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o Critérios:
Critério imaginológico: 2 exames de imagem
dinâmicos coincidentes demonstrando lesão
focal > 2cm em washin e washouT
Critério combinado: 1 exame de imagem
dinâmico demonstrando lesão > 2cm em
washin e washout + AFP > 400
Ex: paciente hepatopata crônico (cirrótico),
com lesão no fígado > 2cm, exame de
imagem dinâmico (TC com contraste
endovenoso de 3 fases, RNM ou arteriografia) com aspecto definido de lesão de
hepatocarcinoma (washin e whsout) e AFP > 400 = 100% certeza de hepatocarcinoma
o Paciente hepatopata crônico + 1 exame de imagem dinâmico em 3 fases e com washin e washout
+ lesão > 2cm + AFP > 200 = diagnostico de hepatocarcinoma sem biópsia
Obs.: hoje não há critérios tão bem estabelecidos, porém, nos últimos guidelines, a Sociedade
Europeia de Estudo do Fígado recomenda que 1 exame de imagem com washin e washout + AFP >
200 já é característico de hepatocarcinoma
A: TC sem contraste
B: fase arterial (washin)
C: fase venosa portal (washout)
D: fase tardia
Estadiamento:
Oncológico + clinico (performance status (ECOG) + estado nutricional do paciente)
Estudo da função hepática
o MELD escore: equação logarítmica (cálculo) que dá o prognóstico de
mortalidade do paciente em 1 mês – utiliza creatinina, bilirrubina
total e INR (quanto menor o MELD, pior é o prognostico)
o Child (A, B ou C): utiliza bilirrubina, albumina, ascite, TP e encefalopatia (3 critérios laboratoriais e 2
clínicos); é um escore já defasado. Pontua de 5 a 15 (quanto maior a pontuação e o Child, pior o
prognóstico) – Child A (5 a 6 pontos), Child B (7 a 9 pontos) E Child C (10 a 15 pontos).
Pesquisa de hipertensão portal
o US doppler de fígado: mede velocidade do fluxo da veia porta, seu tamanho e vê se fluxo é
hepatopetal (vai para fígado) ou hepatofugal (sai do fígado)
o EDA se evidenciar varizes esofágicas = hipertensão portal
Obs.: o padrão-ouro seria medir através de cateter posicionado na veia porta (hipertensão portal se
>12mmHg), porém, é um recurso escasso
Carolina Dal Bello
Guideline BCLC – relaciona cada estágio da doença a um tipo de tratamento. Vai de estágio 0 a D (ou
seja, tem um total de 5 estágios). Considera: estadiamento oncológico (número das lesões, tamanho das
lesões, presença ou não de metástases), performance status (ECOG), qualidade do fígado, função
hepática, presença ou não de hipertensão portal e classificação das lesões
Tratamento:
Transplante – melhor tratamento para hepatocarcinoma (trata o tumor e a cirrose) e as chances de
recidivas são menores. Porém, há problema em relação à oferta e demanda de fígados, por isso não há
tantos transplantes de fígado por isso, pacientes que recebem transplantes devem ser aqueles que
terão os melhores resultados:
o Critérios de Milão lesão única < 5cm ou até 3 lesões < 3cm = transplante hepático (saber!!!)
Obs.: paciente com lesão de 5,01cm já não é mais candidato a transplante!!! De acordo com os
critérios de Milão, o paciente vai ser encaminhado ou não à fila de transplante hepático
problema: critérios são dependentes do laudo do radiologista (se ele medir errado o tamanho da
lesão, ele condena o paciente a não receber o transplante)!!!
o Child B ou C (necessita transplante, pois a ressecção teria prognostico muito ruim)
Ressecção – recidiva maior (40-50%). Indicação:
o Pacientes que fazem ressecção são os que não se encaixam nos critérios de Milão
o Child A com > 40% de fígado que sobra após ressecção (para que o fígado que sobrar após a
ressecção seja o suficiente para as necessidades do organismo e sejam preservadas as atividades
hepáticas de síntese, metabolização e metoxificação)
Terapias complementares: geralmente para os pacientes que não têm nenhum tipo de possibilidade
cirúrgica
o Alcoolização (em lesões < 1cm)
o Ablação por radiofrequência (em lesões de até 3 cm)
o Quimioembolização (em lesões > 3cm) – entra-se pela a. femoral ou a. radial
Ex.: lesão medindo 5,1 cm (não pode transplantar) e com Child B ou C (não pode fazer ressecção)
o Sorafenib (é uma quimioterapia alvo para fígado – para pacientes paliativos)
Colangiocarcinomas
Tumores relacionados às vias biliares
3 tipos:
Colagiocarcinoma hilar (tumor de Platzk) – mais comum (70% dos casos)
Colangiocarcinoma periampular (20-25%)
Colangiocarcinoma intra-hepático (tumor do parênquima) – raro (5-8%)
É mais comum em fígados sadios (assim como as metástases) tumor em fígado sadio, sempre pensar
nessas possibilidades: colangiocarcinoma ou metástase hepática
Fatores de risco: hepatolitiase, idade, doença cística da via biliar, parasitoses biliares, PSC (colangite
esclerosante primária), papilomatose biliar
Aumento da incidência mundial – possíveis fatores: tabagismo, doença inflamatória intestinal, causas
genéticas
Diagnóstico:
Diagnostico definitivo é o anatomopatológico (e não pelo critério de Barcelona)
Imunohistoquimica é útil para distinguir colangiocarcinoma dos tumores mistos
(colangiohepatocarcinoma)
TC e RNM servem para estadiamento
CA 19.9 é utilizado para prognóstico – se >1.000 há grande chance de metástase microscópica
Tratamento:
Carolina Dal Bello
Resseção é o melhor tratamento (única forma de cura), mas realizada apenas nos pacientes com bom
performance status ou doença localmente avançada (sem metástases à distancia nem acometimento
linfonodal) apenas 30-40% são ressecáveis no momento no diagnostico (grande maioria é
irressecável – de tratamento apenas paliativo)
Linfadenectomia do hilo hepático é sempre realizada porque tem valor prognostico (linfonodo
comprometido indica pior resposta)
Quimioterapia não tem bons protocolos para essa doença
Cirurgia hepática sempre com US intra-operatório possibilita observar dentro do parênquima onde
está cada estrutura e, assim, faz-se marcações e permite preservar o máximo desse parênquima; depois,
faz a ressecção (com aspirador ultrassonico, que disseca o parênquima sadio e não entra nos planos
vasculares = hepatectomia não regrada)
Obs.: é necessário o US e as marcações para preservar o máximo possível de fígado sadio, visto que após
a cirurgia o paciente precisa ter uma boa função hepática
Ressecções hepáticas:
o Principais limitantes: tamanho da ressecção e fígado remanescente futuro risco de falência
hepática pós-hepatectomia (irreversível)
Obs.: não adianta ressecar, por ex, 90% do fígado, pois no futuro o paciente terá falência hepática
o Paciente hepatopata (cirrótico, por VHC ou VHB), colestático, que vai fazer ou já fez quimioterapia
(pois é um fígado com toxicidade maior) mínimo 40% do fígado
o Paciente om doença benigna e fígado totalmente sadio mínimo de 25% de fígado
o Análise objetiva para saber a necessidade mínima de fígado através de exame de imagem (TC ou
RNM), calcula-se o volume total do fígado e o volume da ressecção (resultado dará o a
porcentagem de fígado residual) = hepatometria/volumetria hepática
Obs.: faz-se essa hepatometria de rotina em todas as ressecções > 3 segmentos
Exames para solicitar quando se acha acidentalmente metástase colonoscopia, EDA, TC de tórax, RNM de
pelve (pensando em lesão fora do TGI, como tumor ginecológico), biomarcadores e biopsia com
imunohistoquimica (para tentar definir o sitio de origem)
Hemangioma
Lesão hepática mais comum (entre todas, malignas ou benignas) – cerca de 6%
Obs.: lembrar: lesão hepática maligna mais comum = metástase; lesão hepática maligna primaria mais
comum = hepatocarcinoma; lesão hepática mais comum
= hemangioma
É um “enovelado vascular em estroma fibroso”
Assintomático
Padrão no exame de imagem: lesão glomeruliforme
com realce periférico e enchimento centrípeto lesão
de aspecto glomerular glomeruloniforme (com bordos
irregulares) e padrão de enchimento é da periférica para
o centro (na fase arterial, tem realce ao redor da lesão e,
conforme passa para fase portal e de equilíbrio, o realce
vai indo em direção ao centro)
Diagnostico: TC, RNM ou cintilografia
Obs.: não se faz biópsia (enovelado vascular = sangra) Imagem: TC. (A) sem contraste, (B) fase arterial, (C) portal e
Risco: ruptura (muito raro – geralmente em grandes (D) de equilíbrio. Notar impreguinação glomerular com
hemangiomas, com tamanho > 10cm) distribuição centrípeta
Carolina Dal Bello
Adenoma hepatocelular
Hiperplasia dos hepatócitos sem via biliar
Mulher jovem (20-40 anos) acomete muito mais mulheres (11:1)
Principais fatores de risco: relação hormonal – uso de ACO (mulheres jovens), terapia de reposição hormonal
(mulheres mais velhas), uso de anabolizantes (fator de risco para homens), doença metabólica do glicogênio
Assintomático (25% dor abdominal)
Característica: hipervascular homogênea na fase arterial – muito semelhante ao hepatocarcinoma na fase
arterial; a diferença é, que nesse caso de adenoma, é uma paciente jovem, com fígado sadio e não há
washout!!!
Riscos: ruptura e transformação maligna – relacionado principalmente ao tamanho (aqui os riscos são mais
importantes que nos outros tumores) ou se homem (sempre no homem há maior chance de transformação
maligna, independentemente do tamanho) adenomas hepáticos > 5 cm ou em homem (independente do
tamanho) = indicação cirúrgica
Diagnóstico: RNM com contraste hepatoespecífico – sem presença de canalículo biliar, logo a lesão ficará
escura
Tratamento:
Suspender ACO, seja combinado ou não (primeira conduta) e acompanhamento com exame de imagem
Cirúrgico – se > 5cm ou se homem