de parceria
conduta que configure retenção, subtração, destruição entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de não-governamentais, tendo por objetivo a
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos implementação de programas de erradicação da
ou recursos econômicos, incluindo os destinados a violência doméstica e familiar contra a mulher;
satisfazer suas necessidades;
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar,
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos
que configure calúnia, difamação ou injúria. profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas
enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e
de raça ou etnia;
TÍTULO III
VIII - a promoção de programas educacionais que
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE disseminem valores éticos de irrestrito respeito à
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR dignidade da pessoa humana com a perspectiva de
CAPÍTULO I gênero e de raça ou etnia;

DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os


níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao
doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio problema da violência doméstica e familiar contra a
de um conjunto articulado de ações da União, dos mulher.

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- LEI 5.810/94
CAPÍTULO II familiar amparadas por medidas protetivas terão seus
custos ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº 13.871, de
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
2019)
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência
deste artigo não poderá importar ônus de qualquer
doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei
dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar
Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
possibilidade de substituição da pena aplicada.(Vide Lei nº
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre
13.871, de 2019)
outras normas e políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso. § 7º A mulher em situação de violência doméstica e
familiar tem prioridade para matricular seus
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da
dependentes em instituição de educação básica mais
mulher em situação de violência doméstica e familiar no
próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa
cadastro de programas assistenciais do governo federal,
instituição, mediante a apresentação dos documentos
estadual e municipal.
comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência processo de violência doméstica e familiar em curso.
doméstica e familiar, para preservar sua integridade (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
física e psicológica:
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, dependentes matriculados ou transferidos conforme o
integrante da administração direta ou indireta; disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos
necessário o afastamento do local de trabalho, por até competentes do poder público. (Incluído pela Lei nº
seis meses. 13.882, de 2019)

III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o


caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de CAPÍTULO III
separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
ou de dissolução de união estável perante o juízo
competente. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher, a
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência
autoridade policial que tomar conhecimento da
doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais
benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e
cabíveis.
tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de
emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência artigo ao descumprimento de medida protetiva de
Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos urgência deferida.
necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou especializado, ininterrupto e prestado por servidores -
patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os preferencialmente do sexo feminino - previamente
danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência
relativos aos serviços de saúde prestados para o total
doméstica e familiar ou de testemunha de violência
tratamento das vítimas em situação de violência
doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim
obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº
arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado
13.505, de 2017)
responsável pelas unidades de saúde que prestarem os
serviços. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional
da depoente, considerada a sua condição peculiar de
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em
pessoa em situação de violência doméstica e familiar;
caso de perigo iminente e disponibilizados para o
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
monitoramento das vítimas de violência doméstica ou

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em de anulação de casamento ou de dissolução de união


situação de violência doméstica e familiar, familiares e estável.(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
testemunhas terão contato direto com investigados ou
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e
suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela Lei
familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência,
nº 13.505, de 2017)
deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles
inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, previstos no Código de Processo Penal:
cível e administrativo, bem como questionamentos
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e
sobre a vida privada. (Incluído pela Lei nº 13.505, de
tomar a representação a termo, se apresentada;
2017)
II - colher todas as provas que servirem para o
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência
esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
doméstica e familiar ou de testemunha de delitos de que
trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,
para a concessão de medidas protetivas de urgência;
I - a inquirição será feita em recinto especialmente
projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de
próprios e adequados à idade da mulher em situação de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e necessários;
à gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº V - ouvir o agressor e as testemunhas;
13.505, de 2017)
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a
profissional especializado em violência doméstica e existência de mandado de prisão ou registro de outras
familiar designado pela autoridade judiciária ou policial; ocorrências policiais contra ele;
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou posse de arma de fogo e, na hipótese de existência,
magnético, devendo a degravação e a mídia integrar o juntar aos autos essa informação, bem como notificar a
inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) ocorrência à instituição responsável pela concessão do
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº
violência doméstica e familiar, a autoridade policial 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do
deverá, entre outras providências: Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
I - garantir proteção policial, quando necessário, VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito
comunicando de imediato ao Ministério Público e ao policial ao juiz e ao Ministério Público.
Poder Judiciário; § 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde autoridade policial e deverá conter:
e ao Instituto Médico Legal; I - qualificação da ofendida e do agressor;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus II - nome e idade dos dependentes;
dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
risco de vida; III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas
solicitadas pela ofendida.
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar
a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do IV - informação sobre a condição de a ofendida ser
domicílio familiar; pessoa com deficiência e se da violência sofrida resultou
deficiência ou agravamento de deficiência preexistente.
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta (Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019)
Lei e os serviços disponíveis.
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta referido no § 1º o boletim de ocorrência e cópia de todos
Lei e os serviços disponíveis, inclusive os de assistência os documentos disponíveis em posse da ofendida.
judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo
competente da ação de separação judicial, de divórcio,

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
- LEI 5.810/94
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou TÍTULO IV
prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de
DOS PROCEDIMENTOS
saúde.
CAPÍTULO I
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação
de suas políticas e planos de atendimento à mulher em DISPOSIÇÕES GERAIS
situação de violência doméstica e familiar, darão Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das
prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de causas cíveis e criminais decorrentes da prática de
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-
(Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo
equipes especializadas para o atendimento e a Civil e da legislação específica relativa à criança, ao
investigação das violências graves contra a mulher. adolescente e ao idoso que não conflitarem com o
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de estabelecido nesta Lei.
2017) Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
competência cível e criminal, poderão ser criados pela
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços Estados, para o processo, o julgamento e a execução das
públicos necessários à defesa da mulher em situação de causas decorrentes da prática de violência doméstica e
violência doméstica e familiar e de seus dependentes. familiar contra a mulher.
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou em horário noturno, conforme dispuserem as normas de
iminente à vida ou à integridade física da mulher em organização judiciária.
situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de
dependentes, o agressor será imediatamente afastado
divórcio ou de dissolução de união estável no Juizado de
do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. (Incluído
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
pela Lei nº 13.894, de 2019)
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827,
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência
de 2019)
Doméstica e Familiar contra a Mulher a pretensão
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for relacionada à partilha de bens. (Incluído pela Lei nº
sede de comarca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 13.894, de 2019)
2019)
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar
III - pelo policial, quando o Município não for sede de após o ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução
comarca e não houver delegado disponível no momento de união estável, a ação terá preferência no juízo onde
da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) estiver. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os
artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24 processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
(vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a
I - do seu domicílio ou de sua residência;
manutenção ou a revogação da medida aplicada,
devendo dar ciência ao Ministério Público II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de III - do domicílio do agressor.
2019)
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
será concedida liberdade provisória ao preso. (Incluído audiência especialmente designada com tal finalidade,
pela Lei nº 13.827, de 2019) antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

substituição de pena que implique o pagamento isolado Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão
de multa. preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la,
CAPÍTULO II
se sobrevierem razões que a justifiquem.
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos
Seção I processuais relativos ao agressor, especialmente dos
Disposições Gerais pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo
da intimação do advogado constituído ou do defensor
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da público.
ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas: Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar
intimação ou notificação ao agressor .
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as
medidas protetivas de urgência; Seção II

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o
de assistência judiciária, quando for o caso; Agressor

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e
de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz
o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
de anulação de casamento ou de dissolução de união separadamente, as seguintes medidas protetivas de
estável perante o juízo competente;(Redação dada pela urgência, entre outras:
Lei nº 13.894, de 2019) I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas,
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as com comunicação ao órgão competente, nos termos da
providências cabíveis. Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;

IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência
sob a posse do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.880, de com a ofendida;
2019) III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das
concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre
Público ou a pedido da ofendida. estes e o agressor;
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser b) contato com a ofendida, seus familiares e
concedidas de imediato, independentemente de testemunhas por qualquer meio de comunicação;
audiência das partes e de manifestação do Ministério
c) freqüentação de determinados lugares a fim de
Público, devendo este ser prontamente comunicado.
preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes
isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas
menores, ouvida a equipe de atendimento
a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre
multidisciplinar ou serviço similar;
que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados
ou violados. V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público VI - comparecimento do agressor a programas de
ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei nº 13.984,
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se de 2020)
entender necessário à proteção da ofendida, de seus
VII - acompanhamento psicossocial do agressor, por
familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério
meio de atendimento individual e/ou em grupo de apoio.
Público.
(Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a
instrução criminal, caberá a prisão preventiva do
aplicação de outras previstas na legislação em vigor,
agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento
sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias
do Ministério Público ou mediante representação da
autoridade policial.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
- LEI 5.810/94
o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao II - proibição temporária para a celebração de atos e
Ministério Público. contratos de compra, venda e locação de propriedade
em comum, salvo expressa autorização judicial;
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-
se o agressor nas condições mencionadas no caput e III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida
incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de ao agressor;
2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito
ou instituição as medidas protetivas de urgência
judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da
concedidas e determinará a restrição do porte de armas,
prática de violência doméstica e familiar contra a
ficando o superior imediato do agressor responsável pelo
ofendida.
cumprimento da determinação judicial, sob pena de
incorrer nos crimes de prevaricação ou de Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório
desobediência, conforme o caso. competente para os fins previstos nos incisos II e III deste
artigo.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas
de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer
momento, auxílio da força policial. Seção IV
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas
Processo Civil). de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Seção III Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere


medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
de outras medidas: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a § 1º A configuração do crime independe da competência
programa oficial ou comunitário de proteção ou de civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. (Incluído
atendimento; pela Lei nº 13.641, de 2018)
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a
dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento autoridade judicial poderá conceder fiança. (Incluído
do agressor; pela Lei nº 13.641, de 2018)
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de
prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e outras sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de
alimentos; 2018)
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida CAPÍTULO III
em instituição de educação básica mais próxima do seu
domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for
Lei nº 13.882, de 2019) parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da violência doméstica e familiar contra a mulher.
sociedade conjugal ou daqueles de propriedade Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de
particular da mulher, o juiz poderá determinar, outras atribuições, nos casos de violência doméstica e
liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: familiar contra a mulher, quando necessário:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde,
agressor à ofendida; de educação, de assistência social e de segurança, entre
outros;

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares TÍTULO VI


de atendimento à mulher em situação de violência
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas
administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de
quaisquer irregularidades constatadas; Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas
criminais acumularão as competências cível e criminal
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar
para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática
contra a mulher.
de violência doméstica e familiar contra a mulher,
observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada
pela legislação processual pertinente.
CAPÍTULO IV
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência,
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
nas varas criminais, para o processo e o julgamento das
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, causas referidas no caput.
a mulher em situação de violência doméstica e familiar
deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o
previsto no art. 19 desta Lei. TÍTULO VII
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de DISPOSIÇÕES FINAIS
violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica
Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita,
e Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela
nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante
implantação das curadorias necessárias e do serviço de
atendimento específico e humanizado.
assistência judiciária.
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os
TÍTULO V Municípios poderão criar e promover, no limite das
respectivas competências:
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar
para mulheres e respectivos dependentes em situação
contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar
de violência doméstica e familiar;
com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser
integrada por profissionais especializados nas áreas II - casas-abrigos para mulheres e respectivos
psicossocial, jurídica e de saúde. dependentes menores em situação de violência
doméstica e familiar;
Art. 30. Compete à equipe de atendimento
multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por saúde e centros de perícia médico-legal especializados
escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria no atendimento à mulher em situação de violência
Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, doméstica e familiar;
e desenvolver trabalhos de orientação,
IV - programas e campanhas de enfrentamento da
encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados
violência doméstica e familiar;
para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial
atenção às crianças e aos adolescentes. V - centros de educação e de reabilitação para os
agressores.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação
mais aprofundada, o juiz poderá determinar a Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
manifestação de profissional especializado, mediante a Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos e de
indicação da equipe de atendimento multidisciplinar. seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua Art. 37. A defesa dos interesses e direitos
proposta orçamentária, poderá prever recursos para a transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,
criação e manutenção da equipe de atendimento concorrentemente, pelo Ministério Público e por
multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes associação de atuação na área, regularmente constituída
Orçamentárias. há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá
ser dispensado pelo juiz quando entender que não há

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
- LEI 5.810/94
outra entidade com representatividade adequada para o II - ....................................................................................
ajuizamento da demanda coletiva.
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade,
familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de ou com violência contra a mulher na forma da lei
dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e específica;
Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados
................................................................................ ” (NR)
e informações relativo às mulheres.
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com
Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas
as seguintes alterações:
informações criminais para a base de dados do
Ministério da Justiça. “Art. 129. ..........................................................................
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da § 9º Se a lesão for praticada contra ascendente,
medida protetiva de urgência. (Incluído pela Lei nº descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
13.827, de 2019) quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão
coabitação ou de hospitalidade:
registradas em banco de dados mantido e
regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria ..........................................................................................
Pública e dos órgãos de segurança pública e de
assistência social, com vistas à fiscalização e à efetividade § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será
das medidas protetivas. (Incluído pela Lei nº 13.827, de aumentada de um terço se o crime for cometido contra
2019) pessoa portadora de deficiência.” (NR)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984
Municípios, no limite de suas competências e nos termos (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte
das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão redação:
estabelecer dotações orçamentárias específicas, em “Art. 152. ..........................................................................
cada exercício financeiro, para a implementação das
medidas estabelecidas nesta Lei. Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra
a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem obrigatório do agressor a programas de recuperação e
outras decorrentes dos princípios por ela adotados. reeducação.” (NR)
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias
familiar contra a mulher, independentemente da pena após sua publicação.
prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro
de 1995. Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e
118º da República.
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313. ..........................................................................
..........................................................................................
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos da lei específica, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.”
(NR)
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61. ..........................................................................

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

LEI Nº 13.964/2019 (LEI PACOTE ANTICRIME) d) aptidão para prover a própria subsistência mediante
trabalho honesto;
.................................................................................. (NR)
“Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às
LEI Nº 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019
quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos
de reclusão, poderá ser decretada a perda, como
Aperfeiçoa a legislação penal e processual produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes
penal. à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e
aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito.
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o entende-se por patrimônio do condenado todos os bens:
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha
Art. 1º Esta Lei aperfeiçoa a legislação penal e processual o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da
penal. infração penal ou recebidos posteriormente; e
Art. 2º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes contraprestação irrisória, a partir do início da atividade
alterações: criminal.
“Art. 25. ....................................................................... § 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio.
caput deste artigo, considera-se também em legítima § 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida
defesa o agente de segurança pública que repele expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do
agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém oferecimento da denúncia, com indicação da diferença
durante a prática de crimes.” (NR) apurada.
“Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, § 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o
a multa será executada perante o juiz da execução penal valor da diferença apurada e especificar os bens cuja
e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas perda for decretada.
relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no
que concerne às causas interruptivas e suspensivas da § 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes
prescrição. por organizações criminosas e milícias deverão ser
declarados perdidos em favor da União ou do Estado,
................................................................................. (NR) dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda
“Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a
de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de
ser utilizados para o cometimento de novos crimes.”
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas
de liberdade cuja soma seja superior a 40 (quarenta) “Art. 116. .......................................................................
anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;
máximo deste artigo.
III - na pendência de embargos de declaração ou de
..................................................................................(NR) recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis;
“Art. 83. .......................................................................... e

......................................................................................... IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo


de não persecução penal.
III - comprovado:
.................................................................................” (NR)
a) bom comportamento durante a execução da pena;
“Art. 121. .......................................................................
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze)
meses; ..........................................................................................

c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e § 2º. .................................................................................


..........................................................................................

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
- LEI 5.810/94
VIII - (VETADO): ‘Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo
controle da legalidade da investigação criminal e pela
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha
proibido: (Promulgação partes vetadas)s
sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário,
.................................................................................” (NR) competindo-lhe especialmente:
“Art. 141. ......................................................................... I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos
§ 1º .................................................................................. do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal;

§ 2º (VETADO).” (NR) II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle


da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer deste Código;
modalidades das redes sociais da rede mundial de
computadores, aplica-se em triplo a pena.’ (NR)” III - zelar pela observância dos direitos do preso,
(Promulgação partes vetadas)s podendo determinar que este seja conduzido à sua
presença, a qualquer tempo;
“Art. 157. .........................................................................
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer
.......................................................................................... investigação criminal;
§ 2º. ................................................................................. V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou
......................................................................................... outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º
deste artigo;
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com
emprego de arma branca; VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida
cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,
.......................................................................................... assegurado, no primeiro caso, o exercício do
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com contraditório em audiência pública e oral, na forma do
emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, disposto neste Código ou em legislação especial
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. pertinente;
.................................................................................”(NR) VII - decidir sobre o requerimento de produção
antecipada de provas consideradas urgentes e não
“Art. 171. .......................................................................
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa
......................................................................................... em audiência pública e oral;
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando
se a vítima for: o investigado preso, em vista das razões apresentadas
pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º
I - a Administração Pública, direta ou indireta;
deste artigo;
II - criança ou adolescente;
IX - determinar o trancamento do inquérito policial
III - pessoa com deficiência mental; ou quando não houver fundamento razoável para sua
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.” (NR) instauração ou prosseguimento;

“Art. 316. .......................................................................... X - requisitar documentos, laudos e informações ao


delegado de polícia sobre o andamento da investigação;
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”
(NR) XI - decidir sobre os requerimentos de:

Art. 3º O Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações


(Código de Processo Penal), passa a vigorar com as em sistemas de informática e telemática ou de outras
seguintes alterações: formas de comunicação;

“Juiz das Garantias b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e


telefônico;
‘Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória,
vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a c) busca e apreensão domiciliar;
substituição da atuação probatória do órgão de d) acesso a informações sigilosas;
acusação.’

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam § 3º Os autos que compõem as matérias de competência
direitos fundamentais do investigado; do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria
desse juízo, à disposição do Ministério Público e da
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do
defesa, e não serão apensados aos autos do processo
oferecimento da denúncia;
enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados
XIII - determinar a instauração de incidente de os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas
insanidade mental; de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, deverão ser remetidos para apensamento em apartado.
nos termos do art. 399 deste Código; § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, acautelados na secretaria do juízo das garantias.’
o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de ‘Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar
acesso a todos os elementos informativos e provas qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º
produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no deste Código ficará impedido de funcionar no processo.
que concerne, estritamente, às diligências em
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas
andamento;
um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico magistrados, a fim de atender às disposições deste
para acompanhar a produção da perícia; Capítulo.’
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não ‘Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme
persecução penal ou os de colaboração premiada, as normas de organização judiciária da União, dos
quando formalizados durante a investigação; Estados e do Distrito Federal, observando critérios
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas objetivos a serem periodicamente divulgados pelo
no caput deste artigo. respectivo tribunal.’

§ 1º (VETADO). ‘Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o


cumprimento das regras para o tratamento dos presos,
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade
prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de com órgãos da imprensa para explorar a imagem da
garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, pessoa submetida à prisão, sob pena de
momento em que se realizará audiência com a presença responsabilidade civil, administrativa e penal.
do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de
advogado constituído, vedado o emprego de Parágrafo único. Por meio de regulamento, as
videoconferência. (Promulgação partes vetadas)s autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e
oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias realização da prisão e a identidade do preso serão, de
poderá, mediante representação da autoridade policial e modo padronizado e respeitada a programação
ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à
duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o imprensa, assegurados a efetividade da persecução
que, se ainda assim a investigação não for concluída, a penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa
prisão será imediatamente relaxada.’ submetida à prisão.’”
‘Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange “Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às
todas as infrações penais, exceto as de menor potencial instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal
ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou figurarem como investigados em inquéritos policiais,
queixa na forma do art. 399 deste Código. inquéritos policiais militares e demais procedimentos
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e relacionados ao uso da força letal praticados no exercício
julgamento. profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo
as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848,
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado
vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o poderá constituir defensor.
recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar
a necessidade das medidas cautelares em curso, no § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o
prazo máximo de 10 (dez) dias. investigado deverá ser citado da instauração do
procedimento investigatório, podendo constituir

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- LEI 5.810/94
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a comunicação, submeter a matéria à revisão da instância
contar do recebimento da citação. competente do órgão ministerial, conforme dispuser a
respectiva lei orgânica.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com
ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em
autoridade responsável pela investigação deverá intimar detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do
a instituição a que estava vinculado o investigado à época arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada
da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 pela chefia do órgão a quem couber a sua representação
(quarenta e oito) horas, indique defensor para a judicial.” (NR)
representação do investigado.
“Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o
§ 3º (VETADO). investigado confessado formal e circunstancialmente a
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça
§ 4º (VETADO).
e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o
§ 5º (VETADO). Ministério Público poderá propor acordo de não
§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos persecução penal, desde que necessário e suficiente
termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá para reprovação e prevenção do crime, mediante as
preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em seguintes condições ajustadas cumulativa e
que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da alternativamente:
Federação correspondente à respectiva competência I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na
territorial do procedimento instaurado deverá impossibilidade de fazê-lo;
disponibilizar profissional para acompanhamento e
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados
realização de todos os atos relacionados à defesa
pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou
administrativa do investigado. (Promulgação partes
proveito do crime;
vetadas)s
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º
por período correspondente à pena mínima cominada ao
deste artigo deverá ser precedida de manifestação de
delito diminuída de um a dois terços, em local a ser
que não existe defensor público lotado na área territorial
indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do
onde tramita o inquérito e com atribuição para nele
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional
Penal);
que não integre os quadros próprios da Administração.
(Promulgação partes vetadas)s IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos
termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública,
dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou
os custos com o patrocínio dos interesses dos
de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução,
investigados nos procedimentos de que trata este artigo
que tenha, preferencialmente, como função proteger
correrão por conta do orçamento próprio da instituição
bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente
a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos
lesados pelo delito; ou
fatos investigados. (Promulgação partes vetadas)s
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam
indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional
aos servidores militares vinculados às instituições
e compatível com a infração penal imputada.
dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que
os fatos investigados digam respeito a missões para a § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a
Garantia da Lei e da Ordem.” que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as
causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso
“Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial
concreto.
ou de quaisquer elementos informativos da mesma
natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas
vítima, ao investigado e à autoridade policial e seguintes hipóteses:
encaminhará os autos para a instância de revisão
I - se for cabível transação penal de competência dos
ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não
II - se o investigado for reincidente ou se houver
concordar com o arquivamento do inquérito policial,
elementos probatórios que indiquem conduta criminal
poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

habitual, reiterada ou profissional, exceto se § 13. Cumprido integralmente o acordo de não


insignificantes as infrações penais pretéritas; persecução penal, o juízo competente decretará a
extinção de punibilidade.
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos
anteriores ao cometimento da infração, em acordo de § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público,
não persecução penal, transação penal ou suspensão em propor o acordo de não persecução penal, o
condicional do processo; e investigado poderá requerer a remessa dos autos a
órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.”
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência
doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por “Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas
razões da condição de sexo feminino, em favor do apreendidas serão alienadas nos termos do disposto no
agressor. art. 133 deste Código.
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado Parágrafo único. (Revogado).” (NR)
por escrito e será firmado pelo membro do Ministério
“Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento
Público, pelo investigado e por seu defensor.
de obras de arte ou de outros bens de relevante valor
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima
penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá determinada, poderá haver destinação dos bens a
verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do museus públicos.”
investigado na presença do seu defensor, e sua
“Art. 133. Transitada em julgado a sentença
legalidade.
condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou interessado ou do Ministério Público, determinará a
abusivas as condições dispostas no acordo de não avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério perdimento tenha sido decretado.
Público para que seja reformulada a proposta de acordo,
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres
com concordância do investigado e seu defensor.
públicos o que não couber ao lesado ou a terceiro de
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não boa-fé.
persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo
Público para que inicie sua execução perante o juízo de
Penitenciário Nacional, exceto se houver previsão
execução penal.
diversa em lei especial.” (NR)
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que
“Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o
não atender aos requisitos legais ou quando não for
interesse público, a utilização de bem sequestrado,
realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 144
ao Ministério Público para a análise da necessidade de da Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema
complementação das investigações ou o oferecimento socioeducativo, da Força Nacional de Segurança Pública
da denúncia. e do Instituto Geral de Perícia, para o desempenho de
suas atividades.
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo
de não persecução penal e de seu descumprimento. § 1º O órgão de segurança pública participante das ações
de investigação ou repressão da infração penal que
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas
ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua
no acordo de não persecução penal, o Ministério Público
utilização.
deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e
posterior oferecimento de denúncia. § 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o
interesse público, o juiz poderá autorizar o uso do bem
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução
pelos demais órgãos públicos.
penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo
Ministério Público como justificativa para o eventual não § 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for
oferecimento de suspensão condicional do processo. veículo, embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à
autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e controle
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não
a expedição de certificado provisório de registro e
persecução penal não constarão de certidão de
licenciamento em favor do órgão público beneficiário, o
antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no
qual estará isento do pagamento de multas, encargos e
inciso III do § 2º deste artigo.

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tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido
utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável. à análise pericial, respeitando suas características e
natureza;
§ 4º Transitada em julgado a sentença penal
condenatória com a decretação de perdimento dos bens, V - acondicionamento: procedimento por meio do qual
ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o cada vestígio coletado é embalado de forma
juiz poderá determinar a transferência definitiva da individualizada, de acordo com suas características
propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com
custodiado o bem.” anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta
e o acondicionamento;
“Art. 157. .........................................................................
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local
.........................................................................................
para o outro, utilizando as condições adequadas
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de
inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão.” modo a garantir a manutenção de suas características
(NR) originais, bem como o controle de sua posse;
“‘CAPÍTULO II VII - recebimento: ato formal de transferência da posse
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo,
informações referentes ao número de procedimento e
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL’ unidade de polícia judiciária relacionada, local de
.......................................................................................... origem, nome de quem transportou o vestígio, código de
rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio,
‘Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;
de todos os procedimentos utilizados para manter e
documentar a história cronológica do vestígio coletado VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação
em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua do vestígio de acordo com a metodologia adequada às
posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de
descarte. se obter o resultado desejado, que deverá ser
formalizado em laudo produzido por perito;
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a
preservação do local de crime ou com procedimentos IX - armazenamento: procedimento referente à guarda,
policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência em condições adequadas, do material a ser processado,
de vestígio. guardado para realização de contraperícia, descartado
ou transportado, com vinculação ao número do laudo
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento correspondente;
como de potencial interesse para a produção da prova
pericial fica responsável por sua preservação. X - descarte: procedimento referente à liberação do
vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou pertinente, mediante autorização judicial.’
latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à
infração penal.’ ‘Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada
preferencialmente por perito oficial, que dará o
‘Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o encaminhamento necessário para a central de custódia,
rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: mesmo quando for necessária a realização de exames
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como complementares.
de potencial interesse para a produção da prova pericial; § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das ou processo devem ser tratados como descrito nesta Lei,
coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, ficando órgão central de perícia oficial de natureza
mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; criminal responsável por detalhar a forma do seu
cumprimento.
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se
encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a
posição na área de exames, podendo ser ilustrada por remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes
fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a da liberação por parte do perito responsável, sendo
sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito tipificada como fraude processual a sua realização.’
responsável pelo atendimento;

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

‘Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do material, deverá a autoridade policial ou judiciária
vestígio será determinado pela natureza do material. determinar as condições de depósito do referido
material em local diverso, mediante requerimento do
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres,
diretor do órgão central de perícia oficial de natureza
com numeração individualizada, de forma a garantir a
criminal.’
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o
transporte. “Art. 282. .........................................................................
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, ..........................................................................................
preservar suas características, impedir contaminação e
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a
vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço
requerimento das partes ou, quando no curso da
para registro de informações sobre seu conteúdo.
investigação criminal, por representação da autoridade
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai policial ou mediante requerimento do Ministério
proceder à análise e, motivadamente, por pessoa Público.
autorizada.
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de
constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome medida cautelar, determinará a intimação da parte
e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias,
bem como as informações referentes ao novo lacre acompanhada de cópia do requerimento e das peças
utilizado. necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos
de urgência ou de perigo deverão ser justificados e
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no
fundamentados em decisão que contenha elementos do
interior do novo recipiente.’
caso concreto que justifiquem essa medida excepcional.
‘Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das
ter uma central de custódia destinada à guarda e
obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do
controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada
Ministério Público, de seu assistente ou do querelante,
diretamente ao órgão central de perícia oficial de
poderá substituir a medida, impor outra em cumulação,
natureza criminal.
ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de termos do parágrafo único do art. 312 deste Código.
protocolo, com local para conferência, recepção,
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,
devolução de materiais e documentos, possibilitando a
revogar a medida cautelar ou substituí-la quando
seleção, a classificação e a distribuição de materiais,
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como
devendo ser um espaço seguro e apresentar condições
voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a
ambientais que não interfiram nas características do
justifiquem.
vestígio.
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de
quando não for cabível a sua substituição por outra
vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se
medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o
informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles
não cabimento da substituição por outra medida
se relacionam.
cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio nos elementos presentes do caso concreto, de forma
armazenado deverão ser identificadas e deverão ser individualizada.” (NR)
registradas a data e a hora do acesso.
“Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, delito ou por ordem escrita e fundamentada da
todas as ações deverão ser registradas, consignando-se a autoridade judiciária competente, em decorrência de
identificação do responsável pela tramitação, a prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal
destinação, a data e horário da ação.’ transitada em julgado.
‘Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material ................................................................................. ”(NR)
deverá ser devolvido à central de custódia, devendo nela
“Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de
permanecer.
exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso, em
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que
espaço ou condições de armazenar determinado

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tiver expedido o mandado, para a realização de “Art. 313. .........................................................................
audiência de custódia.” (NR)
§ 1º ...................................................................................
“Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva
prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a
com a finalidade de antecipação de cumprimento de
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de
pena ou como decorrência imediata de investigação
custódia com a presença do acusado, seu advogado
criminal ou da apresentação ou recebimento de
constituído ou membro da Defensoria Pública e o
denúncia.” (NR)
membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz
deverá, fundamentadamente: “Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar
a prisão preventiva será sempre motivada e
.......................................................................................
fundamentada.
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante,
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou
que o agente praticou o fato em qualquer das condições
de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do
concretamente a existência de fatos novos ou
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida
Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao
adotada.
acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão
sob pena de revogação. judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que:
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que
integra organização criminosa armada ou milícia, ou que I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de
porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou
liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. a questão decidida;
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem
à não realização da audiência de custódia no prazo explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
estabelecido no caput deste artigo responderá III - invocar motivos que se prestariam a justificar
administrativa, civil e penalmente pela omissão. qualquer outra decisão;
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
não realização de audiência de custódia sem motivação adotada pelo julgador;
idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser
relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
possibilidade de imediata decretação de prisão súmula, sem identificar seus fundamentos
preventiva.” (NR) determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do
processo penal, caberá a prisão preventiva decretada VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência
pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
querelante ou do assistente, ou por representação da existência de distinção no caso em julgamento ou a
autoridade policial.” (NR) superação do entendimento.” (NR)

“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada “Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,
como garantia da ordem pública, da ordem econômica, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação
por conveniência da instrução criminal ou para assegurar ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela
a aplicação da lei penal, quando houver prova da subsista, bem como novamente decretá-la, se
existência do crime e indício suficiente de autoria e de sobrevierem razões que a justifiquem.
perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o
§ 1º ................................................................. órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão
motivada e fundamentada em receio de perigo e ilegal.” (NR)
existência concreta de fatos novos ou contemporâneos
que justifiquem a aplicação da medida adotada.” (NR) “Art. 492. .........................................................................

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - ...................................................................................... Federal e no Superior Tribunal de Justiça na forma


estabelecida por leis especiais, pela lei processual civil e
..........................................................................................
pelos respectivos regimentos internos.” (NR)
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à
Art. 4º A Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de
prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da
Execução Penal), passa a vigorar com as seguintes
prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma
alterações:
pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão,
determinará a execução provisória das penas, com “Art. 9º-A. (VETADO).
expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem
‘Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com
prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser
violência grave contra a pessoa, bem como por crime
interpostos;
contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime
.......................................................................................... sexual contra vulnerável, será submetido,
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético,
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de
mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico),
autorizar a execução provisória das penas de que trata a
por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso
alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver
no estabelecimento prisional. (Promulgação partes
questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual
vetadas)s
competir o julgamento possa plausivelmente levar à
revisão da condenação. ..........................................................................................
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias
do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 mínimas de proteção de dados genéticos, observando as
(quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo. melhores práticas da genética forense.
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito .........................................................................................
suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo,
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o
quando verificado cumulativamente que o recurso:
acesso aos seus dados constantes nos bancos de perfis
I - não tem propósito meramente protelatório; e genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia
de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa
II - levanta questão substancial e que pode resultar em
ser contraditado pela defesa.
absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou
redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos § 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste
de reclusão. artigo que não tiver sido submetido à identificação do
perfil genético por ocasião do ingresso no
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá
estabelecimento prisional deverá ser submetido ao
ser feito incidentemente na apelação ou por meio de
procedimento durante o cumprimento da pena.
petição em separado dirigida diretamente ao relator,
instruída com cópias da sentença condenatória, das § 5º (VETADO).
razões da apelação e de prova da tempestividade, das
§ 6º (VETADO).
contrarrazões e das demais peças necessárias à
compreensão da controvérsia.” (NR) § 7º (VETADO).
“Art. 564. ......................................................................... § 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada
para o único e exclusivo fim de permitir a identificação
..........................................................................................
pelo perfil genético, não estando autorizadas as práticas
V - em decorrência de decisão carente de de fenotipagem genética ou de busca familiar.
fundamentação. (Promulgação partes vetadas)s
................................................................................” (NR) § 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra
biológica recolhida nos termos do caput deste artigo
“Art. 581. ........................................................................
deverá ser correta e imediatamente descartada, de
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro
não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei.” fim. (Promulgação partes vetadas)s
(NR)
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do
“Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial respectivo laudo serão realizadas por perito oficial.
serão processados e julgados no Supremo Tribunal (Promulgação partes vetadas)s

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§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança
submeter-se ao procedimento de identificação do perfil em organização criminosa, associação criminosa ou
genético.” (NR) milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2
(dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar
“Art. 50. ...........................................................................
diferenciado será obrigatoriamente cumprido em
......................................................................................... estabelecimento prisional federal.
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime
identificação do perfil genético. disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
..............................................................................” (NR) sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo
indícios de que o preso:
“Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso
constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da I - continua apresentando alto risco para a ordem e a
ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso segurança do estabelecimento penal de origem ou da
provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem sociedade;
prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar II - mantém os vínculos com organização criminosa,
diferenciado, com as seguintes características: associação criminosa ou milícia privada, considerados
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de também o perfil criminal e a função desempenhada por
repetição da sanção por nova falta grave de mesma ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo,
espécie; a superveniência de novos processos criminais e os
resultados do tratamento penitenciário.
II - recolhimento em cela individual;
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a disciplinar diferenciado deverá contar com alta
serem realizadas em instalações equipadas para impedir segurança interna e externa, principalmente no que diz
o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da respeito à necessidade de se evitar contato do preso com
família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, membros de sua organização criminosa, associação
com duração de 2 (duas) horas; criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais.
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas § 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo
diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e,
presos, desde que não haja contato com presos do com autorização judicial, fiscalizada por agente
mesmo grupo criminoso; penitenciário.
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime
seu defensor, em instalações equipadas para impedir o disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita
contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá,
autorização judicial em contrário; após prévio agendamento, ter contato telefônico, que
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes
por mês e por 10 (dez) minutos.” (NR)
VII - participação em audiências judiciais
preferencialmente por videoconferência, garantindo-se “Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada
a participação do defensor no mesmo ambiente do em forma progressiva com a transferência para regime
preso. menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o
preso tiver cumprido ao menos:
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será
aplicado aos presos provisórios ou condenados, I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for
nacionais ou estrangeiros: primário e o crime tiver sido cometido sem violência à
pessoa ou grave ameaça;
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança
do estabelecimento penal ou da sociedade; II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for
reincidente em crime cometido sem violência à pessoa
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de ou grave ameaça;
envolvimento ou participação, a qualquer título, em
organização criminosa, associação criminosa ou milícia III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado
privada, independentemente da prática de falta grave. for primário e o crime tiver sido cometido com violência
à pessoa ou grave ameaça;
§ 2º (Revogado).

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IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for § 1º ..................................................................................


reincidente em crime cometido com violência à pessoa
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere
ou grave ameaça;
o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for praticar crime hediondo com resultado morte.” (NR)
condenado pela prática de crime hediondo ou
Art. 5º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990,
equiparado, se for primário;
passa a vigorar com as seguintes alterações:
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
“Art. 1º .............................................................................
a) condenado pela prática de crime hediondo ou
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade
equiparado, com resultado morte, se for primário,
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por
vedado o livramento condicional;
um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º,
b) condenado por exercer o comando, individual ou incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII);
coletivo, de organização criminosa estruturada para a
..........................................................................................
prática de crime hediondo ou equiparado; ou
II - roubo:
c) condenado pela prática do crime de constituição de
milícia privada; a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima
(art. 157, § 2º, inciso V);
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for
reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art.
157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for
de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
reincidente em crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, vedado o livramento condicional. c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou
morte (art. 157, § 3º);
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à
progressão de regime se ostentar boa conduta III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da
carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158,
respeitadas as normas que vedam a progressão. § 3º);
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de .........................................................................................
regime será sempre motivada e precedida de IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de
manifestação do Ministério Público e do defensor, artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
procedimento que também será adotado na concessão A).
de livramento condicional, indulto e comutação de
penas, respeitados os prazos previstos nas normas Parágrafo único. Consideram-se também hediondos,
vigentes. tentados ou consumados:

.......................................................................................... I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da


Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os
fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de
§ 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003;
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução
da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto
a obtenção da progressão no regime de cumprimento da no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
pena, caso em que o reinício da contagem do requisito IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo,
objetivo terá como base a pena remanescente. acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº
§ 7º (VETADO).” (NR) 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) V - o crime de organização criminosa, quando


ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento direcionado à prática de crime hediondo ou
do requisito temporal exigível para a obtenção do equiparado.” (NR)
direito.’ (NR)” (Promulgação partes vetadas)s Art. 6º A Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a
“Art. 122. ......................................................................... vigorar com as seguintes alterações:

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“Art. 17. ............................................................................ § 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo
de 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a
iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do
celebração de acordo de não persecução cível, nos
meio de prova e quando presente atividade criminal
termos desta Lei.
permanente, habitual ou continuada.
.........................................................................................
§ 4º (VETADO).
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual,
§ 4º A captação ambiental feita por um dos
poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do
interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade
prazo para a contestação, por prazo não superior a 90
policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, em
(noventa) dias.
matéria de defesa, quando demonstrada a integridade
........................................................................................” da gravação. (Promulgação partes vetadas)s
(NR)
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental
“Art. 17-A. (VETADO): as regras previstas na legislação específica para a
I - (VETADO); interceptação telefônica e telemática.”

II - (VETADO); “Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais


eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para investigação
III - (VETADO). ou instrução criminal sem autorização judicial, quando
§ 1º (VETADO). esta for exigida:

§ 2º (VETADO). Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 3º (VETADO). § 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos


interlocutores.
§ 4º (VETADO).
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário
§ 5º (VETADO).” público que descumprir determinação de sigilo das
Art. 7º A Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a investigações que envolvam a captação ambiental ou
vigorar acrescida dos seguintes arts. 8º-A e 10-A: revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o
sigilo judicial.”
“Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal,
poderá ser autorizada pelo juiz, a requerimento da Art. 8º O art. 1º da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998,
autoridade policial ou do Ministério Público, a captação passa a vigorar acrescido do seguinte § 6º:
ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou “Art. 1º ............................................................................
acústicos, quando:
.........................................................................................
I - a prova não puder ser feita por outros meios
disponíveis e igualmente eficazes; e § 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo,
admite-se a utilização da ação controlada e da infiltração
II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e de agentes.” (NR)
participação em infrações criminais cujas penas máximas
sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações Art. 9º A Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003,
penais conexas. passa a vigorar com as seguintes alterações:

§ 1º O requerimento deverá descrever “Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
circunstanciadamente o local e a forma de instalação do receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
dispositivo de captação ambiental. gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
§ 2º (VETADO). munição de uso restrito, sem autorização e em
§ 2º A instalação do dispositivo de captação ambiental desacordo com determinação legal ou regulamentar:
poderá ser realizada, quando necessária, por meio de .........................................................................................
operação policial disfarçada ou no período noturno,
exceto na casa, nos termos do inciso XI do caput do art. § 1º ...................................................................................
5º da Constituição Federal. (Promulgação partes § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste
vetadas)s artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena
é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.” (NR)

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“Art. 17. ........................................................................... § 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional


de Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.
Poder Executivo federal.”
§ 1º ..................................................................................
Art. 10. O § 1º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega de 2006, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou
“Art. 33. ...........................................................................
em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando § 1º ..................................................................................
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
..........................................................................................
criminal preexistente.” (NR)
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo
“Art. 18. ............................................................................
ou produto químico destinado à preparação de drogas,
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. sem autorização ou em desacordo com a determinação
legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou
quando presentes elementos probatórios razoáveis de
entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
conduta criminal preexistente.
operação de importação, sem autorização da autoridade
competente, a agente policial disfarçado, quando ................................................................................” (NR)
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
Art. 11. A Lei nº 11.671, de 8 de maio de 2008, passa a
criminal preexistente.” (NR)
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e
“Art. 2º .............................................................................
18, a pena é aumentada da metade se:
Parágrafo único. O juízo federal de execução penal será
I - forem praticados por integrante dos órgãos e
competente para as ações de natureza penal que
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou
tenham por objeto fatos ou incidentes relacionados à
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa execução da pena ou infrações penais ocorridas no
natureza.” (NR) estabelecimento penal federal.” (NR)
“Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros “Art. 3º Serão incluídos em estabelecimentos penais
balísticos serão armazenados no Banco Nacional de federais de segurança máxima aqueles para quem a
Perfis Balísticos. medida se justifique no interesse da segurança pública
ou do próprio preso, condenado ou provisório.
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como
objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar § 1º A inclusão em estabelecimento penal federal de
características de classe e individualizadoras de projéteis segurança máxima, no atendimento do interesse da
e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo. segurança pública, será em regime fechado de segurança
máxima, com as seguintes características:
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
constituído pelos registros de elementos de munição I - recolhimento em cela individual;
deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes,
II - visita do cônjuge, do companheiro, de parentes e de
para subsidiar ações destinadas às apurações criminais
amigos somente em dias determinados, por meio virtual
federais, estaduais e distritais.
ou no parlatório, com o máximo de 2 (duas) pessoas por
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido vez, além de eventuais crianças, separados por vidro e
pela unidade oficial de perícia criminal. comunicação por meio de interfone, com filmagem e
gravações;
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis
Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou III - banho de sol de até 2 (duas) horas diárias; e
promover sua utilização para fins diversos dos previstos
IV - monitoramento de todos os meios de comunicação,
nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal e
inclusive de correspondência escrita.
administrativamente.
§ 2º Os estabelecimentos penais federais de segurança
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base
máxima deverão dispor de monitoramento de áudio e
de dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos.
vídeo no parlatório e nas áreas comuns, para fins de
preservação da ordem interna e da segurança pública,

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vedado seu uso nas celas e no atendimento advocatício, biométricos, de impressões digitais e, quando possível,
salvo expressa autorização judicial em contrário. de íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais
federais, estaduais ou distritais.
§ 3º As gravações das visitas não poderão ser utilizadas
como meio de prova de infrações penais pretéritas ao § 3º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões
ingresso do preso no estabelecimento. Digitais será integrado pelos registros biométricos, de
impressões digitais, de íris, face e voz colhidos em
§ 4º Os diretores dos estabelecimentos penais federais
investigações criminais ou por ocasião da identificação
de segurança máxima ou o Diretor do Sistema
criminal.
Penitenciário Federal poderão suspender e restringir o
direito de visitas previsto no inciso II do § 1º deste artigo § 4º Poderão ser colhidos os registros biométricos, de
por meio de ato fundamentado. impressões digitais, de íris, face e voz dos presos
provisórios ou definitivos quando não tiverem sido
§ 5º Configura o crime do art. 325 do Decreto-Lei nº
extraídos por ocasião da identificação criminal.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a
violação ao disposto no § 2º deste artigo.” (NR) § 5º Poderão integrar o Banco Nacional Multibiométrico
e de Impressões Digitais, ou com ele interoperar, os
“Art. 10. ...........................................................................
dados de registros constantes em quaisquer bancos de
§ 1º O período de permanência será de até 3 (três) anos, dados geridos por órgãos dos Poderes Executivo,
renovável por iguais períodos, quando solicitado Legislativo e Judiciário das esferas federal, estadual e
motivadamente pelo juízo de origem, observados os distrital, inclusive pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelos
requisitos da transferência, e se persistirem os motivos Institutos de Identificação Civil.
que a determinaram.
§ 6º No caso de bancos de dados de identificação de
................................................................................” (NR) natureza civil, administrativa ou eleitoral, a integração
“Art. 11-A. As decisões relativas à transferência ou à ou o compartilhamento dos registros do Banco Nacional
prorrogação da permanência do preso em Multibiométrico e de Impressões Digitais será limitado às
estabelecimento penal federal de segurança máxima, à impressões digitais e às informações necessárias para
concessão ou à denegação de benefícios prisionais ou à identificação do seu titular.
imposição de sanções ao preso federal poderão ser § 7º A integração ou a interoperação dos dados de
tomadas por órgão colegiado de juízes, na forma das registros multibiométricos constantes de outros bancos
normas de organização interna dos tribunais.” de dados com o Banco Nacional Multibiométrico e de
“Art. 11-B. Os Estados e o Distrito Federal poderão Impressões Digitais ocorrerá por meio de acordo ou
construir estabelecimentos penais de segurança convênio com a unidade gestora.
máxima, ou adaptar os já existentes, aos quais será § 8º Os dados constantes do Banco Nacional
aplicável, no que couber, o disposto nesta Lei.” Multibiométrico e de Impressões Digitais terão caráter
Art. 12. A Lei nº 12.037, de 1º de outubro de 2009, passa sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua
a vigorar com as seguintes alterações: utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou
em decisão judicial responderá civil, penal e
“Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de administrativamente.
dados ocorrerá:
§ 9º As informações obtidas a partir da coincidência de
I - no caso de absolvição do acusado; ou registros biométricos relacionados a crimes deverão ser
II - no caso de condenação do acusado, mediante consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial
requerimento, após decorridos 20 (vinte) anos do habilitado.
cumprimento da pena.” (NR) § 10. É vedada a comercialização, total ou parcial, da
“Art. 7º-C. Fica autorizada a criação, no Ministério da base de dados do Banco Nacional Multibiométrico e de
Justiça e Segurança Pública, do Banco Nacional Impressões Digitais.
Multibiométrico e de Impressões Digitais. § 11. A autoridade policial e o Ministério Público poderão
§ 1º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional requerer ao juiz competente, no caso de inquérito ou
Multibiométrico e de Impressões Digitais serão ação penal instaurados, o acesso ao Banco Nacional
regulamentados em ato do Poder Executivo federal. Multibiométrico e de Impressões Digitais.”

§ 2º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Art. 13. A Lei nº 12.694, de 24 de julho de 2012, passa a
Digitais tem como objetivo armazenar dados de registros vigorar acrescida do seguinte art. 1º-A:

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

“Art. 1º-A. Os Tribunais de Justiça e os Tribunais ‘Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio
Regionais Federais poderão instalar, nas comarcas sedes jurídico processual e meio de obtenção de prova, que
de Circunscrição ou Seção Judiciária, mediante pressupõe utilidade e interesse públicos.’
resolução, Varas Criminais Colegiadas com competência
‘Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização
para o processo e julgamento:
de acordo de colaboração demarca o início das
I - de crimes de pertinência a organizações criminosas negociações e constitui também marco de
armadas ou que tenham armas à disposição; confidencialidade, configurando violação de sigilo e
quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais
II - do crime do art. 288-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até
de dezembro de 1940 (Código Penal); e
o levantamento de sigilo por decisão judicial.
III - das infrações penais conexas aos crimes a que se
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada
referem os incisos I e II do caput deste artigo.
poderá ser sumariamente indeferida, com a devida
§ 1º As Varas Criminais Colegiadas terão competência justificativa, cientificando-se o interessado.
para todos os atos jurisdicionais no decorrer da
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes
investigação, da ação penal e da execução da pena,
deverão firmar Termo de Confidencialidade para
inclusive a transferência do preso para estabelecimento
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos
prisional de segurança máxima ou para regime disciplinar
envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento
diferenciado.
posterior sem justa causa.
§ 2º Ao receber, segundo as regras normais de
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para
distribuição, processos ou procedimentos que tenham
análise ou o Termo de Confidencialidade não implica, por
por objeto os crimes mencionados no caput deste artigo,
si só, a suspensão da investigação, ressalvado acordo em
o juiz deverá declinar da competência e remeter os
contrário quanto à propositura de medidas processuais
autos, em qualquer fase em que se encontrem, à Vara
penais cautelares e assecuratórias, bem como medidas
Criminal Colegiada de sua Circunscrição ou Seção
processuais cíveis admitidas pela legislação processual
Judiciária.
civil em vigor.
§ 3º Feita a remessa mencionada no § 2º deste artigo, a
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser
Vara Criminal Colegiada terá competência para todos os
precedido de instrução, quando houver necessidade de
atos processuais posteriores, incluindo os da fase de
identificação ou complementação de seu objeto, dos
execução.”
fatos narrados, sua definição jurídica, relevância,
Art. 14. A Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, passa a utilidade e interesse público.
vigorar com as seguintes alterações:
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de
“Art. 2º ............................................................................. colaboração e de confidencialidade serão elaborados
.......................................................................................... pelo celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e
pelo advogado ou defensor público com poderes
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas específicos.
ou que tenham armas à disposição deverão iniciar o
cumprimento da pena em estabelecimentos penais de § 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por
segurança máxima. iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de
nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo
§ 9º O condenado expressamente em sentença por colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade.’
integrar organização criminosa ou por crime praticado
por meio de organização criminosa não poderá progredir ‘Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve
de regime de cumprimento de pena ou obter livramento estar instruída com procuração do interessado com
condicional ou outros benefícios prisionais se houver poderes específicos para iniciar o procedimento de
elementos probatórios que indiquem a manutenção do colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente
vínculo associativo.” (NR) pela parte que pretende a colaboração e seu advogado
ou defensor público.
“‘Seção I
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada
Da Colaboração Premiada’ deve ser realizada sem a presença de advogado
constituído ou defensor público.

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
- LEI 5.810/94
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de § 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise
colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá fundamentada do mérito da denúncia, do perdão judicial
solicitar a presença de outro advogado ou a participação e das primeiras etapas de aplicação da pena, nos termos
de defensor público. do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal) e do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), antes de
deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais concorreu
conceder os benefícios pactuados, exceto quando o
e que tenham relação direta com os fatos investigados.
acordo prever o não oferecimento da denúncia na forma
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração dos §§ 4º e 4º-A deste artigo ou já tiver sido proferida
e os anexos com os fatos adequadamente descritos, com sentença.
todas as suas circunstâncias, indicando as provas e os
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de
elementos de corroboração.’
renúncia ao direito de impugnar a decisão
‘Art. 4º ............................................................................. homologatória.
......................................................................................... § 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o que não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às
Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se partes para as adequações necessárias.
a proposta de acordo de colaboração referir-se a infração .........................................................................................
de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir
colaborador:
ao réu delatado a oportunidade de manifestar-se após o
........................................................................................ decurso do prazo concedido ao réu que o delatou.
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da ..........................................................................................
infração quando o Ministério Público ou a autoridade
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração
policial competente tenha instaurado inquérito ou
deverá ser feito pelos meios ou recursos de gravação
procedimento investigatório para apuração dos fatos
magnética, estenotipia, digital ou técnica similar,
apresentados pelo colaborador.
inclusive audiovisual, destinados a obter maior
.......................................................................................... fidelidade das informações, garantindo-se a
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, disponibilização de cópia do material ao colaborador.
serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo termo, ..........................................................................................
as declarações do colaborador e cópia da investigação,
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou
devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador,
proferida com fundamento apenas nas declarações do
acompanhado de seu defensor, oportunidade em que
colaborador:
analisará os seguintes aspectos na homologação:
I - medidas cautelares reais ou pessoais;
I - regularidade e legalidade;
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime;
II - adequação dos benefícios pactuados àqueles
previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo III - sentença condenatória.
nulas as cláusulas que violem o critério de definição do
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em
regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do
caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
colaboração.
Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no
Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 § 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que
(Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de o colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita
regime não abrangidos pelo § 5º deste artigo; relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de
rescisão.’ (NR)
III - adequação dos resultados da colaboração aos
resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do ‘Art. 5º .............................................................................
caput deste artigo; .........................................................................................
IV - voluntariedade da manifestação de vontade, VI - cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento
especialmente nos casos em que o colaborador está ou penal diverso dos demais corréus ou condenados.’ (NR)
esteve sob efeito de medidas cautelares.
‘Art. 7º .............................................................................

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

......................................................................................... “Art. 10-B. As informações da operação de infiltração


serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os
pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo
até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime, Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
em qualquer hipótese.’ (NR)” Público e ao delegado de polícia responsável pela
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
“Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia
investigações.”
infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do caput do
art. 10, na internet, com o fim de investigar os crimes “Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua
previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por identidade para, por meio da internet, colher indícios de
organizações criminosas, desde que demonstrada sua autoria e materialidade dos crimes previstos no art. 1º
necessidade e indicados o alcance das tarefas dos desta Lei.
policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar
e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais
de observar a estrita finalidade da investigação
que permitam a identificação dessas pessoas.
responderá pelos excessos praticados.”
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-se:
“Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos
I - dados de conexão: informações referentes a hora, eletrônicos praticados durante a operação deverão ser
data, início, término, duração, endereço de Protocolo de registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao
Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão; juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
circunstanciado.
II - dados cadastrais: informações referentes a nome e
endereço de assinante ou de usuário registrado ou Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados
autenticado para a conexão a quem endereço de IP, no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados
identificação de usuário ou código de acesso tenha sido e apensados ao processo criminal juntamente com o
atribuído no momento da conexão. inquérito policial, assegurando-se a preservação da
identidade do agente policial infiltrado e a intimidade
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de
dos envolvidos.”
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público. “Art. 11. ...........................................................................
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público
infração penal de que trata o art. 1º desta Lei e se as poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
provas não puderem ser produzidas por outros meios procedimento sigiloso e requisição da autoridade
disponíveis. judicial, as informações necessárias à efetividade da
identidade fictícia criada, nos casos de infiltração de
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6
agentes na internet.” (NR)
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações,
mediante ordem judicial fundamentada e desde que o Art. 15. A Lei nº 13.608, de 10 de janeiro de 2018, passa
total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja a vigorar com as seguintes alterações:
comprovada sua necessidade.
“Art. 4º-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o Municípios e suas autarquias e fundações, empresas
relatório circunstanciado, juntamente com todos os atos públicas e sociedades de economia mista manterão
eletrônicos praticados durante a operação, deverão ser unidade de ouvidoria ou correição, para assegurar a
registrados, gravados, armazenados e apresentados ao qualquer pessoa o direito de relatar informações sobre
juiz competente, que imediatamente cientificará o crimes contra a administração pública, ilícitos
Ministério Público. administrativos ou quaisquer ações ou omissões lesivas
ao interesse público.
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia
poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Parágrafo único. Considerado razoável o relato pela
Público e o juiz competente poderão requisitar, a unidade de ouvidoria ou correição e procedido o
qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. encaminhamento para apuração, ao informante serão
asseguradas proteção integral contra retaliações e
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do disposto
isenção de responsabilização civil ou penal em relação ao
neste artigo.”

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
- LEI 5.810/94
relato, exceto se o informante tiver apresentado, de V - os recursos provenientes de convênios, contratos ou
modo consciente, informações ou provas falsas.” acordos firmados com entidades públicas ou privadas,
nacionais, internacionais ou estrangeiras;
“Art. 4º-B. O informante terá direito à preservação de
sua identidade, a qual apenas será revelada em caso de VI - os recursos confiscados ou provenientes da
relevante interesse público ou interesse concreto para a alienação dos bens perdidos em favor da União Federal,
apuração dos fatos. nos termos da legislação penal ou processual penal;
Parágrafo único. A revelação da identidade somente será VII - as fianças quebradas ou perdidas, em conformidade
efetivada mediante comunicação prévia ao informante e com o disposto na lei processual penal;
com sua concordância formal.”
VIII - os rendimentos de qualquer natureza, auferidos
“Art. 4º-C. Além das medidas de proteção previstas na Lei como remuneração, decorrentes de aplicação do
nº 9.807, de 13 de julho de 1999, será assegurada ao patrimônio do FNSP.
informante proteção contra ações ou omissões
................................................................................” (NR)
praticadas em retaliação ao exercício do direito de
relatar, tais como demissão arbitrária, alteração Art. 18. O Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de
injustificada de funções ou atribuições, imposição de 1969 (Código de Processo Penal Militar), passa a vigorar
sanções, de prejuízos remuneratórios ou materiais de acrescido do seguinte art. 16-A:
qualquer espécie, retirada de benefícios, diretos ou “Art. 16-A. Nos casos em que servidores das polícias
indiretos, ou negativa de fornecimento de referências militares e dos corpos de bombeiros militares figurarem
profissionais positivas. como investigados em inquéritos policiais militares e
§ 1º A prática de ações ou omissões de retaliação ao demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a
informante configurará falta disciplinar grave e sujeitará investigação de fatos relacionados ao uso da força letal
o agente à demissão a bem do serviço público. praticados no exercício profissional, de forma
consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas
§ 2º O informante será ressarcido em dobro por
nos arts. 42 a 47 do Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de
eventuais danos materiais causados por ações ou
outubro de 1969 (Código Penal Militar), o indiciado
omissões praticadas em retaliação, sem prejuízo de
poderá constituir defensor.
danos morais.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o
§ 3º Quando as informações disponibilizadas resultarem
investigado deverá ser citado da instauração do
em recuperação de produto de crime contra a
procedimento investigatório, podendo constituir
administração pública, poderá ser fixada recompensa em
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a
favor do informante em até 5% (cinco por cento) do valor
contar do recebimento da citação.
recuperado.”
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º com ausência de
Art. 16. O art. 1º da Lei nº 8.038, de 28 de maio de 1990,
nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade
passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º:
responsável pela investigação deverá intimar a
“Art. 1º ........................................................................... instituição a que estava vinculado o investigado à época
da ocorrência dos fatos, para que esta, no prazo de 48
.........................................................................................
(quarenta e oito) horas, indique defensor para a
§ 3º Não sendo o caso de arquivamento e tendo o representação do investigado.
investigado confessado formal e circunstanciadamente a
§ 3º (VETADO).
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça
e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o § 4º (VETADO).
Ministério Público poderá propor acordo de não
§ 5º (VETADO).
persecução penal, desde que necessário e suficiente para
a reprovação e prevenção do crime, nos termos do art. § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos
28-A do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá
(Código de Processo Penal).” (NR) preferencialmente à Defensoria Pública e, nos locais em
que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da
Art. 17. O art. 3º da Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de
Federação correspondente à respectiva competência
2018, passa a vigorar com as seguintes alterações:
territorial do procedimento instaurado deverá
“Art. 3º ............................................................................. disponibilizar profissional para acompanhamento e
realização de todos os atos relacionados à defesa

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

administrativa do investigado. (Promulgação partes LEI Nº 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019


vetadas)s
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º
Aperfeiçoa a legislação penal e
deste artigo deverá ser precedida de manifestação de
processual penal.
que não existe defensor público lotado na área territorial
onde tramita o inquérito e com atribuição para nele
atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
que não integre os quadros próprios da Administração. Congresso Nacional decreta e eu promulgo, nos termos
(Promulgação partes vetadas)s do parágrafo 5o do art. 66 da Constituição Federal, as
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, seguintes partes vetadas da Lei no 13.964, de 24 de
os custos com o patrocínio dos interesses do investigado dezembro de 2019:
nos procedimentos de que trata esse artigo correrão por “Art. 2º ...........................................................................
conta do orçamento próprio da instituição a que este
esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos ‘Art. 121. .........................................................................
investigados. (Promulgação partes vetadas)s § 2º .................................................................................
§ 6º As disposições constantes deste artigo aplicam-se VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
aos servidores militares vinculados às instituições proibido:
dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que
os fatos investigados digam respeito a missões para a ................................................................................. (NR)’
Garantia da Lei e da Ordem.” ‘Art. 141. .........................................................................
Art. 19. Fica revogado o § 2º do art. 2º da Lei nº 8.072, de § 1º .................................................................................
25 de julho de 1990.
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer
Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 modalidades das redes sociais da rede mundial de
(trinta) dias de sua publicação oficial. computadores, aplica-se em triplo a pena.’ (NR)”
Brasília, 24 de dezembro de 2019; 198o da “Art. 3º ............................................................................
o
Independência e 131 da República.
‘Juiz das Garantias’
JAIR MESSIAS BOLSONARO
‘Art.3º-B ..........................................................................
Sérgio Moro
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de
José Vicente Santini prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de
André Luiz de Almeida Mendonça garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
momento em que se realizará audiência com a presença
Este texto não substitui o publicado no DOU de do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de
24.12.2019 - Edição extra advogado constituído, vedado o emprego de
videoconferência.
..........................................................................................
...............................”
‘Art.14-A
..........................................................................................
................
..........................................................................................
................................
§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos
termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá
preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em
que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da
Federação correspondente à respectiva competência
territorial do procedimento instaurado deverá

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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ - SOLDADO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
- LEI 5.810/94
disponibilizar profissional para acompanhamento e ..................................................................................
realização de todos os atos relacionados à defesa
§ 2º A instalação do dispositivo de captação ambiental
administrativa do investigado.
poderá ser realizada, quando necessária, por meio de
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º operação policial disfarçada ou no período noturno,
deste artigo deverá ser precedida de manifestação de exceto na casa, nos termos do inciso XI do caput do art.
que não existe defensor público lotado na área territorial 5º da Constituição Federal.
onde tramita o inquérito e com atribuição para nele
.................................................................................
atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional
que não integre os quadros próprios da Administração. § 4º A captação ambiental feita por um dos
interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública,
policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, em
os custos com o patrocínio dos interesses dos
matéria de defesa, quando demonstrada a integridade
investigados nos procedimentos de que trata este artigo
da gravação.
correrão por conta do orçamento próprio da instituição
a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos ....................................................................................... ’”
fatos investigados. “Art. 18. ..........................................................................
....................................................................................... ’” ‘Art. 16-A ........................................................................
“Art. 4º ............................................................................ § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos
‘Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá
violência grave contra a pessoa, bem como por crime preferencialmente à Defensoria Pública e, nos locais em
contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da
sexual contra vulnerável, será submetido, Federação correspondente à respectiva competência
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, territorial do procedimento instaurado deverá
mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), disponibilizar profissional para acompanhamento e
por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso realização de todos os atos relacionados à defesa
no estabelecimento prisional. administrativa do investigado.
.......................................................................................... § 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º
deste artigo deverá ser precedida de manifestação de
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada
que não existe defensor público lotado na área territorial
para o único e exclusivo fim de permitir a identificação
onde tramita o inquérito e com atribuição para nele
pelo perfil genético, não estando autorizadas as práticas
atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional
de fenotipagem genética ou de busca familiar.
que não integre os quadros próprios da Administração.
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública,
biológica recolhida nos termos do caput deste artigo
os custos com o patrocínio dos interesses do investigado
deverá ser correta e imediatamente descartada, de
nos procedimentos de que trata esse artigo correrão por
maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro
conta do orçamento próprio da instituição a que este
fim.
esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do investigados.
respectivo laudo serão realizadas por perito oficial.
...................................................................................... ’”
................................................................................’ (NR)
Brasília, 29 de abril de 2021; 200º da Independência e
‘Art. 112. ......................................................................... 133º da República.
.......................................................................................... JAIR MESSIAS BOLSONARO
§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) Este texto não substitui o publicado no DOU de
ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento 30.4.2021
do requisito temporal exigível para a obtenção do
direito.’ (NR)”
“Art. 7º .............................................................
‘Art.8º-A ..........................................................................

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