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A unidade I da disciplina capitalismo, pobreza e gestão da barbárie, ministrada

pelo docente Leonardo Nogueira, ressalta o tema pobreza e questão social:


fundamentos e crítica da pobreza na sociedade brasileira. Para o
desenvolvimento desse texto será exposto algumas opiniões e explicações a
partir de textos, filmes e documentários: SIQUEIRA L. Pobreza e Serviço
Social; IANNI O. A questão social; TELLES V. Pobreza e cidadania; Filme
central do Brasil; CASTRO J. Geografia da fome; NETO J. Morte e vida
Severina; CASTRO J. Cidadão do mundo.

Com base na análise dos textos e das aulas, foi possível estudar e
compreender alguns pontos da pobreza e questões sociais presentes no Brasil.
Os matérias que foram entregues para serem estudados, além de conterem
muitas informações, trazem uma visam mais ampliada, uma vez que ressalta
situações vigentes em diversas áreas com miséria. O histórico da fome é um
problema antigo ligado as extremas desigualdades sociais, apesar de grandes
avanços econômicos, sociais, tecnológicos, a falta de comida para milhares de
pessoas no Brasil continua.

O filme Central do Brasil, aborda os cidadãos brasileiros que saem de suas


respectivas cidades para tentar melhorar de vida no Rio de Janeiro. A narrativa
voltada a professora, destaca o povo que mesmo não sabendo ler e escrever
ainda possuem a esperança e sonho vivos, nesse contexto é visível o problema
do analfabetismo e desigualdades no país, ressaltando o quanto era difícil na
época a comunicação entre as pessoas. A narrativa quando se volta ao garoto
Josué, mostra a questão das crianças órfãs ou que foram abandonadas por
seus familiares e que precisam aprenderem a viver sozinhas e acabam vivendo
ali na estação de trem lidando com a fome, frio etc.

Também é retratado um abandono por parte paternal que ao final da história é


sanado, pois na verdade Jesus o pai de Josué havia ido para o Rio de Janeiro
buscando reencontrar com Ana e o seu filho, mas por falta dos meios
comunicação esse encontro não é realizado. Jesus, acaba deixando para trás
seus dois outros filhos que por não serem alfabetizados ficam sem saber o que
o pai havia escrito na carta que enviara, a partir do momento que Dora chega
ao interior do nordeste, os meninos sentem segurança em deixa-la ler a carta e
descobrem o paradeiro do pai.
Josué de Castro foi um pensador e ativista brasileiro, que teve duas grandes
obras repercutidas, Geografia da Fome e Geopolítica da Fome. Seu
pensamento quebrou a concepção de ideia que a fome e a miséria do mundo
eram resultantes do excesso populacional e da escassez de recursos naturais.
Em virtude disso, suas obras ressaltam que a fome é causada pela má
distribuição de riquezas, e que desse modo era necessário a divisão de terras e
recursos para que se fosse possível ocorrer uma ampliação na produção de
alimentos, tornando Josué um defensor da reforma agrária.

Nesse caso, a reforma agraria possibilitaria que diversas famílias pudessem ter
acesso aos alimentos, uma vez que Josué (1984) alega que no Brasil a
diferentes tipos de solo, e que isso possibilitaria se ter diferentes tipos de
alimentações entre as pessoas, em virtude de cada região ter um tipo diferente
de clima, solo e vegetação.

“A enorme extensão territorial, com seus diferentes tipos de solo e de clima,


com seus múltiplos quadros paisagísticos, nos quais vêm trabalhando, há
séculos, grupos humanos de distintas linhagens étnicas e de diferentes tintas
culturais, não poderia permitir que se constituísse, em todo o território nacional,
um tipo uniforme de alimentação. O país está longe de construir uma só área
geográfica alimentar. As variadas categorias de recursos naturais e a
predominância cultural de determinados grupos que entraram na formação de
nossa etnia nas diferentes zonas tinham que condicionar forçosamente uma
diferenciação regional dos tipos de dieta” (CASTRO, 1984, p. 50).

Desse modo, os pontos ressaltados a cima abordam justamente toda a


situação que hoje ainda é uma realidade brasileira. Os movimentos de
migração dos que ainda buscam uma melhora da qualidade de vida e a crítica
a reforma agraria também pode ser mostrado na obra Vida e Morte Severina,
dramaturgia que aborda a extrema pobreza do sertão, no qual o personagem
principal sai em busca de melhores condições para sua sobrevivência, mesmo
ao longo do caminho pensando várias vezes em desistir ao se deparar com
Severinos iguais a ele, pois o autor João Cabral de Neto ao escrever o poema,
tenta deixar claro que o pobre e todo igual na sua pobreza, deixando explicito
no poema que todos no interior do sertão são iguais, e que só no final da vida
eles teriam direito a terra que lhes cabiam.

“O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como há muitos
Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de
Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o
da Maria do finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia,
por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da
Paraíba. Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome
de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados,
Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos
muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a
custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas
finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta” (NETO,
1954-55, p.74).

” Essa cova em que estás, com palmos medida, é a conta menor que tiraste em
vida. É de bom tamanho, nem largo nem fundo, é a parte que te cabe deste
latifúndio.” (NETO, 1954-55, p.86)

A constituição de 1988 fala que é um direito de toda pessoa se alimentar, mas


é uma realidade que não ocorre, pois ainda existe milhares de pessoas no
Brasil e mundo que ainda passam fome. A igualdade não é garantida pois
existem muitos obstáculos dos quais vem desde a distribuição de alimentos,
momento no qual o Brasil tem um grande número de exportação em massa de
commodities que não dão conta de suprimir a distribuição de alimentos por
toda a população, quanto na falta de políticas públicas voltadas aos mais
vulneráveis, mesmo que já se tenha existido programas sociais, esses não
foram o suficientes para se acabar com a pobreza.

A pobreza das questões sociais vem nitidamente a partir das desigualdades


sociais que são vigentes, pois o capitalismo por um lado gera acumulo de
riquezas e por outro gera a pobreza. A partir disso essa se dá no momento em
que os cidadãos com seus familiares são obrigados por sobrevivência a saírem
de suas cidades natais e irem em busca de novas oportunidades para
conseguirem ter o mínimo para sua sobrevivência, essa situação é totalmente
retratada diariamente por muitas famílias que buscam ir para as capitais
metropolitanas tendo em mente que sua situação será sanada.

Referências:

https://brasilescola.uol.com.br/brasil/fome-no-brasil.htm

https://www.youtube.com/watch?v=DGPQ7kFjiaY

https://www.culturagenial.com/filme-central-do-brasil/

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