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FILOSOFIA E AULA 3 – O HUMANISMO E O

PSICANÁLISE NASCIMENTO DA FILOSOFIA MODERNA

O Mundo Moderno vai nascer com:

• Desmoronamento da Cosmologia
Antiga;

• Reavaliação das Autoridades

Religiosas;

1 – O NASCIMENTO DO MUNDO
MODERNO

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Desorientados, os humanos devem ter

se preparado para encontrar por si
mesmos, e talvez em si mesmos, para
designar esse período em que o homem
se encontra só, privado do socorro do
cosmos e de Deus;

2 – PLANO TEÓRICO

Como pensar o mundo, como

compreendê-lo, mesmo simplesmente,
para poder se situar nele, se ele não é
mais acabado, ordenado e harmonioso,
mas caótico, como nos ensinam os
novos físicos?;

3 – PLANO ÉTICO

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Não tendo o universo mais nada de um

cosmos, fica impossível considerá-lo um
modelo a ser imitado no plano moral;

O Cristianismo vacila em suas bases, se a

obediência a Deus não é mais indiscutível;

Onde procurar os princípios de uma nova

concepção das relações entre os homens, um
novo fundamento da vida comum?;
4 – PLANO DA SALVAÇÃO

Não é mais confiável para espíritos

esclarecidos, pelo menos tal como antes,
sem reformulação;

Crise nos planos intectual, moral e

espiritual;

5 – TEORIA

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I – UMA NOVA TEORIA DO Depois do desmoronamento da bela

CONHECIMENTO: uma ordem do ordem cósmica e de sua substituição

mundo que não é mais dada, e sim por uma natureza completamente

construída desprovida de sentido e conflituosa,

não há mais nada de divino no
universo, ao qual o espírito humano
possa se dedicar a ver e contemplar;

A nova tarefa da Ciência Moderna não

Será necessário que o próprio ser residirá mais na contemplação passiva
humano, no caso, o sábio, por assim de uma beleza dada, já inscrita no
dizer, de fora, introduza a ordem nesse mundo, mas no trabalho, na elaboração
universo que, à primeira vista, não ativa, ou na construção de leis que
oferece nenhuma; permitam dar a um universo
desencantado um sentido que, a
princípio, ele não tem;

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Surgimento do “princípio de causa e II – UMA REVOLUÇÃO ÉTICA

efeito”: o pensamento não é mais um PARALELA À DA TEORIA: se o modelo
“ver”, mas um “agir”, um trabalho que
a ser imitado não é mais dado, como
consiste em ligar fenômenos naturais
era a natureza dos Antigos, agora é
entre si de modo que eles se encadeiem e
se expliquem uns pelos outros. Surge,
preciso inventá-lo

então, o “Método Experimental”;

Declaração dos Direitos Humanos de

1789: faz do Homem não apenas o único
O Pensamento Moderno vai colocar
ser sobre a Terra, verdadeiramente digno
o Homem no lugar e na posição do
de respeito, mas também propõe a
cosmos e da divindade;
igualdade de todos os seres humanos,
sejam eles ricos ou pobres, homens ou
mulheres, brancos ou negros;

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Surge uma pergunta fundamental no
centro das reflexões da filosofia moderna:
Qual a diferença entre o homem e o
animal?
O que distingue o homem do restante de
toda a Criação?
Rousseau rejeita tanto as teses
cartesianas que reduzem o animal a uma
máquina, a um autômato desprovido de
sensibilidade, quanto as teses antigas
que situam o próprio homem no fato de
que só ele possuiria a razão;
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Diferença do homem para os animais
segundo Aristóteles: a capacidade de
raciocinar;
Diferença do homem para os animais
segundo Descartes: a capacidade de
raciocinar, a afetividade e a linguagem;
Rousseau rejeita tanto as teses
cartesianas que reduzem o animal a uma
máquina, a um autômato desprovido de
sensibilidade, quanto as teses antigas
que situam o próprio homem no fato de
que só ele possuiria a razão;
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Perfectibilidade – Capacidade de se
Rousseau vai situar a diferença entre o
aperfeiçoar ao longo da vida;
homem e o animal na liberdade ou
“perfectibilidade”;
Homem – Perfectível;

Animal – Perfeito;

O animal é conduzido por um instinto

O animal é guiado desde a origem e de
modo seguro pela natureza, pelo instinto,
é, por assim dizer, perfeito “de imediato”,
desde o nascimento;
infalível, comum a sua espécie, como por
uma norma intangível, uma espécie de
software do qual nunca pode desviar-se.
Por isso, o animal é, ao mesmo tempo,
privado de liberdade e da capacidade
de se aperfeiçoar;

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O Homem é capaz de praticar o mal de

O Homem, ao contrário, vai se definir ao maneira consciente, enquanto que o
mesmo tempo por sua liberdade, por sua animal apenas segue seu programa
capacidade de se libertar do programa biológico;
do instinto natural e, consequentemente,
OBS.: A “perfectibilidade” é consequência
por sua faculdade de ter uma história
direta de uma liberdade em si mesma
cuja evolução é, a priori, indefinida;
definida como possibilidade de
afastamento em relação à natureza;

1ª Consequência: A dupla historicidade dos

A Herança de Rousseau: uma definição
humanos;
de homem como “animal desnaturado”;
2ª Consequência: Se o Homem é livre, então
não existe “natureza humana”, “essência do
homem”; O animal e a natureza são um só;
O Homem e a natureza são dois;
3ª Consequência: Como poderíamos, aliás, lhe
imputar boas ou más ações se ele não fosse de
algum modo livre para escolher?

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Principais Pilares:
A MORAL KANTIANA E OS
FUNDAMENTOS DA IDÉIA
REPUBLICANA: a “boa vontade”, a • Desinteresse;
ação desinteressada e a universalidade
dos valores • Universalidade;

Perspectiva moral, antinatural e

antiaristocrática (já que, contrariamente Outra questão é a insistência no ideal do
aos talentos naturais, essa capacidade é bem comum, na universalidade dos ações
supostamente igual em cada um de nós); morais entendidas como a superação dos
exclusivos interesses particulares;
O valor ético do desinteresse se impõe a
nós com tal evidência, que não nos damos
mais o trabalho de pensar nele;

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Se sou livre, se tenho a faculdade de me Liberdade, virtude da ação desinteressada

afastar das exigências de minha natureza, (“boa vontade”), preocupação com o
de lhe resistir por menos que seja, então, interesse geral: eis a moral moderna que
nesse afastamento e porque eu me nos ordena uma resistência até mesmo
distancio por assim dizer de mim, posso um combate contra a naturalidade ou
me aproximar dos outros para entrar em animalidade em nós;
comunhão em eles;

Liberdade – Capacidade de agir além da

A definição moderna de moralidade,
determinação dos interesses “naturais”,
segundo Kant, vai se expressar daí em
quer dizer, particulares. Distanciando-nos
diante sob a forma de ordens indiscutíveis
do particular, é na direção do universal,
(Imperativos Categóricos);
portanto, para o reconhecimento do outro
que nos elevamos;

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Não se trata mais de imitar a natureza, de MORAL ARISTOCRÁTICA E MORAL

tomá-la como modelo, mas quase sempre MERITOCRÁTICA: AS DUAS
de combatê-la e especialmente lutar DEFINIÇÕES DA VIRTUDE E A
contra o egoísmo natural em nós; VALORIZAÇÃO MODERNA DO
TRABALHO

Surge a questão:

Não apenas a natureza não é Em que realidade enraizar uma nova

absolutamente vista como boa em si
mesma, mas na maior parte do tempo,
temos de nos opor a ela e combatê-la para
conseguir algum bem. E isso é verdade
tanto em nós quanto fora de nós;
ordem? Como refazer um mundo coerente
entre os humanos, sem para isso recorrer
à natureza – que não é mais um cosmos e
nem uma divindade?

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Resposta que funda o humanismo moderno: Os Seres Humanos passaram a ser tratados
agora como “centro do universo”.
Exclusivamente na vontade dos homens, desde
que que eles aceitem se restringir a si mesmos, No plano político, esse novo espaço de vida
estabelecer seus limites, compreendendo que a comum terá três marcas características,
liberdade de cada um deve, às vezes, terminar diretamente opostas ao mundo aristocrático dos
onde começa a liberdade do outro (nascimento de Antigos:
um novo cosmos, mas agora ideal e não mais • A igualdade formal;
natural, a ser construído pelo homem, e não • O individualismo;
pronto). • A valorização da idéia de trabalho;

A emergência de uma espiritualidade moderna

III – DA INTERROGAÇÃO MORAL À

Como pensar a Salvação se o mundo não é mais
QUESTÃO DA SALVAÇÃO: o ponto em uma ordem harmoniosa e se Deus está morto?
que essas duas esferas jamais
Duas grandes linhas:
poderiam se confundir
• “Religiões de Salvação Terrestre”:
cientificismo, o patriotismo e o comunismo;

• Desconstrução;

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- FIM -

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