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Tema 21N14

Tecnologia e
humanidade
Tecnologia e humanidade
Propostas de redação
21N14A Em um texto dissertativo, posicione-se a respeito do seguinte aforismo:
“A tecnologia não é neutra.” (Slavoj Zizek)
21N14B Dissertação Enem - “Tecnologia e democratização de oportunidades de
estudo e emprego.”
21N14C Escreva um breve conto que trate de um futuro em que haja robôs
humanoides indistinguíveis do homem e em que você seja um (a) cientista
responsável por um método capaz de reconhecê-los.
21N14D Escreva um artigo de opinião sobre as consequências do uso contínuo e
intenso de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) para a memória e o
repertório cultural de crianças e jovens.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Tecnologia – conceito - técnicas, habilidades, métodos, processos e instrumentos. A
tecnologia não é ruim, nem boa, nem neutra. A tecnologia é ambígua e dialética.
História da tecnologia como história do domínio da natureza e da “domesticação”
da humanidade por ela própria - ferramentas, processos (fogo), ábaco, tear mecânico,
computador, computador pessoal, internet, redes sociais, “smartphone” (convergência
tecnológica), “big data”, “streaming”, algoritmos, cultura digital, internet das coisas, IA.
Proibição e controle do acesso a tecnologias: uma reflexão necessária. Utopia?
Distopia? Anacronismo? Fronteiras tecnológicas: ciborgues, desmaterialização da
tecnologia (nanotecnologia), pós-humanismo, biotecnologia. A questão demográfica.

Cotton Gin
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
TDICs, robôs, algoritmos, trabalho remoto, produtividade, competição acirrada e
ambiente profissional extremamente exigente: a tecnologia no mundo do trabalho.
Pandemia.
Dependência tecnológica e doenças: nomofobia, depressão, LER, TOC, etc. O severo
impacto do abuso de tecnologias para crianças e adolescentes.
Os impactos ambivalentes, multifacetados e transitórios da tecnologia –
consumismo, obsolescências, resíduo tecnológico, lixo nuclear, lixo espacial, mudanças
nas relações humanas, memória, “fake News”, pós-verdade, pessoas com deficiência,
tecnologias médicas, eleições, cultura pop, gosto pessoal (bolhas algorítmicas)...
Tecnologia e humanidade
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Incentivo governamental por meio de leis de fomento ou isenção de impostos para
empresas que criem aplicativos ou recursos tecnológicos gratuitos de interface
amigável, para auxiliar as pessoas no sentido de tornar a relação com diversos tipos
de tecnologias mais produtiva, inclusiva e saudável para todos os cidadãos.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Reforçar ou apoiar por meio de mobilizações populares, “crowdfunding”, pressão
sobre congressistas, atuação de ONGs, etc., o desenvolvimento de iniciativas
associadas à democratização do acesso responsável e produtivo a tecnologias.
Organizações do setor de tecnologia, ONGs.
Qualificar por meio de propagandas, escolarização e democratização do debate
sobre os riscos e os benefícios do uso de tecnologias, para que se possa
desenvolver não a repulsa ou a resistência a adventos tecnológicos, mas seu uso
consciente, produtivo e responsável. Disciplinas sobre tecnologia no Ensino Básico,
produções audiovisuais, etc. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Tecnologia e humanidade
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Disponibilização de linhas de crédito acessíveis para que pessoas carentes
possam comprar tecnologias adequadas aos seus interesses e necessidades,
sobretudo, as educacionais e as profissionais. Ensino remoto. Teletrabalho. Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovações, Ministério da Economia, Ministério da
Educação, Poder Legislativo federal.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Conceito – conjunto de técnicas, habilidades, métodos, processos e instrumentos
usados na transformação da natureza, na produção de bens, na viabilização de
serviços, na concepção e construção de máquinas, na realização de objetivos, na
solução de problemas e no desenvolvimento de pensamento científico, que é
diretamente derivado de conhecimento empíricos (sabedorias) e de pesquisa
científicas.
O nível de desenvolvimento tecnológico de uma sociedade sempre determinou em
grande medida a viabilidade de um grupo ou povo. Contemporaneamente é uma
forma bastante objetiva de medir a riqueza e a prosperidade de uma nação. O
acesso a tecnologias é extremamente desigual entre os países.
Tecnologia e humanidade
Breve histórico da tecnologia
Pré-História – Paleolítico – Pedra lascada, domínio do fogo, processamento de
alimentos (assar, cozinhar, etc.), confecção de roupas e armas, pintura rupestre,
invenção da roda.
Pré-História – Neolítico - Revolução Neolítica - uma revolução tecnológica – pedra
polida, cerâmica, ferramentas agrícolas, técnicas agrícolas, tecnologias hidráulicas,
cidade, fundição de metais, etc.
História – escrita, uma resposta à complexidade crescente das civilizações antigas.
Antiguidade clássica – urbanização, esgotamento sanitário, Medicina, armas e
armaduras, etc.
Idade Média – tecnologias de navegação marítima, avanços na Medicina (sul da
Espanha).
Tecnologia e humanidade
Breve histórico da tecnologia
Renascimento – Idade Moderna – invenção da imprensa no Ocidente (tipos
prontos), Renascimento técnico e científico, Grande Navegações, etc.
Revolução Industrial – motor a vapor, ferrovias, telégrafo, etc.
Século XIX – tear mecânico e programável (Jacquard), telégrafo sem fio, telefone,
rádio, fotografia, cinema, televisão, etc.
Século XIX – desenvolvimento de princípios do computador. Charles Babbage
(Máquina analítica) e Augusta Ada King, condessa de Lovelace.
1936 – primórdios do computador - Máquina universal ou máquina de Turing – Alan
Turing cria um modelo abstrato de computador, no qual explica teoricamente
conceitos como memória e processamento de dados. Foi pioneiro da inteligência
artificial e da ciência da computação. “O jogo da imitação”, cinebiografia.
Tecnologia e humanidade
Breve histórico da tecnologia
1943 - começa a construção do primeiro computador da História sob encomenda do
Exército dos EUA, que tinha a capacidade de processamento muito inferior a uma
calculadora científica atual e que funcionou por 10 anos. Custou cerca de 6 milhões
de dólares, convertidos para os valores atuais. Foi chamado de Eniac.
1950 - “Eu, robô”, Isaac Asimov - Três leis da robótica: primeira, um robô não pode
ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal; segunda, um robô
deve obedecer um ser humano, exceto quando essa ordem entre em conflito com
primeira lei; e, terceira, um robô deve proteger sua existência sem entrar em conflito
com as leis anteriores.
1956 - Inteligência artificial - Turing estudou o tema e, mais tarde, John McCarthy
criou o termo inteligência artificial. Aptidão de máquinas computacionais para
processar informações similarmente ao homem por meio de processos de
aprendizado, solução de problemas ou mesmo de criação de novas ou mesmo
inéditas condutas como respostas aos mais variados estímulos.
Tecnologia e humanidade
Breve histórico da tecnologia
1960 – década - Mundo conectado – Arpanet, internet militar e corporativa; internet
comercial (1988); hipertexto (1989); world wide web (www) 1992; internet discada
(linha telefônica); internet banda larga; Web 2.0 (2004 - wikis, redes sociais, blogues,
“sites” P2P); internet em redes de celular; comércio eletrônico; conteúdos sob
demanda (“streaming”); internet das coisas.
1970 - Computadores foram exclusivamente coorporativos ou institucionais até a
década de 1970 quando começa a história dos computadores pessoais, o que
possibilitou a crescente onipresença desse recurso, em função da progressiva
dependência em relação a essas máquinas no campos profissional, educacional e
comunicacional. Mais tarde, em função do fenômeno da convergência tecnológica,
atividades que não dependiam de computadores para serem realizados passaram a
ser quase totalmente executadas por PCs ou similares: escrever, ouvir música, etc.
Desenvolvimento dos primeiros computadores pessoais (Kenbak1, 1971). Os
primeiros com viabilidade comercial foram construídos pela IBM e Apple.
Tecnologia e humanidade
Breve histórico da tecnologia
1990 – início da democratização dos computadores pessoais na maioria das
sociedades. Internet comercial torna-se uma possibilidade a partir da metade da
década de 1990 no Brasil, embora sua origem esteja na década de 1960, Arpanet.
1994-2007 – primeira geração de “smartphones” - O primeiro “smartphone” já
revelava o conceito de convergência tecnológica que definiria esse tipo de aparelho.
IBM Simon (1994): e-mails, calendários, fuso-horário, tela sensível, agenda, cartão
de 1 MB. Lançamento do Iphone em 2007 revoluciona o mercado em função da
interface intuitiva e amigável, da convergência com recursos de entretenimento, do
design sofisticado e moderno, etc.
1996 – a primeira “vitória” da IA - o computador Deep Blue da IBM derrota o
enxadrista Gary Kasparov (foto-1996). Computador passa no teste de Turing ao
enganar diversas pessoas (dez de 30) que foram convencidas de que uma máquina
era um menino ucraniano chamado Eugene (2014). “Machine learning”, máquinas
que aprendem.
Tecnologia e humanidade
Breve histórico da tecnologia
1999 - Internet das coisas - Kevin Ashton, cria o conceito. Condição de interconexão
por meio da internet entre computadores, “smartphones”, óculos, carros, relógios,
casas, eletrodomésticos, roupas, assistentes virtuais (Alexa, Google Assistente,
Cortana e Siri), etc., que tornará onipresente a conexão à internet. Mundo físico e
digital interconectados de forma profunda como um amálgama.
XXI - “Big data” - termo usado para sintetizar um conjunto de recursos
computacionais que possibilitam interações com grandes bancos de dados, que, ao
serem analisados com um propósito, oferecem interpretações e ações baseadas em
conclusões específicas. Aplicações possíveis: setor bancário, publicidade, áreas
educacionais, etc. “Flu trends”, Google.
Tecnologia e humanidade
Breve histórico da tecnologia
XXI – Algoritmo - Em linhas gerais, no campo das aplicações tecnológicas,
algoritmos são séries de instruções ou regras que são executadas sistematicamente
a fim de solucionar um problema por meio de um número finito de passos
elementares. Entre o “input” e “output” de dados, está o conjunto de instruções
elementares.
XXI - “Cloud computing” - Termo que refere-se ao uso do armazenamento e do
processamento de dados em servidores (“data centers”) compartilhados e
conectados à internet espalhados pelo mundo e que podem ser acessados por
qualquer dispositivo conectado à internet.
XXI - Internet 2.0 (internet mais rápida). “Smartphones” (evolução dos celulares).
Internet das coisas (conexão entre objetos, eletrônicos e recursos que cercam a vida
cotidiana de grande parte das pessoas à internet de forma permanente).
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Obsolescência – condição do serviço, tecnologia ou bem que perde a utilidade,
mesmo que esteja em pleno funcionamento, devido ao surgimento de um produto
tecnologicamente mais avançado. É um fenômeno que explica diversos aspectos do
consumismo e de problemas da gestão de resíduos. Existem três tipos de
obsolescência:
Técnica ou funcional – ocorre quando uma tecnologia substitui outra de maneira mais
eficiente ou prática, quando o preço de peças de reposição tornam economicamente
inviável a manutenção e quando a precariedade material diminui o tempo útil – fita VHS
> DVD, charrete ou carruagem > carro.
Programada ou planejada – ocorre quanto há uma decisão consciente e deliberada de
fabricar um produto para que ele torne-se obsoleto ou não funcional para forçar o
consumidor a adquirir um produto novo. Lâmpadas, celulares, máquinas de lavar.
Percebida ou perceptiva - ocorre quando um produto, a despeito de cumprir
satisfatoriamente sua função, por causa de lançamentos com aparências inovadoras,
diferentes ou mais bonitas, passa a ser visto como ultrapassado, com o intuito de induzir
os consumidores a trocar produtos antigos. Moda.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Ciclo de vida de uma tecnologia é normalmente dividido em sete estágios distintos:
1 - Precursores - pré-requisitos para o desenvolvimento de uma tecnologia. 1857: o
fonoautógrafo, Édouard-Léon Scott de Martinville.
2 - Invenção – uma pessoa agrega interesses pessoais, formação, curiosidade e
habilidades técnicas ou científicas que são combinados para se criar uma nova
tecnologia. 1877: o fonógrafo, Thomas Edison.
3 - Desenvolvimento - período que pode ter variados tempos em que uma invenção é
desenvolvida para ser viabilizada industrial e economicamente por meio do acréscimo
inclusive de outras tecnologias. 1877-1940: desenvolvimento de diversos incrementos
tornam o fonógrafo comercialmente viável e adicionam novos recurso à tecnologia do
século XIX.
4 - Maturidade – estabelecimento de uma tecnologia em função do amplo uso e da
confiabilidade gerada entre seus usuários. 1948: Columbia Records e RCA
desenvolvem o Long-Playing Record (LP) de 33 rpm e 45 rpm que permitia a gravação
de mais música num mesmo suporte.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Ciclo de vida de uma tecnologia é normalmente dividido em sete estágios distintos:
5 – Pretendentes – surgimento de tecnologias que podem substituir uma outra mais
antiga e estabelecida. 1960-1980: fita cassete. 1980-1990: Compact Disc (CD)
6 – Obsolescência – declínio normalmente gradual de um tecnologia. 1990:
consolidação da substituição do LP pelo CD e, posteriormente, os formatos digitais
(MP3).
7 – Antiguidade – ocorre quando um tecnologia tem apenas valor histórico, simbólico
ou para colecionadores e entusiastas. Século XXI: LPs são itens de colecionados e
entusiastas. CDs são gradativamente substituídos por arquivos digitais. O
compartilhamento legal ou ilegal de arquivos (“torrent”) é amplamente substituído pelo
“streaming”: Youtube, Spotify, Deezer.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Tecnologias são respostas desenvolvidas pela humanidade para uma necessidade,
uma dificuldade, um desejo, um luxo ou um fetiche. A tecnologia pode ser uma
extensão das possibilidades nativas do corpo e da mente humanas que as amplia e
potencializa (faca, machado, chave de fenda, linha de montagem, etc.).
Tecnologias não são neutras, pois, por exemplo, algoritmos podem reproduzir
preconceitos das pessoas ou das bases de dados sobre as quais interferem.
Aplicações de algoritmos em bases de dados que avaliam pessoas já foram diversas
vezes foram racistas ou sexistas.
Tecnologias, como a internet, por exemplo, são frequentemente entendidas como
“culpadas” por crimes como a pedofilia ou por fenômenos como a pós-verdade,
quando ela é apenas um meio, mas não o fim ou mesmo uma espécie de entidade
com vontade própria. “Os homens criam as ferramentas, as ferramentas recriam os
homens.” (Marshall McLuhan).
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Ferramentas tecnológicas foram responsáveis pela intensificação do processo de
globalização – sobretudo, por meio de Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICs) e das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) – as quais
foram os principais instrumentos para a globalização de conhecimentos, de desejos,
de expectativas, de vícios, etc., sob uma perspectiva majoritariamente ocidental e
desigual em relação às benesses do processo globalizatório.
Reuniões de pessoas com interesses comuns por meio de tecnologias como redes
sociais, “chats”, etc., fomentaram o desejo de manter-se conectado para ser
acolhido, compreendido, aceito, etc. Também é um fenômeno importante para se
compreender o avanço de diversas concepções religiosas, políticas ou ideológicas
fundamentalistas como os Celibatários Involuntários (Incels), os grupos neonazistas,
os radicais religiosos, etc. Por outro lado, também favorece que pessoas com
interesses em comum por conta do colecionismo, da arte, da política, etc.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Desde o início do século XXI, tornou-se evidente a existência de uma cultura digital
que afeta a vida real e cotidiana de centenas de milhões de pessoas conectadas por
redes cada vez mais velozes e, em diversos países, onipresentes. Redes de
transmissão de dados de alta velocidade, pirataria, armazenamento de dados nas
nuvens, redes sociais, mensageiros (WhatsApp, Signal e Telegram), “fake News”,
“hackers”, “cyberbullying”, “streaming”, pornografia virtual, crimes virtuais,
privacidade, “big data”, algoritmos, internet das coisas, “bots”, cultura das
celebridades e do cancelamento, etc. A cultura digital, portanto, oferece muitas
oportunidades para o desenvolvimento de diversos aspectos negativos e positivos
da humanidade no campos sociais, culturais, econômicos e políticos.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Sobre a relação entre tecnologia e direitos humanos, é importante notar, que,
dialeticamente, por meio de TDICs, muitos direitos humanos passaram a ser mais
conhecidos em uma proporção semelhante àquela em que passaram a ser
desrespeitados ou negligenciados dentro de ambientes digitais como redes sociais.
Vários aspectos da vida profissional, social e cultural passaram, sobretudo no
século XXI, a ser mediado por TDICs, o que tornou grande parte da humanidade
cada vez mais dependente desses recursos, o que levou o debate e diversas
questões sobre direitos humanos para esse universo. Liberdade de expressão e
censura em redes sociais, direito à privacidade, direito ao esquecimento,
preconceito e discriminação, liberdade religiosa, etc.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
A convergência tecnológica é a concentração de serviços, recursos, possibilidades e
tecnologias em um dispositivo que antes estavam dispersos em outras máquinas,
produtos ou dispositivos. Os “smartphones” são exemplos privilegiados desse
processo, pois, ao longo de pouco mais de 10 anos, concentraram recursos como
telefone, agenda, relógio, despertador, calculadora, câmera, “player”, gravador de
voz, bússola, computador, bloco de notas, etc. Além disso, passaram a agregar
recursos que gradativamente o fizeram ser uma alternativa viável em relação ao
computador em relação, por exemplo, a gestão de redes sociais (publicação de perfil
público, agregador de interesses, serviço de “e-mail”, comunicador instantâneo,
“feed” de conteúdo, etc.). Isso é uma das explicações possíveis para se entender a
dependência de cada vez mais pessoas em relação a “smartphones”.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
“Smartphone” são ferramentas que, para muitas pessoas, tornaram-se “criaturas”
que passaram a controlar e pautar a vida de seus “criadores”. Em muitos casos,
hábitos associados a comportamentos fúteis por meio de recursos tecnológicos
suplantam o tempo gasto para atender às exigências reais da vida como trabalhar,
dedicar-se à família ou a amizades, cuidar da saúde, etc. “Selfies”, checar
obsessivamente redes sociais e longos períodos dedicados ao entretenimento
versus estudos, formação profissional e dedicação a relações interpessoais e
familiares.
O “smartphone” é tanto um dispositivo de fomento e dinamização do trabalho da
produtividade quanto de procrastinação e de dispersão da atenção das pessoas para
o que realmente é transformador e relevante na vida delas. Portabilidade,
usabilidade facilitada, onipresença da conexão à internet e convergência tecnológica
são causas importantes e amplas da intensificação do uso desse advento
tecnológico que acentua-se e amplia-se a partir do advento do Iphone (2007).
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Por meio da popularização de recursos tecnológicos como o computador, a internet,
as câmeras, os microfones, etc., a informação foi democratizada não apenas quanto
ao acesso, mas também pela ampliação das possibilidades de produção de
conteúdo por meio de blogues, “sites”, redes sociais, Youtube, Wikipedia, etc. Esse
processo produziu novos aspectos ambivalentes e dialéticos nas relações sociais,
culturais e econômicas que impactam direta ou indiretamente toda a humanidade.
Ambientes digitais construíram a partir da década de 1990 as bases da cultura
digital que se desdobrou em diversos universos como a das celebridade de internet
amparadas por redes sociais como o Instagram ou serviços como o Youtube, as
quais alimentam e são alimentadas por um contexto que tornou conhecidos e
influentes termos como curadoria, “viralização”, cultura do cancelamento,
“coaching”, dependência tecnológica (pornografia, videogames, exposição, etc.).
Novas tecnologias historicamente foram responsáveis por criar o contexto que
favoreceu o surgimento de novas profissões e a extinção de outras.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
O conceito de inteligência colaborativa é uma forma de inteligência coletiva
potencializada por TDICs em rede que desenvolve-se e substancia-se por meio de
diversas iniciativas em que comunidades contribuem dinamicamente para um
mesmo fim, destacam-se nesse contexto o Linux, a Wikipédia, etc., o que, por
diversos meios, produz novas oportunidades de se produzir conteúdo mais atual e
mais relevante. “...ninguém sabe tudo; todos sabem algo; é necessário mobilizar as
competências de todos.” (Pierre Lévy, 1994). Inteligência colaborativa é, segundo a
pesquisadora Leticia Soberón, “uma deliberação ordenada, facilitada por tecnologias
sociais, que permite a um conjunto de pessoas compartilhar, criar, depurar
conhecimento e tomar decisões com maiores possibilidades de superar os desafios
que deixam os ambientes cada vez mais complexos e vulneráveis.”.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Os desafios e os riscos da Inteligência Artificial (IA – John McCarthy, 1956, “O Eros
eletrônico”), que é uma tecnologia capaz de possibilitar a sistemas a simulação da
inteligência humana para além de uma programação prévia específica, a fim de
oferecer a máquinas condições para tomar decisões de forma autônoma e baseada
em geral em gigantescos bancos de dados (“big data”) ou para aprender – grande
impacto na oferta de empregos, riscos de desenvolvimento de consciência, debate
insuficiente e elitizado sobre limites para essa tecnologia, etc. Machine Learning,
Deep Learning e Processamento de Linguagem Natural. Aplicações: sugestão de
filmes e músicas com base na experiência do usuário de um serviço como Youtube,
Spotify ou Netflix; o piloto automático de carros da Tesla; a procura em serviços de
fotos a partir de palavras como “abraço”; a tradução mais orgânica e contextualizada
entre idiomas; os assistentes como Alexa, Cortana e Siri; tecnologias de exclusão de
conteúdo impróprio em redes sociais; etc.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Proibir o uso de tecnologia é eficiente para se combater os efeitos negativos dela? É
possível ou útil coibir totalmente essa cultura em ambientes profissionais ou
educacionais? Ideias anacrônicas respondem de forma antiquada a problemas
contemporâneos que desafiam toda a humanidade a responder a essas questões de
forma assertiva, positiva e dialética.
Proibir o acesso à tecnologia em ambientes profissionais e educacionais não parece
ser muito eficiente, não só porque é impossível coibir totalmente algo tão abrangente
e mesmo do qual a humanidade tanto depende, mas também porque tratam-se de
ferramentas excepcionais as quais não podem ser negligenciadas, enfim o abuso
delas não pode desestimnular o uso consciente e produtivo desses recursos.
O fato de haver poucos estudos e práticas sobre como tornar o “smartphone” e as
tecnologias em geral ferramentas pedagógicas e profissionais mais eficientes é um
dos principais desafios da Contemporaneidade.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
As TDICs auxiliaram o aprendizado autônomo ou o autodidatismo sobre diferentes
temas. Udemy, Coursera, Youtube.
Tecnologias e solidão. Redes sociais, “smartphones”, jogos, Youtube e aplicativos de
mensagem como formas sofisticadas de escapismo da realidade, das frustrações e
da complexidade dos relacionamentos humanos. Um mundo mais conectado, mas
mais solitário e antipático: tempo de paradoxos.
Inteligência artificial, algoritmos e motores de busca. “Bolhas algorítmicas”. Redução
da diversidade de ideias percebida pelas pessoas. Fundamentalismos e
radicalismos como um dos resultados do excesso de conexão e da dificuldade de se
lidar com o “dilúvio de informação”.
Tecnologia e doenças psiquiátricas (depressão, transtornos de ansiedade, etc.),
oftalmológicas, posturais, etc. Nomofobia, síndrome do toque fantasma, ludofobia,
Lesão por esforços repetitivos (LER), etc.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
2019 – número de internautas – Brasil (134 milhões, 90 por cento acessam todos os
dias). Celular é a principal forma de acesso à internet pelos brasileiros. Cerca de um
quarto dos brasileiros não tem acesso à rede.
2019 – tempo médio de uso de “smartphones” por dia – média mundial – cerca de 3
horas diárias. – Indonésia (1º lugar – 5,2 horas, 2020) e Brasil (2º lugar - 3,8 horas,
2019 - 4,8 horas, 2020) lideram o “ranking”. 50 por cento desse tempo é gasto com
redes sociais.
2020 – número de usuários – estimativas - Facebook (2,740 bilhões), Youtube (2,291
bilhões), WhatsApp (2,1 bilhões), Instagram (1 bilhão), TikTok (689 milhões), Sina
Weibo (511 milhões), Telegram (500 milhões), Snapchat (498 milhões), Kuaishou
(481 milhões), Pinterest (442 milhões), Reddit (430 milhões), Twitter (353 milhões),
Signal (110 milhões de usuários).
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
A procura cada vez maior por celulares que não são “smartphones”, que se iniciou
em 2020, revela um processo tímido de mudança no cenário da dependência
tecnológica.
Instagram mudou alguns dos seus processos e recursos por considerar que eles
influenciam de forma negativa a saúde mental dos internautas, por exemplo, a
visualização de curtidas.
A pandemia de covid-19 revelou ou intensificou questões acerca da relação da
tecnologia com a educação (ensino remoto, ensino a distância, etc.), o trabalho
(greve dos entregadores de aplicativos de comida, teletrabalho, “home office”, etc.),
as relações humanas (vídeo chamada, fadiga de telas, “lives”, etc.) e a arte
(imprescindibilidade da arte, importância da música e do cinema como meios de
escapismo, etc.).
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Tecnologia como extensão do homem e de suas possibilidades. A naturalização da
tecnologia como forma de interação do homem com o mundo é um processo que
remonta a tecnologias como o arado e a roda, que são hoje melhor representados
pelo “smartphone” como forma de intervenção no mundo. Não seria o momento,
assim, de assumir essa dependência? Tecnologias são indissociáveis da existência
social e individual do ser humano? Implantes cibernéticos, conexão permanente à
internet, desmaterialização dos recursos tecnológicos serão recursos acessíveis a
todas as pessoas? Ciborgues serão homens melhorados ou menos homens? O
futuro será “cyberpunk”? Os avanços tecnológicos no campo das tecnologias
incorporadas ao corpo e da Engenharia Genética provocará uma nova eugenia?
Pós-humanismo para quem e por quê? Ficção científica como antecipação da
ciência? Muitas perguntas sobre as quais quase a totalidade das sociedades
humanas não está preparada para pensar a respeito.
Tecnologia e humanidade
Problematizações e contextualizações
Entre os principais efeitos dos avanços tecnológicos está o evolução da expectativa
de vida média que, em 1750, era de 27 anos para homens e 28 para mulheres. Em
2019, era de 73,1 para o primeiro grupo e 80,1 para o segundo. Outro dado relevante
informa que existem no mundo 20.000 centenários (eram 450, em 1960), que
poderão somar mais de 250 mil pessoas em 2060. Esse aumento foi determinado
pela popularização de diversas tecnologias nos campos da higiene, da alimentação,
da medicina, etc. Essa longevidade terá efeitos muito importantes sobre a civilização
humana como um todo, pois, se cada indivíduo viver até 150 anos, como prevê
diversos teóricos do Pós-Humanismo, a Terra terá em 2300 cerca de 25 bilhões de
habitantes com 90 por cento deles com mais de 60 anos, mas apenas 2 por cento
com menos de 20 anos.
Tecnologia e humanidade

Fonte: https://tudogeo.com.br/2020/12/16/mapa-da-expectativa-de-vida-no-mundo-2019/
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões - obras
Referências audiovisuais - “Her”, “Matrix”, vários episódios de “Black Mirror”,
“Hackers”, “Admirável mundo novo”, “A rede social”, “Catfish”, “Disconnect”, “Jogador
Nº1”, “Jobs”, “Lola”, “Wall-E”, “Fahrenheit 451”, “Conectado: uma autobiografia sobre
amor, morte e tecnologia”, “Animatrix”, “Ex-Machina”, “Gattaca”, “Metrópolis”, “A rede
social”, “2001, uma odisseia no espaço”, “Minority report”, “Blade Runner”, “Elysium”,
“O jogo da imitação”, “O quinto poder”, “O homem bicentenário”, “Privacidade
hackeada”, “O dilema das redes”, “Upload”, “Altered carbon”, “The feed”, “The
Westworld”, vários episódios de “Love, Death & Robots”, “Anon”, “Vigilante do
amanhã”, “Countdown”, “Tomorrow land”, “Mr. Robbot”, "Brilho eterno de uma mente
sem lembranças”, “Upgrade”, “The social dilema”, “The Truman show”, “Eu, robô”,
“Ratter”, “Projeto Lazarus”, "Gattaca - Experiência genética“, “Piratas do Vale do
Silício”, “A.I. - Inteligência Artificial”, “Os estagiários”, “Transcendence”, “Como
Vender Drogas Online (Rápido)”, “Onisciente”, “Jogos de guerra”, etc.
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões - obras
Referências bibliográficas - “Cultura digital”, Pierre Lévy; “Neuromancer”, Willian
Gibson; “Dependência de internet em Crianças e Adolescentes: Fatores de Risco,
Avaliação e Tratamento”, Kimberly S. Young e Cristiano Nabuco de Abreu; “Como
Lidar Com Tecnologia e humanidade”, Cristiano Nabuco De Abreu, Dora Sampaio
Góes, Igor Lins Lemos; “Irresistível: Por que você é viciado em tecnologia”, Adam
Alter; “O mundo assombrado pelos demônios”, Carl Sagan; “Admirável mundo novo”,
Aldous Huxley; “Fahrenheit 451”, Ray Bradbury; “Jogador nº 1”, Ernst Cline; “Akira”,
Katsuhiro Otomo; “Ghost in the shell”, Masamune Shirow etc.
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Hoje, consigo perceber que nossa tecnologia ultrapassou nossa humanidade.”
(Albert Einstein)
“Numa época de tecnologia avançada, o maior perigo para as ideias, para a cultura
e para o espírito pode mais facilmente vir de um inimigo sorridente que de um
adversário que inspira o terror e o ódio.” (Aldous Huxley)
“Não confio nas máquinas. A tecnologia não é neutra.” (Slavoj Zizek, pensador
esloveno)
“Tornamo-nos deuses na tecnologia, mas permanecemos macacos na vida.” (Arnold
Toynbee, 1852-1883, economista britânico)
“Estou convencido que nem a ciência nem a tecnologia podem satisfazer as
necessidades espirituais a que todas as possíveis religiões procuram atender.”
(Arnold Toynbee, 1852-1883, economista britânico)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“O grande mito do nosso tempo é que a tecnologia é comunicação.” (Libby Larsen,
compositora.)
“Não me oponho à tecnologia, entendo que ela sempre muda tudo e que temos que
mudar com ela. Mas nem todo avanço tecnológico é bom e, em algumas
circunstâncias, pode ser bom gerenciar ou conter as mudanças tecnológicas, se elas
minam a sociedade. A Escola de Frankfurt se mostrou correta, emburrecemos nossa
cultura e me preocupa que a internet continue fazendo isso, acabando com nossa
vitalidade cívica e com a economia do entretenimento e da informação.” (Andrew
Keen, historiador britânico)
"A tecnologia ensinou uma lição à humanidade: nada é impossível." (Lewis
Mumford)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“O grande perigo da tecnologia é implantar no homem a convicção enganosa de
que é onipotente, impedindo-o de ver a sua imensa fragilidade.” (Hermógenes)
“O celular é o grande interruptor da vida. Ele interrompe quase tudo. De concertos e
feriados até encontros ou férias, nenhuma ocasião está imune a ser interrompida por
esses aparelhos. Consequentemente, nossos telefones também transformaram-se
em um terrível vício.” (Jorge Ramos)
“Se continuarmos desenvolvendo nossa tecnologia sem sabedoria ou prudência,
nosso servo pode acabar se tornando nosso carrasco.” (Omar Bradley, general do
exército dos EUA.)
“A arte desafia a tecnologia, e a tecnologia inspira a arte.” (John Lasseter, diretor e
animador.)
“É preciso reduzir a quantidade de informação.” (Amber Case)
“A quantidade ideal de tecnologia na vida de uma pessoa é a mínima necessária.”
(Amber Case)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“A tecnologia não é ruim, mas seu uso está nos desconectando e escravizando.
Chegamos a olhar o celular entre 1.000 a 2.000 vezes por dia. Temos que começar
por redefinir nossa relação com a tecnologia: é uma ferramenta, muito útil, mas tem
que nos tornar livres. O celular é o novo cigarro: se fico entediada, dou uma olhada
nele. Não mande mensagens vazias de emoção, convide seus amigos para um
jantar na sua casa.” (Amber Case, 1987-, antropóloga norte-americana)
“Quando me levanto pela manhã devo me perguntar se dedico tempo a mim mesma,
se posso meditar, desenhar, se escrevo. Mas o fato é que o meu dia a dia está
tomado pelas notificações do telefone, do computador. Então, que tempo de reflexão
me reservo?” (Amber Case)
“Vivemos constantemente em atenção parcial, nunca estamos presentes, portanto
não temos tempo de reflexão.” (Amber Case)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“A sensação de estar conectado é como uma miragem perigosa. Você se sente só,
mas sente que faz parte de um coletivo, por isso não dedica tempo a você mesma.
E quando finalmente você tem tempo para você... se sente péssima, porque lhe
faltam experiências autênticas. Por estarmos conectados com outros o tempo todo,
nos esquecemos de que nós também contamos e que merecemos tempo em
silêncio, conectando com nós mesmos.” (Amber Case)
“O uso excessivo das tecnologias informacionais, sem finalidade específica, faz com
que a pessoa se torne a própria mensagem, pois na falta do que comunicar ela se
coloca no centro da mensagem. [...] Os contatos no ciberespaço não permitem que
se desenvolva a verdadeira comunicação, que exige a mobilização dos sentidos
como visão, audição, tato, olfato, paladar, tradicionais elementos da comunicação
primária, muitos deles desconsiderados nesse novo processo comunicacional.”
(Malena Segura Contrera)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“A internet permitiu a experimentação de um tipo de comunicação de âmbito
mundial. Apresentou-se com um caráter atrativo, que levou a que os destinatários
nela se empenhassem e adestrassem, e por outro lado ficassem dependentes deste
modo de comunicação.” (José de Oliveira Ascensão)
“Não podemos dizer que uma ou outra rede social é ruim, mas podemos dizer que
quanto mais as crianças as usam, maior a probabilidade de que elas não estarão
satisfeitas quanto a diferentes esferas da sua vida ou com a sua vida em geral.”
(Philip Powell)
“Motivado pelo prazer e pelo desafio, o jovem perde a noção de tempo e não
consegue mais determinar o que seria uma quantidade de tempo adequado para se
passar naquela atividade.” (Sylvia van Enck, sobre o uso de computadores e
celulares.)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“O processo de construção desses aplicativos, o Facebook foi o primeiro deles, foi
todo sobre ‘Como podemos consumir o máximo de tempo e atenção possíveis?’ E
para isso a gente precisava dar a vocês um pouco de dopamina [neurotransmissor
ligado a mecanismos de recompensa e às sensações de prazer] de vez em quando.
Porque alguém curte ou comenta sua foto ou publicação, isso vai fazer você
contribuir com mais conteúdo, e isso vai te dar mais curtidas e comentários. É uma
validação social cíclica. Exatamente o tipo de coisa que um hacker como eu criaria,
porque explora uma vulnerabilidade na psicologia humana. Os criadores – sou eu, o
Mark [Zuckerberg], o Kevin Systrom no Instagram, todas essas pessoas – sacaram
isso conscientemente. E fizemos tudo [as redes sociais] mesmo assim.” (Sean
Parker, cofundador do Facebook)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“O homem se tornou lobo para o homem, porque a meta do desenvolvimento
industrial está concentrada num objeto e não no ser humano. A tecnologia e a
própria ciência não respeitaram os valores éticos e, por isso, não tiveram respeito
algum para o humanismo. Para a convivência. Para o sentido mesmo da existência.
Na própria política, o que contou no pós-guerra foi o êxito econômico e, muito
pouco, a justiça social e o cultivo da verdadeira imagem do homem. Fomos vítimas
da ganância e da máquina. Das cifras. E, assim, perdemos o sentido autêntico da
confiança, da fé, do amor. As máquinas andaram por cima da plantinha sempre
tenra da esperança. E foi o caos.”(Dom Paulo Evaristo Arns)
“Ninguém muda nada na sua vida sem ter consciência do problema. Se os retiros
promovem atividades de convívio longe de tecnologia e conexão, eles podem ajudar
a pessoa a perceber o que ela está deixando de viver na vida por ter adotado o
mundo virtual como prioridade.” (Sylvia van Enck, sobre “snow media” e “detox
digital”)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“A biotecnologia está avançando rapidamente; permitirá manipular a vida, modificar
micróbios com grande precisão e potência. Isso abre caminho para habilidades
muito destrutivas.” (Nick Bostrom)
“No geral, acredito que há uma corrida entre nossa habilidade de fazer as coisas, de
avançar rapidamente nossas habilidades tecnológicas, e nossa sabedoria, que vai
muito mais devagar. Precisamos de um certo nível de sabedoria e colaboração para
o momento em que alcancemos determinados marcos tecnológicos, para sobreviver
a essas transições.” (Nick Bostrom)
“A noção humanística e iluminista do sujeito racional capaz de deliberação e escolha
será substituída pela do consumidor conscientemente deliberante e eleitor. Já em
construção, um novo tipo de vontade humana triunfará. Este não será o indivíduo
liberal que, não faz muito tempo, acreditamos que poderia ser o tema da
democracia. O novo ser humano será constituído através e dentro das tecnologias
digitais e dos meios computacionais.” (Achille Mbembe)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“...a revolução não acontece quando as pessoas adotam novas tecnologias, ela
acontece quando as pessoas adotam novos comportamentos.” (Clay Shirky)
“Tecnologia é qualquer coisa que não estava por aí quando você nasceu.” (Alan
Kay, cientista da computação.)
“Qualquer tecnologia suficientemente avançada é equivalente à mágica.” (Arthur C.
Clarke, escritor.)
“Todas as maiores invenções tecnológicas criadas pelo homem — o avião, o
automóvel, o computador — dizem pouco sobre sua inteligência, mas falam
bastante sobre sua preguiça.” (Mark Kennedy)
“A humanidade está adquirindo toda a tecnologia certa por todas as razões erradas.”
(R. Buckminster Fuller, escritor e inventor.)
“Eu acho que romances que ignoram a tecnologia mal interpretam a vida tão mal
quanto os Vitorianos mal interpretavam a vida ao ignorar o sexo.” (Kurt Vonnegut,
escritor.)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“O espírito humano precisa prevalecer sobre a tecnologia.” (Albert Einstein,
cientista.)
“Nós estamos presos à tecnologia quando o que nós mais queremos é algo que
apenas funcione.” (Douglas Adams, escritor.)
“A tecnologia tornou possível a existência de grandes populações. Grandes
populações agora tornam a tecnologia indispensável.” (Joseph Krutch, escritor.)
“Esse é o principal ponto da tecnologia. Por um lado, ela cria um apetite por
imortalidade e, por outro, ameaça extinção universal. Tecnologia é a luxúria
removida da natureza.” (Don DeLillo, escritor.)
“O perigo de verdade não é que computadores passem a pensar como humanos,
mas sim que humanos passem a pensar como computadores.” (Sydney Harris,
jornalista.)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Ciência e tecnologia revolucionam nossas vidas, mas a memória, a tradição e o
mito moldam nossas respostas.” (Arthur Schlesinger, historiador.)
“Estamos cada vez mais cercados de máquinas que são pensadas para facilitar
nossa vida. O carro autônomo, por exemplo, é pensando para melhorar a circulação,
a segurança e para nos poupar tempo. Mas as pessoas podem se sentir cada vez
mais privadas de iniciativa. Já não estamos encarregados de grande coisa e, no fim,
já não somos responsáveis. Nós nos tornamos cada vez menos livres - portanto,
menos morais - e nos comportamos cada vez mais como máquinas. Isso abre as
portas para uma desumanização. Ser livre é aceitar a sorte, tomar riscos.” (Jean-
Michel Besnier, filósofo francês)
“A inteligência artificial nos obriga a nos comportarmos como máquinas.” (Jean-
Michel Besnier, filósofo francês)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Haverá uma humanidade de duas categorias. Uma humanidade de ricos, que terão
acesso às tecnologias da transformação, prolongação e imortalização. E os demais,
os quais o pesquisador britânico Kevin Warwick - o primeiro ciborgue, porque
implantou um chip no braço - classificou de ‘chimpanzés do futuro’. Seremos os
chimpanzés do futuro, uma infra-humanidade que não tomou o caminho do homem
aumentado.” (Jean-Michel Besnier, filósofo francês)
“Nós nos transformamos cada vez mais em suportes de informação. Toda essa
informação coletada e reunida em bases são fatores de prosperidade e de
produtividade. Nos transformamos em mercadorias. O que mais me preocupa é que
somos conscientes disso, mas não nos preocupa muito.” (Jean-Michel Besnier,
filósofo francês)
“Há uma interdependência entre o self e o mundo em rede: a tecnologia tornou-se
uma extensão do corpo e passou a ser um elemento definidor da identidade
humana.” (Derrick de Kerckove, sociólogo canadense.)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Quando as pessoas dizem que a internet transformará a todos nós em gênios, isso
também foi dito sobre o telégrafo. Por outro lado, quando dizem que a internet nos
transformará em estúpidos, isso também foi dito sobre o telégrafo. Acho que
estamos sempre certos quando nos preocupamos com as consequências danosas
da tecnologia, mesmo quando somos fortalecidos por elas. A história sugere que não
devemos entrar em pânico ou ficar tão animados a respeito dos novos aparelhos
legais. Há um equilíbrio delicado.” (James Gleick, escritor de tecnologia)
“A ciência do século 21 é dominada por grandes depósitos de informação que
chamamos de bancos de dados. O dilúvio de informação tornou fácil e barato
construir bancos de dados. Um exemplo de banco de dados do século 21 é a
coleção de sequências genômicas de criaturas vivas de várias espécies, de
micróbios a humanos. Cada genoma contém a informação genética completa que
define a criatura a qual pertence. O banco de dados de genomas cresce
rapidamente e está disponível para ser explorado por cientistas de todo o mundo.”
(James Gleick, escritor de tecnologia)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Uso a internet como uso o carro, quando preciso. Não passo minha vida dirigindo
em autoestradas. Se não tiver de me locomover, não pego o carro. Não passo
madrugadas ‘on-line’. Tenho coisa melhor para fazer.” (Umberto Eco)
“Quanto mais sofisticadas as máquinas, menos qualificação tem o trabalhador.”
(Harry Braverman)
“O perigo do futuro é que os homens podem se transforma em robôs.” (Erich
Fromm)
“Não há mais contra quem direcionar a revolução, a repressão não vem mais dos
outros.” (Byung-Chul Han, 1959-, filósofo sul coreano.)
“Precisamos de uma carta digital que recupere a dignidade humana e pensar em
uma renda básica para as profissões que serão devoradas pelas novas tecnologias.”
(Byung-Chul Han, 1959-, filósofo sul coreano.)
“...ser observado hoje é um aspecto central do ser no mundo.” (Byung-Chul Han,
1959-, filósofo sul coreano.)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Estamos na Rede, mas não escutamos o outro, só fazemos barulho.” (Byung-Chul
Han, 1959-, filósofo sul coreano.)
"De tão erodida pelo advento das redes sociais, não podemos mais falar em
sociedade civil. A polarização se tornou um veneno. As redes estão polarizando a
sociedade. Essas empresas de tecnologia não estão nem aí com a saúde da
sociedade civil.” (Niall Fergunson, professor de história da Universidade de
Stanford)
"Estamos desabilitados a lidar com divergências e com diversidade, pois o que
existe é majoritariamente o estímulo à intolerância com o que é diferente. Criamos
uma bomba-relógio.“ (Pedro Consorte)
“O celular virou a rota de fuga para todo pequeno momento de tédio, aborrecimento
ou que simplesmente parece não merecer atenção integral.” (Carlos Affonso
Souza, “O futuro foi reprogramado: como a tecnologia está transformando as leis, a
política e os relacionamentos”)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Economizar bateria é preciso, viver não é preciso.” (Carlos Affonso Souza)
“Futuramente, não será impensável assistentes de paciente e dentista conversarem
de forma autônoma ao telefone, o que coloca um sem-número de questões éticas. À
medida que a voz se torna menos robótica e o algoritmo vai sendo aperfeiçoado,
será necessário ao assistente se identificar como tal, para não ser confundido com
um ser humano? Ou passaremos a considerar os algoritmos parte da família?”
(Fábio Zanini)
“Sempre sonhamos em produzir mais bens e serviços com menos trabalho humano,
delegando a fadiga física e intelectual para as máquinas. Hoje, conseguimos
realizar, ao menos em parte, o sonho de Aristóteles, inventando instrumentos
mecânicos, eletromecânicos e digitais. Uma casa moderna dispõe de
eletrodomésticos capazes de realizar o trabalho que, na Grécia de Péricles, era
realizado por 33 escravos. A tecnologia ajudou o ser humano a se libertar do
trabalho, permitindo que ele pudesse dedicar mais tempo à meditação, à amizade,
ao jogo, ao amor, à beleza e à convivência.” (Domenico de Masi)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“De certa forma, o veículo condicionou a mensagem. Mais importante do que um
raciocínio concatenado é criar uma controvérsia, gerar um fato que estimule o
compartilhamento e que possa ser facilmente sintetizado.” (Carlos Affonso Souza)
"A forma hoje como nós produzimos conhecimento produz também ignorância."
(Edgar Morin)
"As decisões que em tempos normais podem levar anos de deliberação são
aprovadas em questão de horas. Tecnologias imaturas e até perigosas são
colocadas em serviço porque os riscos de não fazer nada são maiores. Países
inteiros servem como cobaias em experimentos sociais em larga escala. O que
acontece quando todos trabalham em casa e se comunicam apenas à distância? O
que acontece quando escolas e universidades inteiras ficam online? Em tempos
normais, governos, empresas e conselhos educacionais nunca concordariam em
realizar tais experimentos. Mas esses não são tempos normais.” (Yuval Noah
Harari)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Não possuo computador. Optei por não possuir nenhum meio possibilitado pela
nova tecnologia. Aprecio a relação que tenho com minha máquina de escrever, no
nível físico. Tenho uma página à minha frente, meu tempo pertence a mim, posso
fazer correções no meu próprio ritmo.” (Jean Baudrillard, filósofo francês, em artigo
de 1998)
“Não vejo como os meios de comunicação tradicionais, tais como o discurso oral e a
escrita, possam reconciliar-se com a onipresença da tela. A internet é globalizante e
imperialista, do mesmo modo que a própria civilização ocidental o é. Ela exige que
todos nós entremos na rede, que mergulhemos totalmente nela. Hoje em dia é
preciso andar bem longe para encontrar um espaço livre de telas.” (Jean
Baudrillard, filósofo francês, em artigo de 1998)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“As anomalias e os ‘outsiders’ serão cada vez menos aceitos. O surgimento de
conflitos entre os mundos virtual e real será inevitável. Tendo optado por não ter
computador, já sou ‘outsider’ toda vez que sou convidado a falar numa conferência.
A exigência é que os artigos sejam apresentados em disquete. É essa a medida de
minha participação na internet: como refém, vítima. Jogo segundo minhas próprias
regras, mas um dia serei expulso do campo.” (Jean Baudrillard, filósofo francês, em
artigo de 1998)
“Temos cérebros paleolíticos, leis medievais e tecnologia divina.” (Edward O.
Wilson, entomologista e biólogo norte-americano)
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Aristóteles há milhares de anos previu a substituição da mão de obra humana por
autômatos e entendia esse processo como uma mudança social positiva.
São muitos os desdobramentos atuais da frustrada proposta iluminista na qual a
tecnologia (ciência, razão, etc.) era vista como um mecanismo de libertação do
homem de todo trabalho que não o humanizasse e que não o auxiliasse na busca
da felicidade, da liberdade e do conhecimento, o que as condições de trabalho de
motoristas de aplicativos, de entregadores de aplicativos, por exemplo, mostram não
ter se realizado para enormes quantidades de pessoas.
Marshall MacLuhan foi um pioneiro na discussão sobre como tecnologias poderiam
interferir no comportamento e no modo de vida humano no sentido de causar
dependência e mesmo perda de autonomia por parte do usuário de recursos
tecnológicos que mediariam escolhas cotidianas em suas vidas.
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Conceitos e ideias de estudiosos da mídia, da indústria cultural e da influência dos
meios de comunicação na sociedade, como os de membros da Escola de
Frankfurt, podem ser úteis na fundamentação das discussões acerca desse tema,
em especial, em relação a questões como alienação, controle social e padronização
de gostos por meio de tecnologias e meios de comunicação em massa. Entre os
nomes desse grupo, destacam-se: Max Horkheimer (filósofo, sociólogo e psicólogo
social), Theodor Adorno (filósofo, sociólogo e musicólogo), Erich Fromm
(psicanalista), Herbert Marcuse (filósofo) e Walter Benjamin (ensaísta e crítico
literário).
Jean-Michel Besnier é um filósofo francês que defende que os recursos
tecnológicos disponíveis tiraram do homem a liberdade, o livre-arbítrio e mesmo a
autoestima em favor de máquinas e tecnologias cada vez mais próximas de superar
os seus criadores. Ele entende que, para que isso não ocorra, devem ser impostas
regras ao avanço tecnológico no sentido de garantir que ele ocorra sempre em
benefício da humanidade.
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Brasil – o Marco Civil da Internet disciplina a necessidade de garantir o respeito a
direitos humanos e um ambiente digital saudável no ciberespaço, por meio da
ordenação de várias questões do universo digital que escapam das leis tradicionais
ou mesmo da reflexão tradicional a respeito de temas como privacidade, autoestima,
“assédio”, “bullying”, etc.
Nomofobia (abreviação de “no mobile phobia”) - o vício em celular como doença. As
implicações ergonômicas, psicológicas e comportamentais dessa compulsão. As
conexões com outros vícios.
Para o sociólogo Derrick de Kerckove, criador do termo “tecnototemismo”, a
tecnologia passou no século XXI a ocupar um lugar central da vida da humanidade,
pois é usada para decidir e impor novos parâmetros de comportamento e
produtividade sem necessariamente haver resistência daqueles que estão sendo
superados e controlados por ela, ou seja, a humanidade. É de certa forma alvo de
uma certa “adoração”.
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
As ideias majoritariamente otimistas de Pierre Lévy associadas à cultura digital, à
inteligência coletiva, à inteligência artificial, etc., podem ser muito bem empregadas
no contexto da discussão das questões culturais ligadas à tecnologia e às mudanças
que tais recursos operam e, muitas vezes, impõem na vida social, cultural e
intelectual das pessoas.
A forma como tecnologias são usadas e aplicadas na vida das pessoas é uma
premissa fundamental para entender o contexto social e cultural em que conceitos
como “hipermodernidade” do filósofo francês Gilles Lipovetsky e “modernidade
líquida” do pensador polonês Zygmunt Bauman foram desenvolvidos e podem ser
percebidos na vida comum das pessoas, inclusive na forma como interagem com
tecnologias e meios de comunicação como celulares, “videogames”, etc.
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Amber Case é uma antropóloga norte-americana, que estuda as formas como a
humanidade relaciona-se e depende de recursos tecnológicos. Para ela, as pessoas
têm gradativamente se tornado “cyborgs”, em função de acrescentarem cada vez
mais tecnologias aos seus corpos de variadas maneiras a fim de adaptarem-se a
novos contexto e de melhorarem variadas potencialidades de seus corpos e mentes.
Exemplo: “smartphones” como cérebros externos dos quais dependemos cada vez
mais.
Estudos da psicóloga Jean M. Twenge presentes no livro “iGen” de 2017 atestam
que jovens que passam três ou mais horas nas redes sociais são 35 por cento mais
suscetíveis a ficarem deprimidos e a cometerem suicídio do que aqueles que
passam menos de uma hora. Já para os que passam cinco horas ou mais nessas
redes, o risco aumenta para 71 por cento.
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
A neutralidade da rede ou neutralidade da internet ou princípio na neutralidade
baseia-se na defesa de uma rede neutra que não discrimina o tráfego de pacotes de
dados em função do seu proprietário, conteúdo, fonte ou destino, ou seja, os dados
que trafegam na rede são tratados da mesma maneira quanto à velocidade de
“upload” e “download” de dados, ao acesso a qualquer tipo de conteúdo e à não
discriminação de aplicações por causa do consumo de banda. No Brasil, o Marco
Civil da Internet de 2014 entende que a rede deve "tratar de forma isonômica
quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço,
terminal ou aplicação”. A questão da neutralidade da rede associa-se com diversos
assuntos como direitos digitais, direitos humanos, democracia, estímulo à
competição e inovação na internet, etc.
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
A neutralidade da tecnologia trata do fato de que tecnologias em tese são
indiferentes em relação ao uso ou fim ao qual elas são destinadas por vontade de
seus usuários. Tal conceito é problematizado pelo fato de as mais avançadas
tecnologias não serem acessíveis para a maioria das pessoas, tanto na condição de
usuários como a de criadores delas ou mesmo pelo de o domínio tecnológico estar
submetido aos seus criadores, e não aos seus usuários. Programas de
reconhecimento de rostos com sérias deformações quando analisados os de
pessoas negras, robôs substituindo trabalhadores em praticamente todos os setores
da sociedade, etc.
Tecnologia e humanidade
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Nomofobia é o transtorno relacionado à sensação de várias formas desagradável
de não poder se conectar ou de não ter em mãos um celular, isto é, uma privação
que pode levar uma pessoa a ter mudanças bruscas de humor ou mesmo crises de
ansiedade.
A questão da Síndrome do Toque Fantasma é cada vez mais séria e é um
desdobramento da dependência que cada vez mais pessoas têm em relação a
recursos tecnológicos, sobretudo, a internet. Esse transtorno faz com que o
indivíduo acredite que seu celular vibra ou toca sem que isso tenha acontecido.
Tecnologia e humanidade
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Incentivo governamental por meio de leis de fomento ou isenção de impostos para
empresas que criem aplicativos ou recursos tecnológicos gratuitos de interface
amigável, para auxiliar as pessoas no sentido de tornar a relação com diversos tipos
de tecnologias mais produtiva, inclusiva e saudável para todos os cidadãos.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Reforçar ou apoiar por meio de mobilizações populares, “crowdfunding”, pressão
sobre congressistas, atuação de ONGs, etc., o desenvolvimento de iniciativas
associadas à democratização do acesso responsável e produtivo a tecnologias.
Organizações do setor de tecnologia, ONGs.
Qualificar por meio de propagandas, escolarização e democratização do debate
sobre os riscos e os benefícios do uso de tecnologias, para que se possa
desenvolver não a repulsa ou a resistência a adventos tecnológicos, mas seu uso
consciente, produtivo e responsável. Disciplinas sobre tecnologia no Ensino Básico,
produções audiovisuais, etc. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Tecnologia e humanidade
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Disponibilização de linhas de crédito acessíveis para que pessoas carentes
possam comprar tecnologias adequadas aos seus interesses e necessidades,
sobretudo, as educacionais e as profissionais. Ensino remoto. Teletrabalho. Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovações, Ministério da Economia, Ministério da
Educação, Poder Legislativo federal.
“Odiei cada minuto de treinamento, mas não parava de repetir a
mim mesmo: ‘não desista, sofra agora para viver o resto de sua
vida como campeão.’.”
(Muhammad Ali, atleta do século e multicampeão de boxe.)

“Impossível é apenas uma palavra usada pelos fracos que acham


mais fácil viver no mundo que lhes foi determinado do que explorar
o poder que possuem para mudá-lo. O impossível não é um fato
consumado. É uma opinião. Impossível não é uma afirmação. É
um desafio. O impossível é algo potencial. O impossível é algo
temporário. Nada é impossível.”
(Muhammad Ali, atleta do século e multicampeão de boxe.)

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